Por que os tênis Air Jordan são tão valiosos:brloterias

Imagembrloteriastênis AirJordan

Crédito, Sotheby's

Legenda da foto, O tênis Air Jordan foi o símbolo que deu origem à cultura da marca

O recorde atual atingido por um parbrloteriastênisbrloteriasleilão, segundo a Sotheby’s, ébrloteriasUS$ 1,472 milhões (cercabrloteriasR$ 7,43 milhões),brloterias2021. O par também foi calçado por Jordan.

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O fatobrloteriasque os Air Jordan 13 sendo leiloados este mês devem superarbrloteriaslonge esse recorde é um testemunho não só dabrloteriasraridade, mas também do legado incrivelmente duradouro do designbrloteriastênis que, com certeza, é o mais simbólico já criado até hoje.

"É algo que atrai os colecionadoresbrloteriastênis ebrloteriasartigos usados por atletas", afirma Wachter, indicando que os tênis apresentam sinaisbrloteriasque foram calçados por Jordan na quadra. "Eles certamente parecem usados, mas estãobrloteriascondições muito boas, considerandobrloteriasidade."

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Mas, então, o que torna os tênis Air Jordan tão especiais?

Os próprios bastidores do modelo não têm precedentes na história e são o temabrloteriasum novo filme – Air: A História por Trás do Logo – dirigido e estrelado por Ben Affleck, ao ladobrloteriasMatt Damon e Viola Davis.

Na épocabrloteriasque a Nike entroubrloteriascontato com Jordan,brloterias1984, ele ainda era iniciante e jogava pela Universidade da Califórnia. Mesmo assim, a empresa enfrentou dificuldades para convencê-lo a assinar o contrato com ela. Jordan estava disposto a assinar com a Adidas, já que a Nike, na época, era uma marca menor.

Foi chamado o designerbrloteriascalçados e lenda da Nike, Peter C. Moore. Conta-se que ele fez o rascunho do design no versobrloteriasum guardanapo e ali nasceu o tênis Air Jordan. Foi o primeiro dos 35 designs diferentes do Air Jordan lançados nos anos que se seguiram.

As conquistasbrloteriasMichael Jordan no esporte são claramente um fator importante para a sólida reputação do calçado.

"A marca culturalbrloteriasJordan continua a aumentar, mesmo depois que ele paroubrloteriasjogar", afirma Drew Haines, diretorbrloteriasmerchandisingbrloteriastênis e colecionáveis da StockX, uma loja online e sitebrloteriasrevendabrloteriastênis e artigos esportivos. "Tanto tempo depois e, realmente, ninguém chegou ao nível que ele conseguiu atingir na carreira."

O mito que se desenvolveubrloteriastorno do próprio ser humano e da forma como ele conseguiu sair das quadras e entrar na cultura popular também é algo único.

"Para muitas pessoas, não foi Christopher Reeve quem fez você pensar que o homem pudesse voar, mas Michael Jordan – e ele não tinha cordas para ajudá-lo", afirma Jian DeLeon, ex-diretor editorial da revista Highsnobiety, especializadabrloteriastênis e artigos esportivos.

"Ele realmente fez isso, na vida real, muitas e muitas vezes, e estes foram os calçados que ele usava para isso."

E os tênis Air Jordan "claramente podem ser usados, mais do que a capa do Super-Homem ou suas roupasbrloteriasbaixo fora das calças", segundo DeLeon. Para ele, os tênis eram "uma representaçãobrloteriasuma manifestaçãobrloteriasgrandeza humana que podia ser calçada nos pés".

DeLeon não sabe ao certo quantos paresbrloteriasAir Jordan ele tem –brloteriasmarço, ele comprou mais cinco ou seis e, ao todo, estão na casa dos 100 pares. Ele afirma que grande parte do marketingbrloteriastorno dos calçados parecia mais um anúnciobrloteriascarros.

Michael Jordan pulando para enterrar bola na cesta

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Lenda do basquete americano, Michael Jordan ficou famoso porbrloteriascapacidadebrloterias'voar' na quadra

Em 1989, foram publicados anúncios "bem no estilobrloteriasSpike Lee", segundo DeLeon. Lee aparece nos anúncios como seu personagem Mars Blackmon, do filme Ela Quer Tudo (1986).

No anúncio, ele pergunta a Jordan o que faz com que ele seja o melhor jogador do Universo. E ele diz repetidamente "tem que ser os tênis!"

Fazer os anúncios com Lee foi uma decisão genial. DeLeon afirma que entrar no zeitgeist cultural daquela forma foi algo sem precedentes para qualquer marca. "Acho que aquele foi o momentobrloteriasque pensei 'OK, eles são símbolosbrloteriasstatus'."

O calçado foi inicialmente proibido pela NBA devido ao seu padrão vermelho e preto. Na época, a organização determinava que os calçados dos jogadores deveriam ser predominantemente brancos.

A decisão inevitavelmente serviu para criar uma místicabrloteriasrevoltabrloteriastorno dos tênis. E a possibilidade do calçado colorido também pode ter ajudado a criarbrloteriaslonga popularidade.

