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As mães que assumiram cabelos cacheados para inspirar filhas:88idr freebet
A opção88idr freebetalisar os cabelos foi colocada à prova na medida88idr freebetque Weruska era exposta a conteúdos88idr freebetmais e mais mulheres assumindo seus cabelos naturais na internet. Em paralelo a isso, crescia a vontade88idr freebetser mãe.
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"Eu já vinha flertando com a ideia88idr freebetver meu cabelo natural88idr freebetnovo, buscando referências, pesquisando sobre transição capilar… Quando engravidei, veio o reforço que eu precisava para abraçar minha identidade."
Quando recebeu a confirmação88idr freebetque seria mãe, Weruska conta que começou a refletir como ensinaria a criança a amar seu corpo,88idr freebetidentidade e seu cabelo — especialmente se fosse uma menina, o que se confirmou algumas semanas mais tarde.
"Não fazia sentido eu não aceitar uma parte88idr freebetmim mesma, como meu cabelo, e tentar ensiná-la a se amar. A Manuela desempenhou um papel fundamental nessa decisão."
Assim como para muitas mulheres que passam pela transição capilar, a fase foi desafiadora para Weruska. "Eu não estava preparada para cuidar do cabelo natural, e estar com ele metade cacheado e metade liso era complicado. Cortei, tirando toda a química, após um ano e alguns meses88idr freebettransição."
A força da identidade
Na avaliação da psicóloga Danielle Braga, o ato88idr freebetassumir os cachos tem relação direta com mostrar a essência, personalidade e ancestralidade.
"Acho que está tudo bem querer mudar, mas quando optamos por alisar o cabelo por uma pressão externa, estamos,88idr freebetcerta forma, representando um papel social para sermos aceitos e nos encaixarmos minimamente88idr freebetum contexto social. Assumir nossos cabelos é uma quebra88idr freebetrelação a essa violência."
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O impacto da rejeição do cabelo natural — por si próprias ou por outras pessoas— pode ter um impacto negativo grande na vida88idr freebetmeninas, diz Braga.
"Como será que a mente dessa menina vai se comportar88idr freebetoutras relações no futuro se foi uma figura88idr freebetcuidado dizendo que ela não pode ou não deve deixar o cabelo como ele é naturalmente? Provavelmente ela constantemente pensará que não é suficiente"
Quanto às mães e cuidadoras que permitiam ou incentivavam o alisamento dos cabelos das meninas, a psicóloga avalia que a decisão era tomada por um conjunto88idr freebetmotivos — e que não seria justo colocá-las como vilãs mal-intencionadas.
"Muitas dessas mães são negras, e pode ser que tenham enfrentado preconceito devido ao cabelo e estivessem tentando proteger suas filhas. Essas decisões também podem estar relacionadas ao contexto da época", diz Braga.
"A transição é uma ruptura, permitindo deixar para trás um passado88idr freebetdor, negligência e silenciamento, e assumir88idr freebetverdadeira identidade88idr freebetum mundo que ainda não a enxerga com olhos gentis, que às vezes a exotizam, é um processo complexo e desafiador, mas é fundamental para a nossa evolução."
Já o movimento que mães como Weruska fazem —88idr freebetromper com um ciclo88idr freebetanos na mudança da aparência — tem, na visão88idr freebetBraga, um impacto na autoestima e no amor-próprio.
"Quando as mães podem transmitir essa mensagem, o processo88idr freebetaceitação se torna mais positivo. As meninas também são preparadas para enfrentar a escola e os comentários88idr freebetforma diferente."
"Ao invés88idr freebetdizer 'vamos alisar o cabelo para não passar por isso', as mães podem dizer 'vou conversar com a diretoria, isso não vai ficar assim'. Essa sensação88idr freebetproteção,88idr freebetter alguém que olha por você, te protege e te cuida, é valiosa. Essa geração não vai aceitar menos do que merece. "
'Educar pelo exemplo'
Diferentemente88idr freebetWeruska, a carioca Amanda Vidal,88idr freebet40 anos, ainda alisava o cabelo quando88idr freebetfilha, Laura, nasceu.
"Quando ela tinha cinco anos, estava tentando deixar os fios naturais, mas eu não gostava do que via no espelho. Cedi à voltar para o alisamento sem pensar no impacto que isso teria nela", conta.
Não demorou muito para que Laura começasse a pedir para ter os fios lisos como o da mãe — ela dizia querer “poder jogar os cabelos88idr freebetlado”.
Amanda teve um flashback. “Era exatamente o que eu falava quando era mais nova — meu sonho era ter um cabelo bem lisinho para poder jogar. Foi aí que eu comecei a me preocupar com isso e tentei convencê-la88idr freebetque seu cabelo era lindo do jeito que era, mas não funcionou como eu esperava.”
"Eu percebi que não podia dizer que seu cabelo era lindo enquanto alisava o meu. Precisava educar pelo exemplo, então, comecei a trabalhar nisso dentro88idr freebetmim. Foi um processo longo."
"Agora, ela balança seu cabelo e não se preocupa mais com o volume, porque ela sabe que é linda do jeito que é. Isso me deixa muito feliz."
"Esse exemplo que eu pude dar não era tão comum no passado. Minha mãe também tinha cabelo cacheado, mas alisava com progressiva porque acreditava que era melhor e a fazia sentir-se mais bonita e arrumada. Havia um estigma88idr freebetque cabelo cacheado não ficava arrumado, o que não é verdade.:
A tentação da busca pelo 'perfeito'
Amanda acredita que essa mudança — da qual ela e outras mães fazem parte — pode ajudar as futuras gerações a aceitarem seus cabelos naturais desde cedo.
"Sem sentir a pressão88idr freebetalisá-los para se encaixar88idr freebetpadrões88idr freebetbeleza tradicionais. Isso é maravilhoso, todos devem se sentir bem consigo mesmos do jeito que são."
Ela diz não aceitar comentários externos sobre os fios88idr freebetLaura. "Se sugerem que ela prenda ou passe um creme, por exemplo, eu digo que ela pode usar como quiser — e que não existe cabelo cacheado sem frizz."
Weruska concorda — e acrescenta que é perigoso reforçar padrões88idr freebetperfeição também para as cacheadas.
"É importante não trocar uma prisão estética por outra. Aceitar e amar nosso cabelo natural envolve também aceitar a diversidade dos outros. Cuido do cabelo da minha filha com atenção e carinho, mas evito reforçar padrões88idr freebetperfeição."
"Não a elogio apenas quando o cabelo está recém lavado ou preso. É importante que ela saiba que seu cabelo é lindo88idr freebetqualquer estado, e que não existe um cacho 'perfeito'".
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