Por que Coreia do Sul quer agora bomba nuclear:aposta esportiva é jogo de azar

Joe Biden e o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol

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Legenda da foto, O presidente da Coreia do Sul irá a Washington para encontro com Joe Biden

Desde então, a situação geopolítica mudou drasticamente. A Coreia do Norte está construindo armas nucleares cada vez mais sofisticadas que podem atingir cidadesaposta esportiva é jogo de azardiversos pontos dos EUA, e muitos agora se perguntam se Washington ainda sairiaaposta esportiva é jogo de azardefesa da Coreia do Sul.

Esse é o cenário que preocupa os sul-coreanos: um beligerante Kim Jong-un ataca a Coreia do Sul, forçando os EUA a intervir. Kim então ameaça detonar uma bomba nuclear no continente americano, a menos que os EUA retirem seu apoio à Coreia do Sul. O que Washington faria? Correria o riscoaposta esportiva é jogo de azarreduzir São Francisco a escombros para salvar Seul? Provavelmente não, é a conclusão dos participantes do almoço secreto.

"É irracional pensar que outro país deveria nos proteger. Este é nosso problema e nossa responsabilidade", disse Choi Ji-young, membro do Partido do Poder Popular da Coreia do Sul.

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Legenda da foto, Os membros do novo Fórumaposta esportiva é jogo de azarPolítica Nuclear da Coreia do Sul querem que o país vire potência nuclear
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O presidente do fórum, o acadêmico Cheong Seong-chang, apresentou um plano. Na próxima vez que o Norte testar uma arma nuclear, Seul se retiraria do Tratadoaposta esportiva é jogo de azarNão-Proliferaçãoaposta esportiva é jogo de azarArmas Nucleares (NPT).

Se, dentroaposta esportiva é jogo de azarseis meses, Kim não concordasseaposta esportiva é jogo de azardiscutir o fimaposta esportiva é jogo de azaralgumasaposta esportiva é jogo de azarsuas armas, Seul começaria a construir suas próprias. Cheong argumenta que isso reduziria a probabilidadeaposta esportiva é jogo de azaruma guerra nuclear na península coreana, já que Kim teria menos probabilidadeaposta esportiva é jogo de azaratacar, sabendo que o Sul poderia contra-atacar.

Mas Jenny Town, do think tank americano 38 North, discorda dessa suposiçãoaposta esportiva é jogo de azarque um Sul com armas nucleares tornaria o Norte menos agressivo.

"Mais armas nucleares não tornam o mundo mais seguro contra o uso nuclear", disse ela. "Se você olhar para a Índia e o Paquistão como exemplo, não foi isso que vimos. No mínimo, ter armas nucleares acabou dando a ambos permissão para ir até mais longe."

Uma Coreia do Sul com armas nucleares não é o que Washington deseja. No entanto, esse problema foi criadoaposta esportiva é jogo de azarparte pelos EUA.

Em 2016, o então presidente Donald Trump acusou a Coreia do Sulaposta esportiva é jogo de azarusufruir gratuitamente das forças americanas. Ele ameaçou fazer Seul pagar pelas tropas americanasaposta esportiva é jogo de azarseu solo, ou então ele as retiraria. O medo dessas palavras não diminuiu com o tempo entre os sul-coreanos. Um número crescente deles — cientesaposta esportiva é jogo de azarque as promessas dos EUA dependem do presidente da ocasião — agora são a favor da construção da bomba.

Em uma recente tardeaposta esportiva é jogo de azardomingo,aposta esportiva é jogo de azaruma sauna localaposta esportiva é jogo de azarSeul, jovens e idososaposta esportiva é jogo de azartodas as origens se reuniram para relaxar com direito à cerveja e frango frito. Parece um ambiente estranho para se discutir a proliferação nuclear, mas hojeaposta esportiva é jogo de azardia o assunto já caiu nas rodasaposta esportiva é jogo de azarconversasaposta esportiva é jogo de azarbar.

"Os EUA não vão usar suas armas nucleares para nos defender, então devemos estar no comando da nossa própria defesa", disse Koo Sung-wook,aposta esportiva é jogo de azar31 anos, que serviu nas forças armadas. Ele serviuaposta esportiva é jogo de azar2010, durante uma criseaposta esportiva é jogo de azarque a Coreia do Norte bombardeou uma ilha sul-coreana, matando quatro pessoas.

"Parecia uma emergência completa. Os soldados estavam telefonando para seus pais e escrevendo testamentos", conta ele.

Agora ele se preocupa não apenas com a Coreia do Norte, mas também com a China. "Estamos cercados por essas grandes potências e pisandoaposta esportiva é jogo de azarovos ao redor delas. Para sermos competitivos, precisamos ter armas nucleares."

Quase todos na sauna concordaram, até mesmo Hong In-su,aposta esportiva é jogo de azar82 anos. Ela era criança durante a Guerra da Coreia na décadaaposta esportiva é jogo de azar1950. Ela diz ser antiarmas nucleares, mas relutantemente aceita que as armas são um mal necessário: "Outros países estão desenvolvendo as suas, então não vejo como podemos continuar sem elas. O mundo está mudando".

