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Sistemacasinotokenvotação nos EUA favorece republicanos? O debatecasinotokentorno do colégio eleitoral:casinotoken
Esse sistema, criado há maiscasinotoken200 anos, é muitas vezes criticado por distorcer o processo democrático e não refletir a vontade da maioria.
Tanto democratas quanto republicanos já foram beneficiados por esse métodocasinotokendiferentes anos eleitorais. Nos últimos pleitos, porém, a vantagem tem sido do Partido Republicano.
"Eu não diria que é favorável ao Partido Republicanocasinotokenmaneira geral. Mas tem sido assim nas últimas décadas", diz à BBC News Brasil o cientista político Hans Noel, professor da UniversidadecasinotokenGeorgetown,casinotokenWashington.
“Quando há uma vantagem, às vezes beneficia um lado, outras vezes, o outro. Não é uma vantagem estrutural a favor dos republicanos”, ressalta Noel.
Em duas das últimas seis eleições presidenciais, apesarcasinotokeno candidato democrata ter recebido a maioria do voto popular, foi o republicano que venceu no Colégio Eleitoral e, assim, chegou à Casa Branca.
Isso aconteceucasinotoken2016, quando a democrata Hillary Clinton recebeu 2,9 milhõescasinotokenvotos a mais do que o republicano Donald Trump, mas mesmo assim perdeu a eleição. O desempenhocasinotokenTrumpcasinotokencertos Estados e grupos demográficos garantiu a ele mais votos no Colégio Eleitoral.
Em 2000, o republicano George W. Bush também foi eleito apesarcasinotokenter perdido o voto popular para o democrata Al Gore.
Resultados como esses são raros, e o mais comum é que o Colégio Eleitoral reflita a escolha do voto popular. No entanto, caso haja discrepância na eleição deste ano, a expectativacasinotokenanalistas écasinotokenque o candidato republicano seja novamente o beneficiado.
No mês passado, o estatístico Nate Silver calculou que Harris precisaria vencer o voto popular com pelo menos dois pontos e meiocasinotokenvantagem para ser eleita no Colégio Eleitoral. Para garantir uma vitória “segura”, precisariacasinotokenmargemcasinotokencercacasinotoken4 pontos.
Votos desperdiçados
Quando o sistemacasinotokenvotação dos Estados Unidos foi estabelecido pela Constituição,casinotoken1787, uma das preocupações era acasinotokenque “as massas” pudessem ser manipuladas ou não tivessem informações suficientes para eleger o presidentecasinotokenforma direta.
“O povo escolhe os eleitores. Isso pode ser feito com facilidade e conveniência, e tornará a escolha mais criteriosa”, disse James Madison, um dos autores da Constituição, que se tornaria presidentecasinotoken1809 a 1817.
Nesse sistema, o voto popular serve simplesmente para indicar qual o candidato favoritocasinotokencada Estado. Com base nos resultados das eleições gerais, os Estados escolhem delegados, chamadoscasinotoken“eleitores”, para enviar ao Colégio Eleitoral.
Esses delegados são nomeados pelo partido político estadual do candidato vencedor do voto popular naquele Estado, e se comprometem a votar no nome escolhido pelos eleitores comuns.
Cada um dos 50 Estados tem suas próprias regras para alocar delegados. Em 48 deles, o candidato que recebe mais votos leva todos os delegados, mesmo que a vitória tenha sido por apenas um votocasinotokenvantagem.
Isso leva a muitos votos “desperdiçados”. Em grandes Estados que historicamente votam nos democratas, como Califórnia ou Nova York, candidatos do partido costumam vencer com ampla margem, o que impulsiona seu desempenho no voto popular nacional.
“Eles (democratas) conseguem muito mais votos nesses Estados do que precisam para vencer”, diz à BBC News Brasil o cientista político Jonathan Hanson, da UniversidadecasinotokenMichigan.
Em 2016, Clinton venceu o voto popular nacional graças aos maiscasinotoken4 milhõescasinotokenvotoscasinotokenvantagem que obteve na Califórnia. No entanto, bastaria um votocasinotokenvantagem para levar todos os delegados do Estado.
Os milhõescasinotokenvotos extras recebidos, apesarcasinotokenaumentarem o resultado no voto popular nacionalmente, não fazem diferença no Colégio Eleitoral.
“De certa forma, esses votos extras são desperdiçados, porque seria preferível que estivessemcasinotokenoutro Estado (mais competitivo)”, observa Hanson.
Os Republicanos, porcasinotokenvez, costumam vencer no Texas e na Flórida, que também são Estados grandes. Mas essas vitórias têm margem menor e, portanto, menos votos desperdiçados
A vitória apertada para os republicanos nesses casos significa que os democratas também receberam muitos votos nesses Estados, mas não o suficiente para vencer e levar os delegados. A derrota por pouca margem se traduzcasinotokenmilhõescasinotokenvotos desperdiçados para o lado perdedor.
“Em muitos Estados há votos desperdiçados,casinotokenambas as direções”, salienta Hanson. “Mas,casinotokenmodo geral, os democratas estão desperdiçando muito mais votos do que os republicanos.”
Disparidades entre Estados
Outra crítica comum ao Colégio Eleitoral é acasinotokenque os votoscasinotokenalguns eleitores têm mais peso do que oscasinotokenoutros, e que Estados menores e rurais, onde os republicanos costumam ter força, ganham proporcionalmente mais delegados.
