Os venezuelanos chavistas que votaram na oposição: 'Até a gente se cansou':freebet 30k slot
"Sempre voteifreebet 30k slotChávez e nas últimas eleições voteifreebet 30k slotMaduro. É a primeira vez que voto na oposição", diz uma mulher que pede para não ter o nome revelado.
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A venezuelana acrescenta que seu pai é um "chavista hardcore" e diz que sempre acreditou que ser chavista era normal. "A oposição nunca venceu aqui, mas até os chavistas estão cansados de Maduro", conclui ela.
Na noitefreebet 30k slotdomingo, após fim da votação, os moradores do bairro se reuniramfreebet 30k slotfrente à Escola Básica San Martín,freebet 30k slotNiño Jesus, para ouvir os resultados dados pelas testemunhas da mesa após a contagem dos votos.
Um deles anunciou ao grupo que Maduro obteve 326 votos, mas que o vencedor foi Edmundo González com 854, mais que o dobro. O anúncio foi recebido com vivas, aplausos e gritos cheiosfreebet 30k slotemoção que foram registradosfreebet 30k slotvídeos verificados pela BBC News Mundo.
Em outro centrofreebet 30k slotvotação instalado na Escola Eugenio Mendoza Fé e Alegria,freebet 30k slotoutra áreafreebet 30k slotNiño Jesús, o candidato da oposição obteve 1.518 votos, 63%, enquanto Maduro obteve 818 votos, segundo a ata apresentada pela oposição.
Em toda a freguesiafreebet 30k slotSucre, divisão administrativa a que pertencem Catia e Niño Jesus, Edmundo González obteve 61,93% dos votos, segundo a mesma fonte.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ainda não tornou públicas as atas que sustentam o anúncio oficialfreebet 30k slotque Nicolás Maduro foi o vencedor, algo que a oposição vê como um sinal clarofreebet 30k slotque houve fraude eleitoral.
'Sempre fomos chavistas'
"Catia e Ninõ Jesus sempre foram chavistas. Eu sempre voteifreebet 30k slotChávez", diz Maikel Torres à BBC News Mundo. "Chávez fez muito pelo bairro, mas aquele cara (Maduro) nos fez empobrecer. Chega."
"Como é possível um presidente dizer que vai haver sangue se ele perder? É assustador", acrescenta.
Torres afirma que para a maioria das pessoasfreebet 30k slotNiño Jesús efreebet 30k slottoda a Venezuela é "muito óbvio" que Nicolás Maduro perdeu as eleições.
"Aquele ditador roubou. Eles perderam o apoio do povo e isso é óbvio. Aqui no bairro você pode ver isso."
Desde que os resultados foram anunciados, a tensão persistefreebet 30k slotNiño Jesús. Maikel discute com uma mulher que votoufreebet 30k slotMaduro.
"Senhora, ninguém aqui está tentando criar problemas para você. Estamosfreebet 30k slotpaz", diz ele para uma mulherfreebet 30k slot60 anos.
"Pacífico? Vocês são um lixo. Ontem à noite eles estavam chutando minha porta e eu sei que foi você", responde a senhora.
Mas a tensão não é exclusiva ao bairro.
Protestos
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Episódios
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Na terça-feira (31), novos protestos ocorreramfreebet 30k slotvárias cidades venezuelanasfreebet 30k slotconsequência do resultado anunciado pela CNE, segundo o qual Maduro teria vencido com 51% dos votos, à frentefreebet 30k slotEdmundo González com 44%.
Milharesfreebet 30k slotpessoas reuniram-sefreebet 30k slotvários pontosfreebet 30k slotCaracas para manifestar o seu repúdio ao anúncio e garantiram que permaneceriam nas ruas até conseguirem uma mudançafreebet 30k slotgoverno.
A maiorfreebet 30k slottodas as manifestações ocorreu nos arredoresfreebet 30k slotAltamira e Los Palos Grandes, na zona leste da cidade, onde Maria Corina Machado e Edmundo González circulavamfreebet 30k slotum trio elétrico.
