Como é a eleição 'encenada' na Rússia que dará novo mandato a Putin:cassino que paga no cadastro

Desta vez, as eleições foram marcadas para três dias. Os primeiros dois diascassino que paga no cadastrovotação registaram dezenascassino que paga no cadastroincidentescassino que paga no cadastrovandalismo nas zonas eleitorais, com várias pessoas detidascassino que paga no cadastrotoda a Rússia.

A votação correu nos 11 fusos horários da Rússia e se encerrou às 20h locais (15h do horáriocassino que paga no cadastroBrasília) no ponto mais ocidental do país, no enclavecassino que paga no cadastroKaliningrado.

A votação também ocorreu na Crimeia, que a Rússia anexou ilegalmentecassino que paga no cadastro2014, e nas partes ocupadas mais recentemente por Moscoucassino que paga no cadastroquatro regiões ucranianas: Zaporizhzhia, Kherson, Donetsk e Luhansk.

Há relatoscassino que paga no cadastroque as autoridades detiveram maiscassino que paga no cadastro74 pessoascassino que paga no cadastro17 cidades da Rússia por açõescassino que paga no cadastroprotesto relacionadas com as eleições presidenciais.

Esse número veio do grupocassino que paga no cadastrodireitos humanos OVD-Info, que anteriormente afirmou que maiscassino que paga no cadastro50 pessoas tinham sido presas.

A BBC não conseguiu verificar essa informação e não está claro com que base foram feitas quaisquer detenções e se elas estão ou não diretamente relacionadas com os protestos do "meio-dia contra Putin".

Em Borovsk, outra coisa que é impossível não notar é a artecassino que paga no cadastrorua. Está por todos os lados.

E grande parte foi criada pelo artistacassino que paga no cadastrorua Vladimir Ovchinnikov. Por toda a cidade, seu trabalho está presentecassino que paga no cadastroparedes e edifícios.

A maioriacassino que paga no cadastrosuas pinturas não é controversa. Como o globo gigante contando a história da cidade. Ou a imagemcassino que paga no cadastroum jogadorcassino que paga no cadastrofutebol famoso.

Cada vez mais, porém, quando Vladimir pinta uma imagem da Rússiacassino que paga no cadastrohoje, segue por caminho obscuro.

"Eu chamo estacassino que paga no cadastroo Auge da Ambição", me diz o artistacassino que paga no cadastro86 anos. A pintura que ele me mostra emcassino que paga no cadastrocasa contém um homemcassino que paga no cadastrouniformecassino que paga no cadastroartes marciais andandocassino que paga no cadastrouma corda bamba sobre uma montanhacassino que paga no cadastrocrânios humanos.

"É a isso que a ambiçãocassino que paga no cadastroalguém no topo do poder pode levar."

Ainda mais dramática écassino que paga no cadastroimagemcassino que paga no cadastrodois moedorescassino que paga no cadastrocarne moendo pessoas - um deles chamadocassino que paga no cadastro1937 (o ano do Grande Terrorcassino que paga no cadastroStalin); o outrocassino que paga no cadastroOperação Militar Especial (guerra da Rússia na Ucrânia).

"Não aprendemos qualquer lição", conclui Vladimir.

Após grafitar moedorescassino que paga no cadastrocarne semelhantescassino que paga no cadastrouma parede, o artista foi multado por "questionar" o exército russo. O mesmo aconteceu com a artecassino que paga no cadastrorua que mostrava mísseis caindo sobre uma garota vestidacassino que paga no cadastroazul e amarelo, as cores da Ucrânia.

Vladimir não usacassino que paga no cadastroarte apenas para comentar o presente, mas também para jogar luz sobre o passado sombrio da Rússia - as repressões da era Stalin. Seu grafite criticando a guerra na Ucrânia não cai bem com as autoridades. E rapidamente a parede é pintada.

"Minhas pinturas fazem as pessoas pensarem: estamos certos ou errados neste conflito?" Vladimir me diz. "Acredito que isso é um crime contra a integridade territorialcassino que paga no cadastroum estado vizinho. Eu estaria aprovando se ficassecassino que paga no cadastrosilêncio."

"Muitas pessoas ficam quietas, porque têm medocassino que paga no cadastrorepressão,cassino que paga no cadastroperder seus empregos ecassino que paga no cadastroserem criticadas por outros."

Após a morte do líder da oposição Alexei Navalny na prisão, Vladimir pintou o retratocassino que paga no cadastroNavalnycassino que paga no cadastrouma pedra memorial que fica num local que homenageia as vítimas da repressão política.

"No mesmo dia alguém limpou", Vladimir me diz. "Mascassino que paga no cadastrocasa eu pintei um rascunhocassino que paga no cadastropapelão. E mais tarde eu peguei (o rascunho) e coloquei perto do memorial."

Como Vladimir vê o futuro da Rússia?

"Alguns preveem mais repressão", diz ele, "e que estamos caminhando para o totalitarismo e a ditadura total".

A imagem do presidente

Vladimir Ovchinnikov me diz que nunca assiste à televisão.

Se o fizesse, ele veria uma imagem muito diferente da Rússia na TV estatal.

A versãocassino que paga no cadastroVladimir Putin.

Sem montanhascassino que paga no cadastrocrânios humanos. Sem moedorescassino que paga no cadastrocarne. Nenhuma menção a Alexei Navalny.

Essa não é uma Rússia agressiva no exterior e repressivacassino que paga no cadastrocasa. É uma Rússia com um passado glorioso e um futuro igualmente glorioso. Uma Rússiacassino que paga no cadastroheróis e patriotas se reunindocassino que paga no cadastrotorno da bandeira para defender a pátriacassino que paga no cadastroagressão externa.

