Como eventual vitóriapoker online pokerTrump impactaria Brasil:poker online poker

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Legenda da foto, Trump recebeu camisa do Brasil com seu nomepoker online pokervisitapoker online pokerBolsonaro aos EUApoker online poker2019

O vencedor das eleições americanas só será definidopoker online pokernovembro, mas pesquisas indicam que Trump estápoker online pokervantagempoker online pokerrelação ao presidente Joe Biden, que busca a reeleição.

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Números recentes do agregadorpoker online pokerpesquisas fivethirtyeight colocam Trump com 42,3%, na frentepoker online pokerBiden, com 40,3%, e do candidato independente Robert Kennedy Jr., com 9%.

Analistas políticos ainda estão divididos sobre qual impacto as notícias desta semana terão na campanha dos candidatospoker online pokeragorapoker online pokerdiante.

No Brasil, analistaspoker online pokerrelações exteriores também estão atentos. Uma mudançapoker online pokerpoder na Casa Branca tem potencial para alterar a relação entre Brasil e Estados Unidos — uma das mais importantes da diplomacia brasileira.

A BBC News Brasil conversou com especialistas para entender o impacto que uma possível vitóriapoker online pokerTrump teria no Brasilpoker online pokerquatro campos – na disputa ideológica na região, na economia, no meio ambiente e na política externa.

1) Disputa ideológica

Uma vitória colocaria Brasil e EUApoker online pokerposições ideológicas muito distantes.

Lula é um políticopoker online pokeresquerda que defende grandes gastos e presença do governo e possui uma pauta progressistapoker online pokerrelação ao meio ambiente e direitos humanos. Trump representa a direita e defende reduçãopoker online pokerimpostos, redução do tamanho do Estado na economia e tem uma pauta conservadorapoker online pokercostumes.

Além disso, Trump é próximopoker online pokerpolíticos que se opõem a Lula. Em 2018, antes da eleição brasileira, Trump apoiou Jair Bolsonaro e disse,poker online pokermensagem dirigida aos eleitores brasileiros, que Lula era um "lunáticopoker online pokeresquerda" que "destruirá rapidamente o seu país".

No começo deste ano, Trump e o presidente argentino, Javier Milei, se abraçarampoker online pokeruma reuniãopoker online pokerpolíticos conservadorespoker online pokerWashington. Milei vem atacando Lula com palavras duras e associou o atentado contra Trump à "esquerda internacional".

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Legenda da foto, Trump é próximopoker online pokerBolsonaro e outros políticospoker online pokerdireita na região
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Lula também já criticou o ex-presidente americano. Neste mês, o brasileiro chamou Trumppoker online pokermentiroso e disse que ele vai tentar tirar proveito do atentado que sofreu.

Analistas ouvidos pela BBC News Brasil acreditam que uma eventual vitóriapoker online pokerTrump na eleição americana poderia dar um impulso a movimentospoker online pokerdireita como o bolsonarismo no Brasil.

"Um candidatopoker online pokerextrema-direita ganhando uma eleição num país como os Estados Unidos acentua o discurso e encoraja as pessoas, e isso tem todo um efeito cascatapoker online pokeroutros países", diz a diretora do Programapoker online pokerEstudos Brasileiros da Universidadepoker online pokerOxford, Andrezapoker online pokerSouza Santos.

Para Christopher Sabatini, pesquisador-sênior do Programapoker online pokerAmérica Latina, Estados Unidos e Américas do centropoker online pokerestudos Chatham House, no Reino Unido, esse impulso não seria apenas simbólico.

"Uma vitória não teria apenas o impactopoker online pokersoft power [um poder brando,poker online pokerinfluência] na região. Provavelmente haveria investimentopoker online pokerdinheiro e esforço na tentativapoker online pokerconstruir e fortalecer uma rede políticapoker online pokerextrema direita", diz Sabatini.

"Vimos [o ex-assessorpoker online pokerTrump] Steve Bannon e outros tentando ativamente alimentar esses relacionamentos, seja Nayib Bukele [em El Salvador], seja Milei [na Argentina], até mesmo José Antonio Kast no Chile."

Para o brasilianista (especialistapoker online pokerBrasil) Anthony Pereira, professor e diretor do Kimberly Green Latin American and Caribbean Center da Florida International University, nos Estados Unidos, movimentos como o bolsonarismo se sentiriam fortalecidos por uma eventual vitóriapoker online pokerTrump.

