BBC localiza homem por tráspixbet e vascotravessia ao Reino Unido que matou meninapixbet e vasco7 anos :pixbet e vasco
"Você é um contrabandista."
A defesa múltipla é frequentemente empregada por times que estão perdendo ou quando o placar está empatado e resta pouco 🌜 tempo pixbet e vasco jogo. Ela envolve a criação pixbet e vasco uma barreira compacta pixbet e vasco jogadores na própria área, buscando manter a posse 🌜 da bola e impedir que o time adversário aproveite espaços vazios para atacar.
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Fim do Matérias recomendadas
Foi um confronto que marcou o ápicepixbet e vascouma investigação da BBC que havia começado 51 dias antes — horas depoispixbet e vascocinco pessoas, incluindo uma meninapixbet e vascosete anos chamada Sara, terem morrido no mar ao norte da França. Ela havia sufocado ao ser imprensada sob corpos amontoados dentropixbet e vascoum barco inflável.
Esta investigação nos levou dos acampamentos informaispixbet e vascomigrantes ao redorpixbet e vascoCalais e Boulogne, a uma unidade da polícia francesapixbet e vascoLille, uma cidade mercantilpixbet e vascoEssex, ao porto belgapixbet e vascoAntuérpia, Berlim, e finalmente a Luxemburgo — e a uma tocaiapixbet e vascotrês dias na porta do centropixbet e vascorecepçãopixbet e vascomigrantes do país.
O homem agora à nossa frente —pixbet e vascoolhos apertados, com os ombros e mãos erguidos meio que num encolherpixbet e vascoombros — era, tínhamos a certeza, o contrabandista que havia sido pago para organizar a perigosa travessiapixbet e vascoSara e dapixbet e vascofamília para a Inglaterra.
Esta é a históriapixbet e vascocomo o localizamos.
"Juro que não sou eu", declarou repetidamente o contrabandista, recuandopixbet e vascodireção a uma estaçãopixbet e vascobonde próxima, ao lado do Tribunalpixbet e vascoJustiça Europeupixbet e vascoLuxemburgo.
Mas já tínhamos visto seu passaporte iraquiano e uma carteirapixbet e vascoidentidade italiana. Pouco depoispixbet e vascocomeçarmos a confrontá-lo, uma última peça do quebra-cabeça se encaixou, quando o telefone que estava dentro do bolso dele começou a tocar.
A princípio, ele ignorou, mas quando finalmente tirou o celular do bolso, e vimos o númeropixbet e vascotelefone da ligação recebida na tela, tivemos a prova conclusivapixbet e vascoque ele era culpado.
Por que? Porque fomos nós que ligamos para ele.
Nas semanas anteriores, um membro da nossa equipe da BBC havia se passado por um migrante que pretendia atravessar o Canal da Mancha para Inglaterra. Depoispixbet e vascoentrarpixbet e vascocontato com vários supostos intermediários que trabalhavam na rede mais ampla do contrabandista, nosso colega, "Mahmoud", foi finalmente colocadopixbet e vascocontato direto com ele.
Havíamos gravado secretamente várias conversas telefônicas com o contrabandista — falando com ele no mesmo telefone que ele agora segurava na mão. Nessas ligações, ele havia confirmadopixbet e vascoidentidade, e nos disse que ainda trabalhava no mercadopixbet e vascocontrabando.
Por uma taxa, ele disse que poderia nos oferecer "uma viagem tranquila" com "seguranças extras, todos portando armas" no próximo barcopixbet e vascopequeno porte que saísse do norte da França. O custo erapixbet e vasco1,5 mil euros (cercapixbet e vascoR$ 8,8 mil) por pessoa.
Enquanto estávamos diante dele agora, podíamos ver claramente o nosso númeropixbet e vascotelefone na tela do celular.
Havíamos encontrado o nosso homem.
A nossa investigação foi motivada pela experiênciapixbet e vascoassistir a um incidente desesperador que aconteceu na costa francesapixbet e vasco23pixbet e vascoabril.
Estávamos aguardando, à noite,pixbet e vascouma praia perto da cidade turísticapixbet e vascoWimereux — sabíamos que aquele era um dos locais preferidospixbet e vascoembarque.
Havíamos filmado um grupopixbet e vascopoliciais franceses que tentava interceptar um barco, colidindo violentamente com dois grupospixbet e vascocontrabandistas e seus passageiros.
A polícia não conseguiu impedi-lospixbet e vascoembarcar, e assistimos ao caos enquanto os dois grupos separadospixbet e vascopassageiros brigavam por espaço no barco inflável perigosamente superlotado. Os contrabandistas costumam levar maispixbet e vasco60 pessoas nesses barcos, mas este tinha maispixbet e vasco100.
