Por que cientistas temem futuro catastrófico causado pela inteligência artificial:a3 bet

Desde então, três anos se passaram, e a capacidade da inteligência artificial aumentou exponencialmente.

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Em contraste com a distribuição limitada do GPT-2, a nova versão, o GPT-3, foi disponibilizada prontamentea3 betnovembroa3 bet2022.

A interface ChatGPT derivada dessa programação gerou milharesa3 betartigosa3 betnotícias e postagensa3 betrede social, enquanto repórteres e especialistas testavam seus recursos — muitas vezes, com resultados impressionantes.

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O ChatGPT escreveu roteirosa3 betstand-up comedy no estilo do falecido humorista americano George Carlin sobre a falência do Silicon Valley Bank. Opinou sobre a teologia cristã, escreveu poesia e explicou física quântica para uma criança usando a linguagem e trejeitos do rapper Snoop Dogg.

Outros modelosa3 betinteligência artificial, como o Dall-E, produziram imagens tão convincentes que geraram polêmica sobrea3 betinclusãoa3 betsitesa3 betarte.

Pelo menos a olho nu, as máquinas aprenderam a ser criativas.

Em 14a3 betmarço, a OpenAI apresentou a última versão do seu programa, o GPT-4. O grupo afirma que ele apresenta proteções mais sólidos contra usos abusivos. Os primeiros clientes incluem a Microsoft, o banco Merrill Lynch e o governo da Islândia.

E o tema mais quente na conferência interativa South by Southwest — uma reunião globala3 betformuladoresa3 betpolíticas, investidores e executivos da áreaa3 bettecnologia, realizadaa3 betAustin, no Estado americano do Texas — foi o potencial e o poder dos programasa3 betinteligência artificial.

ChatGPT

Crédito, Getty Images

'Para o bem e para o mal'

Arati Prabhakar, diretora do Escritórioa3 betPolíticaa3 betCiências e Tecnologia da Casa Branca, afirmou estar entusiasmada com as possibilidades da inteligência artificial, mas também fez um alerta.

"O que todos nós estamos vendo é o surgimento dessa tecnologia extremamente poderosa. É um pontoa3 betinflexão", declarou ela na conferência.

"Toda a história demonstra que esse tipoa3 bettecnologia, nova e potente, pode e será usada para o bem e para o mal."

Já Austin Carson, fundador da SeedAI, um grupoa3 betconsultoria sobre políticasa3 betinteligência artificial, que participou do mesmo painel, foi um pouco mais direto.

"Se,a3 betseis meses, vocês não tiverem perdido completamente a cabeça [e soltou um palavrão], pago um jantar", disse ele ao público presente.

"Perder a cabeça" é uma formaa3 betdescrever o que pode vir a acontecer no futuro.

Amy Webb, chefe do instituto Future Today e professoraa3 betnegócios da Universidadea3 betNova York, nos EUA, tentou prever as possíveis consequências. Segundo ela, a inteligência artificial pode seguir uma dentre duas direções nos próximos 10 anos.

Em um cenário otimista, o desenvolvimento da inteligência artificial vai se concentrar no bem comum, com um designa3 betsistema transparente, e os indivíduos vão ter a capacidadea3 betdecidir se suas informações disponíveis ao público na internet serão incluídas na basea3 betdadosa3 betconhecimento da inteligência artificial.

Nesta visão, a tecnologia serve como uma ferramenta que facilita a vida, tornando-a mais integrada, à medida que a inteligência artificial passa a estar disponívela3 betprodutosa3 betconsumo que podem antecipar as necessidades do usuário e ajudar a desempenhar virtualmente qualquer tarefa.

O outro cenário previsto por Webb é catastrófico. Envolve menos privacidadea3 betdados, poder mais centralizadoa3 betpoucas companhias, e uma inteligência artificial que antecipa necessidades do usuário, mas as entende errado ou restringe escolhas possíveis.

Ela acredita que o cenário otimista tem apenas 20%a3 betchancea3 betacontecer.

Webb afirmou à BBC que o rumo que a tecnologia vai tomar depende,a3 betgrande parte, do graua3 betresponsabilidade das empresas que vão desenvolvê-la. Será que elas vão fazer issoa3 betforma transparente, revelando e fiscalizando as fontes das quais os chatbots — chamados pelos cientistasa3 betGrandes Modelosa3 betLinguagem (LLM, na siglaa3 betinglês) — extraem suas informações?

O outro fator, segundo ela, é se o governo — incluindo os órgãos federaisa3 betregulamentação e o Congresso — pode agir rapidamente para estabelecer proteções legais para orientar os desenvolvimentos tecnológicos e evitar seu uso indevido.

Nesse sentido, a experiência dos governos com as empresasa3 betredes sociais — Facebook, Twitter, Google e outras — é um indicativo. E não é uma experiência encorajadora.

