3 questões-chave que explicam 'conflito interno armado' no Equador:saque novibet

A BBC Mundo (serviçosaque novibetespanhol da BBC) reúne, a seguir, três questões-chave que ajudam a entender a grave crisesaque novibetviolência e insegurança que o Equador atravessa atualmente.

1. “Fito” e o poder das gangues

A atual crisesaque novibetsegurança do Equador se agravou especialmente nos últimos três anos.

Em 2023, o país bateu um recorde históricosaque novibethomicídios com 7.878 mortes, das quais apenas 584 foram solucionadas.

O país se tornou um importante centro regionalsaque novibetarmazenamento, processamento e distribuiçãosaque novibetdrogas, o que fortaleceu as maissaque novibet20 quadrilhas criminosas que operam por ali.

Essas gangues, que têm seus principais centrossaque novibetcomando e operações nas prisões, estão ligadas aos grandes cartéissaque novibetdrogas do México e da Colômbia.

Alguns dos mais conhecidos são os Choneros, os Lobos, os Lagartos ou os Tiguerones. Esses grupos protagonizam episódiossaque novibetextrema violência, sejasaque novibetconflitos internos ou contra o governo, as instituições ou a sociedade no Equador.

Em agosto do ano passado, o candidato presidencial Fernando Villavicencio foi morto por assassinos contratados,saque novibetum crime que ainda não foi esclarecido, mas que muitos analistas associam à ascensão dessas gangues.

“Este e outros crimes visam condicionar o poder político e demonstrar que já há algum tempo,saque novibetgrande medida, as gangues estão no controle do país”, explicou o analista político equatoriano Andrés Chiriboga à BBC Mundo.

Além disso, graças aos lucros da vendasaque novibetdrogas, estes bandos se tornaram omnipresentes e os seus tentáculos se expandem não sósaque novibettoda a sociedade equatoriana, como também nas próprias instituições por meio da corrupção.

“Um fator importante é a penetração que eles têmsaque novibetmuitos espaços, não só entre a população, mas também na própria polícia, nas Forças Armadas”, explica o cientista político.

Só assim se explicam as fugas dos seus dirigentes, como asaque novibetAdolfo Macías, vulgo “Fito”, no fimsaque novibetsemana passado.

O chefesaque novibetLos Choneros cumpria penasaque novibet34 anos desde 2011 por crime organizado, tráficosaque novibetdrogas e homicídio quando desapareceu da prisão.

Enquanto "Fito" escapava, foram relatados graves motinssaque novibetpelo menos seis prisões no Equador, com relatossaque novibetque vários guardas foram feitos reféns pelos prisioneiros.

Durante esse período outro líder mafioso aproveitou para fugir: Fabricio Colón Pico, vulgo "El Savage", chefe do cartel Los Lobos.

Todos esses acontecimentos levaram o governo do presidente Daniel Noboa a decretar estadosaque novibetemergência por 60 dias.

2. A reação à presidênciasaque novibetNoboa

Daniel Noboa chegou ao podersaque novibet23saque novibetnovembro. Como está no cargo há apenas um mês e meio, não teve temposaque novibetcolocarsaque novibetprática os principais pontos do seu programasaque novibetgoverno.

Suas propostas mais relevantes, que lhe renderam o apoio majoritário dos equatorianos nas urnas, focam na economia e, sobretudo, na segurança.

Embora se apresentasse como um político moderado, longesaque novibetposições contundentes como assaque novibetNayib Bukelesaque novibetEl Salvador, formulou medidas destinadas a enfraquecer as quadrilhas criminosas.

Prometeu promover reformas profundas nas prisões, com um sistemasaque novibetsegmentação que permitiria isolar os presos mais violentos e perigosos.

Asaque novibetmais recente proposta, que tentou agilizar recentemente, envolve a instalaçãosaque novibetprisões flutuantessaque novibetbarcos para manter criminosos perigosos longe da costa e evitar que continuem a operar a partir da prisão.

