Expectativa x realidade: por que não devemos romantizar a maternidade?:código bônus de depósito sportingbet
Não satisfeita, Juliana lançou outro desafio, o da maternidade real. Sugeriu que as usuárias da rede social relatassem seus maiores medos ou compartilhassem suas piores experiências. Deu treta.
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Seu desabafo viralizou. E dividiu opiniões. De um lado, mensagenscódigo bônus de depósito sportingbetapoiocódigo bônus de depósito sportingbetquem também questiona a romantização da maternidade. "Parabéns pelacódigo bônus de depósito sportingbetcoragem!", jogaram flores. De outro, comentários hostiscódigo bônus de depósito sportingbetquem acha que Juliana sofrecódigo bônus de depósito sportingbetdepressão pós-parto. "Parabéns por estragar meu dia!", atiraram pedras.
Sua postagem teve 2,7 mil comentários, 21,7 mil compartilhamentos e 119 mil curtidas. Isso, até ser denunciado. Juliana teve seu perfil bloqueado por 12 horas.
"Recebi muita ofensa: 'Se não aguenta, por que fez?' ou 'Na horacódigo bônus de depósito sportingbetfazer, foi bom, não foi?'. Pareicódigo bônus de depósito sportingbetler. Não ia me levar a lugar nenhum. Você não pode criticar a dor do outro", relatou Juliana ao perfil Moms of the World.
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Juliana talvez não saiba, mas o desafio da maternidade real inspirou até dissertaçãocódigo bônus de depósito sportingbetmestradocódigo bônus de depósito sportingbetpsicologia: Reabrindo a Caixa Preta da Maternidade — As Controvérsias do Feminino no Facebook, da Universidade Federalcódigo bônus de depósito sportingbetSão João del-Rei (UFSJ),código bônus de depósito sportingbetMinas Gerais.
Sua autora, a psicóloga Janaína Silva,código bônus de depósito sportingbet35 anos, também passou por perrengues: a hora da amamentação, só para citar um deles, não lembravacódigo bônus de depósito sportingbetnada as campanhascódigo bônus de depósito sportingbetaleitamento materno que ela via na TV. Expectativa: trocacódigo bônus de depósito sportingbetolhares amorosos entre mãe e filho. Realidade: Janaína tinha que morder um pano para suportar tanta dor.
Em 2020, a dissertação virou livro: Pode Uma Mãe NÃO GOSTARcódigo bônus de depósito sportingbetSer Mãe? — As Controvérsias Acerca do Feminino (Editora Appris). A que conclusão a autora chegou? "Não me restam dúvidascódigo bônus de depósito sportingbetque sim", responde a mãe do Pedro,código bônus de depósito sportingbet10 anos. "Ninguém nasce mãe. Nos tornamos mães. E se tornar mãe pode ser longo e doloroso. Então, pergunto: 'Alguém gostacódigo bônus de depósito sportingbetsentir dor?'. Me atrevo a dizer que não. Ninguém gostacódigo bônus de depósito sportingbetpassar por isso. Mas as mulheres passam por amor à criança. Ser mãe vai muito alémcódigo bônus de depósito sportingbetsorrisos, abraços e beijos", afirma Janaína.
O conceitocódigo bônus de depósito sportingbetmaternidade real se opõe a outro: o da maternidade ideal, heroica e romantizada.
"Muitas famílias, quando têm filhos, se deparam com uma realidade completamente diferente daquela que esperavam", explica a psicóloga Maria Fernanda Nogueira Ceccato, pós-graduadacódigo bônus de depósito sportingbetpsicanálise, parentalidade e perinatalidade pelo Instituto Gerar,código bônus de depósito sportingbetSão Paulo (SP).
"A maternidade real busca trazer à tona o que realmente acontece quando chega um filhocódigo bônus de depósito sportingbetnossas vidas. O objetivo é que as famílias não se sintam sozinhas ou deslocadas, como se algo errado estivesse acontecendo", acrescenta.
