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'Fiquei presa por 35 horas no escuro,bonus 20betbolsãobonus 20betarbonus 20betbarco afundando':bonus 20bet
No total, 11 pessoas morreram ou ainda estão desaparecidas, incluindo dois britânicos, Jenny Cawson e Tarig Sinada.
Na época, as autoridades egípcias atribuíram a tragédia a uma onda enormebonus 20betaté 4 metros, mas a BBC conversou com 11 sobreviventes do Sea Story que lançaram dúvidas sobre a alegação.
Isso foi reforçado por um conceituado oceanógrafo, que afirmou à reportagem que os dados meteorológicos do momento do naufrágio sugerem que uma onda não poderia ter sido responsável pelo incidente, e que uma combinaçãobonus 20beterros da tripulação e falhas no barco foi a causa provável.
Alémbonus 20betdescrever o terrorbonus 20betterem ficado presosbonus 20betum barco que afundava rapidamente, os sobreviventes acusaram a empresa que administrava a embarcação, a Dive Pro Liveaboard,bonus 20betvárias falhasbonus 20betsegurança.
Também disseram que as autoridades egípcias demoraram para reagir, algo que pode ter custado vidas.
A BBC enviou perguntas à Dive Pro Liveaboard, com sedebonus 20betHurghada, e ao governo egípcio, mas não recebeu resposta.
Esta é a históriabonus 20betcomo o Sea Story afundou, contada pela primeira vez por aqueles que conseguiram sair com vida do naufrágio.
O barcobonus 20betmergulhobonus 20betluxo partiubonus 20betPorto Ghalib, na costa do Mar Vermelho, no Egito,bonus 20bet24bonus 20betnovembro. A bordo estavam 31 turistas internacionais — a maioria mergulhadores experientes — e três guiasbonus 20betmergulho, assim como 12 tripulantes egípcios.
Era uma viagembonus 20betseis dias, sendo seu primeiro destino o recifebonus 20betSataya, um popular pontobonus 20betmergulho.
Assim como muitos dos que estavam a bordo, as primeiras impressõesbonus 20betLucianna sobre o Sea Story foram positivas.
"Parecia um barco muito bom, bem grande, bastante limpo", diz ela, que conversou com a reportagembonus 20betsua casa na Bélgica.
No último minuto, a empresa havia transferido Lucianna e outros passageirosbonus 20betoutro barco, que tinha centenasbonus 20betboas avaliações online, para o Sea Story. Vários foram informados que estavam recebendo um "upgrade", mas alguns ficaram frustrados porque não iriam para o destino que haviam reservado.
As condições naquela noite eram bastante adversas, embora os sobreviventes com quem conversamos, incluindo marinheiros experientes, digam que o barco parecia mais instável do que eles esperavam.
Em um determinado momento, algumas horas antesbonus 20betvirar, um pequeno barco inflável escorregou da popa (parte traseira) do Sea Story. Um passageiro filmou enquanto a tripulação lutava para trazê-lobonus 20betvolta — o oceanógrafo com quem a BBC conversou disse que o vídeo mostra condições que não eram incomuns, e consistentes com ondasbonus 20bet1,5 metro.
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"Olhando para as ondas, o tempo não estava terrível", diz Sarah Martin, médica do NHS, serviço públicobonus 20betsaúde britânico, que estava no barco.
Segundo ela, entretanto, "os móveis estavam deslizando pelo convés — perguntamos à tripulação se isso era normal, e eles simplesmente derambonus 20betombros, então não percebemos o perigo que estávamos correndo".
"Não dormi naquela noite porque o barco estava balançando muito", relata Hissora Gonzalez, uma mergulhadora da Espanha, cuja cabine ficava no convés inferior.
Ela conta como o barco balançou bruscamente várias vezes até que, pouco antes das 3h da manhã, viroubonus 20betlado com um forte estrondo, seguido por um silêncio quando os motores pararam — e pela escuridão total.
Gritos vindosbonus 20betoutras cabines logo puderam ser ouvidos, enquanto as pessoas eram jogadasbonus 20betsuas camas.
Pertences estavam espalhados, bloqueando saídas e dificultando a fuga. Uma sobrevivente — que estava dormindo do ladobonus 20betfora no convés — afirmou ter ficado presa sob móveis pesados que se moviam conforme o barco balançava.
