O chocante suicídio que provoca clamor sobre lei do dote na Índia:pix gold bet

Os três foram detidos poucos dias depois e a Justiça determinoupix gold betprisão preventiva por 14 dias.

A notícia também mobilizou os ativistas pelos direitos dos homens. A trágica mortepix gold betSubhash deu início a um debate maior sobre a rígida legislação indiana sobre o dote, criada para proteger as mulheres contra o assédio e até assassinato.

Singhania havia acusado Subhash epix gold betfamíliapix gold betassédio pelo dote.

Muitos defendem que, com o contínuo aumento dos casospix gold betdivórcio no país, a legislação passou a ser objetopix gold betuso indevido por mulheres para assediar seus maridos, levando até ao suicídio.

A Suprema Corte da Índia também se manifestou. Um juiz descreveu a lei como "terrorismo legal", defendendo que ela foi "criada para ser usada como proteção e não como arma para assassinos".

Mas as defensoras dos direitos das mulheres destacam que a exigênciapix gold betpagamentopix gold betgrandes dotes pelas famílias dos maridos continua matando milharespix gold betmulheres, todos os anos.

Subhash e Singhania se casarampix gold bet2019, mas eles moravam separados há três anos. Subhash afirmou que não conseguia ver seu filho,pix gold betquatro anospix gold betidade.

Ele disse que a esposa apresentou "ações judiciais falsas", que o acusavampix gold betcrueldade, abuso por dote e diversas outras transgressões.

No vídeo, ele acusou a família Singhaniapix gold bet"extorsão". Eles teriam exigido, segundo Subhash, 30 milhõespix gold betrúpias (cercapix gold betUS$ 350 mil, ou R$ 2,17 milhões) para retirar as ações, 3 milhõespix gold betrúpias (cercapix gold betR$ 217 mil) pelos direitospix gold betvisita ao filho e pediram aumento da pensão mensalpix gold bet40 mil rúpias (cercapix gold betR$ 2,9 mil) para 200 mil rúpias (cercapix gold betR$ 14,5 mil).

Ele contou sobre as dezenaspix gold betvezespix gold betque empreendeu longas viagens para comparecer a audiências nos últimos anos.

Subhash também acusou um juizpix gold betassédio, por ridicularizá-lo e pedir propina. Uma nota aparentemente emitida pelo juiz qualifica as acusaçõespix gold bet"sem base, imorais e difamatórias".

A notícia do suicídio gerou uma ondapix gold betprotestospix gold betvárias cidades. Muitas pessoas foram às redes sociais para pedir justiça para Subhash.

Os manifestantes pediram que o suicídio seja tratado como assassinato. Eles atacaram Singhania, exigindopix gold betdetenção e condenação à prisão perpétua.

No X, antigo Twitter, milharespix gold betpessoas marcaram a empresa multinacional americana onde ela trabalhava, exigindopix gold betdemissão.

Após as manifestaçõespix gold betindignação, a políciapix gold betBengaluru abriu um processo contra as pessoas indicadas na cartapix gold betsuicídio. E,pix gold bet14pix gold betdezembro, Singhania,pix gold betmãe e o irmão foram presos sob acusaçãopix gold bet"incitação ao suicídio".

Durante o interrogatório, Singhania negou a acusaçãopix gold betque ela teria assediado Subhash por dinheiro, segundo declarou a polícia ao jornal The Times of India.

No passado, Singhania também havia apresentado graves acusações contra o seu marido.

Napix gold betpetiçãopix gold betdivórcio,pix gold bet2022, ela acusou a ele, seus pais e irmão,pix gold betassediá-la pelo dote. Ela afirmou que eles haviam ficado insatisfeitos com os presentes oferecidos por seus pais durante o casamento e exigiram mais 1 milhãopix gold betrúpias (cercapix gold betR$ 72,3 mil).

