'Não aceitaremos anexação do nosso território': a resposta da Guiana à lei aprovada pela Venezuela 'tomando' a região do Essequibo:roleta para iniciantes

Maduro

Crédito, Reuters

A Venezuela, por outro lado, acusou seu vizinhoroleta para iniciantespermitir a instalaçãoroleta para iniciantesbases militares dos EUA na área disputada.

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Além do território

A Lei Orgânicaroleta para iniciantesDefesa da Guiana Essequiba, assinada pelo presidente venezuelano Nicolás Maduro, declara o Essequibo como o 24º Estado da Venezuela.

"É uma lei para a defesaroleta para iniciantesum território que é nosso, para a defesaroleta para iniciantesum mar que é nosso e para a defesaroleta para iniciantesum ecossistema que está a ser barbaramente atacado por petrolíferas e piratas mineiros", justificou o presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez.

O instrumento busca colocar as empresas internacionaisroleta para iniciantespetróleo e mineração na encruzilhadaroleta para iniciantesescolha entre Venezuela e Guiana.

"Acredito que este capítulo defende com muita galhardia os interesses da Venezuela quando o presidente da República tem o poderroleta para iniciantesproibir a celebraçãoroleta para iniciantescontratos ou acordos com pessoas jurídicas que estejam operando ou colaborando com a operação no territórioroleta para iniciantesGuiana Essequiba ou nas águas a serem delimitadas", disse Maduro.

Mapa mostra árearoleta para iniciantesdisputa entre Venezuela e Guiana
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Sobre esta disposição, o economista José Guerra disse que "é uma mensagem para a ExxonMobil (...) e outras empresas que pensamroleta para iniciantesinvestir na Guiana, pois são avisadasroleta para iniciantesque, se o fizerem, não poderão operar na Venezuela."

No entanto, o ex-diretor do Banco Central da Venezuela (BCV) descartou que isso iniba a petroleira americanaroleta para iniciantescontinuar com seus planos na Guiana.

"Tenho a impressãoroleta para iniciantesque a Venezuela precisa da ExxonMobil mais do que a ExxonMobil precisa da Venezuela (...) A Venezuela precisa da ExxonMobil, porque foi a segunda petroleira a chegar ao país e localizou as jazidas e sabe quais são os seus problemas, mas o mundo da ExxonMobil não acaba na Venezuela", explicou o economista à BBC Mundo.

Mas o texto não apenas fecha as portas para fazer negócios na Venezuela para empresas que atualmente operam na área disputada, mas também abre a possibilidaderoleta para iniciantespunir venezuelanos.

"O artigo 25,roleta para iniciantesforma exaustiva e categórica, excelentíssimos advogados, excelentíssimos juízes, autoriza expressamente a proibiçãoroleta para iniciantesconcorrer a cargos eletivos ouroleta para iniciantesacesso a cargos públicos às pessoas que adotaram ou adotam condutas que direta ou indiretamente favoreçam ou apoiem a posição da Guiana, roleta para iniciantesseu governo,roleta para iniciantesempresas transnacionais como a ExxonMobil", disse Maduro.

Logo da ExxonMobil

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Lei aprovada na Venezuela diz que presidente pode impedir acordos comerciaisroleta para iniciantesexploração no Essequibo

Isso poderia ser usado para possíveis desqualificações políticas.

A líder opositora María Corina Machado recusou-se a apoiar o referendo que o Governo venezuelano realizouroleta para iniciantesdezembroroleta para iniciantes2023 sobre a questão do Essequibo, considerando que não era a forma idealroleta para iniciantesdefender os direitos venezuelanos na região.

Machado está desqualificado e não pode enfrentar Maduro nas eleições presidenciaisroleta para iniciantes28roleta para iniciantesjulho.

A lei também proíbe a circulaçãoroleta para iniciantesmapas ou documentos que não reconheçam soberania sobre o territórioroleta para iniciantesquestão, sob penaroleta para iniciantesmultasroleta para iniciantesmaisroleta para iniciantesUS$ 100 mil.

Os presidentes Nicolás Maduro e Irfaan Ali se reuniramroleta para iniciantesdezembro do ano passado para discutir a disputa sobre o Essequibo.

Maduro e Irfaan Ali

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Presidentes da Guiana e da Venezuela se reuniram no ano passado para debater o Essequibo

'Tendência bélica'

"A lei não contribuirároleta para iniciantesforma alguma para resolver o conflito bilateral e garantir a paz regional", disse Carlos Romero, professor da Escolaroleta para iniciantesEstudos Internacionais da Universidade Central da Venezuela (UCV), à BBC Mundo.

"A lei pressupõe a tese do governo venezuelanoroleta para iniciantesque a Guiana Esequiba já faz parte do território nacional. Isso gera um problemaroleta para iniciantesdireito internacional, porque implica a anexaçãoroleta para iniciantesfatoroleta para iniciantesum território que, embora seja reivindicado pela Venezuela, faz parte da Guiana até que se decida o contrário", disse.

