'Tenho medosite analise esportivaque elefantes me matem': como mudança climática mudou comportamento animal na África:site analise esportiva

Moki diz que os animais vêm todos os dias do parque nacionalsite analise esportivaTsavo, um dos maiores santuários do mundo, larsite analise esportivacercasite analise esportiva15 mil elefantes.

No local, vive cercasite analise esportiva40%site analise esportivatoda a populaçãosite analise esportivaelefantes do Quênia.

Segundo ela, pecuaristas cortaram a cerca do parque para que seus bois acessassem as pastagens ali dentro, mas os elefantes atravessam na outra direção.

Em meio a anos consecutivossite analise esportivachuvas fracas, os pecuaristas estão desesperados para alimentar seus animais, enquanto os elefantes começaram a vagar mais longesite analise esportivabuscasite analise esportivasustento.

Os novos padrõessite analise esportivacomportamento dos animais são impulsionados pela escalada da crise climática e da seca no Quênia, fazendo conflitos entre animais e humanos se tornem cada vez mais frequentes.

Para Moki, o ataquesite analise esportivaelefantes às plantações é "muito doloroso"site analise esportivase ver.

Ela diz que os elefantes são "ousados" e "não têm medo". Os animais, segundo Moki, podem vir a qualquer hora, mas geralmente ao entardecer, e atacamsite analise esportivagrupos,site analise esportivapares ou às vezes individualmente com seus filhotes.

Os elefantes comeram recentemente todasite analise esportivasafrasite analise esportivamilho, banana e mandioca.

Abrigo temporário

Se não fossem os elefantes, Moki deveria estar colhendosite analise esportivacinco a seis sacossite analise esportivamilhosite analise esportiva90 kg que venderia no mercado local na cidade vizinhasite analise esportivaTaveta por 6,5 mil xelins quenianos (R$ 236).

Mas, semsite analise esportivacolheita, ela não pode alimentarsite analise esportivafamília ou vender seus produtos para pagar a escolasite analise esportivasua filhasite analise esportivadez anos.

Os agricultores dasite analise esportivaaldeia também usam os sacossite analise esportivamilho que colhem como caução ou pagamentosite analise esportivataxas escolares para os seus filhos frequentarem a escola primária local.

Porsite analise esportivavez, as escolas utilizam o milho para fazer as refeições das crianças.

Agora, criançassite analise esportivaaté quatro anos são forçadas a caminhar até quatro quilômetros para almoçar antessite analise esportivacaminhar a mesma distância na direção oposta à tarde.

Os elefantes, os maiores animais terrestres do mundo, podem consumir 150 kgsite analise esportivacomida por dia, e gastam até três quartos do dia comendo.

Moki explica que muitas vezes eles não deixam "nada para trás".

Também bebem 100 litrossite analise esportivaágua por dia — inclusivesite analise esportivareservatórios com água que moradores recebem das autoridades locais para usar na irrigação.

Sistemasite analise esportivaalarme caseiro

É um ciclo vicioso que, segundo Moki, só piora.

Ela tenta deter os elefantes com luzes brilhantes e ruídos altos. Também desenvolveu várias técnicas improvisadas para impedi-lossite analise esportivainvadir suas plantações.

Moki usa garrafas velhassite analise esportivaágua e óleo ao redor da fazenda conectadas com um fio para servirsite analise esportivaalerta para ela se levantar e reagir, se os elefantes baterem nelas.

"Subo numa escada, aponto minha lanterna para eles e faço barulho porque você não pode se aproximar dos elefantes", diz.

Todas as noites, ela dorme longesite analise esportivasua família sozinha na fazenda, agoniada pelo farfalhar dos galões ou o latidosite analise esportivacachorros.

Infelizmente, suas invenções não detêm os elefantes, mas pelo menos a alertamsite analise esportivasua presença.

Esses animais podem ser extremamente perigosos.

"Se um elefante me ferir ou matar, minha família vai sofrer", diz Moki.

Experiênciasite analise esportiva'quase morte'

Seu vizinho, Jonathan Mulinge, agricultor e paisite analise esportivaquatro filhos pequenos, diz que teve uma experiência recentesite analise esportivaquase morte com um elefante.

Ele tentou impedir que um destruísse suas plantações, mas o animal se virou e o atacou.

"A única coisa que salvou minha vida foi que consegui correr mais rápido que o elefante e me refugiarsite analise esportivacasa", diz ele.

Mulinge diz que esse é "um conflito entre nós, os humanos, e o elefante", no qual agricultores como ele pagam o preço mais alto.

"Você planta suas colheitas para que possa se beneficiar delas, e então os elefantes vêm e as destroem, e os agricultores voltam à estaca zero."

A comunidade se sente impotente e culpa o Kenya Wildlife Service (KWS), órgão ambiental vinculado ao governo queniano,site analise esportivanão fazer o suficiente para ajudá-los.

A BBC entrousite analise esportivacontato com o KWS, mas não obteve resposta até a conclusão desta reportagem.

Moki diz que a situação está ficando insustentável.

Também alega que suas preocupações foram ignoradas pelas autoridades.

Joram Oranga, da Cruz Vermelha do Quênia, argumenta que as condições áridas, a faltasite analise esportivachuva e os padrões climáticos extremos causados pelas mudanças climáticas impulsionam o conflito entre humanos e elefantes devido à diminuição dos recursos hídricos e terrestres, algo que, segundo ele, só vai "piorar" no futuro.

Para Moki, esse conflito está prejudicandosite analise esportivasaúde mental, agravada porsite analise esportivaextrema faltasite analise esportivasono.

Ela sofresite analise esportivaansiedade e ataquessite analise esportivapânico e teme pelo futurosite analise esportivaseus filhos se um elefante a matar.

"Estou com medo porque, se eu for embora", diz ela, "quem vai cuidar deles?"