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Conflito Israel-Hamas pode se espalhar para outros países? :numero service client zebet
"Esse confronto definitivamente terá grandes repercussõesnumero service client zebetIsrael, bem como no resto da região", diz a especialista palestina nascida na Jordânia. "Mas isso não significa que haverá uma guerra regional."
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Fim do Matérias recomendadas
"Não creio que qualquer um dos países tenha apetite para mais uma guerra."
Já Daniel Rio Tinto, professornumero service client zebetRelações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), afirma que qualquer conflitonumero service client zebetgrandes proporções no Oriente Médio pode acabar além das fronteiras das nações diretamente envolvidas, ainda que o cenário atual não aponte para essa direção.
"No Oriente Médio, que é uma região que já tem uma sérienumero service client zebetdinâmicas políticas enumero service client zebetsegurança bastante complicadas, qualquer conflito que não seja suficientemente pontual ou contido pode acabar afetando outros países", diz o especialistanumero service client zebetconflitos intraestatais.
Para Ahron Bregman, ex-major do Exército israelense e professor do King's Collegenumero service client zebetLondres, o pior cenário seria a entrada, no conflito, do poderoso Hezbollah.
"A preocupação é que o Hezbollah possa se juntar à guerra, seja intencionalmente - com o incentivo do seu protetor, o Irã - ou devido a um erronumero service client zebetcálculo", diz.
Segundo o especialistanumero service client zebetsegurança, que serviu na Guerra do Líbanonumero service client zebet1982, esse risco é real na região. "Se o Hezbollah acreditar - com ou sem razão - que Israel está prestes a atacá-lo, poderá tentar se antecipar, atacando primeiro."
'A perguntanumero service client zebetum milhãonumero service client zebetdólares'
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O envolvimento do Hezbollah se torna mais provável à medida que os cresce o númeronumero service client zebetmortos na Faixanumero service client zebetGaza.
Para Bregman, "a perguntanumero service client zebetum milhãonumero service client zebetdólares no momento é se haverá uma guerra entre Israel e Hezbollah".
Segundo o especialista, um confronto direto entre os dois inimigos poderia ser "devastador" para ambos os lados.
"O Hezbollah tem maisnumero service client zebet150 mil mísseis e foguetes que alcançam todo o território israelense e estão armados até os dentes. E Israel reagirá com muita força".
Rashmi Singh, professoranumero service client zebetRelações Internacionais da PUC Minas com maisnumero service client zebet20 anosnumero service client zebetexperiêncianumero service client zebetterrorismo e contra-terrorismo, afirma ainda que o grupo libanês "tem uma capacidade muito maior do que Hamas, alémnumero service client zebetuma áreanumero service client zebetinfluência mais extensa".
A liderança do Hezbollah diz contar com 100 mil combatentes, embora estimativas independentes indiquem um número menor, entre 20 mil e 50 mil pessoas. Muitos, no entanto, tiveram intensa experiêncianumero service client zebetconflito na guerra civil da Síria. Israel conta com um exército muito mais poderoso e numeroso,numero service client zebet300 mil pessoas, mas um importante risco aqui vem da ligação do Hezbollah com outros países.
"Se o Hezbollah se envolver, outros dois atores podem ser arrastados também: Síria e Irã", diz a especialistanumero service client zebetorigem indiana.
Alémnumero service client zebetter laços com o Hamas, o grupo também é aliado desses dois países, quenumero service client zebetdiversas ocasiões apoiaram a causa palestina e se posicionaram contra Israel.
A aliança entre Síria, Irã, Hamas e Hezbollah é apelidadanumero service client zebetEixo da Resistência e constitui basicamente uma união anti-Israel e anti-ocidental na região.
O Hezbollah inclusive surgiu com apoio financeiro do Irã no começo dos anos 1980, e começou uma campanha para expulsar tropas israelenses do Líbano.
A hostilidadenumero service client zebetrelação a Israel continuou a ser a principal plataforma do grupo mesmo depoisnumero service client zebetmaionumero service client zebet2000, quando as últimas tropas israelenses deixaram o Líbano, devido,numero service client zebetparte, ao sucesso do braço armado do Hezbollah - a Resistência Islâmica.
