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Como o mundo todo ficou mais inseguro desde invasão russa da Ucrânia:cbet usg
O que todos parecem concordar é que o mundo hoje é muito mais inseguro do que antes do dia 22cbet usgfevereirocbet usg2022, quando tropas russas invadiram a Ucrânia.
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Fim do Matérias recomendadas
Guerra mundial?
Os riscocbet usguma guerra maior vem sendo aventado desde que a guerra começou.
Em buscacbet usgapoio, o presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, foi um dos primeiros a acender o alerta.
Uma toneladacbet usgcocaína, três brasileiros inocentes e a busca por um suspeito inglês
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"Se a Ucrânia cair, o que acontecerácbet usgdez anos? Pense nisso. Se [os russos] chegarem à Polônia, o que acontecerácbet usgseguida? Uma 3ª Guerra Mundial?", disse Zelenskycbet usgsetembrocbet usg2023.
"Estamos defendendo os valores do mundo inteiro. E é o povo ucraniano que está pagando o preço mais alto. Estamos realmente lutando pela nossa liberdade, estamos morrendo."
Dois anos depois, o ex-presidente americano Donald Trump também vem destacando o assunto como partecbet usgsua campanha eleitoral acusando o presidente Joe Bidencbet usgestar empurrando os Estados Unidos para uma nova guerra.
"Sou o único que pode evitar uma 3ª Guerra Mundial", disse Trumpcbet usgrecente comício eleitoral.
No Reino Unido e na Europa, a possibilidadecbet usgque a guerra ultrapasse as fronteiras da Ucrânia segue ganhando destaque recentemente. Veja o que disse o ministro britânico da Defesa, Grant Shapps.
"Dentrocbet usgcinco anos poderemos ter diversos conflitos, incluindo a Rússia, a China, o Irã e a Coreia do Norte. Perguntem a si mesmos, olhando para os conflitos atuaiscbet usgtodo o mundo, é mais provável que esse número aumente ou diminua? Eu suspeito que todos sabemos a resposta: é provável que cresça", disse Shappscbet usguma palestra no mês passado.
E declarações na mesma linha vieram da própria aliança militar Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Um funcionáriocbet usgalto escalão da Otan, almirante Rob Bauer, disse que os países precisam ter mais reservistas e aumentarcbet usgcapacidadecbet usgarmas que sustentem um longo conflito.
Em entrevista esta semana com a BBC News Brasil, o cientista político americano Ian Bremmer, da consultoria Eurasia, disse que concorda que o mundo está mais inseguro desde o começo da guerra na Ucrânia.
A guerra que acontece na Europa, segundo ele, traz riscos não apenas para o continente, mas para o resto do mundo, que se vê mais violento e instável nesse cenário.
"A Rússia também é hoje é um Estado pária para o G7 e para as democracias industriais avançadas. Seus bens foram congelados. As autoridades russas foram sancionadoscbet usgforma muito significativa. Seu presidente é visto como um criminosocbet usgguerra que não é mais bem-vindo e eventos multilaterais que incluem democracias industriais avançadas", disse Bremmer à BBC News Brasil.
"Os principais aliados da Rússiacbet usgtodo o mundo são vistos hoje como agentes do caos. São outros Estados pária, como Coreia do Norte e Irã, cuja coordenaçãocbet usgações também torna o mundo muito mais perigoso. Então eu acho quecbet usgqualquer maneira que você olhe as coisas, dois anos depois desta guerra, temos um mundo mais violento, um mundo mais instável."
Mas, para ele, a hipótesecbet usguma 3ª Guerra Mundial é absurda.
"Eu não acredito que nenhum líder global sério esteja falando sobre a 3ª Guerra Mundial. Eu estive agora na Conferênciacbet usgSegurançacbet usgMunique. Eu me encontrei com os chefescbet usgpelo menos 20 delegações e esse assunto não surgiu nenhuma vez."
Poucos dias depois do início da invasão, historiadores alertavam para o riscocbet usguma 3ª Guerra Mundial. Foi o caso do cientista político Paul Poast, da Universidadecbet usgChicago,cbet usgentrevista para a BBC News Brasil na época.