Uma garotinhapixbet e vascojaqueta rosa — mais tarde identificada como Sara — ficou brevemente visível nos ombros do pai.
Minutos depois, a poucas dezenaspixbet e vascometros da costa, ela e outras quatro pessoas estavam mortas.
Alguns sobreviventes e os corpos dos mortos foram levadospixbet e vascovolta à costa por equipespixbet e vascoresgate francesas — mas o barco, com dezenaspixbet e vascopessoas ainda a bordo, acabou seguindo para a Inglaterra.
Foi o segundo incidente fatal do ano com um bote pertopixbet e vascoWimereux. Já havíamos noticiado ambos.
Nos dias que se seguiram, encontramos a famíliapixbet e vascoSara e conversamos com o pai dela, Ahmed, sobre o luto, sobre a culpa que ele e a esposa sentiam por terem colocado os filhospixbet e vascorisco, e sobre o medo da deportação iminente da Europa, o que motivoupixbet e vascodecisãopixbet e vascotentar a travessia para o Reino Unido.
Após fugir do Iraque, 14 anos atrás, a solicitaçãopixbet e vascoasilopixbet e vascoAhmed na Bélgica havia sido negada repetidamente, sob o argumentopixbet e vascoquepixbet e vascocidade natal, Basra, era agora classificada como uma área segura. Recentemente, ele foi avisadopixbet e vascoque poderia ser deportado da Bélgicapixbet e vascopoucos dias. Seus filhos — todos nascidos na Europa — cresceram vivendo com parentes na Suécia, mas também tinham acabadopixbet e vascoreceber a ordem final para deixar o país.
Só que queríamos ir mais fundo, encontrar os grupos criminosos específicos que eram responsáveis por aquele barco, e entender como se encaixavam dentropixbet e vascouma rede maior e lucrativa que continuava a direcionar dezenaspixbet e vascomilharespixbet e vascomigrantes para uma pequena faixa da costa francesa.
No dia 18pixbet e vascojunho, 15 barcospixbet e vascopequeno porte transportaram 882 pessoas pelo Canal da Mancha — um recorde para um único diapixbet e vasco2024, o que contribuiu para aumentar o número total que chegou ao Reino Unido até agora neste ano, superior a 12 mil.
Após a mortepixbet e vascoSara, a polícia britânica logo anunciou que havia detido dois supostos contrabandistas, que estão aguardando agora a extradição para a França. Mas eles eram jovens que supostamente estavam trabalhando no barco. Não os chefes todo poderosos que estão no comando nos bastidores.
Decidimos encontrar e conversar com o maior número possívelpixbet e vascosobreviventes daquela noitepixbet e vascoabril, nos reunindo com alguns nos acampamentos informaispixbet e vascomigrantes ou nos albergues para solicitantespixbet e vascoasilo perto da costa na França. A maioria pediu que não divulgássemos seus nomes, até porque alguns planejavam fazer novas tentativaspixbet e vascoatravessar o Canal da Mancha.
Um rapaz kuwaitiano, que esteve ao ladopixbet e vascoSara quando ela morreu e telefonou para a polícia francesa para pedir ajuda, conseguiu chegar ao Reino Unido algumas semanas depois. Nós o localizamospixbet e vascoEssex.
Muitas das dezenaspixbet e vascopessoas que embarcaram no barco com Sara epixbet e vascofamília não sabiam nada sobre os responsáveis pela operação. Elas haviam conversado apenas com agenciadores relativamente novos, que muitas vezes podem ser encontrados fora das estaçõespixbet e vascotrempixbet e vascoCalais ou Boulogne,pixbet e vascobuscapixbet e vascoclientespixbet e vascopotencial.
Depoispixbet e vascoacordado o preço — e raramente havia muita negociação —, a maioria das pessoas depositava o dinheiro eletronicamente junto a intermediários. Elas nos contaram que geralmente eram comerciantespixbet e vascoconfiança, às vezes operandopixbet e vascobarbearias ou supermercados,pixbet e vascolugares como Turquia, Paris ou Londres. Os intermediários repassariam então o dinheiro para a ganguepixbet e vascocontrabandistas imediatamente após a travessia bem-sucedida.
Mas três pessoas — incluindo duas que estavam no mesmo barco que Sara — nos disseram que o grupopixbet e vascocontrabandistas com quem haviam negociado operava no portopixbet e vascoAntuérpia, cidade belga conhecida pelas redes criminosas e pelo comércio ilegalpixbet e vascodrogas. Eles também informaram que a gangue era liderada por um homem apelidadopixbet e vascoJabal — "A Montanha",pixbet e vascoárabe. Dois deles conheceram Jabal pessoalmente. Um havia falado com ele por telefone.