Os dotes foram proibidos na Índiapix gold bet1961. Mas ainda se espera que a família da noiva ofereça presentespix gold betdinheiro, roupas e joias para a família do noivo.

Um estudo recente indica que 90% dos casamentos na Índia envolvem dotes e os pagamentos realizados entre 1950 e 1999 totalizaram US$ 250 bilhões (cercapix gold betR$ 1,54 trilhão).

Segundo o Escritório Nacionalpix gold betRegistrospix gold betCrimes da Índia, 35.493 noivas foram mortas no país entre 2017 e 2022 por questõespix gold betdote. Este número representa,pix gold betmédia, 20 mulheres por dia –pix gold betalguns casos, anos após o casamento.

Somentepix gold bet2022, maispix gold bet6.450 noivas foram assassinadas por questões relacionadas ao dote – uma médiapix gold bet18 mulheres por dia.

Singhania afirmou que seu pai morreupix gold betataque cardíaco logo após o casamento, quando os paispix gold betSubhash o procuraram para exigir o dinheiro.

Ela também declarou que seu marido costumava ameaçá-la e "me bater depoispix gold betbeber álcool, tratando o relacionamento marido-mulher como uma fera" ao exigir práticas sexuais forçadas. Subhash havia negado todas as acusações.

A polícia afirma que ainda está investigando as acusaçõespix gold betum lado epix gold betoutro, mas o suicídiopix gold betSubhash aumentou as exigênciaspix gold betrevisão (e até eliminação) da rigorosa lei antidotes da Índia – o Capítulo 498A do Código Penal do país.

A legislação entroupix gold betvigorpix gold bet1983, depoispix gold betuma ondapix gold betmortes por questõespix gold betdote na capital indiana, Nova Déli, epix gold betoutras partes do país.

Havia relatos diáriospix gold betnoivas queimadas até à morte pelos maridos e sogros, alémpix gold betassassinatos frequentemente decorrentespix gold bet"acidentes domésticos". Fortes protestospix gold betmulheres parlamentares e ativistas forçaram o parlamento indiano a criar a legislação.

Segundo a advogada Sukriti Chauhan, "a lei chegou depoispix gold betuma luta longa e difícil" e "permite que as mulheres busquem justiçapix gold betcasospix gold betcrueldade nos seus lares matrimoniais".

Mas, ao longo dos anos, a lei chegou repetidamente às manchetes da imprensa. Ativistas pelos direitos dos homens afirmam que ela está sendo mal utilizada pelas mulheres, para assediar seus maridos e parentes. A Suprema Corte indiana também alertou contra o mau uso da legislaçãopix gold betdiversas ocasiões.

No mesmo dia da notícia do suicídio, a Suprema Corte destacou mais uma vez – sobre outro caso, não relacionado com a mortepix gold betSubhash – "a crescente tendênciapix gold betmau uso das regulamentações como ferramenta para desatar vinganças pessoais contra maridos e suas famílias".

Amit Deshpande é o fundador da organizaçãopix gold betdefesa dos direitos dos homens Fundação Vaastav, com sede na cidade mais populosa da Índia, Mumbai. Ele afirma que a lei está sendo usada "principalmente para extorquir os homens" e que "milharespix gold betoutros estão sofrendo como Subhash".

Ele conta que seu serviçopix gold betassistência telefônica recebe cercapix gold bet86 mil ligações todos os anos. A maior parte dos casos envolve disputas matrimoniais que incluem falsos casospix gold betdote e tentativaspix gold betextorsão.

"Uma indústria doméstica se formoupix gold bettorno da lei", ele conta.

"Em cada caso, 18 a 20 pessoas são acusadas e todas elas precisam contratar advogados e ir à justiça para pedir caução. Houve casospix gold betque um bebêpix gold betdois meses e um nonagenário doente foram acusadospix gold betabuso relativo a dotes."