"Acho que se Trump vencesse, isso estimularia a causa bolsonarista. Eu vi um exemplo dissopoker online pokermaio. Houve uma audiênciapoker online pokerum subcomitê do Comitêpoker online pokerRelações Exteriores na Câmara dos Deputados dos EUA. Paulo Figueiredo [economista e blogueiro conservador, neto do ex-presidente João Figueiredo] foi um dos palestrantes e você pode ver que os republicanos no Congresso apoiam a narrativa bolsonaristapoker online pokerque o governo Lula está reprimindo a liberdadepoker online pokerexpressão."

Andreza Souza dos Santos afirma que existe um riscopoker online pokermaior deterioração da democraciapoker online pokerum segundo mandaropoker online pokerTrump.

"Nós vemos, por exemplo, o que aconteceu na Hungria com o segundo mandatopoker online pokerlíderes mais autoritários, foi que houve um recuo da democracia muito mais intenso. Epoker online pokerum contextopoker online pokerviolência política, eu acho que podemos esperar uma escalada maior nesse sentido. E isso pode dar um certo termômetro para o que pode vir acontecer no Brasil tambémpoker online pokerum mandato menos progressista no futuro", afirma a pesquisadorapoker online pokerOxford.

2) Economia

Apesar das diferenças ideológicas, os analistas ressaltam que os fundamentos da relação bilateral entre Brasil e EUA não devem mudar.

Neste ano, Brasil e EUA comemoram 200 anospoker online pokerrelações diplomáticas.

Os EUA são o principal destino das exportações brasileiraspoker online pokerprodutos manufaturados e são também os maiores investidores no Brasil. Em 2022, o comércio bilateral totalizou US$ 120,7 bilhões.

Segundo dados do setor privado americano, as exportações dos EUA para o Brasil sustentam quase 130 mil empregos nos EUA, e as exportações brasileiras para o país sustentam maispoker online poker500 mil empregos no Brasil.

Anthony Pereira lembra que diferenças ou afinidades ideológicas entre presidentes no passado não se refletiram necessariamentepoker online pokerdecisões comerciais e econômicas.

Em 2018, o governopoker online pokerJair Bolsonaro foi pressionado pelo governo Trump a excluir a empresa chinesa Huaweipoker online pokerlicitaçõespoker online pokertelecomunicações da tecnologia 5G. A preocupação é que a empresa poderia ser usada para espionar países ocidentais a mando do Partido Comunista Chinês.

Apesarpoker online pokertanto Trump quanto Bolsonaro compartilharempoker online pokeruma retórica anti-China, o governo brasileiro não excluiu a Huawei da licitação.

"Sob Bolsonaro, o governo brasileiro resistiu à ideiapoker online pokerexcluir a Huawei do leilãopoker online poker5G. O argumento dos EUA não foi suficiente para convencer os políticos brasileiros, embora o presidente fosse muito alinhado com Trump", diz Pereira.

Para Sabatini, existe um riscopoker online pokeros EUA darem uma guinada protecionista na economia sob Trump, a exemplo do que foi feito no seu mandato passado, quando ele subiu tarifas contra produtos estrangeiros.

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Legenda da foto, Em 2018, Trump ergueu tarifas contra o aço importado, despertando protestos no Brasil

"Trump já deixou claro que deseja aumentar as tarifas generalizadas sobre o aço, o que já afetou o Brasil. Ele tentaria fechar a economia dos EUA como formapoker online pokerproteção contra as importações e estimular mais produção dos EUApoker online pokermaneiras que prejudicam muitas exportações do Brasil, especialmentepoker online pokeraço e outros produtos têxteis e similares", diz Sabatini.

Já Pereira acredita que os EUA nunca abandonaram o protecionismo — nem mesmo quando Biden chegou ao poder.

"O protecionismo foi iniciado sob Trump. Ele aumentou muitas tarifas, mas Biden não desmantelou essas tarifas e essas proteções. Por exemplo, você tem uma tarifapoker online poker100% sobre veículos elétricos chineses sendo exportados para os EUA", afirma Pereira.

3) Meio ambiente

Uma área prática onde deve haver grande mudança na relação bilateral — segundo os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil — é no combate às mudanças climáticas.

Sob Lula, o Brasil reduziu o desmatamento na Amazônia e ampliou suas metaspoker online pokerreduçãopoker online pokeremissõespoker online pokergases nocivos ao meio ambiente – com cortepoker online poker48% até 2025 epoker online poker53% até 2030.