A lógica dele é que a própria guerra na Ucrânia já poderia ser considerada um conflito da Rússia contra os Estados Unidos e seus aliados da Otan. Isso porque não são apenas soldados na linhacbet usgfrente que determinariam, na visão dele, que um país estácbet usgguerra contra o outro. Imposiçãocbet usgsanções, enviocbet usgarmas, treinamento militar e outras formascbet usgapoio seriam também decisivas.
Otan maior e mais dividida
Outro pontocbet usgque a guerra na Ucrânia contribuiu para a insegurança mundial é que a própria aliança militar do Ocidente – a Otan – cresceu e se fortaleceu.
Este ano, o orçamento militar da Otan deve crescer 12% — atingindo 2 bilhõescbet usgeuros, o equivalente a maiscbet usg10 bilhõescbet usgreais.
E a Otan já tem 31 membros. A Finlândia, que faz fronteira direta com a Rússia e temia ser um próximo alvo, aderiu ao bloco. E a Suécia pode ingressarcbet usgbreve.
Essa expansão da Otan é vista por muitos como garantidoracbet usgmais segurança. Mas existe um riscocbet usgque justamente essa ampliação possa aumentar a insegurança mundial, ao gerar uma reação entre países fora do clube.
Uma das justificativas do presidente russo Vladimir Putin para a invasão da Ucrânia foi a expansão da Otan entre países do Leste Europeu. Foram 14 nações da região desde 1991, após o colapso da União Soviética.
Mas mesmo a Otan sofre com divisões.
A Hungria, por exemplo, é hoje governada pelo primeiro-ministro Viktor Orbán — que é aliado próximocbet usgVladimir Putin.
A Hungria foi, nos últimos meses, uma pedra no sapatocbet usgoutros países que queriam entrar no bloco, como a Suécia. A decisãocbet usgreceber um novo membro precisa ser unânime, aprovada por todos os membros.
Além disso, Orbán também vem pressionando contra o enviocbet usgauxílio militar e financeiro para a Ucrânia dentro da União Europeia.
E alguns países membros podem mudarcbet usgposiçãocbet usgrelação à guerra por causacbet usgeleições.
Isso aconteceucbet usgrecentes eleições na Holanda e na Eslováquia, onde os partidos vencedores têm se manifestado contra apoio militar e econômico para a Ucrânia.
Indefinição nos EUA
Mas a grande dúvida no ar hoje é: o que vai acontecer com a Otan se houver uma mudançacbet usggoverno nos Estados Unidos – caso Donald Trump vença as eleições deste ano?
Os Estados Unidos financiam maiscbet usgdois terços do orçamento da Otan, com 85 mil soldados americanos baseados hoje na Europa.
Ian Bremmer diz que um novo governo Trump provavelmente mudaria drasticamente o papel da Otan na guerra.
"Eu acho que os EUA estariam menos comprometidos com a Otan, caso Trump seja eleito. Nós vimos issocbet usg2016, mas é claro que naquela época não havia guerra ainda, e não era tão urgente. Em 2025, a história seria muito diferente. Isso não significa que os EUA se retirariam da Otan", diz o cientista político americano.
"Eu acho que Trump será muito mais exigente com os europeus para que gastem mais. Acbet usgforçacbet usgvontadecbet usgexigir condições melhores para os americanos provocaria gastos maiores por parte dos europeus."
"Eu também acho que considera Zelensky um inimigo pessoal e político, depois que ele exigiu que Zelensky abrisse uma investigação contra o então ex-vice-presidente Biden, bem como Hunter Biden. Zelensky se recusou e isso certamente levaria Trump a estar mais disposto a forçar os ucranianos aceitar um cessar-fogo sob condições difíceis — com partes importantes do seu território ocupadas. Tudo isso é uma grande ameaça para os europeus, se Trump se eleger."
Eixo anti-Ocidente?
