G20: por que Lula 'não é mais o cara', mas tem alguns trunfos:pixbet com entrar

Crédito, Presidência da República

Legenda da foto, Lula chegou à Índia nesta sexta para cúpula das maiores economias do mundo

Crédito, Ricardo Stuckert/Presidência da República

Legenda da foto, Lula chegou a ser chamadopixbet com entrar'o cara' pelo então presidente americano, Barack Obama, durante encontro do G20pixbet com entrarLondres,pixbet com entrar2009

Por outro lado, nota Garcia, o retorno do petista ao G20 ocorrepixbet com entrarum momento especial para o Brasil, já que o país é o próximo a assumir a presidência do grupo, com mandato entre dezembro deste ano e novembropixbet com entrar2024, quando uma cúpulapixbet com entrarlíderes será realizada no Riopixbet com entrarJaneiro.

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No encerramento da cúpulapixbet com entrarDéli, no domingo (10/9), haverá uma cerimônia simbólicapixbet com entrartransmissão da liderança do bloco, do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, para Lula.

A presidência do G20 é uma oportunidadepixbet com entrarpautar a agenda mundial, segundo o professorpixbet com entrarrelações internacionais da Pontifícia Universidade Católicapixbet com entrarMinas Gerais (PUC Minas) Leonardo Ramos.

A previsão épixbet com entrarque Lula use a liderança brasileira para convencer os países do G20 a adotarem metas concretaspixbet com entrarredução da pobreza. Outros temas que ganharão destaque na presidência do Brasil serão o "desenvolvimento sustentável,pixbet com entrarsuas dimensões econômica, social e ambiental", e a reformapixbet com entrarinstituições multilaterais como o Conselhopixbet com entrarSegurança da ONU e o Banco Mundial, para dar mais peso a paísespixbet com entrardesenvolvimento.

Crédito, Ricardo Stuckert/Presidência da República

Legenda da foto, No domingo, haverá uma cerimônia simbólicapixbet com entrartransmissão da liderança do G20 do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi (esq.), para Lula
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Após presidir o G20, o Brasil sediará tambémpixbet com entrar2025 a conferência anual da ONU sobre mudanças climáticas (COP 30) e a cúpula dos Brics – grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que acabapixbet com entraranunciar a inclusãopixbet com entrarmais seis membros (Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Argentina, Egito, Irã e Etiópia).

Para Ramos, esse momento especial para o Brasil, como sedepixbet com entrargrandes encontrospixbet com entrarlíderes mundiais, cria um palco para Lula ser "o cara" novamente. Mas isso vai depender dos resultados alcançados, ressalta.

"É um momento interessante [para o Brasil], nesse sentido ele tem um potencial. Vamos ver o que ele consegue negociar, por exemplo na agenda climática, oupixbet com entrartermospixbet com entrarapoio à reforma do Conselhopixbet com entrarSegurança da ONU e a entrada permanente do Brasil", afirma, citando uma antiga reivindicação brasileira.

Na avaliaçãopixbet com entrarRamos, Lula tem importantes trunfos para aproveitar essas oportunidades, como seu forte carisma pessoal, a experiência acumuladapixbet com entrarseus dois primeiros mandatos presidenciais e a importância do Brasil na área ambiental e climática.

"Gostemos ou não [de Lula], não vejo outra figura na política brasileira que poderia capitalizar melhor [a liderança desses grandes eventos]", diz.

A cúpulapixbet com entrarlíderes do Riopixbet com entrarJaneiro será precedidapixbet com entrardezenaspixbet com entrarencontros setoriais, para discutir políticaspixbet com entrardiferentes áreas, como saúde, educação e meio ambiente.

A intenção do governo brasileiro é realizar eventos nas cinco regiões do país, maspixbet com entrardimensão bem menor que a indiana, que chegou a promover reuniões do G20pixbet com entrarmaispixbet com entrarcinquenta cidades, numa tentativapixbet com entrarModipixbet com entrarusar a presidência do grupo para projetar seu governo internamente.

O impasse sobre guerra na Ucrânia

Os planos do Brasil para a presidência do G20, no entanto, podem ser atrapalhados pela continuidade da guerra na Ucrânia, país que foi invadidopixbet com entrarfevereiropixbet com entrar2022 pela Rússia.

A própria reuniãopixbet com entrarDéli pode acabar sem um comunicado final devido às divergências sobre o conflito que opõepixbet com entraruma lado as potências ocidentais epixbet com entraroutro Rússia, com apoio da China.

Já o Brasil busca adotar uma posiçãopixbet com entrarneutralidade e incentivar um acordopixbet com entrarpaz, mas com baixa capacidadepixbet com entrarinfluência no conflito, apontam os analistas entrevistados.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Vladimir Putin (esq.) e o presidente chinês Xi Jinping (dir.) decidiram não participar da cúpula e serão representados por seus chanceleres

O presidente russo Vladimir Putin e o presidente chinês Xi Jinping decidiram, inclusive, não participar da cúpula, e serão representados por seus chanceleres.

Enquanto a presençapixbet com entrarPutin já era dúvida, devido a suas preocupações com a guerra epixbet com entrarsegurança pessoal, a anunciada ausênciapixbet com entrarXi Jinping surpreendeu e não foi explicada por Pequim, mas pode ter sido influenciada pela crescente tensão com a Índia devido a disputas territoriais na fronteira dos dois países.

