A luta para preservar 'o som mais ameaçado do mundo':

Legenda do áudio, A luta para preservar 'o som mais ameaçado do mundo'

Ele se encolheu dentroum tronco ococonífera Picea sitchensis no noroeste do Pacífico para gravar, segundo ele, "o maior violino do mundo"; flutuouuma canoa pelo rio Amazonas para registrar o gorjeio melódicoaves migratórias raras; e ganhou um Emmy por seu documentário The Vanishing Dawn Chorus, que captura a cacofonia do amanhecerseis continentes.

No entanto, o som que Hempton está mais preocupadopreservar é o mais ameaçadotodos: o silêncio.

"Por que salvar o silêncio?", sussurra Hempton, enquanto segura um medidordecibéis e olha para o altoconíferas Pseudotsuga menziesii500 anos, cobertasmusgo, na floresta tropicalHoh, no Olympic National Park, no EstadoWashington (EUA).

"O aquecimento global não é mais importante? E a limpezaresíduos tóxicos e a restauraçãohabitats e espécies ameaçadasextinção? Bem, quando você salva o silêncio, na verdade acaba salvando todo o resto também", afirma.

Para Hempton, o silêncio não é a ausênciasom, mas o silenciamento dos toquescelular, dos motores, das britadeiras — da poluição sonora produzida pelo homem que tomou conta do planeta.

Em um mundo cada vez mais barulhento, este homem68 anos passou a maior parte da vida falandoprol do silêncio.

Mais recentemente, ele lançou a Quiet Parks International (QPI), a primeira organização sem fins lucrativos que visa certificar e preservar as últimas paisagens sonoras naturais da Terra da barulheira causada pela humanidade por meio do "turismo silencioso".

Ao inspirar os viajantes a despertar para as maravilhas sonoras — e não apenas cênicas — do planeta, Hempton espera mudar a forma como "vemos" o mundo e "salvar o silênciobenefíciotodas as vidas".

Enquanto campanhas ambientais avançam, a causa do combate à poluição sonora gera pouco barulho — e isso acontece,parte, porque é tão evasiva.

Podemos ver restoslixo no chão e sentir o cheirotoxinas no ar e na água.

O barulho, por outro lado, é uma ameaça mais insidiosa. É invisível, desaparece sem deixar rastros e nada a ser limpo.

Crédito, Eliot Stein

Legenda da foto, 'Estamos muito ocupados tentando ver o mundo, mas ouvir é o que conta a história realum lugar', diz Hempton

Mas assim como nós, humanos, poluímos a terra com nosso lixo e o mar com nosso esgoto, também estamos poluindo o planeta com a exposição sustentada a sons produzidos pelo homem, como obrasconstrução e tráfego aéreo e rodoviário.

E embora o barulho seja frequentemente tratado mais como algo incômodo, ele não é apenas irritante — há um corpo cada vez maiorevidências sugerindo que pode estar prejudicando nossa saúde também.

De acordo com um estudo da Organização MundialSaúde (OMS), os efeitos da exposição a longo prazo à poluição sonora ambiental — que incluem ataques cardíacos, aumento da pressão arterial, derrames, diabetes, demência e depressão, entre outras coisas — podem ser responsáveis ​​pela perdamais1 milhãoanossaúde plena entre os europeus ocidentais.

Da mesma forma, a Agência Europeia do Meio Ambiente descobriu que a poluição sonora ambiental contribui para 48 mil casosdoenças cardíacas e 12 mil mortes prematurastodo o continente a cada ano.

Nossas investidas acústicas também estão devastando o mundo natural. Na verdade, um relatório publicado na revista científica The Royal Society's Biology Letters mostrou que a poluição sonora ameaça a sobrevivênciamais100 espécies animais diferentes.

Uma vez que os animais dependem do som para tudo, desde encontrar um companheiro, migrar, caçar e evitar predadores, vários estudos estão revelando como o barulho feito pelo homem está tornando a vidatodo mundo muito mais miserável do que pensávamos anteriormente.

O barulho do trânsito eleva os batimentos cardíacos da lagarta da borboleta. O ruído distante das estaçõescompressãogás torna difícil para as corujas localizarem suas presas.

A ressonância das motosneve leva a picos nos níveishormônio do estresselobos e alces. Ehabitats barulhentos, pássaros e sapos adaptaram seus chamados para serem ouvidosmeio ao nosso burburinho.

Debaixo d'água, onde o som viaja mais rápido e mais longe do queterra, a situação está afetando inúmeras espéciesvida marinha,acordo com uma revisão da literatura científica.

O barulho dos navios, da mineraçãoalto mar epesquisas sísmicas é a causa mais provável do encalhemassagolfinhos e baleias, e está relacionado ao fatocardumes inteiros desenvolverem estresse, perda auditiva e doenças crônicas.