"Sei que são exemplos extremos, mas o sistema como um todo permite isso,pix gold betalguma forma", explica Deshpande. "A polícia, o judiciário e os políticos estão fazendo vistas grossas para as nossas preocupações."

Ele afirma que, segundo os dados do governo indiano sobre crimespix gold betmaispix gold bet50 anos, os homens que se suicidam, empix gold betgrande maioria, são casados. E a discórdia entre as famílias foi a razãopix gold betumpix gold betcada quatro casos.

Deshpande conta que o patriarcado também trabalha contra eles.

"As mulheres têm recursos legais e recebem solidariedade. Mas as pessoas riem dos homens que são assediados ou apanham das esposas", explica ele.

"Se Subhash fosse mulher, ele poderia ter recorrido a certas leis. Por isso, vamos fazer leis neutraspix gold betgênero e estender a mesma justiça aos homens, para podermos salvar vidas."

Deshpande destaca que também deveria haver punições rigorosas para as pessoas que fazem uso abusivo das leis – caso contrário, elas não irão surtir os seus efeitos.

Chauhan concorda que as mulheres que fizerem mau uso da lei devem ser punidas. Mas ela destaca que qualquer lei pode ser empregadapix gold betforma abusiva.

O casopix gold betBengaluru corre na Justiça e, se for comprovada que as acusações são falsas, Singhania deveria ser punida, segundo Chauhan.

"Mas não apoio que a lei se torne neutrapix gold betgênero", prossegue ela. "Esta reivindicação é um retrocesso, pois desconsidera a necessidadepix gold betmedidas especiais que reconheçam que as mulheres sofrem impactos desproporcionais com a violência."

Chauhan destaca que as pessoas que recorrem ao Capítulo 498A são "levadas pelo patriarcado e, como é uma lei para as mulheres, existem tentativaspix gold betderrubá-la".

"A lei veio depoispix gold betanospix gold betinjustiças causadas pela sociedade patriarcal. E este patriarcado permanece sendo a realidade da nossa geração e irá continuar assim pelas próximas."

Apesar da lei, ela conta que a exigênciapix gold betdote é generalizada e milharespix gold betnoivas continuam sendo mortas por este motivo. Por isso, o que é preciso fazer agora é "fortalecer a lei".

"Se trêspix gold betcada 10 casos apresentados forem falsos, cabe aos tribunais impor a pena a eles", defende Chauhan. "Mas as mulheres ainda sofrem muito mais neste país e, por isso, não peça para revogar a lei."

Caso seja ou conheça alguém que apresente sinaispix gold betalerta relacionados ao suicídio, ou caso você tenha perdido uma pessoa querida para o suicídio, confira alguns locais para pedir ajuda:

- O Centropix gold betValorização da Vida (CVV), por meio do telefone pix gold bet 188, oferece atendimento gratuito 24h por dia; há também a opçãopix gold betconversa por chat, e-mail e busca por postospix gold betatendimento ao redor do Brasil;

- Para jovenspix gold bet13 a 24 anos, a Unicef oferece também o chat Pode Falar;

- Em casospix gold betemergência, outra recomendaçãopix gold betespecialistas é ligar para os Bombeiros ( pix gold bet telefone 193) ou para a Polícia Militar ( pix gold bet telefone 190);

- Outra opção é ligar para o SAMU, pelo pix gold bet telefone 192;

- Na rede pública local, é possível buscar ajuda também nos Centrospix gold betAtenção Psicossocial (CAPS),pix gold betUnidades Básicaspix gold betSaúde (UBS) e Unidadespix gold betPronto Atendimento (UPA) 24h;

- Confira também o Mapa da Saúde Mental, que ajuda a encontrar atendimentopix gold betsaúde mental gratuitopix gold bettodo o Brasil.

- Para aqueles que perderam alguém para o suicídio, a Associação Brasileira dos Sobreviventes Enlutados por Suicídio (Abrases) oferece assistência e grupospix gold betapoio.