Isso ocorre porque cada Estado tem direito a um númerocasinotokendelegados igual ao dacasinotokenbancada na Câmara dos Representantes (equivalente à Câmara dos Deputados) e no Senado.
Enquanto o númerocasinotokendeputados é proporcional aocasinotokenmoradores e baseado no Censo, ocasinotokensenadores é fixo, com dois por Estado, independentemente do tamanho da população.
Assim, a Califórnia, Estado mais populoso do país, com quase 39 milhõescasinotokenhabitantes, tem o mesmo númerocasinotokensenadores que Wyoming, o menos populoso, com menoscasinotoken600 mil habitantes. Isso se reflete no Colégio Eleitoral.
No total, Wyoming tem três delegados no Colégio Eleitoral, equivalente a um para cada cercacasinotoken200 mil habitantes. A Califórnia tem 54, ou seja, um para cada cercacasinotoken722 mil moradores.
“Estados pequenos têm muito mais poder eleitoral por pessoa do que Estados muito populosos. Há um viés rural inerente no Colégio Eleitoral”, diz Hanson. “Se isso beneficia republicanos ou democratascasinotokenum ano específico é uma questão à parte.”
O sistema eleitoral dos Estados Unidos também dá peso desproporcional a um pequeno grupocasinotokeneleitorescasinotokenum punhadocasinotokenEstados considerados decisivos, chamadoscasinotoken“swing states”, ou “Estados-pêndulo”, pois podem pender para um partido ou outro, sem preferência clara.
Essa característica contrasta com a maioria dos outros Estados, onde um dos dois partidos sempre tem clara vantagem, deixando o adversário sem chances reaiscasinotokenobter a maioria dos votos e, assim, conquistar todos os delegados.
Os Estados considerados “swing states” mudam a cada eleição, dependendocasinotokenfatores como resultados anteriores, pesquisas e mudanças demográficas, entre outros. Neste ano, são Arizona, Carolina do Norte, Geórgia, Michigan, Nevada, Pensilvânia e Wisconsin.
Pesquisas mostram Harris e Trump praticamente empatados nesses Estados, e é neles que as campanhas estão investindo todos os seus recursos, pois sabem que dependem desse grupo reduzidocasinotokeneleitores para vencer.
Avanços tecnológicos e novas ferramentas permitem cada vez mais precisão para concentrar os esforçoscasinotokendeterminados grupos demográficos e na pequena fatiacasinotokeneleitores nesses Estados que ainda estão indecisos.
Como o voto não é obrigatório no país, parte dos esforços também é convencer esses eleitores a comparecer às urnas.
Além disso, o próprio númerocasinotoken“swing states” vem diminuindo a cada pleito. Tudo isso reduz cada vez mais o universocasinotokeneleitores que recebem atenção dos candidatos, que nem sempre é representativo da maioria do país.
“Os candidatos estão focados apenas nesses sete Estados”, observa Hanson. “Em muitos (outros) Estados, (a disputa) não é competitiva e, essencialmente, seu voto para presidente não importa tanto.”
Maioria prefere voto popular
Tendências recentes sugerem que o Colégio Eleitoral poderá ficar mais alinhado com o voto popular no futuro.
Trump surpreendeu analistas ao conquistar o apoiocasinotokenmuitos eleitores negros e latinos, e poderá ser o candidato presidencial republicano com o melhor desempenho nessas duas fatias do eleitoradocasinotoken60 anos.
Esses grupos ainda votam majoritariamente nos democratas, mas o percentual vem caindo. Em 2020, Biden conquistou o votocasinotoken90% dos eleitores negros e 62% dos latinos, mas pesquisas indicam que Harris deverá levar, respectivamente, 78% e 56%.
A distribuição geográfica desses eleitores, porém, significa que os ganhoscasinotokenTrump devem ter impacto limitado no resultado final neste ano.
Um exemplo é a Califórnia, que tem grande populaçãocasinotokenorigem latina. Mesmo que Trump aumente seu percentual nessa fatia do eleitorado, não será o suficiente para ganhar a maioria dos votos no Estado (e, assim, conquistar seus delegados).
No Texas e na Flórida, onde também há grande população latina, os republicanos já devem obter a maioria e levar todos os delegados. Nesses Estados, os ganhoscasinotokenTrump, apesarcasinotokenaumentarem a margemcasinotokenvitória, não devem mudar o resultado no Colégio Eleitoral.
No caso dos eleitores negros, muitos também estão concentradoscasinotokenEstados que já votamcasinotokenrepublicanos, como Mississippi.
“Se Trump começar a ganhar espaço entre os eleitores negros e latinos, isso poderá reduzir as margenscasinotokenEstados como Califórnia. E poderá aumentar a margem republicanacasinotokenlocais como Texas e Flórida”, diz Noel.
“Isso reduziria a desconexão entre o voto popular e o Colégio Eleitoralcasinotokenrelação aos republicanos.”
Pesquisascasinotokenopinião ao longo das décadas indicam que a maioria dos americanos gostariacasinotokenabolir o Colégio Eleitoral. Na mais recente, divulgada no mês passado pelo instituto Pew Research Center, 63% dos entrevistados disseram preferir que o vencedor do voto popular seja o eleito.
Segundo os Arquivos Nacionais dos EUA, nos últimos 200 anos maiscasinotoken700 propostas para reformar ou eliminar o Colégio Eleitoral foram apresentadas ao Congresso. Mas qualquer mudança dependeria da aprovaçãocasinotokenemenda constitucional, o que não ocorreu até hoje.
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