"Quando olhamos para os ecossistemas mais saudáveis ​​que existem hojenosso planeta, descobrimos que eles também são os lugares mais silenciosos", diz Hempton.

"São os lugares que retiram o carbono do meio ambiente, produzem oxigênio para respirarmos e onde as espécies ameaçadas não estãoperigo."

Crédito, Chris Moore/Getty Images

Legenda da foto, O clima e a geografia únicosHoh criaram o estúdiogravação perfeito

Quando Hempton afirma que salvando o silêncio, você acaba salvando todo o resto, é exatamente isso que ele quer dizer — paisagens sonoras saudáveis ​​sustentam ambientes saudáveis, e se começássemos a tratar o barulho como a trilha sonora das mudanças climáticas e a poluição sonora como poluição, haveria efeitos enfáticostodos os seres vivos, incluindo nós mesmos.

O silêncio ajuda há muito tempo os humanos a encontrarvoz. Como a natureza, ele nos acalma, nos ancora e até nos cura.

Mas, apesar das evidências indicando que o silêncio nos torna mais saudáveis ​​e a natureza nos deixa mais felizes, Hempton alerta que o númerolugares naturalmente quietos está "em rotaextinção que excedemuito a extinçãoespécies".

Nos últimos 50 anos, a população global mais que dobrou, o tráfego aéreo aumentou quase seis vezes entre 1980 e 2019, o aumento da navegação efetivamente abafou a paisagem sonora natural do oceano e estima-se que haverá mais2 bilhõescarros nas estradas2030.

"Em 1900, você tinha uma boa chanceencontrar paz e tranquilidadecerca75% da área continental dos Estados Unidos. Em 2010, esse percentual era2%, e acontece um fenômeno semelhantequase todos os lugares", diz Les Blomberg, diretor-executivo da Noise Pollution Clearinghouse, organização com sedeVermont que estuda e chama a atenção para os efeitos negativos do ruído ambiental.

"O que realmente me preocupa é que, no século 21, faremos com o ar o que fizemos com a terra no século 20 e transformaremos cada bairroum aeroporto e cada ruauma pista para nossos drones. A ameaçaruído está vindocimanós, e não é Deus."

Não fosse por um ato divino, Hempton diz que poderia nunca ter aprendido a escutar.

Crédito, Eliot Stein

Legenda da foto, Depoisanosbusca do silêncio, Hempton encontrou o que acreditava ser o lugar mais silencioso dos Estados Unidos — e o marcou com uma pedra coral

Em um verão, enquanto dirigiasua casaSeattlevolta para a UniversidadeWisconsin, o então estudante27 anos parouuma estrada ruralalgum lugarIowa.

Sem dinheiro para pagar um hotel, Hempton estacionou o carro, entrouum campomilho e se deitou para descansar.

Enquanto uma tempestade se formava, Hempton ficou parado e ouviu — realmente ouviu — pela primeira vez emvida.

"Eu podia ouvir o canto ritmado dos grilos, e conforme cada trovão ecoava, revelava para mim uma imagem nítidatodo o vale", relembra.

"Fiquei tão chocado com aquela experiência que me levantei, dirigi até a universidade e abandonei (os estudos)."

De volta a Seattle, Hempton conseguiu um emprego como mensageirobicicleta, ganhando US$ 1 por entrega durante o dia e gravando tudo o que podia à noite com um gravadorfita cassete: acordes distorcidosshowsmúsica punk; o apito dos trens enquanto subiam a costaWashington; e as "buzinascarros, os zumbidos longínquos e o caldeirãoatividades" da cidade.

O que Hempton achava mais atraente, no entanto, era a natureza. Mas sempre que ele ia a parques próximos para gravar, tudo o que ouvia na reprodução era poluição sonora.

Após realizar cerca10 mil entregasbicicleta, Hempton investiuum Neumann KU-81 (um microfonealta potênciaformacabeça humana que reproduz a forma como ouvimos) e partiu para o Olympic National Park para gravar a melodia da neve derretida no topo do Hurricane Ridge e o retumbar das ondasRialto Beach.

"Naquela época, não havia ninguém registrando ambientes naturais. Até mesmo os cientistas estavam registrando apenas uma espécie animalcada vez", conta Hempton.

"Mas eu queria ouvir a sinfonia inteira, não apenas solistas individuais."

Era o início do que se tornaria uma busca vitalícia pelo silêncio.

Em 2005, após décadasmedições acústicas científicas, Hempton identificou o que ele acreditava ser o local mais silencioso e sem poluição sonora dos Estados Unidos: um fragmentouma polegada quadrada (cerca6,5 cm²)um tronco caído coberto por samambaias na Floresta Hoh, no oeste do parque, protegido por coníferas altíssimas.

