Tim Vickery: Um inglês entre os excessos do sonho americano e o modelo alternativo:baixar ae aposta esportiva
Na semana passada, minha estadia na Filadélfia coincidiu com as festasbaixar ae aposta esportivaformatura do ensino médio daqui, a high school. No ladobaixar ae aposta esportivafora das suas casas, algumas famílias colocaram grandes cartazes com a foto do filho, anunciando a façanha. Na rua principal da cidade, os formandos vestiam roupas características, diantebaixar ae aposta esportivafamiliares ebaixar ae aposta esportivameio a alegria, barulho e orgulho.
De uma perspectiva inglesa, tudo isso pode parecer muito exagerado, meio ridículo. Fui o primeiro da minha família a fazer faculdade. Quando me formei, meu pai não foi para o evento, nem tinha o menor interesse, o que eu achei totalmente normal e natural.
Mas na cultura americana isso seria impensável. Sucesso tem que ser comemorado - e estou falandobaixar ae aposta esportivaum bairro negro, uma classe média afro-americana que acredita no "sonho americano".
Não vou tirar sarro. É estranho para mim, mas não acho errado. É cativante, até. Mas tem o outro lado da moeda.
Um conterrâneo meu, no seu primeiro diabaixar ae aposta esportivaLos Angeles, esperava no pontobaixar ae aposta esportivaônibus quando o motoristabaixar ae aposta esportivaum carro que estava passando o viu e gritou: "loser!" ("perdedor").
Aí mora o perigobaixar ae aposta esportivauma sociedade que valoriza tanto o sucesso. O mundo se divide entre "vencedores" e "perdedores" - e, se utilizar transporte público é uma definição do último, então alguma coisa está forabaixar ae aposta esportivaqualquer ordem racional.
No metrôbaixar ae aposta esportivaNova York, vi propagandasbaixar ae aposta esportivaespanhol. Não lembro qual serviço estava sendo ofertado e nem quero lembrar. Tratava-sebaixar ae aposta esportivaum anúncio avisando pais do perigobaixar ae aposta esportivaperderbaixar ae aposta esportivamoradia. "Imagine como seria a vidabaixar ae aposta esportivaseus filhos", alguma coisa assim. A insegurança do mundo moderno, estampada para ser contemplada pelos usuáriosbaixar ae aposta esportivatransporte coletivo.
É por esse motivo que torço para que meu país, o Reino Unido, permaneça na União Europeia no plebiscito que está marcado para esta quinta-feira.
Não me aprofundei muito na campanha - pouco tempo atrás, quando passei três semanasbaixar ae aposta esportivaLondres, fiquei apavorado com a pobreza do debate, nos dois lados. Aqueles a favor da saída estão obcecados com a imigração, que não vejo como o verdadeiro problema atual. E o lado buscando a permanência na UE somente baseia seus argumentos no medo, sem oferecer uma visão positiva.
Me sinto europeu porque tenho uma identificação com uma tradiçãobaixar ae aposta esportivademocracia social,baixar ae aposta esportivainclusão. Entendo que essa tradição esteja sob ataque, porque se baseiabaixar ae aposta esportivaum modelobaixar ae aposta esportivaeconomia que não existe mais, com menos tecnologia e,baixar ae aposta esportivaconsequência, mais trabalho intensivo.
Ainda assim, persiste a noçãobaixar ae aposta esportivainclusão,baixar ae aposta esportivaque o ditadobaixar ae aposta esportivaque um exército anda na velocidadebaixar ae aposta esportivaseu componente mais lento se aplica também a uma sociedade. De que a vida não se divide tanto nessas categorias adolescentesbaixar ae aposta esportiva"vencedor" e "perdedor".
Vejo que nas ultimas décadas os políticos do meu país,baixar ae aposta esportivatodos os partidos, têmbaixar ae aposta esportivacomum uma obsessão com os Estados Unidos. Mas somente enxergam as facilidades, por um motivo óbvio: eles são oriundos das classes mais favorecidas, até no Partido Trabalhista.
Então, aquela propaganda no metrôbaixar ae aposta esportivaNova York, colocando medo na mãe pelo perigobaixar ae aposta esportivaperder abaixar ae aposta esportivacasa, não mexe com eles, porque aborda uma realidade inimaginável para um "vencedor". Mas trata-sebaixar ae aposta esportivauma situação e um pesadelo reais demais para muita gente.
Assim, com todos os seus problemas e falhas, vejo a União Europeia como um freio na tendênciabaixar ae aposta esportivasempre imitar os Estados Unidos. Porque, apesar dos encantos do sonho americano, o mundo precisabaixar ae aposta esportivamodelos alternativos.
*Tim Vickery é colunista da BBC Brasil e formadobaixar ae aposta esportivaHistória e Política pela Universidadebaixar ae aposta esportivaWarwick