O Hezbollah também tem seu braço político, um partido, e está representado no Parlamento libanês, onde é uma das principais forças.
Desde que o conflito atual começou, o grupo tem trocado disparosnumero service client zebetmísseis e foguetes contra Israel,numero service client zebetum confronto que já é classificado por alguns como o mais grave na fronteiranumero service client zebet17 anos.
A escalada nas hostilidades levou o governo israelense a evacuar 28 comunidades pertonumero service client zebetsua fronteira norte.
Segundo Daniel Rio Tinto, da FGV, a proximidade geográfica e o históriconumero service client zebetconfrontos com Israel tornam o Líbano "a áreanumero service client zebetmaior preocupação nesse momento".
Já Vitelio Brustolin, professornumero service client zebetRelações Internacionais da Universidade Federal Fluminense (UFF), acredita que as hostilidades na fronteira do nortenumero service client zebetIsrael dos últimos dias não passamnumero service client zebet"escaramuças ou provocações".
"O Hezbollah não tem capacidade militar para enfrentar Israel no campo aberto e por isso é difícil acreditar que eles começariam um confronto agora, quando o Exército israelense já está com a guarda alta, deslocou forças para o norte e convocou reservistas", diz.
"O que o grupo poderia fazer é atrair as forças israelenses para um ambientenumero service client zebetguerrilha urbana que já os favoreceu no passado enumero service client zebetque poderiam usar destroçosnumero service client zebetprédios, snipers e túneis a seu favor."
"Mas acho uma escalada nesse momento bastante improvável, ainda que não impossível", avalia Brustolin.
Sobre o tema, o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, afirmou que o país “não tinha interesse”numero service client zebetuma guerra com o grupo.
"Se o Hezbollah escolher o caminho da guerra, pagará um preço muito alto. Muito pesado. Mas se o grupo se contiver, respeitaremos isso e manteremos a situação como está”, disse.
Já o governo do Líbano disse não apoiar os ataques - até porque o país, que enfrenta umanumero service client zebetsuas piores crises econômicas, não conseguiria arcar com os custosnumero service client zebetuma nova guerra.
'Eixo da Resistência'
Segundo os especialistas, não é possível falar sobre um conflito envolvendo o Hamas e o Hezbollah sem levarnumero service client zebetconta a participação do Irã.
O país apoia os dois grupos e fornece financiamento, armas e treinamento para a organização que atua na Faixanumero service client zebetGaza.
Uma reportagem do jornal The Wall Street Journal cita fontes anônimas do Hamas e do Hezbollah que dizem que o Irã deu sinal verde para o ataque do dia 7numero service client zebetoutubro contra Israel.
Mas embora os líderes do Irã tenham celebrado e elogiado os ataques, eles foram rápidos a negar o envolvimento do país.
"As acusações ligadas ao papel do Irã se baseiamnumero service client zebetrazões políticas", afirmou Hossein Amir-Abdollahian, ministro das Relações Exteriores do Irã, logo após a incursão.
Já Ghazi Hamad, porta-voz do Hamas, disse à BBC na ocasião que o grupo teve apoio direto do Irã para o ataque.
Segundo ele, o país se comprometeu a "apoiar os combatentes palestinos até a libertação da Palestina enumero service client zebetJerusalém".
Os Estados Unidos também disseram não ter identificado provas da participação direta do Irã na incursãonumero service client zebetIsrael.
Mais recentemente, porém, o Irã tem falado repetidamente sobre o risconumero service client zebetuma escalada na guerra.
Na terça-feira (17/10), o ministronumero service client zebetRelações Exteriores do país, Hossein Amirabdollahian, disse que o Eixo da Resistência poderia dar andamento a uma “ação preventiva” se os “crimesnumero service client zebetguerranumero service client zebetIsrael contra os palestinos”numero service client zebetGaza não parassem.
A autoridade não detalhou qual seria a ação tomada, mas a declaração aumentou os temoresnumero service client zebetque a guerra possa respingarnumero service client zebetoutros países.
Porém, segundo analistas consultados pela BBC Brasil, um envolvimento direto do Irã no confronto é bastante improvável.