Enquanto seguia uma trilhaalce por um buraco aberto no troncouma conífera Picea sitchensis90 metrosaltura, Hempton explicou o que torna a Floresta Hoh tão singularmente silenciosa.

Crédito, Mark Fox/Getty Images

Legenda da foto, O primeiro 'Parque Selvagem Silencioso' do mundo está localizado na Floresta Amazônica do Equador

"Para começar, estamos no canto mais distante e mais a noroeste do país, então não há grandes rotas comerciaisavião", explica.

"A oeste fica o trecho mais longo da costa selvagem da Costa Oeste dos Estados Unidos. Há apenas uma rodovia e ela fica a 29 quilômetrosdistância, e temos cerca240 dias nublados por ano, o que fornece uma proteção adicional contra o ruídoqualquer coisa que voe sobre ela."

"Depois, tem a própria floresta tropical. As árvores mais altas estão na floresta Sequoia (na Califórnia), mas o Vale do Hoh compreende a floresta mais alta do mundo todo, criando uma qualidade elástica semelhante àuma catedral para o som", acrescenta.

"Por fim, o fatoque tudo é úmido e coberto por cortinasmusgo gera uma propriedade acolchoadaabsorçãosom. É o estúdiogravação perfeito."

Hempton marcou o local exatoseu microclima acústico imaculado, colocando uma pedra coral sobre o veludo verde do tronco e prometeu protegê-lo ao declará-lo "Uma Polegada QuadradaSilêncio".

Se o ruídoum motor a jato passando pode ser ouvido por 1 mil milhas, ou 1,6 mil quilômetros, raciocinou Hempton, então, defender um santuáriosilêncio do tamanhoum selo postal teria um efeito dominó silencioso1 mil milhas quadradas (2.590 quilômetros quadrados).

Durante anos, a defesa simbólicaHempton funcionou.

Ele ouvia atentamente qualquer intrusão sonora, identificava suas fontes e escrevia cartas para aqueles que estavam causando o ruído.

Ele persuadiu até companhias aéreas do Alasca, do Havaí eoutros Estados americanos a redirecionar seus voostreinamento e manutenção para longe do parque.

Mas2018, quando a base naval vizinhaWhidbey aumentou os voos do jato Growler sobre a Floresta Hoh como parteseu programaguerra eletrônica, o que antes era o lugar mais silencioso dos EUA se tornou um playground para combates aéreos simulados da Marinha.

Antes, Hempton podia se sentar naquela "Polegada Quadrada" por horas sem ouvir qualquer interferência humana.

Agora, cada um dos seis sobrevoos diários da Marinha é capazproduzir um ruído70 decibéis — tão alto quanto seu aspiradorpó e alto o suficiente para sacudir o solo da floresta.

Hempton fracassouproteger seu pequeno redutosilêncio, mas durante um momentoquietudeHoh, ele teve uma epifania.

"Percebi que não se tratalutar por um cantinho do mundo, mas pelo mundo inteiro", diz ele.

"Com isso, nasceu a QPI (a ONG Quiet Parks international)."

Lançada2018, a QPI espera essencialmente ser a Unesco do silêncio — um organismo global que identifica as paisagens sonoras mais notáveis ​​e imaculadas acusticamentetodo o mundo e atrai turistas a elas para ajudar a financiar seus esforçospreservação.

Crédito, kecl/Getty Images

Legenda da foto, No ano passado, o Parque Nacional YangmingshanTaiwan, foraTaipei, se tornou o primeiro 'Parque Urbano Silencioso' do mundo

A ideia é que, se as pessoas vão aos parques nacionais para ver paisagens intocadas, a praias com selo Bandeira Azul para nadaráguas límpidas e a áreas consideradas Santuário InternacionalCéu Escuro para observar constelações, por que não iriam a parques silenciosos para ouvir o compasso do mundo natural?

Até agora, Hempton eequipeecologistas acústicos internacionais localizaram mais250 lugarestodo o mundo que têm o potencialserem "Locais Silenciosos" da QPI — e o objetivo é certificar mais50 locações até 2030.

Embusca pelo silêncio, os membros da QPI estudam a poluição luminosa e as rotasvoo. Quando localizam uma área que acreditam ter potencial silencioso, analisam seus arredores no Google Earth para verificar se há linhasenergia, operaçõesmineração, ferrovias, fazendas e outros indicadorespoluição sonora.

Em seguida, com a cooperação das comunidades e governos locais, eles enviam engenheiros da QPI para testar cada localpotencial por pelo menos três dias consecutivos, medindo os níveisdecibéisuma hora antes do nascer do sol até duas horas após o pôr do sol.

Se nenhuma poluição sonora for detectada por várias horas seguidas, não houver "eventos desqualificantes" (digamos, um tiro ou a passagemum jato Growler) e a paisagem sonora oferecer "beleza sonora excepcional", a QPI oferecerádesignação.

