Por que peixes têm cada vez mais dificuldade para respirar?:betis pix

peixes no oceano

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Legenda da foto, Alémbetis pixprovocar aumento das temperaturas dos oceanos, aquecimento global ativa sériebetis pixprocessos que estão reduzindo nívelbetis pixoxigênio nos mares

O motivo da invasãobetis pixmassa, segundo Pauly, são os níveisbetis pixoxigênio extremamente baixos daquelas águas poluídas.

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O débito verde, também conhecido como débito ecológico, refere-se à dívida que uma geração tem com as gerações futuras betis pix 🔑 relação ao uso dos recursos naturais. No contexto atual, porém, o débito verde geralmente se refere à dívida financeira betis pix 🔑 um país betis pix relação às medidas que devem ser tomadas para combater o aquecimento global.

Em outras palavras, o débito verde 🔑 é a diferença entre o nível betis pix emissões betis pix gases betis pix efeito estufa que um país pode emitir betis pix acordo 🔑 com seus compromissos climáticos e o nível betis pix emissões que ele realmente está emitindo. Se um país tiver um débito 🔑 verde positivo, isso significa que ele está superando suas metas climáticas e reduzindo suas emissões além do necessário. No entanto, 🔑 se um país tiver um débito verde negativo, isso significa que ele está superando suas metas climáticas e aumentando suas 🔑 emissões acima do necessário.

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As espéciesbetis pixpeixe que não conseguem suportar ambientes com pouco oxigênio fugiram, enquanto o pato-de-bombaim, que faz partebetis pixum pequeno subconjuntobetis pixespécies fisiologicamente mais capazesbetis pixviver com menos oxigênio, mudou-se para lá.

Algumas pessoas ficaram felizes com a migração, já que o pato-de-bombaim é perfeitamente comestível.

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Mas isso nos oferece a perspectivabetis pixum futuro sombrio para a China e para todo o planeta.

À medida que a atmosfera se aquece, os oceanosbetis pixtodo o mundo ficam cada vez mais privadosbetis pixoxigênio, fazendo com que muitas espécies abandonem seus habitats.

Por essa razão, pesquisadores esperam que muitos locais sofram declínio da diversidadebetis pixespécies, permanecendo apenas aquelas poucas que conseguem lidar com condições mais rigorosas.

E a faltabetis pixdiversidade no ecossistema significa faltabetis pixresiliência.

Pauly resume a situação afirmando que "a desoxigenação é um grande problema".

Nossos oceanos do futuro, mais quentes e com menos oxigênio, não só irão abrigar menos espéciesbetis pixpeixes, mas também peixes menores e raquíticos. Para piorar, haverá mais bactérias produtorasbetis pixgases do efeito estufa, segundo os cientistas.

Pauly afirma que a região dos trópicos ficará vazios, à medida que peixes migrarem para águas mais oxigenadas e espécies específicas que já vivem nos polos sujeitas à extinção.

Os pesquisadores se queixambetis pixque o problema do oxigênio não recebe a atenção que merece. A acidificação e o aquecimento dos oceanos ocupam a maior parte do noticiário e das pesquisas acadêmicas.

peixes no oceano

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Legenda da foto, Peixes que habitam águas mais quentes têm metabolismo mais alto e precisambetis pixmais oxigênio

Em abril, por exemplo, a imprensa divulgou que as águas da superfície do planeta estão mais quentes do que nunca — uma média surpreendentebetis pix21 °C.

É claro que esta não é uma boa notícia para a vida marinha. Mas, quando os pesquisadores se dedicam a comparar os três efeitos — aquecimento, acidificação e desoxigenação —, os impactos dos baixos níveisbetis pixoxigênio são os pioresbetis pixtodos.

"Não é tão surpreendente", segundo o ecofisiologista Wilco Verberk, da Universidade Radboud, na Holanda. "Sem oxigênio, os outros problemas perdem a importância."

Afinal, os peixes, como os outros animais, precisam respirar.