Por questões históricas, a figura da mãe, mais do que um ser humano como outro qualquer, ainda é associada à imagemcódigo bônus de depósito sportingbetuma santa, um ser sagrado, que ama a maternidade 24 horas por dia e, nela, se realiza plenamente.
Até o amor materno, prossegue Maria Fernanda, é romantizado. Vende-se a ideiacódigo bônus de depósito sportingbetque é algo inato, "de fábrica", por assim dizer, quando, na verdade, precisa ser construído no dia a dia.
"É por isso que não gosto da expressão: 'Nasce um filho, nasce uma mãe'. A mãe pode demorar um tempinho para 'nascer', para se reconhecer como mãe", pondera a psicóloga. "Isso pode também nunca acontecer."
Maternidade sem filtro
O lado B da maternidade continua a ser debatidocódigo bônus de depósito sportingbetsites, blogs e fóruns virtuais. Mas, aos poucos, começa a ganhar espaço também nas telascódigo bônus de depósito sportingbetcinema, nas peçascódigo bônus de depósito sportingbetteatro, nas tirinhascódigo bônus de depósito sportingbethumor, nos comerciaiscódigo bônus de depósito sportingbetTV...
O filme Marcódigo bônus de depósito sportingbetDentro, escrito e dirigido por Dainara Toffoli, não chega a ser autobiográfico, mas surgiu da experiência da cineasta com a maternidade. Ela e a irmã, Tatiana, cresceram ouvindo da mãe: "Não se casem, nem engravidem antes dos 30. Aproveitem a vida".
Quando seus pais morreram, Dainara sentiu vontadecódigo bônus de depósito sportingbetter filhos. Mas, tinha medo da vulnerabilidade profissional que a maternidade poderia trazer. Afinal, cansoucódigo bônus de depósito sportingbetver mulheres mudaremcódigo bônus de depósito sportingbetcarreira ou perderem seus empregos após engravidarem.
"Na época, eu dirigia comerciais para TV. Sempre filmei muito, mas, assim que a barriga começou a aparecer, fiquei sem trabalho. Foi uma sensação horrível. Comecei a me sentir inútil e deprimida", relata Dainara, que só voltou a filmar depois que o filho, Bernardo, hoje com 16 anos, completou cinco meses.
No longa-metragem, Mônica Iozzi interpreta a publicitária Manuela, uma mãe solo que, depoiscódigo bônus de depósito sportingbetuma gravidez não planejada com um colegacódigo bônus de depósito sportingbettrabalho, tem que lidar, entre outros apuros, com as dores do pós-parto.
Na vida real, Dainara conta que entrou na maternidade com um bicocódigo bônus de depósito sportingbetsilicone escondido na mala. Quando a enfermeira saía do quarto, ela colocava o bico e amamentava o filho. Dica da irmã, que já tinha a Lara quando Dainara engravidou.
"Tive muitos problemas, mas não cheguei a sangrar. Depoiscódigo bônus de depósito sportingbet30 dias, tirei o bico e deu tudo certo. Amamentei até os nove meses", recorda a cineasta.
Indagada sobre a pior parte da maternidade, Dainara não pensa duas vezes: “Achar que todas as responsabilidades são nossas e que, não importam as circunstâncias, temos que dar contacódigo bônus de depósito sportingbettudo”.
Hoje, alémcódigo bônus de depósito sportingbetBernardo, Dainara tem mais dois filhos: os enteados Carl e Luca,código bônus de depósito sportingbet25 e 27 anos.
“Pai não ajuda. Pai cria junto!”
A atriz Rita Elmôr,código bônus de depósito sportingbet49 anos, foi convidada por Samara Felippo para auxiliar na direçãocódigo bônus de depósito sportingbetMulheres que Nascem com os Filhos, espetáculo teatral que Samara idealizou e escreveu com Carolinie Figueiredo. Alémcódigo bônus de depósito sportingbetdirigir as atrizes, Rita aprofundou o debate e, a seis mãos, reescreveram o texto.
