Tim Vickery: Está na horapixbet galvão bueno baixaros brasileiros deixarempixbet galvão bueno baixarusar a palavra 'gringo':pixbet galvão bueno baixar

Tim Vickery

Crédito, Eduardo Martino

A gravação só pararia quando ele finalmente deixassepixbet galvão bueno baixarser o idiota da aldeia e descobrisse que a humanidade é feitapixbet galvão bueno baixardiversidade,pixbet galvão bueno baixarmaispixbet galvão bueno baixar200 nações, e que a realidade é muito mais complexa e gostosa do que uma simples divisão entre brasileiros e "não brasileiros".

Estou cientepixbet galvão bueno baixarque muitos estrangeiros no Brasil se referem a si mesmos como "gringos". Se o desesperopixbet galvão bueno baixarse enturmar é tão grande que eles estão dispostos a abrir mãopixbet galvão bueno baixaruma identidade mais completa, só posso sentir pena.

Também estou cientepixbet galvão bueno baixarque, na grande maioria das vezes, a palavra é empregada sem intenções pejorativas. Não adianta. Tem coisas que você pode lavar quantas vezes quiser, mas não vão ficar novas.

Torcedorespixbet galvão bueno baixardiferentes nacionalidades na Rio 2016

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Torcedorespixbet galvão bueno baixardiferentes nacionalidades na Rio 2016: realidade é mais complexa e gostosa do que a mera divisão entre brasileiros e não brasileiros, diz colunista

Um parpixbet galvão bueno baixaranos atrás eu fiz um programapixbet galvão bueno baixartelevisão com o grande jornalista Alberto Dines. Toquei nesse assunto - defendendo que a imprensa brasileira deveria pararpixbet galvão bueno baixarusar uma palavra que, alémpixbet galvão bueno baixarnão trazer informações específicas, estava manchada. Dines concordou e se ofereceu a escrever um artigo para um jornal que, infelizmente, não levou a proposta adiante.

A posiçãopixbet galvão bueno baixarDines se baseava no conhecimento e napixbet galvão bueno baixarprópria história. Filhopixbet galvão bueno baixarimigrantes, Dines me contou que a palavra "gringo" o fazia chorar quando criança. Fora dita contra ele num contexto xenófobo - porque, como tantas coisas no Brasil, a maneira como se usa a palavra tem suas raízes no fascismo da décadapixbet galvão bueno baixar30.

Um fascismo relativamente benigno, com um líder com carapixbet galvão bueno baixartiopixbet galvão bueno baixarvezpixbet galvão bueno baixarum demagogo agressivo gritando para as massas. Mas, ainda assim, um projetopixbet galvão bueno baixarfascismo, que implicava um projetopixbet galvão bueno baixarmodernização conservador, uma tentativapixbet galvão bueno baixardesenvolver o país sem mudar a estrutura social. Ou seja, um parque industrial avançado aliado a uma noçãopixbet galvão bueno baixarhierarquia quase feudal. Embraer no país do elevadorpixbet galvão bueno baixarserviço.

Como vender esse projetopixbet galvão bueno baixarcapitalismo sem conflitopixbet galvão bueno baixarclasses? Como conseguir o pacto nacional necessário? Fácil. Evocar o inimigo externo - aqueles gringos, que só querem saberpixbet galvão bueno baixarexplorar o Brasil!

É por isso que, mesmo saindo da boca mais suave, a palavra muitas vezes vem com um toquepixbet galvão bueno baixarhostilidade. O gozado aqui é que estamos falandopixbet galvão bueno baixarum paíspixbet galvão bueno baixarimigração. Falarpixbet galvão bueno baixar"brasileiro" tem muito mas a ver com profissão do que com nacionalidade; trata-sepixbet galvão bueno baixaralguém que chegou aqui para explorar o pau-brasil. O que quer dizer que, com a exceção dos povos indígenas, gringos sãopixbet galvão bueno baixarmãe,pixbet galvão bueno baixaravó,pixbet galvão bueno baixarbisavó...

*Tim Vickery é colunista da BBC Brasil e formadopixbet galvão bueno baixarHistória e Política pela Universidadepixbet galvão bueno baixarWarwick

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