"Não conseguíamos ver nada. Eu não sabia se estava andando no chão, no teto, na lateral", diz Hissora.
Desorientada, ela começou a procurar coletes salva-vidas. Antesbonus 20betconseguir encontrar um, seu amigo Cristhian Cercos gritou para ela correr, um aviso que pode ter-lhe salvado a vida.
A cabine deles ficava a estibordo (direita) do barco, o lado que bateu no mar. Quase todos os mortos ou desaparecidos estavambonus 20betcabines naquele lado do barco.
"Eu conseguia ouvir a água entrando, mas não conseguia ver", ela conta.
A porta da cabine deles agora estava no teto — ela só escapou porque Cristhian conseguiu, na quinta tentativa, puxá-la para cima.
Do outro lado do corredorbonus 20betonde estava Hissora, também na escuridão total, estavam Sarah ebonus 20betcompanheirabonus 20betcabine, Natalia Sanchez Fuster, uma guiabonus 20betmergulho.
Elas não conseguiam encontrar a maçaneta da porta da cabine. Quando Sarah conseguiu ligar a lanterna do seu telefone, percebeu que "tudo estava a 90 graus — a porta estava no chão, e todas as nossas coisas a estavam bloqueando".
Depoisbonus 20betliberar a passagem, elas se juntaram a cercabonus 20betoutras 10 pessoas que se dirigiam para uma saídabonus 20betemergênciabonus 20betdireção à proa (frente) do barco.
Com o barco viradobonus 20betlado, o grupo teve que rastejar pela escadabonus 20betemergência por dois andares, passando pelo restaurante e pela salabonus 20betjantar no convés principal.
Era difícil encontrar o caminho, e parecia que o conteúdo dos armários da cozinha havia se espalhado pelo chão.
"Tivemos que escalar os batentes das portas e as vigas para sair", diz Sarah.
"O escuro desorientava a gente, e tudo estava muito escorregadio. Havia óleobonus 20betcozinha e ovos quebrados por toda parte."
Hissora, logo à frentebonus 20betSarah, conseguiu chegar ao convés superior. Ela podia ouvir as pessoas gritando atrás dela, mas não se virou.
"Eu estava com medobonus 20betolhar para trás e ver toda a água entrando", descreve.
A essa altura, o Sea Story estava afundando rapidamente. Aqueles que haviam chegado ao convés superior sabiam que teriam que pular na água — uma quedabonus 20bet2 a 3 metros.
"Fiquei paralisada porque Cristhian ficava me dizendo 'não pula', porque ele podia ver que alguém estava tentando liberar o bote salva-vidas", ela lembra.
Sarah estava atrásbonus 20betHissora — e desesperada para sair.
"Havia outros passageiros segurando na lateral, bloqueando a saída", diz ela.
"Estávamos gritando para eles saírem do caminho."
Com a água subindo rapidamente, Hissora, Sarah e uma dúziabonus 20betpessoas que haviam chegado ao convés superior pularam na água. Elas sabiam que o perigo ainda não havia acabado.
"Se o barco estava afundando, precisávamos nos afastar para que ele não nos puxasse para baixo com ele", explica Sarah.
Natalia, que também pulou, nadou ao redor do barco — ela ouviu pessoas gritandobonus 20betdentro das cabines e tentou usar detritos flutuantes para quebrar as janelas, mas não conseguiu.
Sarah e Natalia estavam entre os poucos passageiros que pegaram um colete salva-vidas antesbonus 20betescapar, mas Sarah diz que eles não estavam funcionando como deveriam.
"Percebemos que as luzes não estavam funcionando. Olhandobonus 20betretrospectiva, acho que não havia bateria."
Esta é apenas uma das várias falhasbonus 20betsegurança denunciadas pelas pessoas que entrevistamos.
No total, conversamos com sete dos sobreviventes que estavam no convés inferior. Todos eles contam uma história quase idêntica sobre o momentobonus 20betque o barco virou, mas nem todos escaparam da mesma forma.
Lucianna Galetta estavabonus 20betuma cabine na partebonus 20bettrás do convés inferior com seu companheiro, Christophe Lemmens. O casal demorou um pouco mais a perceber o perigo. O atraso lhes custou caro.
"Começamos a nos levantar e tentamos encontrar os coletes salva-vidas", relata Lucianna.