Quando engravidoucódigo bônus de depósito sportingbetseu primeiro filho, Lucca, hoje com 31 anos, Rita tinha apenas 17 e só conseguiu amamentá-lo até os seis meses. Depois, ingressou na faculdade e passou a sentir culpa por praticamente tudo: por ter sido mãe adolescente, por precisar da ajuda da família para sustentar o filho, por querer sair com as amigas para se divertir...
Quando Nina nasceu, 28 anos depois do irmão, a culpa mudou. Dessa vez, por nunca ter valorizado o trabalho doméstico da mãe. "Tudo é feito para que a mulher se torne escravacódigo bônus de depósito sportingbetsua culpa", lamenta a atriz e diretora. “Somos consumidas pela culpacódigo bônus de depósito sportingbetnão sermos boas mães quando ousamos pensar nas nossas necessidades. Muitas desistemcódigo bônus de depósito sportingbetlutar pelos seus sonhos e correm o riscocódigo bônus de depósito sportingbetdesenvolver uma grande amargura”.
A peça, que estreoucódigo bônus de depósito sportingbet2019, já passou por seis cidades, sempre com lotação esgotada. A próxima temporada será no Teatro do Shopping Morumbi (SP), entre os dias 1º e 4código bônus de depósito sportingbetjunho. A plateia, garante a diretora, gargalha e chora ao mesmo tempo, o tempo todo.
"A maternidade real está aqui para dizer: 'Tudo bem'. Não se sinta culpada por estar sofrendo, nem por achar um saco trocar fraldas, nem por ficar feliz quando está longecódigo bônus de depósito sportingbetseu bebê... É assim mesmo. Mas, a maternidade real está aqui também para retirar o homem do lugarcódigo bônus de depósito sportingbetenfeite. Ele passou a ocupar o centro do debate. Como dizemos na peça: ‘Pai não ajuda. Pai cria junto'".
Mães guerreiras ou pais ausentes?
O resultado do testecódigo bônus de depósito sportingbetgravidez demorou apenas alguns segundos. Mas, acreditem, foram os segundos mais longos da vida da designer Thaiz Leão,código bônus de depósito sportingbet33 anos. Quando finalmente apareceram os dois tracinhos, o céu desabou no banheiro da faculdade. "Uma sériecódigo bônus de depósito sportingbetpalavrões e muitas exclamações", recorda, foram as primeiras coisas que lhe passaram pela cabeça ao se descobrir grávida, aos 23 anos e no penúltimo período do curso.
Mãe solo, Thaiz logo transformou suas desventurascódigo bônus de depósito sportingbetilustrações. Algumas delas estãocódigo bônus de depósito sportingbetChora Lombar — Maternidade na Real (Garabato, 2016) e O Exércitocódigo bônus de depósito sportingbetUma Mulher Só (Belas Letras, 2019).
Com bom humor, Thaiz lista desde comentários para lácódigo bônus de depósito sportingbetsem-noção, como "Você não devia ficar com ele no colo, vai acostumar mal…", "Você é forte, vai dar conta sozinha…" e "Um filho é uma benção, minha filha…", até os vários tiposcódigo bônus de depósito sportingbetpais existentes, como o pai "cansada do quê?" ("Se você passa o dia inteirocódigo bônus de depósito sportingbetcasa só cuidando deles…"), o pai “arrozcódigo bônus de depósito sportingbetfesta” ("Esse é o meu filhão que eu amo, amo, amo…") e o pai "minha ex é louca" ("Se eu não vejo meus filhos é por culpa dela! Não é?").
Nas redes sociais, Thaiz Leão, a Mãe Solo, já tem 144 mil seguidores, 92 mil deles só no Facebook. Alémcódigo bônus de depósito sportingbetilustrações, também compartilha reflexões como "Chegacódigo bônus de depósito sportingbetchamar cansaçocódigo bônus de depósito sportingbetpreguiça", "A vida é curta demais pra gente perder tempo tentando ser uma mãe que não existe!" e "Gestar é lindo, parir é intenso, criar é treta!".