As pistas também nos levaram mais a leste, até Berlim, onde outra fonte confirmou a identidadepixbet e vascoJabal, e nos disse que ele havia prometido uma segunda tentativapixbet e vascotravessia, depois que a primeira deu errado.
Todas as nossas fontes, a esta altura, estavam nos dizendo que "A Montanha" estava na Bélgica, provavelmentepixbet e vascoAntuérpia.
Chegamos a Antuérpiapixbet e vascomaio, e começamos a elaborar um plano para localizar e confrontar "A Montanha". Um dos seus clientes anteriores havia compartilhado uma foto, e outra fonte havia nos fornecido uma cópia do seu passaporte iraquiano epixbet e vascouma carteirapixbet e vascoidentidade europeia que parecia ter sido emitidapixbet e vasco2021,pixbet e vascouma remota cidade montanhosa italiana, onde estãopixbet e vascoandamento investigações sobre o crime organizado.
Descobrimos que o verdadeiro nomepixbet e vasco"A Montanha" era Rebwar Abas Zangana, um curdo do norte do Iraque. Solteiro. Aparentemente um muçulmano devoto. Ele próprio um migrante — com um statuspixbet e vascoimigração pouco claro — que teria morado recentementepixbet e vascoCalais, Bruxelas e Antuérpia. Nos disseram que ele trabalhava com dois sócios, e que poderia haver uma pessoa acima deles no Iraque.
Mahmoud — nosso colega que fala árabe e estava se passando por um migrante à procurapixbet e vascouma rota para o Reino Unido — encontrou um intermediáriopixbet e vascouma barbeariapixbet e vascoAntuérpia, que confirmou que conhecia "A Montanha", e que providenciaria para que ele nos telefonasse.
Esperamos quase duas semanas por aquela ligação, até que, finalmente, tarde da noite, nosso telefone tocou.
"Olá. Então você quer ir para a Grã-Bretanha? De quantos lugares (no barco) você precisa? Você está pronto?"
"A Montanha" falou usando frases curtas e concisas. Neste telefonema, epixbet e vascoduas conversas telefônicas subsequentes, ele confirmou que ainda estavapixbet e vascoatividade, nos assegurando que a travessia do Canal da Mancha era "uma missão segura", e que havia aperfeiçoado suas táticas desde a mortepixbet e vascoSara.
"Quantospixbet e vascovocês estão prontos?", ele perguntou, acrescentando que o tempopixbet e vascoCalais não estava bom o suficiente para uma travessia no dia seguinte.
Mas horas depois daquela primeira ligação para nós, soubemos por uma fonte que "A Montanha" havia deixado recentemente Antuérpia às pressas. O subentendido era que ele temia ser preso por seu papel nas cinco mortespixbet e vascoabril. Ele estava fugindo.
Nossa fonte compartilhou então uma capturapixbet e vascotela do telefonepixbet e vasco"A Montanha". A imagem mostrava uma grande tenda branca com fileiraspixbet e vascocamas pretas, o tipopixbet e vascocoisa que você veriapixbet e vascoum acampamentopixbet e vascorefugiados. Quando procuramos imagens semelhantes na internet, logo encontramos uma única imagem correspondente e muito parecida,pixbet e vascoum artigopixbet e vasco2022 sobre um novo centro oficialpixbet e vascorecepçãopixbet e vascorefugiados e migrantespixbet e vascoLuxemburgo.
Dirigimos imediatamente até lá.
Luxemburgo é um país pequeno. Seu principal centropixbet e vascorecepçãopixbet e vascorefugiados e migrantes está localizado no moderno centro administrativo da capital. Por que será que "A Montanha" viria aqui? Talvez ele simplesmente esperasse ficar na encolha por um tempo ou solicitar asilo com um novo nome.
Mas como ter certezapixbet e vascoque ele sequer estava aqui? Não podíamos simplesmente vagar por ali. O complexo era fechado ao públicopixbet e vascogeral, com um único pontopixbet e vascoentrada/saída vigiado por pelo menos quatro agentespixbet e vascosegurança privados.
Naquela primeira noitepixbet e vascoLuxemburgo, nosso colega, novamente se passando por um migrante chamado Mahmoud, conseguiu falar com "A Montanha" por telefone. Em uma ação coordenada, outro colega da BBC dirigiu ao mesmo tempo pela periferia do complexo, tocando a buzina do carropixbet e vascointervalos regulares. Ouvindo a conversa, conseguimos escutar claramente o som da buzina pelo telefone do contrabandista. "A Montanha" estava aqui.