"O que ouvia3 betmuitas conversas foram preocupaçõesa3 betque não existe nenhuma barreiraa3 betproteção", afirmou Melanie Subin, diretora-gerente do instituto Future Today, na conferência South by Southwest.

"Existe a sensaçãoa3 betque algo precisa ser feito."

"E acho que as redes sociais, como uma preocupação, é o que fica na mente das pessoas quando observam a rapidez do desenvolvimento da inteligência artificial como geradoraa3 betconteúdo", acrescentou.

Combatendo o assédio e o discursoa3 betódio

Amy Webb

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Amy Webb descreveua3 betvisão sobre os rumos que a inteligência artificial pode tomar nos próximos 10 anos

Nos Estados Unidos, a supervisão federal das empresasa3 betredes sociais é baseada,a3 betgrande parte, na Leia3 betDecência nas Comunicações, aprovada pelo Congresso americanoa3 bet1996, aléma3 betuma cláusula curta, mas poderosa, contida no artigo 230 da lei.

O texto protege as empresas da interneta3 betserem responsabilizadas pelo conteúdo gerado por usuáriosa3 betseus sites. A lei é creditada permitir um ambiente legal bastante favorável às empresasa3 betredes sociais. E, mais recentemente, também foi acusadaa3 betpermitir que essas mesmas empresas ganhem muito poder e influência.

Políticosa3 betdireita reclamam que a lei permitiu que os Googles e Facebooks da vida censurassem ou reduzissem a visibilidade das opiniões conservadoras. Já osa3 betesquerda acusam as empresasa3 betnão fazerem o suficiente para evitar a disseminaçãoa3 betdiscursosa3 betódio e ameaças violentas.

"Temos a oportunidade e a responsabilidadea3 betreconhecer que o discursoa3 betódio gera açõesa3 betódio", afirmou Jocelyn Benson, secretáriaa3 betEstadoa3 betMichigan, nos EUA.

Em dezembroa3 bet2020, a casaa3 betBenson foi alvoa3 betprotestos por partea3 betapoiadores armadosa3 betDonald Trump, organizados no Facebook, que contestavam os resultados da eleição presidenciala3 bet2020.

Ela apoiou leis contra práticas enganosas no seu Estado, que responsabilizaria empresasa3 betrede social por espalhar informações prejudiciais conscientemente.

Propostas similares têm sido apresentadas a nível federal ea3 betoutros Estados americanos, aléma3 betlegislação que exige que os sitesa3 betredes sociais forneçam uma proteção maior a usuários menoresa3 betidade, sejam mais abertos sobre suas políticasa3 betmoderaçãoa3 betconteúdo e tomem ações mais efetivas para diminuir o assédio online.

Mas as chancesa3 betsucesso dessas reformas dividem opiniões. As grandes empresasa3 bettecnologia mantêm equipes inteirasa3 betlobistas na capital americana, Washington, e nas capitais dos Estados. Elas também contam com cofres abarrotados para influenciar políticos com doaçõesa3 betcampanha.

"Apesar das imensas evidênciasa3 betproblemas no Facebook ea3 betoutros sitesa3 betredes sociais, já se passaram 25 anos", afirma a jornalistaa3 bettecnologia Kara Swisher.

"Ficamos esperando uma legislação do Congresso para proteger os consumidores, e eles abriram mão daa3 betresponsabilidade."

Swisher afirma que o perigo reside no fatoa3 betque muitas das empresas que são grandes players nas redes sociais — Facebook, Google, Amazon, Apple e Microsoft — agora são líderes na áreaa3 betinteligência artificial.

Se o Congresso não conseguir regulamentar com sucesso as redes sociais, será um desafio agir rapidamente para lidar com as preocupações sobre o que Swisher chamaa3 bet"corrida armamentista" da inteligência artificial.

As comparações entre as regulamentaçõesa3 betinteligência artificial e as redes sociais também não são apenas acadêmicas. A nova tecnologiaa3 betIA pode navegar pelas águas já turbulentasa3 betplataformas como Facebook, YouTube e Twitter e transformá-lasa3 betum mar revoltoa3 betdesinformação, à medida que se torna cada vez mais difícil distinguir postagensa3 betseres humanos reaisa3 betcontas falsas — mas totalmente convincentes — geradas por IA.

Mesmo se o governo for bem-sucedido na aprovaçãoa3 betnovas regulamentações para as redes sociais, elas podem acabar sendo inúteis se houver um imenso fluxoa3 betconteúdo pernicioso gerado por inteligência artificial.

Entre as incontáveis sessões da conferência South by Southwest, houve uma intitulada "Como o Congresso [americano] está construindo a políticaa3 betIA a partir do zero". Depoisa3 betcercaa3 bet15 minutosa3 betespera, os organizadores informaram ao público que o painel havia sido cancelado porque os palestrantes haviam se deslocado para o lugar errado.

Para quem estava na conferência e esperava mostrasa3 betcompetência entre os humanos no governo, o episódio não foi nada encorajador.