Por que as eleições na Argentina neste domingo são tão excepcionais :f12 bet site

O fatof12 bet sitehaver três opções com chancesf12 bet sitevitória marca, na opiniãof12 bet siteFraga, a crise na ordem política que existia no país desde a emergência do peronismo como força dominantef12 bet sitemeados da décadaf12 bet site1940.

“Desde então, a política argentina teve dois eixos: o peronismo e o antiperonismo”, destaca.

“Isso é o que mudou neste momento: tivemos primárias e apareceu um candidato que não é peronista nem antiperonista, que é Milei”, acrescenta.

Se ninguém conseguir ser eleito no domingo com pelo menos 45% dos votos, ou 40% e 10 pontos à frente do seu seguidor imediato, haverá um segundo turno no dia 19f12 bet sitenovembro.

Milei: o político antipolítica

Com um discurso agressivo contra o que chamaf12 bet site“casta política”, Milei é frequentemente comparado ao ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro ou ao americano Donald Trump, a quem diz admirar.

Desde que venceu af12 bet siteprimeira eleição como candidato a deputado, há dois anos, este autodenominado “economista anarcocapitalista” conseguiu uma ascensão “difícilf12 bet siteimaginar” para alguém com as suas características, apoiado por eleitores frustrados, com menosf12 bet site30 anos, diz Orlando D'Adamo, especialista argentinof12 bet siteopinião pública e psicologia política.

A votaçãof12 bet siteMilei nas primárias à frente do seu grupo La Libertad Avanza também desafia um antigo padrão na Argentina segundo o qual os pobres votam mais no peronismo e os ricos no anti-peronismo.

“O voto dele abrange todas as classes sociais”, disse D’Adamo à BBC Mundo.

Suas promessas de dolarizar a economia e fechar o Banco Central parecem ter repercutidof12 bet siteum eleitorado que vai às urnas num cenáriof12 bet sitedeclínio econômico do país, com 40% da população abaixo da linha da pobreza e uma inflação anual que chegou a 138%f12 bet sitesetembro.

Massa: governo e oposição

Com este panorama, o fatof12 bet sitealguém com a posiçãof12 bet siteMassa ser o candidato à sucessão do impopular presidente Alberto Fernández pela coligação peronista no governo, a União pela Pátria, é visto como surpreendente até mesmo por alguns dos seus aliados regionais.

“A Argentina é uma coisa indecifrável”, disse José “Pepe” Mujica, o ex-presidente do Uruguai, nesta semana. “Como você explica que o ministro da Economia, com uma inflação como a da Argentina, vai brigar pela presidência?”

Para Mujica, a resposta é o peronismo surgido com o general Juan Domingo Perónf12 bet sitemeados do século passado e como a vertente tem uma enorme capacidadef12 bet siteregeneração política.

Ele alcança essa legitimidade apesarf12 bet sitetodas as suas divisões internas ou mesmo graças a elas (a Perón é creditada a frasef12 bet siteque os peronistas são como gatos: “parece que estamos lutando e na verdade estamos nos reproduzindo”).

Isto explica porque Massa tem procurado um equilíbrio difícil, mostrando-se ao mesmo tempo como um representante do governo do qual faz parte e uma alternativa a ele.

No mês passado, ele declarou no canal LN+ que, dos atuais membros do gabinete, “pelo menos metade não seriam ministros” com ele como presidente.

Ele também sublinhou que assumiu a liderança econômica no meiof12 bet siteuma emergência,f12 bet sitevezf12 bet siteficar escondido “debaixo da cama”.

Embora diversas pesquisasf12 bet siteintençãof12 bet sitevoto coloquem Massaf12 bet sitesegundo lugar, não se sabe como ele será afetado pela deterioração econômica e os recentes escândalos na provínciaf12 bet siteBuenos Aires, bastião peronista que concentra quase 40% dos votos.

Um desses escândalos foi a demissão do chefef12 bet sitegabinete provincial, Martín Insaurralde, da mesma coligaçãof12 bet siteMassa, depoisf12 bet siteterem sido reveladas fotos que o mostravamf12 bet siteMarbella a bordof12 bet siteum luxuoso iate chamado “bandido”, ao ladof12 bet siteuma modelo e servindo champanhe.

No último debate dos candidatos presidenciais, este caso foi mencionado insistentemente por Bullrich, ex-ministra da segurança no governof12 bet siteMauricio Macri (2015-2019).

Bullrich: do peronismo ao antiperonismo

A capacidadef12 bet sitereprodução do peronismo também fez com que muitos políticos peronistas acabassem mais tarde se juntando às fileirasf12 bet siteoutros partidos.

Apesar das declaraçõesf12 bet siteMilei contra “a casta” política, a candidato da coligação Juntos pela Mudança acusou-of12 bet siteter como aliado figuras do aparelho peronista, como o sindicalista Luis Barrionuevo, autorf12 bet siteuma das frases mais emblemáticas da política argentina no anos 1990: “Temos que tentar não roubar pelo menos dois anos neste país.”

Milei respondeu Bullrich acusando-af12 bet sitetentar encobrir um passado ligado ao grupo guerrilheiro Montoneros, na décadaf12 bet site1970.

Embora reconheçaf12 bet siteparticipação na Juventude Peronista, Bullrich nega ter pertencido aos Montoneros, que era uma organização armada, e diz que já fez “autocrítica” sobre o uso da violência na política.

Apesar das diferenças ideológicas entre os dois, ela compara frequentementef12 bet siteatitude com af12 bet siteMujica, que pertenceu à guerrilha uruguaia Tupamaros.

Na campanha, Bullrich disse que “o objetivo é acabar com o kirchnerismo”, a corrente peronista nascida com os ex-presidentes Néstor e Cristina Kirchner, atual vice-presidente do país.

Porém, ela precisariaf12 bet sitevotos kirchneristas se fosse para o segundo turno e tivesse Milei àf12 bet sitefrente.