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O errosportingbet virtualdatasportingbet virtualnascimento que fez adolescente ser condenado à penasportingbet virtualmorte:sportingbet virtual
Niranaram estava no corredor da morte pelo assassinatosportingbet virtual1994sportingbet virtualsete pessoas — cinco mulheres e duas crianças — na cidadesportingbet virtualPune. Ele havia sido preso — junto a outros dois homens — do seu vilarejo no Rajastão. Em 1998, ele foi condenado à pena morte, partindo do princípiosportingbet virtualque ele tinha 20 anos.
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Fim do Matérias recomendadas
Em março, a Suprema Corte da Índia finalmente colocou um ponto final à provaçãosportingbet virtualtrês décadassportingbet virtualNiranaram — o que envolveu três tribunais, inúmeras audiências, mudançassportingbet virtualleis, apelações, um pedidosportingbet virtualclemência, exames para determinaçãosportingbet virtualidade e uma busca por documentos comsportingbet virtualdatasportingbet virtualnascimento.
Os juízes concluíram que Niranaram tinha 12 anos e seis meses — ou seja, era menorsportingbet virtualidade — na época que o crime foi cometido. De acordo com as leis indianas, um menor não pode ser condenado à pena morte, e a pena máxima para todos os crimes ésportingbet virtualtrês anos.
Mas como um erro judicial tão flagrante aconteceu, levando à condenaçãosportingbet virtualum adolescente ao corredor da morte?
Por motivos que não são totalmente claros, a polícia registrou a idade — e o nome —sportingbet virtualNiranaramsportingbet virtualmaneira incorreta quando ele foi preso.
O dele nome foi escrito errado — ele foi identificado como Narayan —sportingbet virtualum memorando redigido pela polícia no momento da prisão. Ninguém sabe ao certo quando a idade errada foi registrada pela primeira vez.
"Os registros da prisão dele são muito antigos. Os documentos do julgamento original nem chegaram à Suprema Corte", diz Shreya Rastogi, do Projeto 39A, um programasportingbet virtualjustiça criminal da Universidade Nacionalsportingbet virtualDireitosportingbet virtualDelhi.
A libertaçãosportingbet virtualNiranaram aconteceu após nove anossportingbet virtualempenho do programa.
Surpreendentemente, a questão do erro emsportingbet virtualdatasportingbet virtualnascimento e a alegaçãosportingbet virtualque era menorsportingbet virtualidade não foram abordadas pelos tribunais, promotores e advogadossportingbet virtualdefesa até 2018.
A faltasportingbet virtualcertidõessportingbet virtualnascimento faz com que muitos indianos, sobretudosportingbet virtualáreas rurais, desconheçamsportingbet virtualdatasportingbet virtualnascimento — Niranaram era um deles.
O que acabou salvando ele foi uma anotaçãosportingbet virtualum antigo registro da escola do seu povoado natal,sportingbet virtualque constava que ele nasceusportingbet virtual1ºsportingbet virtualfevereirosportingbet virtual1982. Havia também um certificadosportingbet virtualtransferência escolar com as datassportingbet virtualque ele entrou e saiu da escola, e um certificado do chefe do conselho do vilarejo atestando que Narayan e Niranaram eram a mesma pessoa.
"Todo o sistema falhou. Os promotores, os advogadossportingbet virtualdefesa, os tribunais, os investigadores. Simplesmente falhamossportingbet virtualverificar quantos anos ele tinha no momento do incidente", diz Rastogi.
Na semana passada, a BBC atravessou uma paisagem quente e áridasportingbet virtualplanícies arenosas, arbustos e árvores secas para chegar a Jalabsar, um vilarejosportingbet virtual600 casas e 3 mil pessoassportingbet virtualBikaner.
Niranaram, filhosportingbet virtualpai agricultor e mãe donasportingbet virtualcasa, voltou a viver lá comsportingbet virtualextensa famíliasportingbet virtualquatro irmãos, suas respectivas esposas e uma dúziasportingbet virtualsobrinhos.
Localizado entre dunas e vastas áreas agrícolas, o vilarejo parece ser razoavelmente próspero. As ruas silenciosas e semidesertas são ladeadas por casas cobertas com antenas parabólicas e caixas d'água. As paredes da escola local são decoradas com nomessportingbet virtualmoradores do vilarejo que doaram dinheiro e material parasportingbet virtualmanutenção.
