'Soube pela rede social que meu filho morreu no mar tentando chegar à Espanha':jovem pan ao vivo futebol

"Ele nunca mencionou que estava planejando pegar um barco."

Amina,jovem pan ao vivo futebol50 anos, teve notícias do filho, Yankhoba, pela última vezjovem pan ao vivo futeboljaneiro. A busca pelo dedicado alfaiatejovem pan ao vivo futebol33 anos, que durou seis meses, se revelou infrutífera.

Até que, no iníciojovem pan ao vivo futebolagosto, pescadores descobriram seu corpo do outro lado do Oceano Atlântico, a cercajovem pan ao vivo futebol18 quilômetros da costa da República Dominicana.

Pelo menos 14 corposjovem pan ao vivo futeboldecomposição estavam naquele pequeno barcojovem pan ao vivo futebolmadeira,jovem pan ao vivo futebolacordo com a polícia local. Celulares e documentos encontrados junto aos corpos indicavam que a maioria era do Senegal, Mauritânia e Mali.

Entre os itens a bordo, estava a carteirajovem pan ao vivo futebolidentidadejovem pan ao vivo futebolYankhoba.

As autoridades dominicanas também informaram que havia 12 pacotes contendo drogas.

Uma análise está sendo realizada para determinar a hora e a causa das mortes, embora se presuma que os passageiros estavam tentando chegar às Ilhas Canárias — e se perderam. A embarcação deles era típica dos barcosjovem pan ao vivo futebolpescajovem pan ao vivo futebolmadeira usados ​​com frequência para transportar migrantes ilegais da África Ocidental para a Europa.

Yankhoba era o filho mais velhojovem pan ao vivo futebolAmina — e único filho homem. Uma posição carregadajovem pan ao vivo futebolmuita responsabilidade na sociedade senegalesa.

O jovem alfaiate deixa a esposa e dois filhos pequenos, incluindo um que ele não viveu o suficiente para conhecer.

Antesjovem pan ao vivo futebolAmina saber da morte do filho, ela fez um apelo por ajudajovem pan ao vivo futebolpáginasjovem pan ao vivo futebolpessoas desaparecidas no Facebook — e pediu a influenciadoresjovem pan ao vivo futebolrede social com muitos seguidores para chamar atenção para seu caso.

"Me apeguei à crençajovem pan ao vivo futebolque Yankhoba poderia ter sido mantidojovem pan ao vivo futeboluma prisãojovem pan ao vivo futebolalgum lugar no Marrocos ou talvez até na Tunísia", diz ela, com a voz embargada.

Os jovens migrantes da África Ocidental que tentam chegar à Europa estão optando cada vez mais pela rota das Ilhas Canárias,jovem pan ao vivo futebolvez da alternativa pelo Mediterrâneo.

Apesar dos perigos, envolve apenas uma etapa,jovem pan ao vivo futebolvezjovem pan ao vivo futebolprecisar atravessar tanto o Deserto do Saara quanto o Mediterrâneo.

Só no ano passado, a rota do Atlântico registrou um aumentojovem pan ao vivo futebol161%jovem pan ao vivo futebolcomparação com o ano anterior,jovem pan ao vivo futebolacordo com a agência europeiajovem pan ao vivo futebolcontrolejovem pan ao vivo futebolfronteiras, Frontex.

A Espanha é um dos países europeus que mais recebe migrantes.

Quanto às pessoas que estão deixando o Senegal, um número cada vez maior são trabalhadoresjovem pan ao vivo futebolclasse média capazesjovem pan ao vivo futebolarcar com a viagem mais cara para os EUA,jovem pan ao vivo futebolvez da Europa.

Foi o que Fallou fez.

Apesarjovem pan ao vivo futeboladministrar uma fazendajovem pan ao vivo futebolovelhas e aves bem-sucedida,jovem pan ao vivo futebolDacar, por quase uma década, ele estava com dificuldades.

"Eu me sentia preso. Alémjovem pan ao vivo futeboladministrar meu negócio, também trabalhavajovem pan ao vivo futeboluma fábrica, mas lutava para pagar as contas", ele lembra.

Então, aos 30 anos, ele vendeu tudo o que tinha e comprou uma passagem aérea sójovem pan ao vivo futebolida para a Nicarágua, na América Central. De lá, ele tentaria a travessia por terra para os EUA.

Fallou foi encorajado pelo irmão mais velho, que já morava nos EUA, e por uma sériejovem pan ao vivo futebolfotos e vídeosjovem pan ao vivo futebolsenegaleses no TikTok, que compartilhamjovem pan ao vivo futeboljornada pela América Central.

"Minha mãe não queria que eu fosse, mas eu estava pronto para enfrentar a morte", ele diz.