"Seja pelo bico ou pelo contraste do logotipo, a forma do design para fazer as cores se sobressaírem era extremamente notável e relativamente nova para os tênis", afirma DeLeon. "Acho que era parte do calçado."

Apelo cult

Apesarbrloteriasnão possuir nenhum modelo Air Jordan – "sou mais do Nike Airforce" – Haines também aprova o design.

"O modelo é 'clean', a formabrloteriasque os painéis são construídos e como eles podem aplicar centenas ou milharesbrloteriascores diferentes, diferentes materiais, e permanecer novo, acho que é um tênis versátil, para os homens, as mulheres, as crianças", segundo ele.

É claro que houve linhasbrloteriascalçados assinadas por outros atletas antesbrloteriasMichael Jordan. DeLeon relembra a linha da Adidas assinada pelo lendário jogadorbrloteriastênis norte-americano Stan Smith e os tênisbrloteriasbasquete Converse Chuck Taylor que, segundo DeLeon, eram a "arma escolhida pelos atletas da NBA" na épocabrloteriasque foram lançados os primeiros Air Jordans.

"Mas o que fez com que a linha Jordan fosse particularmente interessante foi que o atleta sempre conseguia ficar à frente e ter mais importância do que o próprio calçado", ressalta ele.

Homem finalizando pinturabrloteriasgrafite gigantebrloteriasMichael Jordan

Crédito, Alamy

Legenda da foto, Michael Jordan tornou-se um ícone cultural, não apenas no basquete

Muitas vezes, depois que um jogador deixabrloteriascompetir,brloteriasmemória é ofuscada pela do tênis.

O tenista Stan Smith colaborou com a Adidas e a então influente boutique parisiense Colette durante a reintrodução do calçado com seu nome, que se tornaria o tênis padrão para os tipos da moda nos anos 2010.

Certa vez, Smith aparentemente abriu a porta da Colette e um grupobrloteriascrianças passou correndo por ele. Elas não o reconheceram. E existe um livro sobre Stan Smith – o homem e o tênis – que se chama, literalmente, Some People Think I’m a Shoe ("Algumas pessoas pensam que sou um calçado",brloteriastradução livre).

"Não acho que isso tenha acontecido com Jordan", afirma DeLeon.

E tanto é verdade que, três anos atrás, a série O Arremesso Final, da Netflix, fez com que iniciantes no basquete, que mal sabiam o que era uma enterrada, ficassem totalmente envolvidos pelos 10 episódios do documentário que mostrou o progresso dos Chicago Bulls, liderados por Michael Jordan. A StockX teve um pico inacreditávelbrloteriasinteresse na época da série,brloterias2020.

O tênis que deu origem à febre

Os tênis Air Jordan também causam controvérsias.

O documentário One Man and His Shoes ("Um homem e seus calçados",brloteriastradução livre),brloterias2020, aprofundou-se na forma agressivabrloteriasmarketing usada pela Nike junto às crianças que tinham menos condiçõesbrloteriascomprá-los – como escreveu um crítico, "controlando o fornecimento dos Air Jordans com o mesmo cuidado que [a joalheria] De Beers controlava o fornecimentobrloteriasdiamantes, atribuindo artificialmente valores extremamente altos e fomentando o desejo pelos calçados".

Não surpreende que o Air Jordan tenha sido o tênis que seguramente impulsionou, pela primeira vez, a cultura dos tênis que conhecemos hoje.

Tênis vermelho e preto usado por Jordan nas finais da NBAbrloterias1998

Crédito, Sotheby's

Legenda da foto, A casa Sotheby’s está leiloando um parbrloteriastênis Air Jordan que o ídolo usou nas finais da NBAbrloterias1998

"É muito claro para mim que pelo menos o primeiro tênis Jordan é provavelmente o modelo que começou tudo", afirma Drew Haines.

"É o tênis que deu início a essa febre da cultura do tênis presente provavelmente na maior parte dos últimos 20 anos."

Para Jian DeLeon, eles também "revolucionaram a modabrloteriasrua. Foi um calçado que tinha um apelo cult, você os via na rua e, se fosse parte da tribo, identificava facilmente o que eles eram e podia conectar-se com as pessoasbrloteriastorno deles."

"Foi o começo da culturabrloteriasrua, conhecer os códigos, poder conectar-sebrloteriastorno deles", afirma DeLeon.

Os calçados representavam alguma coisa. "Nos anos 1980 ou 90, se você visse os tênis Jordan nos pésbrloteriasalguém, havia grande chancebrloteriasque você pudesse conversar começando com os calçados e caminhando para outros interesses similares, seja hip hop, esportes ou as bandasbrloteriasrapbrloteriasrua florescentes como [as da gravadorabrloteriaship hop] QC", relembra ele. "[Os tênis Jordan] eram como partebrloteriasum uniforme secreto dessa tribo crescente."

Os tênis Air Jordan podem ter sido um artigobrloteriasvanguarda, mas, agora, parte do seu apelo é pura nostalgia.

Para DeLeon, "tenho uma antiga camiseta [da banda] Blur ou uma camisetabrloteriasAnimebrloteriasque nunca vou me desfazer, [é] a mesma coisa com os tênis Jordan".

Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Culture.