Em 2019, a organização certificou o primeiro "Parque Selvagem Silencioso" do mundo: uma áreaaproximadamente 404 mil hectares da Floresta Amazônica que se estende pelo rio Zabalo, no nordeste do Equador, repletatanta biodiversidade e tão pouca atividade humana que Hempton a chamou"obra-prima da natureza ".

Lar da nação indígena Cofán,1,2 mil pessoas, a área está cada vez mais sob ameaçaempresas que buscam extrair petróleo, mas os líderes locais esperam que a designação da QPI ajude o povo indígena a defenderterra natal, incentivando aqueles que buscam o ecoturismo tranquilo e contemplativo a se aventurar nas profundezas da floresta tropical.

"Como cofáns, valorizamos profundamente nossa relação com a floresta viva, a Tsampi. É o que nos torna cofáns: um povorios, montanhas e florestas", diz Randy Borman, chefe da Nação Cofán.

"Um relacionamento correto com nossa Tsampi significa que tanto a Tsampi quanto nós, como administradores temporários, devemos manter a dignidade e a integridade. Para nós, o silêncio faz parte dessa dignidade e integridade. Precisamos do silêncio como precisamosoxigênio."

Além dos "Parques Selvagens Silenciosos" livrespoluição sonora, a QPI também designa parques dentro e ao redor das principais cidades do mundo.

Embora nenhuma cidade esteja livrepoluição sonora, Hempton afirma que a QPI estábuscalocais com uma leitura média40-50 decibéis (aproximadamente o silênciouma biblioteca) e onde "domina o sensonatureza".

Em junho passado, a organização nomeou o Parque Nacional YangmingshanTaiwan — um espaço11.338 km²fumarolas sibilantes, florestas antigas e colinas verdejantes nos arredoresTaipei — como seu primeiro Parque Urbano Silencioso.

Uma placa agora pede aos visitantes que "respirem fundo, façam uma pausa e sintam-se existindo na floresta" enquanto sobem uma Trilha Silenciosa1,5 km que serpenteia um vulcão adormecido para chegar ao Lago Menghuan envoltonévoa.

Crédito, Eliot Stein

Legenda da foto, Hempton pretende inaugurar uma nova era'viagens tranquilas', o que é bom para as pessoas e para o planeta

"Nas culturas orientais, 'silêncio' é um estado'unidade com todas as coisas', o mais alto estadosabedoria", explica Laila Chin-Hui Fan, fundadora da Soundscape AssociationTaiwan, que defendeu a designação do parque.

"Ao mesmo tempo, também é profundamente transformador."

Ironicamente, foi necessária uma pandemia global para o mundo perceber isso.

Em setembro2020, a revista Science publicou um relatório concluindo que o lockdown imposto pela pandemiacovid-19 levou "à mais longa e coerente reduçãoruído sísmico global registrada da história" — uma reduçãoruído sísmicoaté 50%77 países,acordo com o estudo.

De repente, pessoasNova York a Nova Déli começaram a notar a cadência dos pássaros, o farfalhar das folhas e o que Hempton chamou"a trilha sonora do planeta [e] o think tank (centroestudos) da alma".

"Antes da covid, a pergunta mais comum que recebíamos na QPI era: 'Por que o silêncio é importante?'", diz ele.

"Agora, gestoresterras, comunidades locais e governos estão perguntando como podem ser os próximos."

Em julho, a QPI designou o Hampstead Heath,Londres, como seu segundo Parque Urbano Silencioso, seguido por cinco reservas naturaisEstocolmo e a seu redor (Judarskogen, Hansta, Älvsjöskogen, Kyrkhamn e Sätraskogen).

The Ramble, a paisagem florestalcerca14 hectares no Central Park,Nova York, está cotada para ser o primeiro parque designado pela QPI nos EUA, seguida pela Reserva Natural Armand BayouHouston, no Texas.

Até o fim do ano, haverá também Parques Urbanos SilenciososCaen, na França; Bruxelas, na Bélgica; e Villach, na Áustria.

Mas por que parar por aí? A QPI também está desenvolvendo Parques Marinhos Silenciosos e Trilhas Silenciosas.

Recentemente, lançou uma sérieexperiências silenciosas online, certificouprimeira estadia silenciosa nas Dolomitas italianas e nomeouprimeira Comunidade Silenciosa no oeste da Carolina do Norte.

A organização está vislumbrando um mundorestaurantes e voos silenciosos — dando início efetivamente a uma nova eraviagens silenciosas que Hempton espera ajudarem as pessoas a se reconectar com o planeta e com elas mesmas.

"Estamos muito ocupados tentando ver o mundo, mas ouvir é o que conta a história realum lugar", diz Hempton.

"Quando você está ouvindo, realmente ouvindo, um novo universo se revela."

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