E é uma Rússia que ama seu atual líder.

Há alguns dias, o noticiário noturno do Canal 1 da Rússia mostrou o que parecia ser fãs adoradorescassino que paga no cadastroPutin cumprimentando o presidente como se ele fosse uma estrela pop.

"Cuide-se", gritou uma mulher, antescassino que paga no cadastrobeijá-lo.

"Longa vida!" Gritou um homem.

Se você confiasse apenas no Canal 1 para notícias, provavelmente concluiria que Vladimir Putin está pronto para uma vitória esmagadora na eleição presidencial.

Mas, assim como com as pinturas, o contexto é importante.

E o contexto aqui é crucial.

O Kremlin não apenas controla a televisão na Rússia, mas também gerencia todo o sistema político, incluindo as eleições.

O presidente Putin não enfrenta nenhum desafio sério enquanto busca um quinto mandato. Seus críticos mais vocais fugiram para o exílio ou foram presoscassino que paga no cadastrocasa. Navalny, seu oponente mais feroz, está morto.

Mas o Kremlin gostacassino que paga no cadastrose gabarcassino que paga no cadastroque a Rússia tem a "melhor democracia" do mundo. Assim, aparecem com Putin na cédulacassino que paga no cadastrovotação, oficialmente autorizados, três concorrentes do parlamento amigável ao Kremlin.

Eu encontrei com um deles recentemente. E foi uma experiência estranha.

"Por que você acha que seria um presidente melhor do que Putin?", perguntei a Nikolai Kharitonov, o candidato do Partido Comunista.

"Não cabe a mim dizer", respondeu Kharitonov. "Isso não seria certo."

"Mas você acha que seu manifesto é melhor do que ocassino que paga no cadastroPutin?" continuei.

"Os eleitores é que devem decidir."

"Mas o que você acha?"

"Não importa o que eu penso. Cabe aos eleitores."

Em vezcassino que paga no cadastroelogiar a si próprio, Kharitonov elogiou o atual presidente.

"Hoje, Vladimir Putin tenta resolver muitos dos problemas da décadacassino que paga no cadastro1990, quando Yeltsin arrastou a Rússia para o capitalismo selvagem", disse Kharitonov. "Ele está tentando consolidar a nação para a vitóriacassino que paga no cadastrotodas as áreas. E isso vai acontecer!"

Algo me diz que o coraçãocassino que paga no cadastroNikolai Kharitonov não está nessa corrida.

Um político que tentou e não conseguiu entrar na cédula foi o antiguerra Boris Nadezhdin.

"É absolutamente impossível dizer que as nossas eleições presidenciais são justas e livres", me diz Nadezhdin. Ele afirma que foi impedidocassino que paga no cadastroconcorrer porquecassino que paga no cadastromensagem antiguerra estava se tornando muito popular.

"As pesquisas mostram que cercacassino que paga no cadastro30-35% das pessoas na Rússia queriam votarcassino que paga no cadastroum candidato, como eu, que fala sobre paz. É um resultado absolutamente impossível para o nosso governo."

A imagem nas ruas

De volta a Borovsk, aprecio a vista da ponte sobre o rio Protva.

A partir daqui, a cidade parece uma pintura: uma foto da Rússia que eu poderia imaginar pendurada no Hermitage. Em cimacassino que paga no cadastrouma colina há uma bela igreja, com casas pitorescas logo abaixo, cobertascassino que paga no cadastroneve. Empacotadascassino que paga no cadastrocasacos quentes, as pessoas caminham cuidadosamente por caminhos congelados.

Eu também caminho com cuidadocassino que paga no cadastrodireção à cidade para avaliar o clima. Nas ruascassino que paga no cadastroBorovsk, o que as pessoas pensam sobre a guerra, a eleição e seu presidente?

"Não importa como você vote, tudo já está decidido", me diz uma jovem chamada Svetlana. "Eu não vejo nenhum sentidocassino que paga no cadastroparticipar."

Mas muitos aqui, especialmente os russos mais velhos, me dizem que vão votar. À medida que falo com as pessoas, fica claro que a Rússia vista na TV tem muitos apoiadores.

"Espero que Vladimir Putin vença a eleição e que isso acabe com a guerra", me diz Lyudmila. "Muitos homens jovens foram mortos. Quando houver paz, muitos países finalmente entenderão que a Rússia é imbatível."

"Por que você quer que Putin ganhe?" Eu pergunto. "Afinal, ele é o homem que iniciou a Operação Militar Especial."

"Há muitas opiniões", admite Lyudmila. "Alguns dizem que essa guerra nunca deveria ter começado. Alguns dizem que ele estava certo. Eu não vou julgá-lo agora. Não conhecemos todos os detalhes políticos."

"Putin está no poder há quase um quartocassino que paga no cadastroséculo", digo. "Em um paíscassino que paga no cadastro145 milhõescassino que paga no cadastropessoas, não há mais ninguém que possa fazer seu trabalho?"

"Ah, não, temos muitos líderes talentosos que poderiam,cassino que paga no cadastrouma emergência, governar o país", responde Lyudmila.

Nikolai também votará no atual presidente, aparentemente indiferente ao fatocassino que paga no cadastroPutin estar há duas décadas e meia no poder.

"E aí? Tivemos czares que governaram por muito tempo", diz Nikolai. "Havia bons czares e maus. Tivemos Stalin e Brezhnev. Você pode mudar um líder, mas isso faz pouca diferençacassino que paga no cadastronossas vidas."