Cinco anos depois, investigações sobre 'Dia do Fogo' são arquivadas e ninguém é responsabilizado:pixbet times patrocinados

"As investigações não lograram êxitopixbet times patrocinadosobter elementospixbet times patrocinadosconvicção para a propositurapixbet times patrocinadosdenúncia pelo MPF", disse um trecho da nota enviada pelo MPF-PA.

Os inquéritos, segundo o MPF-PA, foram arquivadospixbet times patrocinadosfevereiro epixbet times patrocinadosjunho deste ano, mas a informação só foi revelada agora.

A Polícia Federal (PF), porpixbet times patrocinadosvez, afirmou que abriu um inquérito policial para investigar ocorrências na cidadepixbet times patrocinadosNovo Progresso, mas esse acabou arquivado.

"A principal hipótese investigada apontava para a participaçãopixbet times patrocinadosum grupo composto por sindicalistas, produtores rurais, comerciantes e grileiros, que teriam agidopixbet times patrocinadosforma coordenada. Durante o curso do inquérito, foram cumpridas medidaspixbet times patrocinadosbusca e apreensão, mas o Relatório Final não confirmou a hipótese inicialmente aventada e sugeriu o arquivamento do procedimento", afirmou a PF.

A BBC News Brasil também procurou o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e a Polícia Civil do Pará (que também abriu uma investigação sobre o episódio).

O MJSP pediu que as questões sobre o caso fossem enviadas à PF. A Polícia Civil do Pará não respondeu.

Ambientalistas avaliam que a faltapixbet times patrocinadosresponsabilização pelo Dia do Fogopixbet times patrocinados2019 fortalece a sensaçãopixbet times patrocinadosimpunidadepixbet times patrocinadosrelação a crimes ambientais no Brasil.

Queimadaspixbet times patrocinadossequência

O "Dia do Fogo" é como ficou conhecido uma sériepixbet times patrocinadosincêndios florestaispixbet times patrocinadosNovo Progresso, no sudoeste do Pará, entre os dias 10 e 11pixbet times patrocinadosagostopixbet times patrocinados2019.

À época, houve a suspeitapixbet times patrocinadosque os incêndios foram combinados por fazendeiros do oeste e sul do Pará como formapixbet times patrocinadosdemonstrar apoio ao então presidente Jair Bolsonaro (PL). Naquele momento, o governo vinha sofrendo pressões domésticas e internacionais pelo aumento no númeropixbet times patrocinadosincêndios na Amazônia.

As suspeitaspixbet times patrocinadosque as queimadaspixbet times patrocinadosmunicípios como Novo Progresso haviam sido combinadas surgiram após um veículo jornalístico da cidade publicar uma reportagem informando que empresários e fazendeiros da região haviam combinado os incêndios por meiopixbet times patrocinadosum grupopixbet times patrocinadosWhatsApp.

As suspeitas ganharam corpopixbet times patrocinadosfunção do aumento significativopixbet times patrocinadosincêndios no Estadopixbet times patrocinadosagosto daquele ano.

Naquele mês, segundo dados do Instituto Nacionalpixbet times patrocinadosPesquisas Espaciais (Inpe), o Pará registrou 10.185 incêndios. No mesmo mês do ano anterior, o número foipixbet times patrocinados2.782, um crescimentopixbet times patrocinados290%.

Queimadas são normalmente utilizadas por fazendeiros e grileirospixbet times patrocinadosregiões como a Amazônia com o objetivopixbet times patrocinadosremover a vegetação nativa e abrir espaço para a plantaçãopixbet times patrocinadospasto para a pecuária.

Nem toda queimada é ilegal, mas para que seja considerada regular, é preciso uma autorização do órgão ambiental local.

Cinco anos e nenhum indiciado

A repercussão negativa do episódio fez com que a Polícia Federal e o Ministério Público Federal no Pará (MPF-PA) abrissem dois inquéritos para investigar o caso.

Em outubropixbet times patrocinados2019, a PF deflagrou a operação "Pactopixbet times patrocinadosFogo" e cumpriu quatro mandadospixbet times patrocinadosbusca e apreensãopixbet times patrocinadosendereçospixbet times patrocinadosempresários e fazendeirospixbet times patrocinadosNovo Progresso. Ninguém foi preso na ocasião.

Os policiais apreenderam notebooks, telefones celulares, HDs e anotações que foram alvopixbet times patrocinadosperícia.

