Nunes, Boulos ou Marçal na frente? Por que pesquisascomo funciona o pixbetSão Paulo dão cenários diferentes:como funciona o pixbet

Montagem com imagens dos candidatos a prefeitocomo funciona o pixbetSão Paulo Ricardo Nunes, Guilherme Boulos e Pablo Marçal

Crédito, Agência Brasil e EPA-EFE/REX/Shutterstock

Já as pesquisas da Quaest têm mostrado um cenário mais competitivo, com os três concorrentes empatados dentro da margemcomo funciona o pixbeterrocomo funciona o pixbettrês pontos percentuais: o levantamento mais recente, divulgado na quarta-feira (18/9), trouxe Nunes com 24%, Boulos com 23% e Marçal com 20%.

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A pesquisa Atlas, porcomo funciona o pixbetvez, traz outro cenário. No último levantamento, da semana passada, Boulos lidera com 28%, mas tem Marçal logo atrás (24,4%), empatado dentro da margemcomo funciona o pixbeterrocomo funciona o pixbetdois pontos percentuais. Enquanto Nunes, que aparece na frente nos outros institutos, ficacomo funciona o pixbetterceiro, com 20,1%.

Para o estatístico Raphael Nishimura, diretorcomo funciona o pixbetamostragem do Survey Research Center, da Universidadecomo funciona o pixbetMichigan, não é possível saber qual pesquisa captou melhor a intençãocomo funciona o pixbetvoto dos eleitores.

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Os diferentes resultados, porém, têm uma explicação, afirma ele: cada instituto adota uma metodologia própriacomo funciona o pixbetrealização da pesquisa, o que contribui para essa variedadecomo funciona o pixbetresultados.

Datafolha e Quaest fazem pesquisas presenciais, sendo que o primeiro aborda pessoas nas ruas, enquanto o segundo faz visitas domiciliares.

Já a Atlas faz pesquisas online,como funciona o pixbetque o internauta é convidado a responder ao questionário durantecomo funciona o pixbetnavegação, a partircomo funciona o pixbetanúncioscomo funciona o pixbetdiferentes sites e redes sociais.

Nishimura ressalta que os números dos três institutos não estão tão díspares como uma leitura mais leiga possa sugerir, pois alguns dos resultados convergem dentro das margenscomo funciona o pixbeterro.

Ainda assim, algumas discrepâncias chamam atenção, como o melhor desempenhocomo funciona o pixbetNunescomo funciona o pixbetduas pesquisas (Datafolha e Quaest) e seu terceiro lugarcomo funciona o pixbetoutra (Atlas).

Para o estatístico, isso pode ser explicado pelas diferenças metodológicas.

"Cada tipocomo funciona o pixbetlevantamento tem vantagens e desvantagens. Eu não diria que tem uma forma que é melhor ou pior que a outra", ressalta.

No caso da pesquisa online, explica, existe a restriçãocomo funciona o pixbetnão conseguir captar o voto do eleitor que não acessa internet – hoje uma minoria – ou daqueles que não são usuários frequentes.

Por outro lado, diz, a pesquisa domiciliar pode não conseguir acessar residênciascomo funciona o pixbetalto padrão, que,como funciona o pixbetgeral, têm maior esquemacomo funciona o pixbetsegurança.

"Outro fator importante é que as pesquisas online, que recrutam o entrevistado por meiocomo funciona o pixbetanúncios, tendem a atrair pessoas mais engajadas politicamente. Isso pode explicar por que Boulos e Marçal, candidatos mais ideológicos, aparecem na frente", analisa.

Por outro lado, nota Nishimura, a teoria do "voto envergonhado", pode ser outra explicação para o desempenho melhor desses dois concorrentes na pesquisa Atlas.

"Segundo essa teoria, que ganhou forçacomo funciona o pixbet2016, na primeira eleição do Donald Trump nos Estados Unidos, ecomo funciona o pixbet2018, na eleição vencida por Jair Bolsonaro no Brasil, alguns eleitores tendem a não respondercomo funciona o pixbetforma honesta as pesquisas presenciais, como Datafolha e Quaest, quando seus candidatos são vistos como mais polêmicos", afirma.

