Oceanos quebraram recordebr betano com apptemperatura todos os diasbr betano com appum ano, indica levantamento:br betano com app

A análise baseia-sebr betano com appdados do Serviço Climático Copernicus, da União Europeia.

O Copernicus também confirmou que o mês passado foi o abril mais quente já registradobr betano com apptermosbr betano com apptemperaturas do ar. Esses recordes também foram batidos nos 11 meses anteriores.

Durante muitas décadas, os oceanos do mundo foram vistos como a "válvulabr betano com appescape" da Terrabr betano com apptermosbr betano com appalterações climáticas.

Eles não só retêm cercabr betano com appum quarto do dióxidobr betano com appcarbono produzido pelos humanos, como também absorvem cercabr betano com app90% do excessobr betano com appcalor.

Porém, durante o ano passado, os oceanos apresentaram as evidências mais preocupantesbr betano com appque enfrentam dificuldades para lidar com a situação — a superfície do mar sente particularmente.

A partirbr betano com appmarçobr betano com app2023, a temperatura média da superfície dos oceanos começou a subir cada vez mais acima da médiabr betano com applongo prazo, e atingiu um novo recorde máximobr betano com appagosto do ano passado.

Os meses subsequentes não representaram trégua alguma: a superfície do mar atingiu um novo máximo diário médio 21,09 ºCbr betano com appfevereiro e marçobr betano com app2024,br betano com appacordo com dados do Copernicus.

Como é possível ver no gráfico abaixo, não apenas todos os dias desde 4br betano com appmaiobr betano com app2023 estão acima dos recordes anterioresbr betano com apptemperatura — masbr betano com appalguns dias a margembr betano com apprelação aos registros passados foi enorme.

Em cercabr betano com app47 dias nesse período, o recordebr betano com apptemperatura foi superadobr betano com apppelo menos 0,3°C, segundo a análise da BBC a partirbr betano com appdados do Copernicus.

Nunca antes, na era dos satélites, foi observada uma diferença tão grande.

Os dias com maior recorde foram 23br betano com appagostobr betano com app2023, 3br betano com appjaneirobr betano com app2024 e 5br betano com appjaneirobr betano com app2024, quando o recorde anterior foi batidobr betano com appcercabr betano com app0,34ºC.

"O fatobr betano com apptodo esse calor ir para o oceano e gerar um aquecimento com uma rapidez maior do que pensávamos é motivobr betano com appgrande preocupação", afirma Mike Meredith, do grupobr betano com apppesquisa British Antarctic Survey.

"Esses são sinais reaisbr betano com appque as alterações no ambiente movem-se para áreas onde realmente não queremos que elas estejam. Se continuarmos nessa direção, as consequências serão graves", alertou ele.

Enorme impacto na vida marinha

O aquecimento dos oceanos provocado pelo homem tem impactos consideráveis na vida marinha global — e pode até alterar o ciclo sazonal das temperaturas do mar, de acordo com um estudo recente.

Talvez a consequência mais significativa do calor recente tenha sido o branqueamentobr betano com appmassa dos coraisbr betano com apptodo o mundo.

Essas estruturas, que são os principais viveiros oceânicos, ficam brancas e morrem porque as águas ficam muito quentes. Elas são um elemento crítico do ecossistema oceânico, onde vivem cercabr betano com appum quartobr betano com apptodas as espécies marinhas.

Mares excepcionalmente quentes também podem afetar diretamente uma das criaturas oceânicas mais queridas do continente mais frio: o pinguim-imperador.

"Há exemplosbr betano com appcolapso do gelo marinho antes dos filhotes imperadores terem emplumado adequadamente, com episódiosbr betano com appafogamentobr betano com appmassa", diz Meredith.

"O pinguim-imperador é uma espécie ameaçada devido às alterações climáticas, e o gelo marinho e as temperaturas do oceano estão fortemente implicados nesse processo", complementa ele.

No Reino Unido, o aumento da temperatura do mar faz com que uma sériebr betano com appcriaturas desapareçam completamente das zonas costeiras. É o casobr betano com appalgumas espéciesbr betano com appcracas, por exemplo.