Essa situação é uma violaçãoroleta para iniciantesinstrumentos como a Carta das Nações Unidas e a Organização dos Estados Americanos, que estabelecem que nenhum país deve ameaçar a integridade territorialroleta para iniciantesoutro.

Porroleta para iniciantesvez, o internacionalista Marianoroleta para iniciantesAlba considerou que a lei não passaroleta para iniciantesum gesto.

"O que a lei faz é coletar quais foram e são as posições da Venezuelaroleta para iniciantesrelação àroleta para iniciantesdisputa territorial com a Guiana. É verdade que prevê a criação do Estadoroleta para iniciantesGuayana Esequiba, mas se o governo venezuelano não tomar medidas adicionais para executá-lo, na realidade a lei permaneceroleta para iniciantesum estágio bastante simbólico", explicou o assessor da organização Crisis Group.

Porroleta para iniciantesvez, Christopher Sabatini, pesquisador sênior para a América Latina da Chatham House,roleta para iniciantesLondres, disse à BBC Mundoroleta para iniciantespreocupação com "o aumento do belicismo venezuelano contra a Guiana".

"Cada passo que Maduro dá nessa questão o coloca cada vez mais fundoroleta para iniciantesum beco do qual acho difícil para ele sair", disse o especialista.

Mapa mostra áreasroleta para iniciantesmineraçãoroleta para iniciantesouro e depetróleo

Depósitosroleta para iniciantespetróleo e minerais muito valiosos foram encontrados no Essequibo.

As declaraçõesroleta para iniciantesambos os lados confirmam uma escaladaroleta para iniciantestensão. Assim, o procurador-geral da Guiana, Anil Nandlall, anunciou que buscará o apoio da Comunidaderoleta para iniciantesEstados do Caribe (Caricom) e da União Parlamentar Internacional diante do que considera "novas ameaças" contra seu país.

Porroleta para iniciantesvez, durante a assinatura da lei, Maduro atacou seu homólogo guianense, Irfaan Ali, a quem disse que "se tornou o fantoche da Exxon Mobil, do império britânico e do Comando Sul (dos Estados Unidos)".

O líder venezuelano também denunciou que seus vizinhos permitiram a instalaçãoroleta para iniciantesbases militares dos EUA, a partir das quais seria preparada uma "escalada" contra a Venezuela.

"Comprovamos informaçõesroleta para iniciantesque no território da Guiana Essequiba, temporariamente administrado pela Guiana, instalaram bases militares secretas do Comando Sul, núcleos militares e núcleos da CIA", disse.

Chávez

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Quando governou a Venezuela, Hugo Chávez prometeu à Guiana que não se oporia à exploração comercial do Essequibo

Origens do problema

Desde o nascimento da Venezuela, este país considera o Essequibo, também conhecido como Guiana Essequiba, como parteroleta para iniciantesseu território. E até dezembro passado, apareciaroleta para iniciantesseus mapas sob o nomeroleta para iniciantes"zonaroleta para iniciantesrecuperação".

Documentos da época colonial atribuíam a área à Capitania Geral da Venezuela. No entanto, após a independência da coroa espanhola, começaram a surgir disputas com a Guiana, então uma colônia britânica.

Em 1899, as partes assinaram uma sentença arbitral, pela qual Georgetown recebeu o território, que hoje representa dois terços do total da Guiana.

No entanto, a Venezuela denunciou o tratado alegando que foi coagido pelas potências europeias a aceitá-lo e,roleta para iniciantes1962, apresentou uma queixa formal às Nações Unidas.

Em 1966, as partes assinaram um acordoroleta para iniciantesGenebra, na Suíça, para resolver a questão diplomaticamente e durante décadas mantiveram conversações sob a supervisãoroleta para iniciantesum mediador nomeado pelo secretário-geral da ONU, mas sem chegar a qualquer acordo.

Em 2004, o então presidente Hugo Chávez congelou a questão, que ele descreveu como "uma velha alegação da qual ninguém se lembrava".

"Assumi um compromisso com o presidente (Barrat) Jagdeo e com a Guianaroleta para iniciantesque o governo venezuelano não se oporá a nenhum projeto nesta região (o Essequibo) que beneficie seus habitantes", disse o falecido presidenteroleta para iniciantesfevereiro daquele ano durante uma viagem a Georgetown. Palavras que seus opositores interpretaram como uma cessão do território.

E embora as autoridades guianenses tenham garantido que manteriam contatos com as autoridades venezuelanas para buscar uma solução negociada, isso mudou depois que a ExxonMobil descobriu petróleo na árearoleta para iniciantes2015.

Assim, três anos depois, a Guiana processou a Venezuela perante a Corte Internacionalroleta para iniciantesJustiça das Nações Unidas, órgão que Caracas não reconhece como válido para resolver a questão.

Os últimos acontecimentos deixam claro que as chancesroleta para iniciantesresolver a questão por meioroleta para iniciantesnegociação ainda estão distantes.