"Redecódigo bônus de depósito sportingbetapoio é fundamental, sim. Mas é da criança e não da mãe. Uma criança precisacódigo bônus de depósito sportingbetmuito apoio. Parte dele é possível que a mãe dê. Todo, não dá. Para dar tudo o que uma criança precisa, merece e tem direito, é preciso uma sociedade inteira", afirma a mãe do Vicente,código bônus de depósito sportingbetnove anos.
Toda família precisacódigo bônus de depósito sportingbetuma redecódigo bônus de depósito sportingbetapoio. Física ou virtual, não importa. O importante é ter e acioná-la, quando preciso. E mais: não precisa ser necessariamente familiar. Podem ser amigos, vizinhos, profissionais da saúde...
"Quem cuida também precisacódigo bônus de depósito sportingbetcuidado. Afinal, a mulher não deixacódigo bônus de depósito sportingbetser humana só porque deu à luz. Ninguém sobrevive sozinho. Precisamos uns dos outros. Não ter uma redecódigo bônus de depósito sportingbetapoio pode ser fatorcódigo bônus de depósito sportingbetrisco para depressão" alerta a psicóloga Solange Frid, diretora do Instituto Maternelle, no Riocódigo bônus de depósito sportingbetJaneiro (RJ).
O Brasil tem hoje 11,6 milhõescódigo bônus de depósito sportingbetmães solos. Elas chefiam 37,3% das famílias brasileiras. Já o totalcódigo bônus de depósito sportingbetcrianças brasileiras que não têm o nome do pai na certidãocódigo bônus de depósito sportingbetnascimento já chega a 5,5 milhões.
Os dados são do Instituto Brasileirocódigo bônus de depósito sportingbetGeografia e Estatística (IBGE) e do Conselho Nacionalcódigo bônus de depósito sportingbetJustiça (CNJ).
As mães também erram
Foi pensando nas futuras gerações,código bônus de depósito sportingbetpais mais responsáveis e mães menos sobrecarregadas, que Vana Campos e Vanessa Bárbara escreveram, respectivamente, Segredo (Cachecol, 2017) e Mamãe Está Cansada (Companhia das Letrinhas, 2023). Os dois livros, como se diz nos filmes, foram baseadoscódigo bônus de depósito sportingbethistórias reais.
O primeiro deles, Segredo, fala da vida nada corcódigo bônus de depósito sportingbetrosa das mães. A inspiração veio no diacódigo bônus de depósito sportingbetque a escritora e ilustradora Vana Campos, após pedir repetidas vezes para o filho Benjamin, então com quatro anos, entrar no banho, soltou um grito.
"Tá doida, mãe?", perguntou o menino, entre indignado e curioso. "Por que você está gritando?".
"Pois é, as mães erram…", admitiu Vana, encabulada.
"Impossível!", rebateu o pequeno Benja. "As mães não erram…".
Com ilustraçõescódigo bônus de depósito sportingbetRaquel Matsushita, Segredo revela que, sim, as mães também erram. E aponta, inclusive, alguns desses pequenos deslizes, como ter medo do escuro, chorar por bobagem e abusar dos doces. "Essa ideiacódigo bônus de depósito sportingbetque a maternidade é um dom da mulher e que seu lugar é naturalmentecódigo bônus de depósito sportingbetcasa com os filhos é uma construção social que vem do patriarcado", afirma Vana,código bônus de depósito sportingbet46 anos.
"A maternidade não pode ser uma imposição, ao contrário, é uma escolha. Muitas mulheres sentem que a maternidade é seu dever e sofrem conflitos muito dolorosos. A maternidade vira um fardo pesado", lamenta ela que, alémcódigo bônus de depósito sportingbetBenjamin, hoje com 12 anos, é mãe tambémcódigo bônus de depósito sportingbetAmora,código bônus de depósito sportingbetnove anos.
No olho do furacão
"Desesperadora". É assim, numa única palavra, que a jornalista e escritora Vanessa Barbara,código bônus de depósito sportingbet40 anos, define a experiênciacódigo bônus de depósito sportingbetcriar uma filha pequena, Mabel,código bônus de depósito sportingbetapenas quatro anos, no meiocódigo bônus de depósito sportingbetuma pandemia.