Noboa também quer criminalizar o consumosaque novibetdrogassaque novibetpequena escala, criar um sistemasaque novibetjúri para crimes graves e investirsaque novibetavanços tecnológicos, como drones e radares, para neutralizar o crime organizado nas estradas e fronteiras.

Para dar impulso ao seu plano anticrime, o presidente manifestou na semana passada a intençãosaque novibetconvocar um referendo para legitimar a imposiçãosaque novibetmedidassaque novibetsegurança mais rigorosas.

Para muitos analistas, as intenções e propostassaque novibetNoboa são um importante gatilho para a resposta das gangues.

“As máfias ligadas ao tráficosaque novibetdrogas reagiram para mostrar que são capazessaque novibetsitiar a democracia”, afirma Chiriboga.

O cientista político acredita que o recente decreto do estadosaque novibetemergência – aplicado pelo presidente após a fugasaque novibet“Fito” e os motins subsequentes – também contribuiu para agitar a resposta das gangues com a tomada do canalsaque novibettelevisão.

“Seu decreto parece ter encorajado a guerra que os grupos mafiosos estão desencadeando”, diz ele.

E argumenta que “Noboa deu uma resposta sem grandes inovações, muito na linha dos ex-presidentes Guillermo Lasso e Lenín Moreno, tentando mostrar força; e a reação desses grupos tem sido: 'espera um pouco, quem manda somos nós e vamos mostrar para vocês'".

3. Controle do mercadosaque novibetdrogas

O Departamentosaque novibetEstado dos EUA estimousaque novibet2019 que um terço da cocaína da Colômbia passa pelo Equador antessaque novibetseguir para a América do Norte e a Europa.

Nos últimos anos, foi reforçado o papel do país que faz fronteira com a Colômbia e o Peru (ambos importantes produtores) no mercado internacional da droga.

Essa mudançasaque novibetparadigma pode ser percebida também com uma análise do maior númerosaque novibetentorpecentes apreendidos, na descoberta cada vez mais comumsaque novibetlaboratórios e, sobretudo, no aumento exponencial da violência.

As gangues criminosas cada vez mais fortes, entre elas os Lobos, os Choneros ou os Tiguerones, têm fortes ligações com os cartéis do tráficosaque novibetdrogas.

Os grupos criminosos equatorianos operam tradicionalmentesaque novibetforma fragmentada, atuando fundamentalmente como subcontratantessaque novibetorganizações criminosas estrangeiras, conforme definido pelo portal especializado InsightCrime.

Após a desmobilização das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc)saque novibetdecorrênciasaque novibetum acordosaque novibetpaz com o Estado colombiano, o Equador adquiriu mais destaque no mercado internacionalsaque novibetdrogas.

Grupos dissidentes das Farc e outras organizações ligadas ao tráficosaque novibetdrogas lideraram uma descentralização das cadeiassaque novibetprodução e distribuiçãosaque novibetcocaína que trouxeram grupos mafiosos do Equador para o negócio.

Estes grupos, que operam especialmente na fronteira com o Equador, nos departamentos colombianossaque novibetNariño e Putumayo, estão aliados a cartéis mexicanos e outras organizações europeias, principalmente dos Balcãs Ocidentais, que chegam à região.

Assim, a participaçãosaque novibetmúltiplas organizações criminosassaque novibetvários países cria uma espéciesaque novibetdisputa territorial e um aumento da violência no Equador, segundo especialistas.

Entre essas organizações, destacam-se também dois cartéis mexicanos: o cartelsaque novibetSinaloa, que acredita-se ter começado a operar no Equador por voltasaque novibet2003 com o enviosaque novibetemissários esaque novibetperfil discreto, e o Cartel da Nova Geraçãosaque novibetJalisco (CJNG).

Os Choneros cooperaram historicamente com o cartelsaque novibetSinaloa, enquanto os Lobos, os Lagartos e os Tiguerones se aliaram ao CJNG.