'Limpeza da morte': a prática sueca20bet cadastrose livrar20bet cadastrobens acumulados20bet cadastrovida:20bet cadastro

Crédito, Alexander Mahmoud

Legenda da foto, Magnusson conta que faz um pouco20bet cadastro'limpeza da morte' cada dia — e que agora, aos 90 anos, 'está quase terminando'

Trata-se20bet cadastrouma prática conhecida como döstädning — um termo relativamente recente para designar um costume antigo — que combina a palavra (morte) e städning (limpeza).

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Esta "limpeza antes da morte" consiste20bet cadastrose livrar20bet cadastrotudo o que é desnecessário antes20bet cadastrodeixar este mundo. Uma prática que a artista sueca nonagenária Margareta Magnusson explica20bet cadastrodetalhes no livro O que deixamos para trás: a arte sueca do minimalismo e do desapego (editora Intrínseca, 2024).

Basicamente, "a ideia é não deixar um monte20bet cadastrolixo para trás quando você morrer. Lixo que outras pessoas vão ter que dar um fim", explica Magnusson à BBC News Mundo, serviço20bet cadastronotícias20bet cadastroespanhol da BBC.

"Nesta cultura consumista20bet cadastroque vivemos, o döstädning é uma forma20bet cadastroajudar aqueles que deixamos para trás", acrescenta.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, O que você não resolver20bet cadastrovida, vai sobrar para seus familiares ou amigos
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É uma ideia tão simples que praticamente dispensa explicação. A morte20bet cadastroum ente querido deixa para muita gente uma montanha20bet cadastroproblemas não resolvidos, coisas para organizar, além20bet cadastrouma tristeza sem fim.

"Um dia, quando você não estiver mais aqui,20bet cadastrofamília vai ter que lidar com todas as suas coisas, e não acho isso justo", explica Magnusson20bet cadastroum vídeo que gravou com a filha.

"Pense nas suas pessoas favoritas. Você quer colocar todo seu lixo no colo delas? E pense20bet cadastrotodas as suas coisas favoritas: elas deveriam acabar na lixeira?", diz ela à BBC News Mundo.

"Tive que arrumar tudo tantas vezes após a morte20bet cadastrooutra pessoa que não obrigaria ninguém a fazer isso após minha morte”, acrescenta a autora, que teve que cuidar20bet cadastrotudo que seu pai,20bet cadastromãe e seu marido deixaram para trás após falecerem.

Ainda assim, a artista reconhece que o processo não é fácil para todos.

"Fazer um inventário20bet cadastrotodos os nossos pertences antigos, lembrar da última vez que os usamos, e dizer adeus a alguns deles, não é uma tarefa fácil para muita gente. As pessoas são mais propensas a acumular coisas do que a jogá-las fora", ela afirma.

Mas admite que está sempre fazendo este tipo20bet cadastrolimpeza, porque "gosto20bet cadastroter tudo bonito e arrumado ao meu redor".

"Gostei20bet cadastrorever minhas memórias, minha vida. Dar coisas para meus netos e meus filhos."

"Não vejo isso como algo triste", ela diz.

"Mas, sim, como um alívio."

Mãos à obra

Se este conceito nórdico te agrada, e você acha que pode ser útil, Magnusson tem várias sugestões sobre como colocá-lo20bet cadastroprática.

Primeiro, comece analisando o que você tem no sótão, no porão ou nos armários do corredor. Ou seja, nos lugares que estão fora20bet cadastrovista, e onde costumam estar as coisas que você não usa, ou as que você não sabe o que fazer com elas e que talvez nem se lembre que tem.

Você também pode pensar20bet cadastroum parente ou amigo mais jovem, para quem pode dar coisas que possam ser20bet cadastrogrande utilidade para ele.

Crédito, Alexander Mahmoud

Legenda da foto, O livro foi lançado no Brasil com o título O que deixamos para trás: a arte sueca do minimalismo e do desapego

"Comece com as coisas grandes. Mesas, cadeiras, móveis. Depois passe para coisas menores, como roupas e panelas", diz ela à BBC News Mundo.

Em relação às roupas, ela argumenta que o ideal é ter um guarda-roupa só com o que gostamos20bet cadastrousar, com peças que possam ser combinadas entre si, que você possa escolher quase20bet cadastroolhos fechados para sair sempre bem vestido.

Os itens que só te dizem respeito, como souvenirs, cartas, diários ou fotos íntimas, podem ser guardados20bet cadastrouma caixa etiquetada com o nome20bet cadastroalguém20bet cadastroconfiança, e com instruções claras para que descarte o material sem inspecionar seu conteúdo.

Ela também recomenda adquirir uma fragmentadora20bet cadastropapel para destruir documentos muito particulares, potencialmente prejudiciais ou simplesmente desnecessários.

Igualmente importantes são os problemas ou situações não resolvidas com amigos e familiares: é uma boa ideia tentar esclarecê-las antes que seja tarde demais.

As senhas20bet cadastroacesso a sites e contas20bet cadastroplataformas digitais podem ser anotadas20bet cadastroalgum lugar para facilitar a vida20bet cadastroquem fica para trás, diz ela.

E, por fim, você pode se dedicar a organizar (ou descartar) as fotos e lembranças.

É sempre melhor deixar isso para o final, "porque se não você fica preso no baú das recordações, e não consegue fazer nada", explica.

O melhor é fazer isso sozinho, uma vez que o objetivo é justamente não sobrecarregar os outros.

Conversa difícil

Qual é o momento ideal para encarar esta tarefa?

"Se você está na reta final, não espere demais…" escreve a artista.

Ela sugere começar aos 65 anos, no mínimo. Mas, na verdade, acredita que é melhor começar o mais cedo possível.

"Comece cedo, antes que você fique velho e fraco demais para fazer isso", recomenda Magnusson, que diz fazer um pouco todos os dias.

"Nunca é cedo demais. Só é tarde demais quando você já está morto", diz ela à BBC News Mundo.

Crédito, Alexander Mahmoud

Legenda da foto, Magnusson tem um guarda-roupa20bet cadastroque todas as peças combinam entre si

"Você não vai se arrepender, tampouco seus entes queridos."

E se não estivermos pensando20bet cadastronós mesmos, mas20bet cadastronossos pais, Magnusson sugere que tenhamos essa conversa com eles20bet cadastroalgum momento.

"Claro que não é fácil, mas acho que se você não fizer isso enquanto eles estão vivos, vai ser um inferno para você depois", explica.

"Você precisa ser um pouco indelicado, e talvez possa ir com eles até o porão ou o sótão, e perguntar o que eles querem fazer com isso ou aquilo, e se você pode ajudá-los a reduzir seus pertences."

"Não acho que eles vão ficar bravos com isso", conclui.