"Por que isso aconteceu comigo? Perdi os melhores anos da minha vida por causasportingbet virtualum simples erro", diz Niranaram, um homem alto e magro com olhos fundos.
"Quem vai compensar isso?"
O Estado não havia feito reparações pelo erro.
Em 1998, ao sentenciar Niranaram e um coacusado — que permanece na prisão, cumprindo penasportingbet virtualprisão perpétua —, o tribunal disse que era "um caso raríssimo".
Sete membrossportingbet virtualuma família foram mortos a facadassportingbet virtualuma tentativasportingbet virtualassalto na casa deles,sportingbet virtualPune,sportingbet virtual26sportingbet virtualagostosportingbet virtual1994.
De acordo com a família das vítimas, um dos acusados trabalhava na lojasportingbet virtualdoces que eles tinham na cidade e havia pedido demissão uma semana antes dos assassinatos.
Mais tarde, ele se tornou um delator — auxiliando a promotoria — e foi solto.
Os outros dois acusados, incluindo o jovem Niranaram, eram desconhecidos da família.
"Se o motivo era roubo, qual era a necessidadesportingbet virtualmatar todo mundo [na casa]?", questionou Sanjay Rathi, um membro da família,sportingbet virtualartigo publicado no jornal Indian Expresssportingbet virtual2015.
Niranaram contou à BBC que fugiusportingbet virtualcasa depoissportingbet virtualterminar a terceira série na escola do vilarejo.
Por que você fugiu?, perguntei.
"Não me lembro. Não me lembro das pessoas com quem fugi. Fui pararsportingbet virtualPune, onde trabalheisportingbet virtualuma alfaiataria", ele disse.
Nenhum dos irmãos dele tampouco conseguia se lembrar por que Niranaram fugiu.
E os assassinatos?
"Não me lembro do crime. Não tenho ideiasportingbet virtualpor que fui preso pela polícia. Lembro que fui espancado depoissportingbet virtualser preso. Quando perguntei por quê, a polícia disse algo na língua marata, que eu não entendi na época."
Marata é a língua faladasportingbet virtualMaharashtra, onde se encontra Pune.
Ele admitiu o crime?
"Não me lembro. Mas a polícia me fez assinar muitos papéis. Eu era um menino. Acho que fui envolvido injustamente."
Então você nega ter cometido o crime?, perguntei a ele.
"Não estou negando, nem admitindo o crime. Se minha memória clarear, poderei dizer mais. Não tenho lembrança, não tenho flashbacks", respondeu Niranaram.
Ao libertá-lo no mês passado, a Suprema Corte se perguntou se um meninosportingbet virtual12 anos poderia "cometer um crime tão horrível".
"Mas, embora esse fator nos choque, não podemos aplicar especulações dessa natureza para obscurecer nosso processosportingbet virtualjulgamento. Não temos nenhum conhecimentosportingbet virtualpsicologia infantil ou criminologia para levarsportingbet virtualconta esse fator...", disseram os juízes.
Sentadosportingbet virtualum pisosportingbet virtualladrilhos com uma camisa branca e calça bege, Niranaram diz que mal se lembrasportingbet virtualseus primeiros dias na prisão — a não ser da "intimidação por partesportingbet virtualprisioneiros e funcionários".
Mas ele se recorda dasportingbet virtualtemporada como prisioneiro número 7.432 na prisãosportingbet virtualNagpur — ele também passou um temposportingbet virtualum presídiosportingbet virtualPune — com alguma clareza.
Não fez amizade com outros detentos porque "estava com muito medo". Mas decidiu lutar contra o isolamento aprendendo sozinho. Estudou sem parar, fez provas emsportingbet virtualcela apertada e úmida e terminou a escola. Fez mestradosportingbet virtualsociologia e estava se preparando para outrosportingbet virtualciências políticas quando foi libertado.
Niranaram queria viajar pela Índia se fosse solto algum dia, então ele fez um cursosportingbet virtualseis mesessportingbet virtualestudossportingbet virtualturismo; e outro sobre pensamentossportingbet virtualGandhi.
"Os livros são seus melhores amigos na prisão", avalia.
Ele lia vorazmente: as obrassportingbet virtualGandhi; livrossportingbet virtualescritores indianos populares como Chetan Bhagat e Durjoy Datta; e os suspensessportingbet virtualSidney Sheldon. Gostousportingbet virtualCrime e Castigo,sportingbet virtualFiódor Dostoiévski. E seu romance favorito era A Confissão,sportingbet virtualJohn Grisham, um thriller jurídico que, emsportingbet virtualopinião, refletia seu próprio destino.