À época, o delegado responsável pelo caso, Sérgio Pimenta, declarou à revista Globo Rural que haveria indíciospixbet times patrocinadosque o "Dia do Fogo" havia sido,pixbet times patrocinadosfato, combinado via WhatsApp.

"A Polícia Federal ouviu oito pessoas que confirmaram os episódios do “Dia do Fogo”, disse o delegado, segundo a revista.

Aindapixbet times patrocinadosacordo com o delegado, os incêndios teriam sido combinadospixbet times patrocinadostrês grupospixbet times patrocinadosWhatsApp e os administradores deles excluíam integrantes que não fossem considerados confiáveis.

Apesar dos indícios, nenhum dos empresários e fazendeiros inicialmente investigados chegou a ser indiciado.

Entre eles, está o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Ruraispixbet times patrocinadosNovo Progresso, Agamenon Menezes.

Ele chegou a ser alvopixbet times patrocinadosmandadopixbet times patrocinadosbusca e apreensão e prestou depoimento à Polícia Federal. Ele teria sido apontado como um dos integrantes dos grupospixbet times patrocinadosWhatsApp onde o "Dia do Fogo" teria sido organizado.

À BBC News Brasil, Menezes classificou a polêmicapixbet times patrocinadostorno do "Dia do Fogo" como uma farsa.

"Nunca existiu esse Dia do Fogo. O que houve foi uma mensagempixbet times patrocinadosWhatsApp que colocaram na rede e pegaram isso para fazer um escândalo. Isso tudo foi uma farsa. Houve fogo, sim, mas isso é coisa natural que sempre tem todo ano. Neste ano, aliás, está pior do que antes", disse Menezespixbet times patrocinadosentrevista nesta terça (27).

Liderançapixbet times patrocinadosqueimadas e impunidade

Ambientalistas ouvidas pela BBC News Brasil avaliam que o arquivamento das investigações e o fatopixbet times patrocinadosninguém ter sido punido pelo “Dia do Fogo”pixbet times patrocinados2019 aumentam a sensaçãopixbet times patrocinadosimpunidadepixbet times patrocinadosrelação a crimes ambientais.

“Há um cenáriopixbet times patrocinadosimpunidade e uma sensaçãopixbet times patrocinadosque o crime ambiental compensa”, disse à BBC News Brasil a porta-vozpixbet times patrocinadosFlorestas do Greenpeace Brasil, Thais Banwart.

Banwart disse que o Greenpeace Brasil realizou um estudo com dados ambientais e financeiros públicos e constatou que houve um crescimento da área destinada à agropecuária na região onde ocorreu o “Dia do Fogo”.

Segundo ela, propriedades onde foram constatadas queimadas naquele período chegaram a acessar financiamentos públicos com taxas subsidiadas.

“Ou seja: o proprietário faz a queimada, não é responsabilizado nas esferas civil e criminal e ainda consegue acesso a crédito rural a taxas mais baixas que aspixbet times patrocinadosmercado”, disse a porta-voz.

Dados do Instituto Nacionalpixbet times patrocinadosPesquisas Espaciais (Inpe) coletados pela BBC News Brasil apontam que mesmo após a repercussão negativa do “Dia do Fogo” cinco anos atrás, a região continua a liderar o rankingpixbet times patrocinadosincêndios florestaispixbet times patrocinadostodo o Brasil.

De acordo com o Programa Queimadas, do Inpe, Novo Progresso é o quarto município com o maior númeropixbet times patrocinadosqueimadas detectadas neste ano, com 2.292, perdendo apenas para Corumbá (MS), com 4.243; Apuí (AM), com 3.401; e Lábrea (AM), com 2.464.

Para a ex-presidente do Instituto Brasileiropixbet times patrocinadosMeio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e atual coordenadorapixbet times patrocinadosPolíticas Públicas da organização não-governamental Observatório do Clima, Suely Araújo, o desfecho das investigações no Pará pode impulsionar o crime ambiental.

“Essa não responsabilização sobre o que aconteceu no Dia do Fogo, que foi orquestração criminosa, é muito ruim e acaba impulsionando a possibilidadepixbet times patrocinadosnovas ocorrências similares. Isso, inclusive, já pode estar acontecendo”, disse Araújo.

Segundo ela, há uma ligação direta entre a impunidade e o fatopixbet times patrocinadosNovo Progresso, palco do "Dia do Fogo", continuar entre os líderes no númeropixbet times patrocinadosqueimadas no Brasil.

"A impunidade sempre tem relação com a continuidade das infrações ambientais, e o Brasil tem dificuldadepixbet times patrocinadosimpor essa responsabilização”, afirmou Araújo.