O partido no poder também saiu às ruas para "defender a paz".
Alguns reuniram-se na Plaza Sucre,freebet 30k slotCatia, onde o governo organizou um comício.
Carlos Ponce,freebet 30k slot61 anos, é fundador do Movimento Nacional Comandante Eterno, uma organização chavista. Ele disse à BBC Mundo que a oposição precisa aceitar os resultados da CNE.
"Quando você vai a uma competição e há um árbitro, você simplesmente tem que aceitar o veredito dele. A CNE diz que Nicolás Maduro venceu e a oposição deve aceitar", afirmou.
"Somos a maioria, somos alegria, somos filhosfreebet 30k slotHugo Chávez", acrescentou.
Medo da repressão
Em Niño Jesús, a "nova oposição" tem saído às ruas com tachos e panelas para mostrar o seu descontentamento com os resultados oficiais.
"Ontem estavam queimando lixo", contou-me uma comerciante que preferiu não revelarfreebet 30k slotidentidade. "Também votei no Edmundo, mas não concordo com esses protestos porque no final nos prejudica. Desde domingo não há transporte e está tudo fechado. Não consegui vender nada nem ganhar dinheiro", acrescentou.
Muitos têm medofreebet 30k slotdar afreebet 30k slotopinião abertamente: aceitam dar entrevista, mas não querem revelar os nomes por medofreebet 30k slotrepresálias.
Segundo vários habitantesfreebet 30k slotCatia, é nesse bairro que mora a famíliafreebet 30k slotCilia Flores, deputada e esposafreebet 30k slotNicolás Maduro.
"Muita gente não vai querer falar com você porque os grupos paramilitares também atuam aqui. Eles intimidam as pessoas e semeiam medo", explicou um morador, quase susurrando.
Ele se referia a organizações criadas por Hugo Chávez e definidas pelo governo como "grupos civis armados".
Os críticos dizem que há muita impunidade e que eles são completamente leais ao governo. Alguns cobram "impostos" dos comerciantes.
"Não sei se o presidente é Edmundo ou Maduro", diz-me outro morador do bairro que não quis revelar seu nome verdadeiro porque diz pagar aos grupos para poder vender suas mercadorias. "Votei no Edmundo. É a primeira vez que voto na oposição."
"Minha esposa me disse ontem à noite que iria protestarfreebet 30k slotMiraflores (o palácio presidencial) e eu disse a ela que ela estava louca. Lembrei a ela que temos dois filhos e, se eles a matarem, o que será que nossa família?"
Ele diz estar convencidofreebet 30k slotque o governo "roubou as eleições".
"Eles não vão querer abrir mão do poder. Controlam os cinco poderes, controlam o Exército, as armas. Quem vai abrir mão do poder assim? Eu também não iria embora", acrescenta com raiva.
Prisões
Segundo as autoridades, cercafreebet 30k slot750 pessoas foram detidas nos protestos pós-eleitorais.
Duas grandes ONG do país afirmam que várias pessoas morreram e dezenas ficaram feridas.
Na terça-feira, o ministro da Defesa da Venezuela chamou os protestosfreebet 30k slot"um golpefreebet 30k slotEstado".
Cercado por tropas armadas, o general Vladimir Padrino leu um comunicado dizendo que o presidente Nicolás Maduro tinha a "lealdade absoluta e o apoio incondicional" dos militares.
Mas muitos novos opositores no bairro me disseram que não se deixarão intimidar e continuarão nas ruas.
Maikel Torres diz que não tem medo.
"Não tenho medo da morte, no final todos vamos morrer", diz ele. "Nunca quis problemas com meu vizinho. Mas o chavismo só fez isso: incutir o ódio", acrescenta, enquanto um rival chavista continua gritando do outro lado da rua.
"Mas não vou me esconder. Vou continuar nas ruas até que este governo caia."