"O Irã está interessadonumero service client zebetse posicionar como defensor do povo palestino, mas não quer uma guerra", diz Leila Farsakh. "Principalmente porque umnumero service client zebetseus maiores objetivos no momento é diminuir as sanções impostas contra ele e manter o diálogo com os EUA".
Os especialistas afirmam ainda que o país tampouco possui capacidade militar para enfrentar um conflito como esse sozinho, sem o auxílionumero service client zebetoutras nações como Rússia e China - algo que ele classifica como muito improvável.
"O Irã não vai entrar na guerra diretamente - mas os iranianos são muito bonsnumero service client zebetusar outros para lutar por eles e seus interesses", diz Ahron Bregman,numero service client zebetreferência ao apoio fornecido pelo país ao Hamas e o Hezbollah.
Também seria improvável que outros aliados ou membros do chamado Eixo da Resistência se envolvessem militarmente no confronto, avalia Farsakh.
"A Síria,numero service client zebetespecial, não tem condições para entrarnumero service client zebetum novo conflito, pois ainda está se recuperando danumero service client zebetprópria guerra", diz a especialista da Universidadenumero service client zebetMassachusetts Boston.
"O regime sírio provavelmente se aliará com qualquer posição tomada pelo Hezbollah e pelo Irã, mas confiará neles para tomar as ações."
O xadrez do Oriente Médio
Alémnumero service client zebetIrã, Líbano e Síria, outros países do Oriente Médio fazem parte do xadrez geopolítico movimentado pelo confronto entre Hamas e Israel. Isso, porém, não significa que tenham qualquer interessenumero service client zebetse envolver nos combates.
É o caso, por exemplo, da Arábia Saudita. Historicamente, o país é um do maiores defensores da causa palestina, mas recentemente tem se aproximadonumero service client zebetIsrael.
Antes do conflito atual, a nação árabe estava prestes a assinar um acordonumero service client zebetpaz e estabelecer relações diplomáticas com Israel,numero service client zebetuma aproximação patrocinada pelo governo americano.
No contexto atual, porém, especialistas afirmam que o pacto pode demorar mais - e que, inclusive, um dos objetivos do Hamas com seu ataque era prejudicar as negociações.
O governo da Arábia Saudita tem condenado as ações israelenses das últimas semanas.
Vitelio Brustolin, porém, afirma acreditar que as conversas para um acordo devem ser retomadas quando tudo se acalmar.
"A aproximação da Arábia Saudita com Israel interessa sobretudo à Arábia Saudita, porque ela colocou como condição para essa aproximação o apoio dos Estados Unidos a seu programa nuclear", diz.
O Egito, pornumero service client zebetvez, há muito tempo desempenha um papelnumero service client zebetmediador, não somente entre Israel e os palestinos, mas também entre as próprias principais facções palestinas.
Foi o primeiro Estado árabe a fazer a paz com Israelnumero service client zebet1978 – depoisnumero service client zebettravar várias guerras com o vizinho.
Agora, o foco está no controle do país sobre uma das duas rotas terrestres que saem da Faixanumero service client zebetGaza – a passagemnumero service client zebetRafah.
Milharesnumero service client zebetpalestinos aguardam no ladonumero service client zebetGaza da fronteira, enquanto centenasnumero service client zebetcaminhões que transportam ajuda necessária estão estacionados no lado egípcio. Muitos outros comboiosnumero service client zebetajuda também se dirigem para a fronteira. Mas ainda não houve acordo sobre a abertura da passagem.
Muitos egípcios ainda preservam na memória as imagensnumero service client zebet2008, quando habitantesnumero service client zebetGaza invadiram a passagemnumero service client zebetRafahnumero service client zebetbuscanumero service client zebetalimentos e mantimentos após um bloqueionumero service client zebetmeses.
Nesse sentido, o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, insiste quenumero service client zebetresponsabilidade maior é com a segurança nacional, apelando aos habitantesnumero service client zebetGaza para que permaneçam "firmes enumero service client zebetseu território".