"Abrimos a porta, mas já havia água no corredor. Acho que entramosbonus 20betpânico quando pulamos e quase nos afogamos."
Sem conseguir chegar à saídabonus 20betemergência na frente do barco, Lucianna e Christophe acabarambonus 20betum bolsãobonus 20betar na salabonus 20betmáquinas na popa (parte traseira) da embarcação, que ainda estava fora da água.
Eles não sabiam onde estavam até que, algum tempo depois, um dos instrutoresbonus 20betmergulho, Youssef al-Faramawy, se juntou a eles no pequeno espaço.
Os três ficariam lá, sentadosbonus 20bettanquesbonus 20betcombustível, por cercabonus 20bet35 horas.
Do ladobonus 20betfora do barco, Sarah, Hissora e os outros que haviam pulado acabaram encontrando os dois botes salva-vidas, que haviam sido liberados após o naufrágio. Quando subiram a bordo, viram que o capitão do barco e vários outros membros da tripulação já estavam lá.
"Deve haver alguns suprimentos aqui", Sarah se lembrabonus 20betum dos outros passageiros dizendo.
Todas as pessoas com quem conversamos se recordambonus 20betuma instruçãobonus 20betsegurança que mencionava que os botes salva-vidas tinham comida e água — mas não tinham, conforme relatado à BBC.
"Encontramos uma lanterna, mas novamente não tinha bateria. Não tínhamos água nem comida", conta Sarah.
"Havia sinalizadores, mas eles já haviam sido usados."
Sarah também diz que dos três cobertores a bordo do bote, um deles o capitão pegou para uso próprio, deixando um para o resto da tripulação, e outro para os passageiros.
"Nós o rasgamos e nos amontoamos", recorda Sarah.
Os botes foram encontrados por embarcaçõesbonus 20betresgate por volta das 11h da manhãbonus 20bet25bonus 20betnovembro, cercabonus 20betoito horas após o naufrágio. Tanto eles quanto o barco haviam se deslocado para o leste.
Enquanto isso, a bordo do Sea Story, Lucianna ouviu o helicópterobonus 20betresgate, masbonus 20betprovação estava longebonus 20betterminar.
"Naquele momento, ficamos muito felizes, mas tivemos que esperar mais 27 horas", diz ela.
Apesarbonus 20beto barco ter sido localizado, as equipesbonus 20betresgate demoraram a chegar até eles.
"Não tínhamos comunicação com o exterior, nada. Ninguém tentou ver se havia alguém vivo lá dentro", afirma.
Ela conta que houve momentosbonus 20betque a escuridão e o desespero a dominaram.
"Eu estava tão pronta para morrer. Não achávamos que alguém viria."
Depoisbonus 20betvárias horas presos no bolsãobonus 20betar, o guiabonus 20betmergulho, Youssef, quis tentar nadar pelo barco, mas Lucianna e Christophe o convenceram a não fazer isso.
"Fica com a gente, porque eles vão vir buscar nossos corpos e vão nos encontrar", Lucianna se lembrabonus 20better dito a ele.
Finalmente, depoisbonus 20betquase um dia e meio presos no casco do Sea Story, uma luz apareceu na escuridão.
Um instrutorbonus 20betmergulho egípcio, Khattab al-Faramawi, que era tiobonus 20betYoussef, havia desbravado o naufrágio, mergulhando pelos corredores submersos à procurabonus 20betpessoas.
Ele retirou Youssef primeiro e, depoisbonus 20betmais uma horabonus 20betatraso devido a problemas com o equipamentobonus 20betrespiração, voltou para levar Lucianna e seu companheiro para um lugar seguro.
"Eu o abracei com tanta força", diz Lucianna.
"Estava muito, muito feliz."
No total, cinco pessoas que estavam a bordo do Sea Story foram resgatadas por mergulhadores, incluindo um suíço e um finlandês que sobreviverambonus 20betoutro bolsãobonus 20betar dentrobonus 20betsua cabine no convés inferior. Quatro corpos foram recuperados.
Mas Lucianna critica o fatobonus 20betque a Marinha egípcia teve que dependerbonus 20betvoluntários.
"Esperamos 35 horas. Não entendo como não há mergulhadores nos barcos militares egípcios."