Niranaram conta que seu único contato com o mundo exterior eram alguns jornais ingleses. Ele os liasportingbet virtualcabo a rabo e, quando viu uma fotosportingbet virtualVin Dieselsportingbet virtualum deles, raspou o cabelo. Ele também leu sobre a guerra na Ucrânia.
"Isso mostra que o mundosportingbet virtualhoje (está) enfrentando uma faltasportingbet virtualliderança globalmente aceitável, que reúna as duas nações para um diálogo", escreveu elesportingbet virtualuma carta da prisão para Rastogi.
"Você lê e escreve e depois também fica entediado", ele disse.
Niranaram começou a aprender idiomas. Ele aprendeu marata, hindi e punjabi — e estava se preparando para aprender malayalam. Mas ele esqueceu a própria língua materna, um dialeto falado no Rajastão.
Na noite anterior ao retorno do filho para casa,sportingbet virtualmãesportingbet virtual70 e poucos anos se juntou às comemorações, dançando ao som da música tocada por um DJsportingbet virtualuma caminhonete alugada com alto-falantes. Mas quando Anni Devi finalmente ficou cara a cara com Niranaram, as lágrimas rolaram — e ambos não conseguiam entender o que o outro estava dizendo.
O paisportingbet virtualNiranaram morreusportingbet virtual2019.
"Nós apenas olhamos um para o outro. Ela havia mudado muito", diz Niranaram.
Quando Niranaram deixou a prisão no fimsportingbet virtualmarço, ele percebeu "o quanto a Índia havia mudado".
"Havia carros novos nas estradas, as pessoas usavam roupas estilosas, as estradas eram boas", ele sorri.
"Havia jovens andando a toda velocidadesportingbet virtualmotos Hayabusa que eu pensei que só estrelassportingbet virtualcinema teriam acesso. Era um país diferente."
Depoissportingbet virtualvoltar para casa, a língua se tornou a principal barreirasportingbet virtualsocialização para Niranaram. Ele agora fala marata, inglês e hindi.
Massportingbet virtualfamília e outros moradores do vilarejo não falam ou entendem os dois primeiros idiomas e têm dificuldade com o terceiro. Todos os dias, mãe e filho passam algum tempo se olhando e se comunicando por meiosportingbet virtualum intérprete, geralmente um jovem sobrinho que entende hindi.
"Às vezes, me sinto um estranho na minha própria casa", observa Niranaram.
Lidar com pessoas e espaços é outro problema.
"Sempre tenho medosportingbet virtualesbarrar com as pessoassportingbet virtualespaços públicos. Estou acostumado com prisões e espaços pequenos. O isolamento opressor do corredor da morte deixa você socialmente inepto. Tenho que ter cuidado, tenho que começar a aprender a viver a vida como um homem livre", afirma.
Niranaram conta que "não sabia" como interagir com as pessoas, principalmente com as mulheres.
"Não sei como me comportar e conversar com mulheres. Como eu falo para alguém me ensinar a falar com uma mulher? Sempre tenho que pensar duas vezes antessportingbet virtualinteragir."
Mas ele quer começar a viver. A família deu um celular a ele, que ele está aprendendo a usar. Os sobrinhos abriram contas no Facebook e WhatsApp para ele.
Os irmãos dele trabalham nos 40 hectaressportingbet virtualárea agrícola da família, onde cultivam trigo, mostarda e leguminosas. Mas Niranaram quer estudar direito e fazer trabalho social, ajudando outros prisioneiros que enfrentam destinos semelhantes.
No momento, Niranaram é uma "atração"sportingbet virtualseu vilarejo, como observou seu sobrinho Raju Chaudhary:
"Centenassportingbet virtualpessoas, incluindo parentes, chegam todos os dias para ver o homem que voltou do corredor da morte."
Niranaram vivesportingbet virtualum quarto na casasportingbet virtualum dos irmãos, onde ensina inglês aos sobrinhos. Ele disse que levaria um tempo para se acostumar com a "rapidez do mundo livre"sportingbet virtualcomparação com o "ritmo lento" das prisões.
"Estou oscilando entre o passado e o futuro. Estou feliz por estar livre. Fico tenso com o que está por vir. É uma estranha misturasportingbet virtualemoções."
Fotografias e reportagem adicionalsportingbet virtualAntariksh Jain.
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