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4 mudanças profundas na Venezuela desde que Maduro assumiu o poder:bonus betano
Onze anos depois, porém, Maduro procura um novo mandato nas eleições presidenciais deste domingo, sendo já o terceiro governante que mais tempo permanece no poder na Venezuela desde o início do século 20, apenas superado por Chávez e por Juan Vicente Gómez.
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Fim do Matérias recomendadas
Acusadobonus betanoser autoritário e até considerado por muitos um presidente ilegítimo, durante seu mandato o país passou por mudanças e acontecimentos que transformaram a história do país e da sociedade venezuelana.
Abaixo, veja quatro dos momentos mais notáveis do governobonus betanoMaduro.
1. A maior onda migratória da história contemporânea da América Latina
Durante o governo Maduro, a Venezuela enfrentou a maior ondabonus betanomigração da história contemporânea da América Latina.
Segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), há 7,7 milhõesbonus betanovenezuelanos vivendo no exterior. Isso equivale a maisbonus betano22% dos 34 milhõesbonus betanohabitantes que as autoridades venezuelanas projetavam ter no país, segundo o último censo realizadobonus betano2011.
Com estes números, a onda migratória venezuelana é maior que a da Síria (5 milhõesbonus betanopessoas) e a da Ucrânia (6,5 milhões), dois países que sofrem guerras há anos.
Essa saída massivabonus betanovenezuelanos para o exterior vai totalmente na contramão da históriabonus betanoum país que, desde o início do boom do petróleo, há um século, tornou-se receptorbonus betanomigrações e durante décadas foi um localbonus betanoacolhimento para pessoas provenientes, sobretudo,bonus betanooutros países da América Latina e da Europa.
Os especialistas concordam que por trás da saída massivabonus betanovenezuelanos está a grave crise econômica que a Venezuela viveu, que incluiu um longo período com a maior hiperinflação do mundo, bem como problemas crônicosbonus betanoescassezbonus betanoalimentos, medicamentos e outros produtos básicos.
Durante anos, Maduro atribuiu as causas dessa crise econômica e da ondabonus betanomigração às sanções impostas pelos Estados Unidos e outros países contra seu governo.
Mas as sanções petrolíferas que realmente afetaram a Venezuela foram impostas pelo governo dos Estados Unidosbonus betano2019, enquanto tanto a crise econômica quanto a onda migratória começaram vários anos antes.
De fato, as estatísticas do Fundobonus betanoPopulação das Nações Unidas registram uma redução no númerobonus betanohabitantes na Venezuela desde 2017.
2. O primeiro país latino-americano investigado pelo Tribunal Penal Internacional por crimes contra a humanidade
Em 3bonus betanonovembrobonus betano2021, o promotor do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, anunciou a aberturabonus betanouma investigação formal contra a Venezuela pela suposta práticabonus betanocrimes contra a humanidade no contexto da repressão às manifestações durante a crise política que o país viveubonus betano2017.
Com esse anúncio, a Venezuela se tornou o primeiro país da América Latina e um dos poucos Estados do mundo a ser objetobonus betanouma investigação formal por parte desse tribunal internacional.
Maduro disse então que respeitava mas não concordava com a decisão do Ministério Público do TPI e contestou. Porém,bonus betanomarço deste ano, o Tribunalbonus betanoRecurso rejeitou os argumentos do governo venezuelano e confirmou que o processo ainda estábonus betanocurso.
Em relação a esse caso, o procurador do TPI dissebonus betano2020 que havia "motivos razoáveis" para acreditar que autoridades e militares venezuelanos tinham realizado execuções extrajudiciais, desaparecimentos forçados, detenções arbitrárias e tortura contra opositores que participaram nos protestos da campanha antigovernamentalbonus betano2017.
Paralelamente, desde 2019, o Conselhobonus betanoDireitos Humanos da ONU criou uma missão internacional independente para investigar execuções extrajudiciais, desaparecimentos forçados, detenções arbitrárias e tortura e outros tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes cometidos desde 2014 na Venezuela.
O governo Maduro também foi acusadobonus betanousar a justiça contra os opositores. Segundo a ONG Foro Penal,bonus betanomeadosbonus betanojulho havia 301 "presos políticos" na Venezuela, incluindo 93 que não foram condenados, mas que estãobonus betanoprisão preventiva há maisbonus betanotrês anos.
Além disso,bonus betanoacordo com dados do Fórum Penal, pelo menos seis opositores foram forçados a deixar o país como condição para abonus betanolibertação, o que equivale, na prática, a uma penabonus betanobanimento proibida pelo direito internacional dos direitos humanos.
As autoridades venezuelanas negam e asseguram que foram esses opositores que solicitaram a saída do país.
Repetidamente, o governo Maduro rejeitou todas estas acusaçõesbonus betanoalegadas violações dos direitos humanos e afirma que as detenções e os processos iniciados pelas forçasbonus betanosegurança ou pelas autoridades judiciais estãobonus betanoacordo com a lei.
