Como a poeira da Lua poderia ser usada para combater mudanças climáticas:3 5 gols apostas
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A proposta envolve o lançamento3 5 gols apostascerca3 5 gols apostas10 milhões3 5 gols apostastoneladas3 5 gols apostaspoeira lunar no espaço todos os anos. De certa forma, é uma ideia criativa. Se funcionar como anunciado do ponto3 5 gols apostasvista técnico, ela poderá fazer com que o mundo ganhe um tempo vital para controlar as emissões3 5 gols apostascarbono.
Mas, infelizmente, não é surpresa para ninguém que essa história3 5 gols apostasreflexão da poeira lunar não é tão simples quanto parece.
Por que a poeira da Lua?
Uma tonelada3 5 gols apostascocaína, três brasileiros inocentes e a busca por um suspeito inglês
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As medidas propostas para resfriar a Terra reduzindo a quantidade3 5 gols apostasluz solar que atinge a superfície do nosso planeta costumam ser chamadas3 5 gols apostas“geoengenharia solar” ou “gestão da radiação solar”.
O método mais discutido envolve a injeção3 5 gols apostasuma fina camada3 5 gols apostaspartículas3 5 gols apostasaerossol na atmosfera superior da Terra. Mas mexer com a atmosfera desta forma provavelmente irá afetar os padrões3 5 gols apostaschuva e seca e pode ter outras consequências inesperadas, como danos à camada3 5 gols apostasozônio. A poeira lunar no espaço deveria eliminar essas armadilhas, já que nossa atmosfera permaneceria intocada.
Outros sugeriram refletir a luz solar com espelhos ou filtros gigantescos no espaço, ou com enormes grupos3 5 gols apostassatélites artificiais.
A poeira lunar parece uma boa solução3 5 gols apostascomparação com essas ideias. Ela existe3 5 gols apostasgrande quantidade e o lançamento3 5 gols apostasnuvens3 5 gols apostaspoeira com a menor gravidade da Lua exigiria muito menos energia do que os lançamentos similares na Terra.
Mas, então, qual é o problema?
Lento e complicado demais
Um dos principais pontos dos defensores da geoengenharia solar é a3 5 gols apostassuposta rapidez.
Refletir a luz solar, na melhor das hipóteses, é uma forma3 5 gols apostasevitar rapidamente os catastróficos impactos3 5 gols apostascurto prazo do aquecimento global, ganhando tempo para a transição para energias renováveis e a remoção3 5 gols apostasgases do efeito estufa da atmosfera.
A injeção global3 5 gols apostasaerossóis na atmosfera, por exemplo, pode precisar do desenvolvimento3 5 gols apostasaeronaves especiais. Esta certamente não é uma tarefa simples, mas pode definitivamente ser realizada na próxima década.
Já as ambições lunares seriam muito mais lentas. Existem diversas barreiras logísticas e3 5 gols apostasengenharia importantes que precisariam ser transpostas.
Precisaríamos, pelo menos,3 5 gols apostasbases na Lua, infraestrutura3 5 gols apostasmineração lunar, armazenagem3 5 gols apostaslarga escala e3 5 gols apostasuma forma3 5 gols apostaslançar a poeira no espaço.
Nenhum ser humano coloca os pés na Lua há mais3 5 gols apostas50 anos. A China pretende construir uma base lunar até 2028, seguida pelos Estados Unidos3 5 gols apostas2034. Um sistema operativo3 5 gols apostasmineração e lançamento3 5 gols apostaspoeira provavelmente ainda está a décadas3 5 gols apostasdistância.
Outra vantagem da geoengenharia solar seria a possibilidade3 5 gols apostasajustes.
A injeção3 5 gols apostasaerossóis na atmosfera,3 5 gols apostastese, pode ser ajustada para reduzir os efeitos negativos. Mudar os locais onde ocorrem as injeções3 5 gols apostasaerossóis, por exemplo, pode alterar drasticamente os possíveis efeitos colaterais e seu perfil3 5 gols apostasrisco.
Já uma nuvem gigante no espaço não oferece este nível3 5 gols apostasprecisão.
Vácuo legal e político
Para piorar ainda mais as coisas, o mundo dispõe atualmente3 5 gols apostaspouca governança ou políticas abrangentes sobre o espaço e a Lua.
Muitas questões fundamentais sobre as atividades humanas no espaço, como o gerenciamento da quantidade crescente3 5 gols apostaslixo espacial que orbita a Terra3 5 gols apostasaltíssima velocidade, permanecem sem resposta.
Também segue sem resposta outra questão fundamental: a lei permite minerar na Lua? Quem é o “dono” do espaço e dos seus recursos?