Mas como atraí-lo sem levantar suspeitas? Se ele fugisse novamente, e nós o perdêssemos, estaríamospixbet e vascovolta à estaca zero.
A única opção era montar tocaia.
E assim, durante três dias, a nossa equipe ficoupixbet e vascovigia, monitorando a entrada do complexo e observandopixbet e vascoum ponto mais elevado com vista para o centro, o que nos oferecia uma visãopixbet e vascodentro.
Finalmente, pouco antes das 15h do terceiro dia, avistamos "A Motanha" saindo com um grupopixbet e vascooutros migrantes. Ele virou à esquerda,pixbet e vascodireção à estaçãopixbet e vascobonde. Começamos a correr.
"Não sou eu, irmão. Não seipixbet e vasconada. Qual é o seu problema?", ele disse, quando o alcançamos.
Ele parecia ansioso, mas manteve o tompixbet e vascovoz baixo e não partiu para o confronto, enquanto recuavapixbet e vascodireção à estaçãopixbet e vascobonde.
Peguei uma fotopixbet e vascoSara, e perguntei se ele era o culpado pela morte da meninapixbet e vascosete anos. Ele balançou a cabeça novamente, negando.
Ligamos então para o númeropixbet e vascotelefone dele. Ele poderia ter ignorado a chamada. Poderia ter esperadopixbet e vascosilêncio até o bonde chegar. Mas quando pedimos que ele atendesse o telefone, e nos mostrasse, ele pareceu momentaneamente confuso, e fez o que pedimos.
Chegando mais perto, vimos a tela e identificamos o númeropixbet e vascotelefone que vínhamos usando para ligar para ele há dias para organizar a travessiapixbet e vascobarco até o Reino Unido.
Não poderia haver dúvidas sobrepixbet e vascoidentidade.
Após confrontá-lo, comunicamos a polícia francesa — que está liderando a investigação sobre as mortespixbet e vascoabril — sobre as nossas descobertas. Eles disseram que não fariam comentários neste momento.
O Reino Unido está gastando meio bilhãopixbet e vascolibras ao longopixbet e vascotrês anos para apoiar os esforços da polícia francesa para protegerpixbet e vascocosta e para rastrear e desmantelar as redespixbet e vascocontrabandopixbet e vascopessoaspixbet e vascotoda a Europa.
Mas a políciapixbet e vascofronteira francesa nos disse que estava profundamente alarmada com a crescente violência dos contrabandistas, e — embora aleguem algum sucesso na prisãopixbet e vascolíderespixbet e vascogangues — autoridades franceses sugeriram reservadamente que uma solução a longo prazo vai dependerpixbet e vascoo Reino Unido mudar suas próprias políticaspixbet e vascoimigração e trabalho.
Hoje, a família sobreviventepixbet e vascoSara — seu pai, Ahmed,pixbet e vascomãe, Nour,pixbet e vascoirmã Rahaf,pixbet e vasco12 anos, e seu irmão Hussam,pixbet e vasconove — estão alojadospixbet e vascoum albergue temporário para migrantespixbet e vascoum pequeno vilarejo nos arredorespixbet e vascoLille, no nortepixbet e vascoFrança. As crianças não têm acesso à escola, e não têm direito a permanecer na França além do outono.
"[Eu quero] uma vida normal, como todo mundo. Estou perdendo muita coisa. Quero estudar na Inglaterra porque tenho uma prima lá. Ela tem a minha idade. Sinto falta… dos meus amigos", diz Rahaf, antespixbet e vascocomeçar a chorar.
Ahmed estápixbet e vascocontato com a polícia francesa, que mostrou a ele fotospixbet e vascovários supostos contrabandistas como parte dapixbet e vascoprópria investigação sobre as mortes. Ele afirmou no passado que contratar um contrabandista erapixbet e vascoúnica opção. Seja isso verdade ou não, ele diz que aprendeu uma lição difícil.
"Essas pessoas são gananciosas. Eles se preocupam apenas com dinheiro. Espero que eles respondam perante a Justiça. Todos eles", afirma Ahmed.
"A morte da minha filha não deve serpixbet e vascovão."
Reportagem adicional: Feras Kawaf e Kathy Long.
Trabalho adicionalpixbet e vascoprodução/câmera: Paul Pradier, Marianne Baisnee, Riam El Dilati, Mohanad Hashim, Bruno Boelpaep, Xavier Vanpevenaege, Pol Reygaerts, Maarten Willems e Lea Guedj.