Outra questão debatida por analistas hoje é a formaçãocbet usgum novo eixocbet usgpaíses contra os Estados Unidos.
Em alguns debates internacionais, tem se usado o termo “2ª Guerra Fria” para descrever a geopolítica atual — uma rivalidade entre países sem a existênciacbet usgum confronto militar direto, como aconteceu com Estados Unidos e União Soviética até 1991.
O verdadeiro antagonista dos Estados Unidos nessa guerra fria, segundo analistas, não seria a Rússia, mas sim a China.
É o que afirma o historiador Niall Ferguson. Segundo ele,cbet usgtodos os conflitos e tensões no mundo hoje, o apoio do líder chinês Xi Jinping é decisivo.
"O que é interessante dessa Guerra na Ucrânia é que ela não estaria acontecendo sem a bençãocbet usgXi Jinping (líder chinês). Ele deu o sinal verde. Sem apoio chinês, a Rússia não seria capazcbet usgsustentar essa guerra. Por que o comércio entre a Rússia e a China explodiu deste que esta guerra começou. Xi Jinping é claramente o protagonista, o Vladimir Putin é um coadjuvante", disse Fergusoncbet usgentrevista a uma das rádios da BBCcbet usgoutubro do ano passado.
O historiador acredita que existe um eixo anti-Ocidente formado por China, Rússia, Irã e Coreia do Norte. Para o historiador, a união desses quatro países — que ele batizoucbet usg"eixo das más intenções" — é hoje uma das maiores ameaças à segurança internacional. Segundo ele, são países que estão ativamente colaborando entre si.
Esse eixo estaria fazendo frente aos Estados Unidos e seus aliados nos principais pontoscbet usgtensão no mundo hoje, não só na Ucrânia, mas também no Oriente Médio,cbet usgTaiwan e na Península Coreana.
Essa visãocbet usgum mundo com dois eixos e o termo 2ª Guerra Fria entraramcbet usgvogacbet usgdebates internacionais.
Até mesmo entidades como o Fundo Monetário Internacional (FMI) já usam essa expressão para alertar sobre os perigos econômicos do conflito.
"Se a fragmentação se aprofundar, poderemos estarcbet usguma nova Guerra Fria. Os custos econômicos da 2ª Guerra Fria poderão ser elevados. O mundo ficou muito mais integrado e enfrentamos uma variedade sem precedentescbet usgdesafios comuns que um mundo fragmentado não consegue enfrentar", disse a economista-chefe do FMI, Gita Gopinath,cbet usgdezembro do ano passado.
O FMI alerta que a economia global hoje depende muito da globalização. O temor é que uma 2ª Guerra Fria possa ter os mesmos efeitos que a pandemia:cbet usginterromper os fluxoscbet usgcomércio e encarecer a produção mundialcbet usgprodutos.
Mas nem todo mundo concorda com essa visãocbet usg2ª Guerra Fria. Ian Bremmer afirma que é um exagero já que, para ele, a China estaria longecbet usgter interessecbet usgentrarcbet usgconfronto com os americanos, ao contráriocbet usgRússia, Irã e Coreia do Norte.
"Os EUA e a China são muito interdependentescbet usgtermos das suas relações econômicas. E a China, ao contrário da Rússia, não é um agente do caos. Eles não querem uma grande crise. Os americanos e os chineses querem gerir esta relaçãocbet usgforma mais eficaz", diz Bremmer.
"Mas é claro que existe uma enorme desconfiança entre os EUA e a China. É um relacionamento tensocbet usgvários aspectos. A China é vista pelos Estados Unidos como o seu principal adversário estratégico a longo prazo, certamente econômica e tecnologicamente. Tambémcbet usgtermos do seu sistema político autoritário e do sistema capitalistacbet usgEstado."
A guerra na Ucrânia -- que começou quando tropas russas invadiram o paíscbet usg24cbet usgfevereirocbet usg2022 -- está entrandocbet usgseu terceiro ano ainda cercadacbet usgincertezas e com possíveis impactos que vão muito alémcbet usgsuas fronteiras.
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