Os níveisbetis pixoxigênio dos oceanos do planeta já caíram maisbetis pix2% entre 1960 e 2010. E espera-se que eles caiam até 7% abaixo dos níveisbetis pix1960 no próximo século.

Alguns locais são piores do que outros. O topo do nordeste do Oceano Pacífico perdeu maisbetis pix15% do seu oxigênio.

Segundo o relatóriobetis pix2019 do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na siglabetis pixinglês) sobre os oceanos, entre 1970 e 2010, o volumebetis pix"zonas com nível mínimobetis pixoxigênio" nos oceanos do mundo — onde os grandes peixes não sobrevivem, mas sim as águas-vivas — aumentou entre 3% e 8%.

A queda do oxigênio é causada por alguns fatores. Em primeiro lugar, as leis da física determinam que a água mais quente pode reter menos gás dissolvido que a água mais fria. É o que faz com que o refrigerante tenha menos gás quando está quente.

À medida que o nosso planeta se aquece, as águas da superfície dos oceanos perdem oxigênio e outros gases dissolvidos. Esse efeito simplesbetis pixsolubilidade é responsável por cerca da metade da perdabetis pixoxigênio já observada até 1 mil metrosbetis pixprofundidade nos oceanos.

Em profundidades maiores, os níveisbetis pixoxigênio são determinados,betis pixgrande parte, por correntes que levam as águas da superfície para baixo. E essas correntes também são afetadas pelas mudanças climáticas.

O derretimento do gelo acrescenta água doce e menos densa que resiste à mistura nas principais regiões. E a alta velocidadebetis pixaquecimento atmosférico nos polos,betis pixcomparação com o Equador, também arrefece os ventos que determinam as correntes oceânicas.

Por fim, as bactérias que vivem na água e se alimentambetis pixfitoplâncton ebetis pixoutros materiais orgânicos que caem no fundo do mar consomem oxigênio.

Tal impacto pode ser maior ao longo das linhas costeiras, onde o despejobetis pixfertilizantes alimenta a proliferação das algas que, porbetis pixvez, alimenta as bactérias famintas por oxigênio.

O resultado disso é o aparecimentobetis pixmais "zonas mortas", como a que se verificou no Golfo do México.

Os pesquisadores chegaram até a sugerir que o aumento da poluição por microplásticos tem potencialbetis pixexacerbar a queda dos níveisbetis pixoxigênio.

Segundo essa hipótese, se o zooplâncton se alimentarbetis pixmicroplásticosbetis pixvezbetis pixfitoplâncton (sua presa habitual), este último irá se proliferar, alimentando novamente aquelas bactérias que consomem oxigênio no seu caminho até o fundo do mar.

A Rede Globalbetis pixOxigênio Oceânico é um grupo científico formado como parte das iniciativas da Década das Nações Unidasbetis pixCiência do Oceano para o Desenvolvimento Sustentável (2021-2030).

O grupo afirma que, desde os anos 1960, a áreabetis pixágua com baixos níveisbetis pixoxigêniobetis pixmar aberto aumentoubetis pix4,4 milhõesbetis pixkm² — pouco menos da metade do tamanho do Canadá (ou pouco mais que a metade do Brasil).

E um estudobetis pix2021 concluiu que, até 2080, maisbetis pix70% dos oceanos do mundo irão sofrer desoxigenaçãobetis pixníveis consideráveis.

Em 2018, preocupados com a perdabetis pixoxigênio dos oceanos, centenasbetis pixpesquisadores assinaram a Declaraçãobetis pixKiel (Alemanha), pedindo urgentemente maior consciência do problema, alémbetis pixações para limitar a poluição e o aquecimento.

Os pesquisadores estão agorabetis pixprocessobetis pixformar o Bancobetis pixDados e Atlasbetis pixOxigênio Oceânico Global (GO2DAT, na siglabetis pixinglês) para consolidar e mapear todos os dados.

O bioquímico Andrew Babbin, do Institutobetis pixTecnologiabetis pixMassachusetts (MIT, na siglabetis pixinglês), nos Estados Unidos, faz parte do comitê gestor do GO2DAT. Em 2021, ele mapeou imensas áreas do Oceano Pacífico com níveisbetis pixoxigênio extremamente baixos.