Já Trump é conhecido por ser céticopoker online pokerrelação ao impacto da ação humana no aquecimento do planeta — posição que contraria o consenso científico sobre o tema. Umapoker online pokersuas primeiras medidas quando eleitopoker online poker2016 foi abandonar o Acordo do Climapoker online pokerParis — um compromisso internacionalpoker online pokerreduçãopoker online pokeremissões, com metapoker online pokeremissão zero para 2050.

Sob Biden, os EUA voltaram ao Acordopoker online pokerParispoker online poker2021. Ainda não há detalhes sobre o projetopoker online pokergovernopoker online pokerTrump, mas acredita-se que ele voltaria a retirar o país do compromisso internacional.

O meio ambiente é uma das grandes bandeiras internacionais do governo Lula. O Brasil vai sediarpoker online poker2025 a COP — conferência da ONU sobre o clima, onde países articulam políticas internacionaispoker online pokercombate ao aquecimento global.

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Legenda da foto, Meio ambiente é uma das principais bandeiraspoker online pokerLulapoker online pokerpolítica externa

"[Caso Trump seja eleito], ele pode não enviar ninguém para a COP no Brasil. Ou enviar alguém que seja cético sobre mudanças climáticas. E isso forçaria o Brasil a procurar outros parceiros", diz Pereira. Para o brasilianista, isso poderia aproximar o Brasilpoker online pokerpaíses como França, Alemanha e Reino Unido na agenda ambiental.

Para Sabatini, caso Trump seja eleito, haveria menos pontospoker online pokercolaboração entre EUA e Brasil na questão climática.

"Trump seria mais uma exceção globalmente e enfraqueceria a coalizão que o Brasil tentou construir sobre questões ambientais."

Mas ele ressalta que mesmo sob Biden, cuja gestão priorizou o meio ambiente, não houve avanços significativos na colaboração entre Brasil e EUA contra mudanças climáticas.

"Nunca houve uma colaboração tão profunda entre Biden e Lula como poderia ter havido. Acho que isso foi um choque para muitas pessoas na Casa Branca. Quando Lula visitou Biden, na primeira visita apóspoker online pokerposse, a propostapoker online pokerBiden para apoiar o trabalho na Amazônia era muito menor do que o esperado."

"Não houve um esforço tão completo para se envolverpoker online pokeruma sériepoker online pokerquestões alémpoker online pokerapenas um projeto bilateral como poderia ter havido. Acho que foi uma oportunidade perdida."

4) Política externa

Política externa é outro campo com possíveis divergências entre Brasil e EUA, caso Trump seja eleito.

Sabatini afirma que Lula persegue uma política externa marcada pela independência, multipolaridade e anti-hegemonia americana. Já Trump defende uma presença mais agressiva dos EUA e dá menos importância à multipolaridade.

Segundo o analista, os EUA sob Trump estariam mais propensos a perseguir políticas como embargo a Cuba e sanções à Venezuela — que são rechaçadas por Lula.

Um ponto potencialpoker online pokergrande divergência é o conflitopoker online pokerGaza. Analistas acreditam que um governo Trump estaria muito mais alinhado ao primeiro-ministropoker online pokerIsrael, Benjamin Netanyahu, empoker online pokerguerra contra o Hamas.

Já Lula é crítico da ofensiva israelense e vem pressionando por cessar-fogo e negociaçõespoker online pokerpaz.

Mas curiosamente pode haver um pontopoker online pokerconvergência: a Ucrânia. O Partido Republicano dos EUA tem trabalhado contra o enviopoker online pokermais ajuda militar à Ucrânia napoker online pokerguerra contra a Rússia — uma das pautas do Partido Democratapoker online pokerBiden.

Trump é visto como possivelmente mais próximopoker online pokerVladimir Putin.

O governo Lula também mostra um certo distanciamentopoker online pokerrelação à Ucrânia. O presidente brasileiro chegou a dizer que o presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, era tão responsável pelo conflito na Ucrânia quanto Putin.

No mês passado, Lula não participou na Suíçapoker online pokeruma cúpula pela paz na Ucrânia, argumentando que não faria sentido a realizaçãopoker online pokerum encontro sem a presençapoker online pokerrepresentantes russos.

Sob Trump, o governo americano poderia desafiar o consenso ocidental que atualmente combate Putin.

"Na questão da Ucrânia, um eventual governo Trump pode desafiar as instituições internacionais liberais tradicionais e isso poderia ser recebido com uma certa simpatia por parte do governo Lula, o que é irônico", afirma Sabatini.