Com a suspensão das aulas da creche, entre outras medidascódigo bônus de depósito sportingbetisolamento social, Vanessa, seu parceiro e Mabel, então com um ano e meio, tiveram que passar meses confinadoscódigo bônus de depósito sportingbetum apartamento pequeno, cuidando da casa, do trabalho e da filha.
Sem ter com quem brincar, Mabel improvisava jogos e brincadeiras. Às vezes, se divertia com a própria sombra projetada na parede. Outras, retirava os livros da estante e construía uma barricada na sala. Outras, ainda, tocava tambor na barriga da mãe, exausta e resfriada, estirada no tapete.
"Cuidarcódigo bônus de depósito sportingbetcriança pequena exige o piquecódigo bônus de depósito sportingbetum macaquinho que bate prato operandocódigo bônus de depósito sportingbetmodo contínuo", admite Vanessa.
"Acho quase impossível encarar a maternidade sem intervalos, dias a fio, com pouca ou nenhuma ajuda — o esgotamento físico e mental é enorme".
Para a autoracódigo bônus de depósito sportingbetMamãe Está Cansada, que conta com ilustraçõescódigo bônus de depósito sportingbetLaura Trochmann, a redecódigo bônus de depósito sportingbetapoiocódigo bônus de depósito sportingbetmães e filhos não se limita a avós, tios, vizinhos e amigos. Ou, pelo menos, não deveria se limitar. Ela cobra investimento das autoridadescódigo bônus de depósito sportingbetcreches e escolas, ecódigo bônus de depósito sportingbetparques e jardins.
"Circular no transporte público com crianças é um ato diáriocódigo bônus de depósito sportingbetresistência. Nossas cidades são absolutamente hostis a seus pequenos cidadãos", protesta Vanessa.
Na prática, a teoria é outra
A escritora fluminense Elisa Fleming,código bônus de depósito sportingbet49 anos, tinha apenas sete quando ganhou o bonecocódigo bônus de depósito sportingbetum bebêcódigo bônus de depósito sportingbettamanho real. Cuidava dele como se fossecódigo bônus de depósito sportingbetverdade. Mas, Elisa não queria ter filhos. Nunca quis. Sua mãe vivia falando dos sonhos que deixaracódigo bônus de depósito sportingbetrealizar para cuidar dos seus filhos. E Elisa não queria essa vida para ela.
Aos 34 anos, Elisa teve Miguel. À época, achava que sabia tudo sobre criar um filho. Estava enganada. "Me senti como se tivesse sido jogadacódigo bônus de depósito sportingbetum avião sem paraquedas", compara. "Aliás, ainda me sinto assim".
Aos 46, publicou Coisas Que Não Me Contaram Antescódigo bônus de depósito sportingbetSer Mãe — O Que Ninguém Mostra no Cotidiano da Maternidade (Clube dos Autores, 2020). O livro começou a ser escrito, aindacódigo bônus de depósito sportingbetblog, tão logo foi demitida do emprego, uma operadoracódigo bônus de depósito sportingbetplanocódigo bônus de depósito sportingbetsaúde, com um bebêcódigo bônus de depósito sportingbetcolo. Aliás, se tivessem contado, teria engravidado? "Se tivesse, na épocacódigo bônus de depósito sportingbetque decidimos engravidar, metade do conhecimento que tenho hoje, não", responde.
Antescódigo bônus de depósito sportingbeto bebê nascer, explica Elisa, grávidas são vistas como "propriedade alheia". Qualquer estranho na rua se acha no direitocódigo bônus de depósito sportingbetencostar a mão na barriga delas. Pior:código bônus de depósito sportingbetenchê-lascódigo bônus de depósito sportingbetdicas, palpites e conselhos que elas nunca pediram. "Já ouvi que deveria deixar meu filho chorar um tempo sozinho para ele aprender desde cedo que a vida é dura e não achar que pode tudo", relata Elisa. Detalhe: Miguel tinha nascido havia apenas cinco dias.