"Certamente, é preocupante", afirma Babbin.

Ele espera repetir o exercíciobetis pixmapeamento daqui a cercabetis pixuma década para observar as mudanças.

Babbin explica que as condiçõesbetis pixbaixo nívelbetis pixoxigênio tendem a abrigar uma classebetis pixbactérias anóxicas produtorasbetis pixmetano ou óxido nitroso, que são potentes gases do efeito estufa.

Prever os impactos líquidosbetis pixcada um dos três fatores — solubilidade, mistura e microbiologia — tem se mostrado complicado.

"Qualquer um deles é difícil", segundo Babbin. "E, quando você os reúne todos, é imensamente difícil fazer qualquer previsão."

Nos trópicos, por exemplo, um modelo indica que a alteração do equilíbrio entre os fatores biológicos que esgotam o oxigênio e a mistura oceânica que o produz irá reduzir os níveisbetis pixoxigênio até cercabetis pix2150 — mas os níveis irão aumentar a partirbetis pixentão, o que é uma possível boa notícia para os peixes tropicais.

Mas,betis pixforma geral, os modelos climáticos parecem ter subestimado as alterações dos níveisbetis pixoxigênio, que vêm caindo com rapidez maior do que o esperado. Os impactos sobre a vida marinha serão complicados — e não serão bons.

De forma geral, os peixesbetis pixambientes quentes têm metabolismo mais alto e precisambetis pixmais oxigênio.

águas-vivas

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Legenda da foto, Cientistas afirmam que, à medida que caírem os níveisbetis pixoxigênio, a populaçãobetis pixáguas-vivas deve aumentar

A truta, por exemplo, precisabetis pixseis vezes mais oxigênio dissolvidobetis pixáguas a 24 °C do quebetis pixáguas frias a 5 °C. Por isso, quando as águas se aquecem e o oxigênio se dissipa, o impacto para muitas criaturas aquáticas é duplo.

"Os peixes precisambetis pixmuito oxigênio, principalmente os grandes que gostamosbetis pixcomer", afirma Babbin.

Atualmente, existem cercabetis pix6 miligramasbetis pixoxigênio por litrobetis pixágua do mar nos trópicos e 11 miligramas por litro nos polos.

Se os níveis caírem abaixobetis pix2 miligramas por litro (uma reduçãobetis pix60 a 80%), como já acontece com frequênciabetis pixalguns locais, a água será oficialmente hipóxica — ela conterá níveisbetis pixoxigênio baixos demais para sustentar muitas espécies.

Mas reduções mais sutis também podem causar grandes impactos. Os peixes já gastam dezenasbetis pixvezes mais energia para respirar do que as pessoas, segundo Pauly, já que eles precisam bombear uma quantidade irrisóriabetis pixoxigênio da água viscosa.

Os efeitos dos baixos níveisbetis pixoxigênio são bem conhecidos pelos alpinistas, que sofrem doresbetis pixcabeça e confusão mental que pode ser fatalbetis pixgrandes altitudes.

Os peixes frequentemente tentam nadar para longe das águas com baixo teorbetis pixoxigênio, mas, se não conseguirem escapar, eles ficam letárgicos.

Os baixos níveisbetis pixoxigênio afetam quase todo o seu desenvolvimento, incluindo o crescimento, a reprodução, os níveisbetis pixatividade e a própria sobrevivência dos peixes.

Uma sériebetis pixalterações genéticas e metabólicas pode ajudar os peixes a conservar energia, mas apenas até certo limite.

De forma geral, os peixes maiores são mais afetados, simplesmente porque a razão entre o volume do seu corpo e as brânquias é maior, dificultando o abastecimento das células com oxigênio.

A pesca excessiva já reduziu o númerobetis pixpeixes grandes no oceano e a desoxigenação parece exacerbar este efeito, segundo Verberk.

É mais difícil avaliar os efeitos crônicosbetis pixlongo prazobetis pixuma leve redução dos níveisbetis pixoxigênio do que os efeitosbetis pixcurto prazo da hipóxia, acrescenta o especialista.