O que temos atualmente é uma colcha3 5 gols apostasretalhos3 5 gols apostaspolíticas contraditórias.
O Tratado do Espaço Sideral3 5 gols apostas1967 proíbe a “apropriação” dos recursos espaciais, o que pressupõe a proibição da mineração. Já o Artigo 11.3 do Tratado da Lua3 5 gols apostas1979 afirma que os recursos lunares não podem ser propriedade3 5 gols apostasum país, grupo ou pessoa.
Mas os Estados Unidos, a Rússia e a China não assinaram o Tratado da Lua. Na verdade, os Estados Unidos têm uma lei da época do presidente Obama, um decreto do governo Trump e um acordo internacional não compulsório – o Acordo Artemis. Todos eles tratam da extração3 5 gols apostasrecursos comerciais.
Esta política contraditória3 5 gols apostasvigor faz com que a mineração lunar seja uma zona cinzenta do potno3 5 gols apostasvista jurídico. Lançar a poeira da Lua no espaço é outro dilema jurídico que ainda está vários degraus à frente.
Problemas no céu e na terra
Essa colcha3 5 gols apostasretalhos jurídica só existe devido a barreiras políticas mais abrangentes. Da mesma forma que a corrida espacial do século 20 refletia a geopolítica da Guerra Fria, a governança espacial contemporânea é moldada pelas divergências políticas atuais.
A Rússia e a China não assinaram o Acordo Artemis e decidiram (ironicamente, juntos) permanecer sozinhos. Mas os conflitos sobre um acordo não obrigatório são apenas a ponta do iceberg.
As divergências políticas sobre a extração3 5 gols apostaspoeira da Lua podem ser muito mais perigosas. Diferentes países podem preferir diferentes graus3 5 gols apostasresfriamento ou discordar se o resfriamento com a poeira lunar deve realmente ser adotado.
Até o “sistema3 5 gols apostaslançamento”3 5 gols apostaspoeira proposto – essencialmente, um canhão eletromagnético gigante do tipo usado atualmente para lançar caças3 5 gols apostascombate – pode despertar preocupações com a segurança e armamentos.
Estas divergências podem infiltrar-se na política terrestre, exacerbando ainda mais as divisões políticas. E, o que é pior, elas podem resultar3 5 gols apostasconflitos armados ou sabotagem da infraestrutura lunar.
O espaço é outra fronteira para os conflitos políticos, que podem ser agravados pelo sistema3 5 gols apostasreflexão da poeira lunar. Esses conflitos também comprometem o desenvolvimento cooperativo e altruísta do projeto.
Local nobre do espaço sideral
Mesmo se as questões políticas e3 5 gols apostasimplementação fossem resolvidas, existem ainda muitas outras barreiras a serem transpostas.
A poeira da Lua ficaria no chamado “ponto3 5 gols apostasLagrange” entre a Terra e o Sol, onde as forças gravitacionais do planeta e da estrela se equilibram.
Infelizmente, esse trecho valioso do espaço sideral já está ocupado por satélites, como o Observatório Solar e Heliosférico e o Observatório do Clima do Espaço Sideral. Eles talvez pudessem ser deslocados ou desativados, mas o processo seria caro e criaria novos riscos.
Em resumo, a proposta da poeira lunar,3 5 gols apostasfato, resolve alguns dos problemas da geoengenharia solar centralizada na Terra. Mas provavelmente seria um processo lento demais para atenuar os impactos3 5 gols apostascurto prazo das mudanças climáticas e,3 5 gols apostasqualquer forma, enfrentaria obstáculos diplomáticos que podem ser intransponíveis.
É preciso ressaltar que os autores,3 5 gols apostasfato, reconhecem que seu trabalho tem limitações. No seu comunicado à imprensa, eles dizem:
“Não somos especialistas3 5 gols apostasmudanças climáticas, nem na ciência3 5 gols apostasfoguetes necessária para movimentar massa3 5 gols apostasum lugar para outro. Estamos apenas explorando diferentes tipos3 5 gols apostaspoeira3 5 gols apostasuma série3 5 gols apostasórbitas diferentes para ver qual seria a eficácia desta abordagem.”
Por isso,3 5 gols apostasvez3 5 gols apostasnos preocuparmos3 5 gols apostasdeslocar satélites, é melhor nos concentrarmos na substituição dos combustíveis fósseis. As soluções para as mudanças climáticas estão bem à nossa frente, não nas estrelas.
* Aaron Tang é estudante3 5 gols apostasPhD3 5 gols apostasgovernança do clima da Universidade Nacional da Austrália.
Este artigo foi publicado originalmente no site3 5 gols apostasnotícias acadêmicas The Conversation e republicado sob licença Creative Commons. Leia aqui a versão original3 5 gols apostasinglês.