"Já na pesquisa online,como funciona o pixbetque não há um entrevistador, não ocorreria esse fenômeno. Mas, embora essa teoria seja muita citada, não existem evidências empíricas consistentes que apontem esse tipocomo funciona o pixbetefeito", nota ainda Nishimura.

O especialista ressalta, ainda, que pesquisas eleitorais são um retrato do momento, o que significa que as intençõescomo funciona o pixbetvoto podem mudar até a eleição, no dia 6como funciona o pixbetoutubro.

Ou seja, o fatocomo funciona o pixbeto resultado do pleito vir mais próximocomo funciona o pixbetuma ou outra pesquisa realizada semanas antes, não significa que esse levantamento estaria correto e os outros errados.

Para Nishimura, o melhor elemento para avaliar a qualidadecomo funciona o pixbetum instituto é o quão transparente ele é sobrecomo funciona o pixbetmetodologia, pois isso permite aos especialistas analisar as vantagens e desvantagens do método.

"Já institutos que não são transparentes,como funciona o pixbetgeral, estão tentando esconder alguma falha", avalia.

Seja qual for o métodocomo funciona o pixbetpesquisa, nota Nishimura, um bom levantamento precisa seguir princípios básicos, como formar uma amostra do universo pesquisado que reflita características relevantes da população.

Isso porque uma pesquisa eleitoral entrevista um pequeno grupo,como funciona o pixbetpoucas milharescomo funciona o pixbetpessoas, que deve servircomo funciona o pixbettermômetro da intençãocomo funciona o pixbettodo o eleitorado.

Em uma amostra da cidadecomo funciona o pixbetSão Paulo, por exemplo, os perfis dos entrevistados procuram seguir a distribuição da população da cidade, ouvindo pessoascomo funciona o pixbetdiferentes idades, rendas, religiões, sexo e escolaridades.

Para isso, o Datafolha, por exemplo, colhe entrevistascomo funciona o pixbetdiferentes pontoscomo funciona o pixbetfluxo da capital, tantocomo funciona o pixbetáreascomo funciona o pixbetmaior renda per capita, comocomo funciona o pixbetregiões periféricas.

Já a Atlas,como funciona o pixbetseu método online, identifica a região do respondente por tecnologiacomo funciona o pixbetgeolocalização.

Além disso, limita a respostacomo funciona o pixbetcada questionário ao IP (endereçocomo funciona o pixbetconexão do dispositivo usado, seja computador ou celular) do usuário que abriu o anúncio da pesquisa, impedindo que esse link seja repassado para outras pessoas responderem.

Esse mecanismo impede que apoiadorescomo funciona o pixbetdeterminado concorrente tentem favorecer seu candidato no levantamento.

Agora, mesmo que a amostra esteja bem-feita, não é possível garantir que o seu resultado é um retrato exato da intençãocomo funciona o pixbetvotocomo funciona o pixbetdeterminada cidade, apontam especialistas.

Na verdade, se forem retiradas diferentes amostrascomo funciona o pixbetum mesmo universo, ainda que com as mesmas composições sócio-demográficas, seus resultados podem variar.

É por isso que toda pesquisa possui uma margemcomo funciona o pixbeterro e um nívelcomo funciona o pixbetconfiança que indicam qual o graucomo funciona o pixbetprecisão do resultado da pesquisa.

O que dizem os institutos?

Eleitor vota na urna eletrônica

Crédito, Agência Brasil

Legenda da foto, Parte dos eleitores decide seu voto muito perto da eleição, dizem especialistas

Felipe Nunes, sócio-fundador da Quaest, não considera que as pesquisascomo funciona o pixbetSão Paulo tragam resultados divergentes.

Considerando as margenscomo funciona o pixbeterro da pesquisa, ele diz que todos os levantamentos mostramcomo funciona o pixbetforma clara que há um cenáriocomo funciona o pixbetforte competição entre Ricardo Nunes, Boulos, e Marçal.