Ao mesmo tempo, Cairo intensificou os esforços diplomáticos para evitar uma nova escalada no conflito. Em telefonemas com homólogos e autoridades regionais e europeias, Sisi alertou para os perigos da “ausêncianumero service client zebetperspectivas políticas” para resolver o conflito e para os riscosnumero service client zebetdesestabilização da região caso a violência continue.
Outro país que vem contribuindo para os esforçosnumero service client zebetnegociação é a Turquia. Vale lembrar que o Império Otomano, que é o berço da civilização turca, ocupou parte da Faixanumero service client zebetGaza e a Cisjordânia até 1917.
"O governo turco tem exercido um papel muito importante nos bastidores, tentando encontrar uma maneiranumero service client zebetlibertar todos os prisioneiros israelenses que o Hamas capturou", afirma Leila Farsakh.
Estima-se que cercanumero service client zebet199 israelenses estejam nas mãos do Hamas atualmente, entre homens, mulheres, idosos e crianças.
Com os reféns detidosnumero service client zebetlocais secretosnumero service client zebetGaza, o governonumero service client zebetIsrael agora enfrenta uma situação delicada.
No sábado (14/10), as Forças Armadas do país anunciaram que se preparam para atacar Gaza por terra, ar e mar - e muitos temem pela segurança dos sequestrados.
Para além do Mediterrâneo
Os Estados Unidos também têm desempenhado um papel importante no atual conflito - e segundo especialistas, podem ser cruciais para garantir que outras nações não sejam atraídas para o confronto.
Aliado históriconumero service client zebetIsrael, o país tem pedido por um arrefecimento das tensões. Mas segundo os analistas consultados pela BBC, a formanumero service client zebetatuação mais eficiente dos EUA é por meio da dissuasão estratégica. Isto é,numero service client zebetcapacidadenumero service client zebetdesaconselhar potenciais adversáriosnumero service client zebetse envolvernumero service client zebetum conflito no qual as forças americanas certamente sairiamnumero service client zebetdefesanumero service client zebetIsrael.
"Uma guerra do Irã contra Israel, por exemplo, necessariamente envolveria os Estados Unidos. Ou seja, seria uma guerra contra a maior potência militar do mundo", explica Vitelio Brustolin, da UFF.
Desde que Israel foi atacado pelo Hamas, o Pentágono enviou dois porta-aviões para o leste do Mar Mediterrâneo.
O primeiro deles, USS Gerald R. Ford, chegou à costa israelense no início desta semana. Agora, o gruponumero service client zebetataque USS Dwight D. Eisenhower também se dirige para a região.
O governo do presidente Joe Biden deixou claro que os navios e a força que os acompanha não estão lá para se envolvernumero service client zebetatividadesnumero service client zebetcombatenumero service client zebetnomenumero service client zebetIsrael, mas sim para dissuadir outrosnumero service client zebetentrar no conflito, incluindo o Hezbollah e o Irã.
"Vou repetir: para qualquer país, qualquer organização, qualquer pessoa que pensenumero service client zebettirar vantagem desta situação, tenho uma palavra: não faça isso", alertou Bidennumero service client zebetvisita a Israel na quarta-feira (18/10).
Também por esse motivo, analistas não acreditam que outras potências mundiais, como Rússia e China, se envolveriam no confronto apoiando seus aliados regionais.
Além disso, segundo Brustolin, os dois países tendem a priorizar seus próprios interesses acima dosnumero service client zebetqualquer parceiro. "A China se beneficia muitonumero service client zebetseu status econômico atual, não quer prejudicarnumero service client zebetestratégianumero service client zebetlongo prazo nesse sentido", diz.
O analista aponta ainda que uma escalada no conflito poderia ser danosa para a economia mundial e o mercadonumero service client zebetpetróleo.
"Não interessa ao mundo uma guerra na região porque por ali passa a maior parte do comércio global por via marítima, pelo Canalnumero service client zebetSuez. E um conflito também tende a impactar o preço do petróleo."
A Rússia, pornumero service client zebetvez, está profundamente vinculada no conflito Ucrânia para abrir uma segunda frentenumero service client zebetconflito. "Os russos estão celebrando a distração danumero service client zebetprópria guerra com a Ucrânia", afirma Ahron Bregman, da King's Collegenumero service client zebetLondres.
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