Fallou viajou por 16 dias, passando pela Nicarágua, Honduras, Guatemala e México, com a ajudajovem pan ao vivo futebolcontrabandistas. No total, ele gastou maisjovem pan ao vivo futebolUS$ 10 mil (cercajovem pan ao vivo futebolR$ 56 mil) na viagem.

Em contrapartida, os migrantes mais pobres que pegam o barco do Senegal para as Ilhas Canárias geralmente pagam aos contrabandistas cercajovem pan ao vivo futebolUS$ 450 (aproximadamente R$ 2,5 mil).

Fallou conta que a provação teve momentosjovem pan ao vivo futebolhorror.

"Várias pessoas morreram diante dos meus olhos", relata.

"Mas eu vi algumas mulheres que continuaram, mesmo com os filhos nas costas, e pensei: 'Tenho que permanecer forte'."

Após ser mantidojovem pan ao vivo futebolum acampamentojovem pan ao vivo futeboldetenção dos EUA por alguns dias, Fallou finalmente recebeu autorização para permanecer no país como solicitantejovem pan ao vivo futebolasilo. Desde então, ele se juntou ao irmão, e agora trabalha como mecânico.

Fallou teve sorte, mas muitos migrantes africanos que vão para os EUA não têm.

Em setembro do ano passado, maisjovem pan ao vivo futebol140 senegaleses foram deportadosjovem pan ao vivo futebolvolta após cruzar a fronteira entre o México e os EUA.

Gruposjovem pan ao vivo futeboldefesa dos direitos humanos e comunidades da diáspora que apoiam os recém-chegados afirmam que os abrigos geralmente ficam lotadosjovem pan ao vivo futebolcasos como estes.

Alguns migrantes não têm outra opção a não ser dormir na rua. Outros podem ser autorizados a ficar temporariamentejovem pan ao vivo futebolmesquitas.

Apesar do interesse cada vez maior dos africanos ocidentais nas rotas alternativasjovem pan ao vivo futebolmigração, a maioria dos migrantes africanos ainda tenta chegar à Europa pelo Mar Mediterrâneo.

Na última década, maisjovem pan ao vivo futebol28 mil migrantes se afogaram somente naquele mar,jovem pan ao vivo futebolacordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM) das Nações Unidas.

Promessas políticas

"As pessoas estão saindo [da África Ocidental] porque enfrentam um coquetel explosivojovem pan ao vivo futebolproblemasjovem pan ao vivo futebolsegurança, institucionais, nutricionais, sanitários, pós-covid e ambientais", explica o especialistajovem pan ao vivo futebolimigração Aly Tandian.

O númerojovem pan ao vivo futebolpessoas que estão deixando o Senegal,jovem pan ao vivo futebolparticular, está aumentando, apesarjovem pan ao vivo futebolser um país relativamente pacífico com um novo presidente que promete gerar empregos para os jovens.

Desde que o novo governo foi eleitojovem pan ao vivo futebolmarço, conseguiu reduzir o preçojovem pan ao vivo futebolalguns itensjovem pan ao vivo futebolnecessidades básicas, incluindo petróleo, pão e arroz — aliviando assim o custojovem pan ao vivo futebolvida.

Mas não é suficiente.

"Todos nós pensávamos que a esperança gerada pela mudançajovem pan ao vivo futebolregime deteria o recrudescimento desses fluxos migratórios, mas infelizmente não foi isso que aconteceu", diz Boubacar Sèye, diretor da organização não governamental Horizon Without Borders.

"Desespero e dúvidas permeiam nosso ambiente sociológico, a pontojovem pan ao vivo futebolas pessoas não acreditarem mais que seu destino pode ser cumprido aqui", acrescenta.

Sèye escreveu uma carta formal às autoridades senegalesas, pedindo uma investigação sobre o que aconteceu com o barco encontrado na República Dominicana.

Ele diz que os relatórios mostram que "há uma economia criminosajovem pan ao vivo futeboltorno dessas migrações irregulares: tráficojovem pan ao vivo futeboldrogas,jovem pan ao vivo futebolarmas,jovem pan ao vivo futebolseres humanos e tambémjovem pan ao vivo futebolórgãos".

Em julho, depois que 89 corpos foram encontradosjovem pan ao vivo futebolum barco na costa da Mauritânia, o primeiro-ministro do Senegal, Ousmane Sonko, fez um apelo público aos jovens para não embarcarem na perigosa rota do Atlântico para a Europa.

"O futuro do mundo está na África, e vocês, jovens, precisam estar cientes disso", ele disse.

No entanto, para o grande númerojovem pan ao vivo futeboljovens africanos que ainda arriscam suas vidas para chegar à Europa e aos EUA, esse futuro estájovem pan ao vivo futebolqualquer lugar, menosjovem pan ao vivo futebolcasa.