"Cada um tem um pedaço da cidade nesse momento, por isso o cenáriocomo funciona o pixbetindefinição. O Ricardo Nunes [está] se transformando no candidato mais forte na direita e centro-direita, mas perdendo espaço dentro do bolsonarismo", afirma.

"O Marçal [está] ganhando espaço na direita bolsonarista e num pedaço da juventude. E o Guilherme Boulos [está] se mantendo competitivo pela força que a esquerda, não necessariamente o voto Lula como um todo, mas que a esquerda tem na cidade", continua.

Para Andrei Roman, CEO do instituto AtlasIntel, um fator que está contribuindo para os diferentes cenários captados nas pesquisascomo funciona o pixbetSão Paulo é a forte disputa pelo eleitorado bolsonarista entre Nunes – apoiado oficialmente por Bolsonaro – e Marçal, candidato que tem atraído parte relevante desse eleitorado com um discurso agressivo e radical.

"Os cenários captados nas pesquisas são um fluxo. O eleitorado bolsonarista tem funcionado como um pêndulo, ora se direcionando mais a Marçal, ora a Nunes, a depender dos desdobramentos da campanha, como as declaraçõescomo funciona o pixbetBolsonaro, que começou atacando Marçal e depois recuou", analisa.

Já no campo da esquerda, Roman vê Boulos como o candidato mais consolidado, o que, nacomo funciona o pixbetvisão, explica o candidato aparecer na liderança da pesquisa Atlas.

"O setorcomo funciona o pixbetesquerda é bastante amplocomo funciona o pixbetSão Paulo e Boulos aparece como o principal candidato desse campo. Tabata [Amaral, do PSB] está,como funciona o pixbetalguma forma, na centro-esquerda, mas surfa maiscomo funciona o pixbetparte do antigo eleitorado tucano [grupo que votava no PSDB]", nota Roman.

Apesarcomo funciona o pixbetpontuar o cenário confuso da disputa, principalmente no campo bolsonarista, ele considera que os resultados divergentes dos levantamentos indicam algo "estranho".

"Existe apenas uma verdadecomo funciona o pixbetrelação à intençãocomo funciona o pixbetvoto dos eleitorescomo funciona o pixbetSão Paulo. As pesquisas tentam medir essa mesma realidade. Então, não dá para dizer que todas as pesquisas são boas e que esses resultados diferentes não têm nadacomo funciona o pixbetestranho", afirma.

"Se as pesquisas estão diferentes, é porque uma delas ou todas estão enxergando um cenário diferente do que é o real. Talvez uma tenha razão, talvez nenhuma, a gente não sabe ainda", continua.

Roman ressalta que é "especulativo" tentar entender qual pesquisa está mais perto da intençãocomo funciona o pixbetvoto hoje.

"Vamos saber, no máximo, qual pesquisa [realizada na véspera da eleição] vai se aproximarcomo funciona o pixbetum resultado final", nota ele.

Comparar o resultadocomo funciona o pixbetpesquisas realizadas nas vésperas da eleição com o resultado do pleito tem sido um método usado para avaliar o desempenho dos institutos.

Para Nishimura, porém, mesmo pesquisas bem-feitas realizadas perto do pleito podem divergir do resultado da eleição.

"É comum que ocorram mudanças na intençãocomo funciona o pixbetvoto na reta final da eleição. Alguns eleitores podem mudar seu voto no dia do pleito, por exemplo, se veem que seu candidato preferido é pouco competitivo. É o chamado voto útil", explica.

Segundo a diretora do Datafolha, Luciana Chong, pesquisas mostram que "o eleitor tem, cada vez mais, deixado para definir seu voto na última hora".

"Quando realizamos pesquisascomo funciona o pixbetsegundo turno, nós perguntamos quando o eleitor definiu seu voto no primeiro turno, e uma parcela importante diz que decidiu na véspera ou no dia da eleição", disse à reportagem.

Ela nota, ainda, que o período da campanha eleitoral hoje é curto no Brasil – neste ano, vaicomo funciona o pixbet30como funciona o pixbetagosto a 5como funciona o pixbetoutubro, um dia antes do pleito. "E as pessoas vão se envolvendo mais, conforme vai chegando mais perto", ressalta.