Mulher sentada
Legenda da foto, Hong In-su acha preocupante a Coreia do Sul querer desenvolver armas nucleares mas ao mesmo tempo ela vê que o país precisa desse armamento

Outra mulher disse não saber se os EUA defenderiam a Coreia do Sul e achou "melhor ter armas nucleares por precaução". Já uma jovem mãe temia que o atual relacionamentoaposta esportiva é jogo de azarSeul com os EUA pudesse mudar a qualquer momento.

Washington agora está se esforçando para tranquilizar seu aliadoaposta esportiva é jogo de azarseu compromisso "de ferro" comaposta esportiva é jogo de azardefesa.

No início deste mês, estacionou um gigantesco porta-aviões movido a energia nuclear no portoaposta esportiva é jogo de azarBusan, no sul da Coreia do Sul. Mas, para frustração dos formuladoresaposta esportiva é jogo de azarpolíticas dos EUA, tais gestos tranquilizadores parecem não estar mais funcionando.

Os políticosaposta esportiva é jogo de azarSeul têm medoaposta esportiva é jogo de azarserem mantidos no escuro, sem saber o que levaria o presidente dos EUA a apertar o botão nuclearaposta esportiva é jogo de azarseu nome.

Atualmente, não há nenhuma exigênciaaposta esportiva é jogo de azarque Biden diga a Yoon que pretende lançar um ataque nuclear. "No mínimo, poderíamos incluir [uma exigência de] um telefonema obrigatório, desde que fique claro que essa ainda é uma decisão do presidente dos EUA", disse Town.

Yang Uk, analistaaposta esportiva é jogo de azardefesa do Instituto Asan, com sedeaposta esportiva é jogo de azarSeul, estava na sala com o presidente Yoon quando ele falou sobre a possibilidadeaposta esportiva é jogo de azara Coreia do Sul se armar nuclearmente. Ele afirma que Yoon estava pressionando indiretamente os EUA. "Os EUA se mostram relutantesaposta esportiva é jogo de azardiscutiraposta esportiva é jogo de azarpolítica nuclear com a Coreia do Sul, mas se uma guerra nuclear estourasse na península, seríamos nós quem mais sofreria", disse ele.

Seul está pressionando para se envolver mais no planejamento e na execução do uso nuclear. Isso pode significar ter armas nucleares dos EUA posicionadas na Coreia do Sul, ou ter um acordoaposta esportiva é jogo de azarcompartilhamento nuclear, semelhante ao da Europa, onde a Coreia do Sul pode usar armas dos EUAaposta esportiva é jogo de azarcasoaposta esportiva é jogo de azarguerra. Uma opção menos drástica seria criar um grupo conjuntoaposta esportiva é jogo de azarplanejamento nuclear.

Soldados

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Legenda da foto, Tropas dos EUA fazem um testeaposta esportiva é jogo de azardefesa da Coreia do Sul

É improvável que os EUA ofereçam muito, mas eles sabem que devem entregar algo concreto que o presidente Yoon possa clamar vitória e vender isso ao público sul-coreano. Mesmo assim, pode ser tarde demais. Essa ideia antes inconcebível está agora tão firmemente plantada na psique sul-coreana e é difícil que isso mude agora.

Ter uma bomba nuclear é uma decisão gigantesca. A atual ordem internacional é construída sobre a não proliferaçãoaposta esportiva é jogo de azararmas nucleares, e os que ameaçaram essa ordem, como o Irã e a Coreia do Norte, pagaram um alto preço.

Analistas dizem que o povo sul-coreano provavelmente não considerou as consequências desse ato. Os EUA podem desistiraposta esportiva é jogo de azarseu compromissoaposta esportiva é jogo de azardefesa, a China pode retaliar ferozmente perseguindo a Coreia do Sul com sanções, e seu país pode acabar isolado — outro Estado pária falido, comaposta esportiva é jogo de azarincrível reputação internacionalaposta esportiva é jogo de azarfrangalhos.

Na sauna, as pessoas parecem pouco preocupadas com esses cenários. Apenas uma mulher admitiu que, se isso significasse que a Coreia do Sul se tornaria "um eixo do mal", provavelmente não valeria a pena.

Mas é improvável que isso aconteça. A Coreia do Sul é estratégica e economicamente importante demais para ser tratada como a Coreia do Norte.

A maioria dos analistas nem mesmo acredita que os EUA encerrariamaposta esportiva é jogo de azaraliança militaraposta esportiva é jogo de azardécadas. Em vez disso, a preocupação é que um potencial armamento nuclear sul-coreano crie tal rachadura no regimeaposta esportiva é jogo de azarnão-proliferação que faria com que outros países o seguissem.

Apenas Hong In-su,aposta esportiva é jogo de azar82 anos, parecia lidar com os perigos à frente. Ela citou um provérbio coreano que se traduz aproximadamente como "você cai no seu próprio cocô" ou,aposta esportiva é jogo de azaroutras palavras, isso pode sair pela culatra seriamente.

"Acho que as armas nucleares voltarão para nos prejudicar", disse ela. "Eu me sinto mal pela próxima geração."