Tim Vickery: Quando o assunto é crime no Rio, é melhor exagerar na cobertura do que jogar para debaixo do tapete:party poker promotion code

Tim Vickery

Crédito, Eduardo Martino

Os Jogos Olímpicos são tão grandes, tão internacionais que correm o perigoparty poker promotion codefomentar o nacionalismo, descritoparty poker promotion codeuma maneira genial por Albert Einstein como "uma doença infantil, o sarampoparty poker promotion codehumanidade".

Dois dos quatro nadadores americanos foram impedidosparty poker promotion codeembarcar para prestar depoimento

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Legenda da foto, Segundo a polícia, um dos nadadores americanos confirmou que não houve assalto à mão armada; para colunista, 'jornalismo temparty poker promotion codedesmascarar mentiras'

Mas se o mundo está pegando sarampo, pelo menos não parece que esteja pegando zika. Um inverno rigoroso tem sido um repelenteparty poker promotion codemosquito eficiente, embora precisaremosparty poker promotion codevários meses para avaliar a situação real.

Porque a zika nunca foi uma ameaca para a Olimpíada. Pelo contrário, os Jogos são uma ameaça às tentativasparty poker promotion codecontrolar a disseminação do virus. Se a zika chegou aqui, como se pensa, atravésparty poker promotion codeuma pessoa infectada há três anos, então logicamente a presençaparty poker promotion codemuitas pessoas do mundo todo num lugarparty poker promotion codeepidemia deve ser vista com certa preocupação.

Existe o risco óbvioparty poker promotion codeespalhar a doença para lugares despreparados. Felizmente, o clima ajudou. Vamos saber nos próximos meses.

A zika não é o único assunto que está dando frio na barriga da mídia internacional. Convidar a imprensa mundial para um megaevento desses é a lendária facaparty poker promotion codedois gumes. A beleza da cidade fica deslumbrante nas imagens da televisão, a vitalidadeparty poker promotion codeCopacabana cativa. Duvido que isso justifique todo o dinheiro gasto no evento, embora é claro que tudo isso sirva como uma propaganda maravilhosa para a cidade. Mas aí tem a questão do crime urbano.

Crianças passam por militar no Rio, às vésperas da cerimôniaparty poker promotion codeabertura da Olimpíada

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Legenda da foto, Segurança no Rio tem sido um dos assuntos debatidos na cobertura olímpica pela imprensa

Criticando a histeria com que esse assunto tem sido tratado, um jornalista do Chicago Tribune relata ironicamente que "milharesparty poker promotion codeatletas conseguiram participar da cerimôniaparty poker promotion codeabertura sem que tivessem sido assaltados". E cita uma atleta americana que visitou o país varias vezes sem passar apuros. "Cidades grandes são perigosas quando você vai para os lugares errados", disse Casey Patterson, que é jogadoraparty poker promotion codevôleiparty poker promotion codepraia. "É a mesma coisa aqui".

Mas tem um problema claro com a linhaparty poker promotion codeque "pode acontecerparty poker promotion codequalquer lugar". Crime é, sim, universal. Lembro, quando trabalhava no centroparty poker promotion codeLondres, como era comum o furtoparty poker promotion codebolsas - mas na surdina.

Há dois fatores extremos na realidade carioca: primeiro, a ameaça ou a realidade da violência. Segundo, o modo como o medo dessa violência limita vidas e empobrece a riqueza da expêriencia urbana.

Tem um pouco disso numa reportagem do New York Times. "Rio é o lugar perigoso onde você terá a maior sensaçãoparty poker promotion codesegurança, até que você ande nas ruas com algum local", escreveu David Segal. Aí você ouve as "históriasparty poker promotion codeguerra" que todo carioca carrega como uma espécieparty poker promotion codemochila mental. "Quanto menos tempo você conversa com cariocas, mais você aproveita este lugar." A inocência tem suas vantagens.

Mas é por esse motivo que uma cobertura exagerada sobre esse assunto é preferível a uma que procure minimizar os perigos. As maiores vítimas da violência são os próprios cariocas. E os ricos têm mais possibilidadeparty poker promotion codese proteger, nos seus condomínios fechados e espaços privados. Quem sofre mais são as pessoais normais.

O jornalismo tem que desmascarar histórias inventadas e mentiras vergonhosas. Mas também tem que chamar atenção para problemas reais. Não deixar a questão do crime urbano ser colocada debaixo do tapete também faz parte da grandeza dos Jogos.

*Tim Vickery é colunista da BBC Brasil e formadoparty poker promotion codeHistória e Política pela Universidadeparty poker promotion codeWarwick

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