Outro fator que pode levar a resultados diferentes do projetado é a abstenção, acrescenta, Nishimura. Embora o voto seja obrigatório no Brasil, deixarcomo funciona o pixbetcomparecer às urnas implica apenascomo funciona o pixbetuma multacomo funciona o pixbetbaixo valor.

"As pesquisas brasileiras ainda não conseguem medir bem qual o eleitor quecomo funciona o pixbetfato vai às urnas. O nívelcomo funciona o pixbetabstenção pode impactar no resultado da votação [caso o eleitoradocomo funciona o pixbetum determinado candidato compareça mais que ocomo funciona o pixbetoutro]", afirma.

Agregadorescomo funciona o pixbetpesquisa são solução?

Vêm ganhando espaço no Brasil o usocomo funciona o pixbetagregadorescomo funciona o pixbetpesquisa, que calculam uma médiacomo funciona o pixbetdiferentes levantamentos, na tentativacomo funciona o pixbetcaptar melhor a tendência da corrida eleitoral.

O instrumento é antigo nos Estados Unidos, um mercado com volume maiorcomo funciona o pixbetpesquisas eleitorais.

No Brasil, veículoscomo funciona o pixbetmídia têm produzidos seus agregadores,como funciona o pixbetparcerias com institutos. O jornal O Globo desenvolveu umcomo funciona o pixbetparceria com o Instituto Locomotiva, enquanto a CNN Brasil fez o seu junto com o Institutocomo funciona o pixbetPesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe).

"Como estatístico, considero o agregador uma ferramenta útil. Como cada Instituto utiliza uma metodologia diferente, que vai trazer certos aspectos positivos ou negativos, com impactos nos seus resultados, ao tirar uma média das pesquisas, você consegue amortecer um pouco [esses impactos] e tenta trazer um cenário um pouco mais próximo do que pode estar acontecendo [nas intençõescomo funciona o pixbetvoo]", avalia Nishimura.

O estatístico ressalta, porém, que é importante que o agregador tenha uma boa metodologia, pois não se tratacomo funciona o pixbetuma média simplescomo funciona o pixbetdiferentes levantamentos.

Em geral, explica, esses agregadores dão pesos diferentes para as pesquisas, a depender do histórico e do graucomo funciona o pixbettransparência metodológica dos institutos.

Para Luciana Chong, do Datafolha, há um limitador para os agregadores no Brasil: o baixo númerocomo funciona o pixbetpesquisas, já que há poucos institutos fazendo levantamentos com frequência.

"O usocomo funciona o pixbetagregadores surgiu [aqui] porque nos Estados Unidos é muito comum, mas lá você tem uma quantidade muito maiorcomo funciona o pixbetrodadas [de pesquisas]. Então, por exemplo, no Datafolha, agora que a gente fez duas semanas seguidas [de levantamento]. O nosso intervalo vinha sendocomo funciona o pixbet15 dias [entre as pesquisas do pleitocomo funciona o pixbetSão Paulo]", nota Chong.

"Para um agregador ter podercomo funciona o pixbettrazer um resultado melhor, o ideal é que fosse uma quantidade maiorcomo funciona o pixbetpesquisas ecomo funciona o pixbetinstitutos também", reforça.

Para Felipe Nunes, da Quaest, agregadores podem ser uma boa ferramenta para sinalizar melhor a evolução dos candidatos. Ele nota, porém, que ainda há pouca transparência sobre as metodologias que estão sendo usadas no país, o que compromete a avaliação da qualidade desses agregadores.

Nos Estados Unidos, onde há apenas dois partidos fortes, Republicano e Democrata, algumas metodologiascomo funciona o pixbetpesquisa eleitorais tendem a dar alguma vantagem para alguns dos lados, ressalta o fundador da Quaest. Bom agregadores, afirma ele, analisam o histórico das pesquisas e descontam esse efeito ao calcular o resultado agregado dos levantamentos.

"Não sabemos se isso está sendo feito no Brasil, por exemplo", ponderou.