3. Novo modelo econômico sem controles para combater a inflação mais alta do mundo
Em 2013, a economia venezuelana iniciou um declínio vertiginoso quebonus betano2021 a levou a perder 75% do seu Produto Interno Bruto.
Embora o agravamento da crise econômica tenha coincidido com a chegadabonus betanoMaduro ao poder, algumas das suas causas tiveram origem nas políticasbonus betanoChávez.
Em 2003, o falecido presidente começou a aplicar um sistema rígidobonus betanocontrole cambial ebonus betanopreços. Depois, a partirbonus betano2006, lançou uma políticabonus betanoexpropriações que afetou cercabonus betano1.440 empresas, segundo estimativas da organização industrial Conindustria.
Muitas das consequências dessas políticas não foram totalmente visíveis durante o governo Chávez, graças a um longo ciclobonus betanopreços elevados do petróleo e a uma políticabonus betanodívida que alimentou um sentimentobonus betanoprosperidade na Venezuela.
Com a queda dos preços do petróleo a partirbonus betano2014, Maduro recorreu a mais dívidas e à utilizaçãobonus betanoreservas internacionais para tentar preservar o mesmo modelo econômicobonus betanoChávez, mas a situação só piorou.
Em 2015, a Venezuela registrou uma inflaçãobonus betano180% – a maior do mundo naquela altura – ebonus betano2017 entrou num ciclobonus betanohiperinflação que atingiu o seu picobonus betano2018, quando atingiu 130.000%, segundo dados do Banco Central da Venezuela.
Nesses mesmos anos, os problemasbonus betanoescassez que afetam medicamentos, alimentos e outros bens essenciais se tornaram mais agudos. Segundo o estudo Encovi da Universidade Católica Andrés Bellobonus betanoCaracas, a pobreza na Venezuela passoubonus betano48%bonus betano2014 para 91%bonus betano2018.
É então, a partirbonus betano2018, que o governo Maduro iniciou um processo silenciosobonus betanoreformas econômicas, suspendendo efetivamente os controles cambiais ebonus betanopreços, eliminando o subsídio à gasolina - que era a mais barata do mundo -, permitindo a dolarizaçãobonus betanofato da economia e até mesmo lançando um diálogo com o setor privado para devolver algumas das empresas expropriadas aos seus antigos proprietários.
Essas medidas conseguiram colocar o país no caminho da superação da hiperinflação - que terminoubonus betanodezembrobonus betano2021 - e,bonus betanocerta medida, acabaram com os problemasbonus betanoescassez (pelo menos para aqueles venezuelanos que têm rendimentosbonus betanomoeda estrangeira e, portanto, podem pagar os altos preços dos produtos).
4. Queda histórica na produçãobonus betanopetróleo
Em 1998, quando Hugo Chávez venceu as eleições presidenciais, a produçãobonus betanopetróleo da Venezuela erabonus betano3,1 milhõesbonus betanobarris por dia, segundo dados da Organização dos Países Exportadoresbonus betanoPetróleo (OPEP).
Quando Chávez morreu,bonus betanomarçobonus betano2013, a produção venezuelana tinha caído para 2,3 milhõesbonus betanobarris por dia: uma reduçãobonus betano25%.
A partir daí, durante o governo Maduro, o volumebonus betanopetróleo extraído na Venezuela continuou numa trajetóriabonus betanodeclínio que levou a um retrocesso histórico ao cair para 336 mil barris por diabonus betanojunhobonus betano2020, uma produção próxima da que tinha o país no início da décadabonus betano1940.
Por trás dessa queda na produção estão os efeitos da pandemiabonus betanocovid-19, que atingiu a economia global a partirbonus betanomarçobonus betano2020, bem como os efeitos das sanções petrolíferas impostas pelo governo dos Estados Unidosbonus betanojaneirobonus betano2019, depoisbonus betanoMaduro ter tomado posse como presidente para um segundo mandato após uma eleição que grande parte da comunidade internacional considerou fraudulenta.
O governo Maduro culpou essas sanções pelos problemas que a economia venezuelana enfrenta porque limitam a capacidadebonus betanoprodução e exportaçãobonus betanopetróleo, a principal fontebonus betanoriqueza da Venezuela.
As estatísticas da OPEP confirmam que,bonus betanofato, após a aplicação dessas medidas, a produção caiubonus betano1,1 milhõesbonus betanobarris por diabonus betanojaneirobonus betano2019 para 740.000 barrisbonus betanomarço do mesmo ano.
Esses dados, no entanto, não contam toda a história, uma vez que, antes das sanções, a produção petrolífera venezuelana tinha sido reduzida para metade durante o governo Maduro, passandobonus betano2,3 milhõesbonus betanobarris por diabonus betanomarçobonus betano2013 para 1,1 milhõesbonus betanodezembrobonus betano2018, um mês antes das sanções serem anunciadas.
Em abril deste ano, a produção petrolífera da Venezuela erabonus betano878 mil barris por dia, um valor muito baixo para o país que possui as maiores reservas comprovadasbonus betanopetróleo bruto do mundo: maisbonus betano300 bilhõesbonus betanobarris.
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