Tim Vickery: Será que quero um celular que faça mais do que telefonemas?:cassino jogos online gratis

Crédito, Eduardo Martino

Tive necessidade - queria voltar para o Rio na véspera do verão. Tem necessidade maior?

Táxi para o aeroporto? Nem pensar. Táxi para me pegar na casa da minha mãe? Também, sem chance. Tive que carregar a mala por pelo menos dez minutos com neve até os joelhos para encontrar um taxista que me levasse à estaçãocassino jogos online gratistrem, para depois fazer conexão com o metrô e chegar ao aeroporto.

Uma viagem épica, então - divertida, é verdade, mas um pouco estressante, pois você saicassino jogos online gratiscasa sem a certezacassino jogos online gratisque vai chegar.

Ou seja, foi o frio que causou o estresse, e o estresse que causou a perda que agora me deixa com um dilema.

Não sei onde eu coloquei, não sei como aconteceu, não sei nada. Só sei que perdi o meu celular brasileiro. Deixei-ocassino jogos online gratisalgum lugar no solo britânico.

Acho que é somente o meu terceiro aparelhocassino jogos online gratisquase 20 anos. Como os dois anteriores, não faz grande coisa. Faz e recebe ligações, manda e recebe mensagenscassino jogos online gratistexto. E só. Ou melhor, fazia essas coisas - não é fácil aceitar, mas tenho que começar a pensar nesse celular somente no passado.

Ter um celular assim, hojecassino jogos online gratisdia, é uma excentricidade quase imperdoável, algo além da imaginação da grande maioria. Já virei motivocassino jogos online gratiszoação ao vivo na televisão brasileira por usar um treco considerado peçacassino jogos online gratismuseu.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Quando os celulares eram vistos como 'tijolos'

O que me espanta aqui é a velocidade da mudança. Quase duas décadas atrás, quando adquiri o meu primeiro celular, eu estava à frente da curva. Ainda era raridade.

Lembro que quando fui assaltado, no finalcassino jogos online gratis2000, entreguei tudo, menos o celular. O escondi, e, voltando para casa depois, o choque tomando conta, tentei enfiá-lo na meia para não perder - tarefa difícil devido ao tamanho do aparelho, hojecassino jogos online gratisdia visto como tijolo.

Então, ainda no século 20, eu era quase um pioneiro. Mas hoje parece que já fui ultrapassado várias vezes pela grande maioria da humanidade.

Lá estava eu, feliz com uma máquina que faz (fazia, desculpe) ligações e torpedos. Mas passado menoscassino jogos online gratisum quinto do século 21, as pessoas já se acostumaram a viver olhando para baixo, com as suas fotos e aplicativos, obcecadas com a buginganga portátil.

Quando eu comprei o meu primeiro celular, nem existia no mundo um laptop capazcassino jogos online gratisutilizar conexão wi-fi, o que aconteceucassino jogos online gratis1999. A banda larga chegoucassino jogos online gratis2000 - quantos ainda lembram do barulho do modem conectando pelo telefone? Tecnologia 3D chegoucassino jogos online gratis2001, Facebook (não, não tenho) foi lançadocassino jogos online gratis2004 e, no final da década, chegaram os tablets, o streamingcassino jogos online gratismúsica e vídeos e a grande penetração das mídias sociais.

São mudanças incríveis, e parece que não sabemos ainda para onde isso tudo está nos levando. Entramos na época da informação - uma commodity muito difícilcassino jogos online gratisprecificar com modelos convencionais, já que o custocassino jogos online gratisreproduzir alguma coisa numa versão digital é pertocassino jogos online gratiszero.

Legenda da foto, Colunista perdeu o celular durante viagem à Inglaterra, que enfrenta nevascas

E a distribuição gratuitacassino jogos online gratisinformação torna desnecessários vários empregos; pensecassino jogos online gratisjornais, por exemplo. Alémcassino jogos online gratispessoas para escrever o conteúdo, precisamcassino jogos online gratisgente para imprimir e distribuir os exemplarescassino jogos online gratiscaminhões, alémcassino jogos online gratisjornaleiros para vender. Agora, o público pode receber notícias direto na tela, e muitos cresceram com a concepçãocassino jogos online gratisque a informação é grátis.

Novas tecnologias criam novas pessoas. Agora, os sociólogos falamcassino jogos online gratis"gente conectada" - e hojecassino jogos online gratisdia até um operáriocassino jogos online gratisfábrica na China tem acesso à informação além da imaginação do maior tecno-nerdcassino jogos online gratispoucas décadas atrás.

Qual vai ser o efeito disso nos rumos da humanidade? Realmente tem o potencialcassino jogos online gratisunir as pessoas? Oucassino jogos online gratisseparar cada um no seu mundinho? Houve esperançascassino jogos online gratisque as mídias sociais seriam tijolos para construir uma nova democracia - mas já estamos vendo os perigos, e como eles podem ser manipulados.

Será, então, que realmente quero fazer parte desse (admirável?) mundo novo? Ou seria melhor manter meu estilo e ficar com um aparelho que somente faça ligações e mensagenscassino jogos online gratistexto? A verdade é que não sei. Acho que o frio congelou o meu cérebro.

*Tim Vickery é colunista da BBC Brasil e formadocassino jogos online gratisHistória e Política pela Universidadecassino jogos online gratisWarwick.

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