Os pesquisadores pediram urgentemente mais estudos a este respeito.

atum

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Legenda da foto, Peixes maiores, como o atum, podem ser mais prejudicados pela queda dos níveisbetis pixoxigênio

"Para hipóxia suavebetis pixprazos mais longos, não existem muitos estudos, mas é provável que haja um impacto bastante forte", afirma ele.

"Se tivermos continuamente 7% menos energia [de 7% menos oxigênio], isso irá se acumular até um déficit muito grande."

Os peixes já estão se mudando para encontrar mais oxigênio. Os que vivembetis pixáguas mais profundas podem mudar-se para águas mais frias e, portanto, mais oxigenadas.

Já os que vivem nas primeiras centenasbetis pixmetros da colunabetis pixágua, como o peixe-vermelho, podem se moverbetis pixdireção à superfície para respirar melhor.

Um estudo realizado entre 1995 e 2009 com os peixes dos recifes da Califórnia concluiu que 23 espécies se moveram,betis pixmédia, 8,7 metros por décadabetis pixdireção à superfície, à medida que os níveisbetis pixoxigênio eram reduzidos.

E, no nordeste tropical do Oceano Atlântico, o atum se moveu para uma camadabetis pixágua mais estreita devido à redução do oxigênio — ao todo, eles perderam 15% do seu habitat disponível entre 1960 e 2010.

Embora o aquecimento e a desoxigenação costumem andar lado a lado, estes dois efeitos não são coincidentesbetis pixtoda parte, segundo Verberk.

O resultado é uma colchabetis pixretalhos, com áreas muito quentes ou com níveisbetis pixoxigênio baixos demais para que diversas espéciesbetis pixpeixe possam sobreviver, gerando uma variedadebetis pixrotasbetis pixfuga diferentes.

Os pesquisadores estão atualmente tentando mapear os efeitos previstos para diferentes espécies, estudando como a temperatura e o oxigênio podem restringir seus futuros habitats e como essas faixas irão se sobrepor entre si.

Quando encontram águas onde podem respirar, os peixes precisam ainda verificar quais alimentos eles podem encontrar e quais predadores precisam ser evitados.

"O baixo nívelbetis pixoxigênio será o estímulo para a mudança para outros lugares, mas esses outros lugares não estão vazios", explica Verberk.

"Eles irão encontrar outros animais vivendo ali. Isso irá mudar as interações competitivas entre as espécies."

Os caranguejos, segundo Pauly, estão atualmente marchandobetis pixdireção à Antártida, à medida que aquelas águas se aquecem e os moluscos não protegidos se proliferam.

"Será uma destruiçãobetis pixmassa", prevê.

No último século, segundo Pauly, a maior pressão sobre a vida marinha foi a pesca excessiva, que causou enormes declínios da quantidadebetis pixpeixes. Isso, agora, poderá mudar.

Ele explica que, se mantivermos a pesca excessiva sob controle, as pressões climáticas representarão o maior problema para a vida marinha nas próximas décadas.

Um estudobetis pix2021 demonstrou que os oceanos já se encaminham para uma perdabetis pixoxigênio quatro vezes maior, mesmo se as emissõesbetis pixCO₂ fossem interrompidas imediatamente.

Se mapearmos as tendênciasbetis pixaquecimento e redução do oxigênio, o desfecho cataclísmico para o oceano daqui a milharesbetis pixanos seria "uma sopa na qual não é possível viver", segundo Pauly.

O oceano já apresenta zonas hipóxicas esporádicas, segundo ele, "mas é possível imaginar todas as zonas mortas do mundo se reunindobetis pixuma só, e isso é o fimbetis pixtudo."

Se não conseguirmos controlar as emissõesbetis pixgases do efeito estufa, "teremos que esperar que isso irá acontecer", conclui o pesquisador.

*Este artigo foi publicado originalmentebetis pixYale e360 e republicado pelo site BBC Future mediante autorização. Leia aqui a versão originalbetis pixinglês.