"O problema das alterações climáticas é que elas acontecem muito rápido para que a evolução as acompanhe", explica a bióloga marinha Nova Mieszkowska, da Universidadebr betano com appLiverpool, na Inglaterra.

Na costa do Paísbr betano com appGales, uma equipe da Universidadebr betano com appAberystwyth utiliza a mesma tecnologia da polícia para rastrear mudanças na população marinha.

Ao coletar vestígiosbr betano com appDNAbr betano com appamostrasbr betano com appágua, os cientistas descobriram que algumas espécies invasoras estão prosperando, incluindo uma criatura chamada ascídia, que parece ter vindo do Japão e cresce como um tapete no fundo do mar.

"Eles impedem o crescimentobr betano com apporganismos nativos", resume o professor Iain Barber, chefebr betano com appCiências da Vida na Universidadebr betano com appAberystwyth.

"As ascídias se dão tão bem no nosso ambiente que podem potencialmente ocupar grandes áreas do fundo do mar."

As espécies invasivas parecem responder com mais intensidade ao aquecimento global e ao aumento da temperatura da água, observa o professor Barber.

O El Niño

Um fator importante que tornou o último ano ainda mais impactante para os maresbr betano com apptodo o mundo foi o fenômeno climático El Niño, que se soma às emissõesbr betano com appgases que aquecem o planeta.

O El Niño faz com que águas mais quentes cheguem à superfície do Oceano Pacífico.

Como resultado, há uma tendênciabr betano com appelevação da média globalbr betano com apptemperatura.

O El Niño entroubr betano com appaçãobr betano com appjunhobr betano com app2023 — após um período prolongadobr betano com appcondições mais friasbr betano com appLa Niña — e atingiu um picobr betano com appdezembro, embora desde então tenha perdido força.

Mas outras bacias oceânicas que normalmente não são afetadas pelo El Niño também experimentaram ondasbr betano com appcalor marinhas acima da média — o que deixa cientistas intrigados sobre o que realmente está acontecendo.

"O Oceano Atlântico está mais quente do que o habitual e este não é um padrão que normalmente associamos ao El Niño — portanto, é algobr betano com appalguma forma diferente", avalia Carlo Buontempo, diretor do Copernicus.

Esse calor ainda persistebr betano com appmuitas bacias oceânicas, incluindo a região tropical do Atlântico.

Os mares mais quentes fornecem energia extra às tempestades tropicais, o que poderia ajudar a alimentar uma temporadabr betano com appfuracões potencialmente danosa.

"Ainda existe uma grande áreabr betano com appágua mais quente do que o normal no Atlântico tropical e esta é a principal regiãobr betano com appdesenvolvimentobr betano com appciclones tropicais", explica Buontempo.

"Estamos quase um mês adiantados na temperatura da superfície do mar no Atlânticobr betano com apprelação ao ciclo anual. Portanto, esta é uma área que precisa ser vigiada", antevê ele.

Além dos impactos imediatos, os investigadores alertam que haverá consequências a longo prazo às quais a sociedade terábr betano com appse adaptar.

É provável, por exemplo, que o derretimento das camadasbr betano com appgelo e o aquecimento das profundezas dos oceanos continuem a alimentar a subida do nível do mar nos próximos séculos.

"Quando falamosbr betano com appalterações climáticas, tendemos a reduzi-las às mudanças na superfície porque vivemos lá", diz Angélique Melet, investigadora da ong Mercator Ocean International.

"No entanto, as profundezas do oceano são um dos aspectos [do aquecimento global] que nos comprometem com séculos e miléniosbr betano com appalterações [climáticas]."

Mas Melet sublinha que isso não é motivo para desistir da redução das emissões.

"A depender das nossas ações, podemos reduzir a velocidade desse aquecimento e diminuir a amplitude geral desse aumentobr betano com appcalor e da subida do nível do mar", conclui ele.

Gráficosbr betano com appErwan Rivault, Muskeen Liddar e Mark Poynting