Lucianna, Christophe e Youssef foram levados a bordobonus 20betuma embarcação naval antesbonus 20betretornarem à costa. Eles foram os últimos a serem resgatados. Pelo menos 11 pessoas morreram ou estão desaparecidas, presumidamente mortas.
Entre eles estão Jenny Cawson e Tarig Sinada, um casalbonus 20betDevon, na Inglaterra, que estavabonus 20betuma cabine no convés principal, no lado do barco que bateu na água.
"Não parece real", diz Andy Williamson, um amigo do casal.
"Continuamos esperando que eles entrem pela porta."
Um mês e meio após o naufrágio, as esperançasbonus 20betque isso aconteça praticamente desapareceram.
Os dois eram mergulhadores experientes que sempre pesquisavam cuidadosamente o históricobonus 20betsegurança dos barcos antes das viagens. Eles também foram transferidos para o Sea Story no último minuto, o que pode ter custado suas vidas.
A BBC conversou com sobreviventesbonus 20betquase todas as cabines da embarcaçãobonus 20betque alguém saiu com vida. Todos confirmaram que o barco afundou entre 2h e 3h.
No entanto,bonus 20betacordo com as autoridades locais, um sinalbonus 20betsocorro só foi recebido por volta das 5h30— um fator adicional que pode ter custado vidas.
Cinco sobreviventes também relataram que os móveis pesados do convés superior estavam soltos — e se moveram antes do naufrágio. A mulher que estava dormindo no convés acredita que todos se deslocaram para um lado quando o barco começou a virar, desestabilizando ainda mais o Sea Story.
A versão apresentada pelas autoridades egípcias logo após o ocorrido, noticiada por agênciasbonus 20betnotícias do mundo todo, foibonus 20betque uma onda enorme atingiu o barco. As experiênciasbonus 20betvários sobreviventes poucos minutos após o naufrágio lançam dúvidas sobre isso.
"Quando estávamos na água, as ondas não eram tão grandes a pontobonus 20betnão conseguirmos nadar", diz Sarah.
"Então ficamos nos perguntando por que o barco afundou."
Essas suspeitas são respaldadas por dados.
Simon Boxall é um renomado oceanógrafo da Universidadebonus 20betSouthampton, no Reino Unido. Ele analisou os dados meteorológicos do dia da tragédia, que mostram que as maiores ondas erambonus 20betcercabonus 20bet1,5 metro — ele afirma, portanto, que "não há como uma ondabonus 20bet4 metros ter ocorrido naquela região, naquele momento".
A Autoridade Meteorológica Egípcia havia alertado sobre ondas grandes no Mar Vermelho — e desaconselhado atividades marítimasbonus 20bet24 e 25bonus 20betnovembro. Mas,bonus 20betacordo com Boxall, "estas (ondas) estavam a maisbonus 20bet200 quilômetrosbonus 20betdistância ao nortebonus 20betonde o barco afundou".
Ele diz que isso deixa apenas duas opções: erro do piloto ou erro no design da embarcação — ou uma combinaçãobonus 20betambos.
O Conselhobonus 20betInvestigaçãobonus 20betAcidentes Marítimos do Reino Unido (MAIB, na siglabonus 20betinglês), quebonus 20betbreve vai divulgar um boletimbonus 20betsegurança sobre o naufrágio, alertou recentemente mergulhadores sobre problemasbonus 20betsegurança no Mar Vermelho após uma sériebonus 20betincidentes — pelo menos dois envolveram a mesma empresa, a Dive Pro Liveaboard.
A BBC enviou várias vezes todas as preocupaçõesbonus 20betsegurança levantadas nesta reportagem ao governo egípcio e à empresa Dive Pro Liveaboard. E ainda não recebeu respostabonus 20betnenhum dos dois.
Após a tragédia, as autoridades egípcias abriram imediatamente uma investigação sobre o naufrágio. A conclusão ainda não está disponível, mas para os amigosbonus 20betJenny e Tarig, não se trata apenasbonus 20betum barco.
"Infelizmente, tivemos que aprender sobre os perigosbonus 20betmergulhar no Egito nas circunstâncias mais trágicas", diz Andy Williamson.
"Não sei como vamos superar isso."
Lucianna quer entender exatamente o que deu errado.
"Temos sortebonus 20betestar vivos", diz ela.
"Mas há tanta gente que não voltou, e eu quero que suas famílias sejam capazesbonus 20betviver o luto."
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