Para Ramos, Xi Jinping parece ter querido esnobar a presidência indiana, boicotando a tentativapixbet com entrarModipixbet com entrarusar a cúpula para se projetar para o mundo e para os indianos como líder do Sul Global. Às vésperas da chegada dos líderes à Nova Déli, a cidade está repletapixbet com entrarcartazes do G20 com imagens do primeiro-ministro indiano, numa clara personalização do evento.

Por outro lado, outras liderançaspixbet com entrardestaque estão confirmadas, como o presidente americano, Joe Biden, e o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak.

Tensão G20 x Brics

A anunciada ausênciapixbet com entrarXi Jinping contrasta compixbet com entrarforte influência na última cúpula do Brics, realizadapixbet com entraragosto na África do Sul, quando a expansão do bloco atendeu aos interesses chineses, numa indicaçãopixbet com entrarque Pequim estaria priorizando fórunspixbet com entrarque tem mais condiçõespixbet com entrarcontrole.

Brasil e Índia por muito tempo resistiram à entradapixbet com entrarnovos membros, uma reivindicação antiga da China e que, mais recentemente, obteve apoio da Rússia, numa tentativa das duas naçõespixbet com entrarconstruir para si espaçospixbet com entrarinfluência globalpixbet com entrarcontraponto a articulações das potências ocidentais, como o G7.

Crédito, Ricardo Stuckert/Presidência da República

Legenda da foto, O Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, anuncioupixbet com entraragosto um processopixbet com entrarexpansão do bloco para incluir Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Argentina, Egito, Irã e Etiópia

O receio da diplomacia brasileira era que um Brics expandido diluiria a importânciapixbet com entrarmembros originais como o Brasil, mas manteria a China forte, devido ao seu peso econômico hoje no mundo.

Lula buscou afastar a percepçãopixbet com entrarque o novo Brics seria uma tentativapixbet com entrarantagonizar com o Ocidente.

"A gente não quer ser contraponto ao G7. A gente não quer ser contraponto ao G20. A gente não quer ser contraponto aos Estados Unidos. A gente quer se organizar. A gente quer criar uma coisa que nunca teve, que nunca existiu", disse durante a cúpula do grupo.

Já o cientista político Hussein Kalout, pesquisadorpixbet com entrarHarvard e conselheiro do Centro Brasileiropixbet com entrarRelações Internacionais (Cebri), avalia que a forma como se deu a ampliação dos Brics tem contribuído para aumentar a desconfiançapixbet com entrarpotências ocidentaispixbet com entrarrelação ao Brasil, junto a outros episódios, como as falas do presidente sobre a guerra na Ucrânia no primeiro semestre, quando Lula chegou a dizer que os dois lados do conflito tinham responsabilidade semelhante, apesarpixbet com entrarapenas a Rússia ter invadido o território ucraniano.

Para Kalout, o objetivopixbet com entrarmanter neutralidade no conflito é correto e segue a tradição diplomática brasileira, mas a forma como o Brasil tem levado a questão na prática tem sido interpretada negativamente pelo lado ocidental e pode afetar a capacidadepixbet com entrarliderançapixbet com entrarLula à frente do G20.

"Na visãopixbet com entrarparceiros estratégicos do Brasil no mundo ocidental, o Brasil tem sido uma voz ativa na construçãopixbet com entraruma coalizão, digamos, antiocidental. Certa ou errada, não importa, mas é a visão que se tem. Cabe ao Brasil demonstrar que isso não é verdade", ressaltou Kalout.

Leonardo Ramos, porpixbet com entrarvez, considera que o Brasil teve uma importante conquista na negociação para ampliação do Brics:pixbet com entrartrocapixbet com entraraceitar a expansão pretendida por China e Rússia, o país conseguiu inserir na declaração final do encontro, pela primeira vez, um apoio explícito à entradapixbet com entrarBrasil, Índia e África do Sul no Conselhopixbet com entrarSegurança da ONU.

Esse órgão, responsável por zelar pela paz mundial e mediar conflitos, conta com apenas cinco membros permanente, todos com poderpixbet com entrarveto: Estados Unidos, a França, o Reino Unido, a Rússia (Estado sucessor da União Soviética) e a República Popular da China

"Lula vai para o G20 para tentar negociar com o Biden [a entrada no Conselhopixbet com entrarSegurança] com a carta da China junto: 'China e Rússia já liberaram, então agora falta vocês, Estados Unidos, Reino Unido', ele vai argumentar", acredita Ramos.

Por enquanto, porém, nenhuma reforma concreta do Conselho está no horizonte.

Entre os anúncios concretos aguardados para a Cúpulapixbet com entrarDéli está a confirmação da ampliação do grupo para entrada da União Africana, algo que atende às reivindicaçõespixbet com entrarpaísespixbet com entrardesenvolvimento por mais espaço nos fóruns internacionais.

Outra novidade esperada é a formalização da Aliança Global pelos Biocombustíveis, liderada por Índia, Brasil e Estados Unidos, e que deve contar com a adesão inicial de, ao menos, outros 16 países (não necessariamente membros do G20).

A iniciativa busca expandir a produção e o consumo mundiaispixbet com entrarbiocombustíveis como o etanol,pixbet com entrarespecialpixbet com entrarpaísespixbet com entrardesenvolvimento, dentropixbet com entraruma agendapixbet com entrartransição energética para opções menos poluentes.