Depois que o bebê nasce, mães e filhos passam a ser tratados como "aberrações" que não podem circularcódigo bônus de depósito sportingbetdeterminados lugares, nem fazer barulhocódigo bônus de depósito sportingbetoutros. Elisa já passou por apertos tantocódigo bônus de depósito sportingbetconsultório quantocódigo bônus de depósito sportingbetrestaurante — "o garçom perguntou se eu não queria trocarcódigo bônus de depósito sportingbetmesa porque o Miguel chorava no meu colo enquanto eu comia". Por essas e outras, evitou ir ao cinema ou pegar avião com o filho pequeno.
"Como toda menina, fui educada, desde pequena, a acreditar que toda mulher nasce para ser mãe. E que a maternidade é o auge da vidacódigo bônus de depósito sportingbettoda mulher", afirma. "Ser mãe não é só propaganda lindacódigo bônus de depósito sportingbetbanco oucódigo bônus de depósito sportingbetperfume. Vai muito além. Tão além que ninguém fala. A gente só descobre na prática. E não precisava ser assim".
'Mommy Burnout': esgotamento materno
Uma mãe cochila numa poltrona. Em instantes, é acordada pelo chorocódigo bônus de depósito sportingbetum bebê. Dali a pouco, se vê numa ilha deserta. Como um náufrago, escreve a palavra SOS na areia da praia.
"Esse lugar me faz muito feliz. Mas, eu preciso dizer: ele é um pouquinho assustador", diz o texto do novo comercial do Boticário. "Eu me sinto cansada, esgotada, exausta…". Esgotamento materno é o tema da campanhacódigo bônus de depósito sportingbetDia das Mães, intitulada Quem Ama Também Precisacódigo bônus de depósito sportingbetAmor, criada pela agência AlmapBBDO.
"Falar sobre esgotamento materno não anula a experiência maravilhosa do maternar, mas desperta consciência sobre como apoiar e tornar esse caminho mais leve para todos", analisa Marcelacódigo bônus de depósito sportingbetMasi, diretora-executivacódigo bônus de depósito sportingbetComunicação do Grupo Boticário.
"A maternidade precisa ser mais colaborativa. O caminho efetivo para o combate da exaustão física e mental das mulheres, que ainda são vistas como as principais responsáveis pela criação dos filhos, se dá a partir da construçãocódigo bônus de depósito sportingbetuma redecódigo bônus de depósito sportingbetacolhimento e apoio".
Uma pesquisa do Portal Mommys, divulgadacódigo bônus de depósito sportingbetagostocódigo bônus de depósito sportingbet2022, revela que 62,7% das mães brasileiras se sentem cansadas e sobrecarregadas — um ano antes, eracódigo bônus de depósito sportingbet39,1%. Ainda segundo a comunidade do Facebook com 9,8 mil seguidores, 66% contam com ajudacódigo bônus de depósito sportingbetalguém e 34% não têm com quem dividir as tarefascódigo bônus de depósito sportingbetcasa.
Quanto à situação profissional, 31,8% das mães trabalham com carteira assinada, 28% têm registrocódigo bônus de depósito sportingbetPJ e 22,3% atuam na informalidade. Outro dado interessante: 35,6% praticam atividade física e 30,6% têm algum hobby.
"As mulheres são criadas para dar contacódigo bônus de depósito sportingbettudo sozinhas. Não podem ser as únicas responsáveis pelos cuidadoscódigo bônus de depósito sportingbetum bebê. Esse esgotamento pode levar ao adoecimento psíquico da mãe e trazer consequências para a criança", adverte a psicóloga Luisa Ruzzarin Pesce, autora da dissertaçãocódigo bônus de depósito sportingbetmestrado O Lado B da Maternidade — Um Estudo Qualitativo a Partircódigo bônus de depósito sportingbetBlogs, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Para Elisa Fleming, a tão sonhada aldeia do provérbio africano — "É preciso uma aldeia inteira para educar uma criança" — ainda não passacódigo bônus de depósito sportingbetutopia. "Imagina como seria o mundo se estivéssemos todos juntos nessa…", propõe.