Como encontrei na savana africana conforto pela mortehot99 freebetminha mãe:hot99 freebet
A parte seguinte da jornada foi uma imersão no deserto intocado e, sem aparelhos eletrônicos para arruinar o silêncio, eu já sentia que minha alma estava se recuperandohot99 freebetalguma coisa. O cheirohot99 freebetsálvia, jasmim e manjericão silvestres soprava pelos campos, e eu me perguntava se era algum tipohot99 freebetnarcótico,hot99 freebettão profunda a minha sensaçãohot99 freebetcalma.
Ruído distante
Byron disse ter ouvido um ruído distantehot99 freebetleopardo no começo da madrugada, mas era improvável que essas criaturas arredias passassem pelo acampamento ao ar livre. Eu tinha mais alguns diashot99 freebetBotsuana, então não tinha pressa.
Mais tarde naquela manhã, Byron recebeu uma mensagem. Estávamos a dois aviões e um barcohot99 freebetdistânciahot99 freebetuma torrehot99 freebetcelular, então um telefone via satélite era nosso único meiohot99 freebetcomunicação. "Você precisa ligar para casa", me disse baixinho. Em outra ocasião, eu teria sido tomada por uma fantasia mórbida, pelo medohot99 freebetque algo tivesse acontecido com um dos meus filhos.
Finalmente, uma voz me trouxehot99 freebetvolta do espaço sideral. "Ela faleceuhot99 freebetpaz", disse meu marido. "O sofrimento dela acabou". A ligação cortou bruscamente e eu fixei o olhar no aparelho na palma da minha mão.
"Minha mãe está morta", pensei. E eu estava do outro lado do mundo.
Eu a tinha vistohot99 freebetBoston apenas uma semana antes. A região americana da Nova Inglaterra (que junta seis Estados do nordeste dos EUA) estava se preparando para uma nevasca no final do inverno e, enquanto eu seguia o habitual ritohot99 freebetestocar café, vinho e pipoca, meu pai ligou. Em dois dias, eu deveria deixar Connecticut para o Botsuana. "Sua mãe piorou", ele disse. "Eu queria que você soubesse disso".
"Estou indo para aí", disse, e segui rumo a Massachusetts,hot99 freebetdireção à tempestade.
Minha mãe estava se aproximandohot99 freebetseu quarto anohot99 freebetAlzheimer. Para uma doença já marcada pela crueldade, a dela era extraordinariamente trágica. Ela não tinha linguagem inteligível e parecia estarhot99 freebetestadohot99 freebetterror mortal. Certa vez ela me atacou, assim como atacou suas outras três filhas devotas. Ela me reconhecia? Espero que não. Não havia nadahot99 freebetreconhecimento, muito menoshot99 freebetamor. Foi uma mortehot99 freebetvida, e eu a perdi há muito tempo.
Estava quentehot99 freebetseu pequeno quarto. Meu pai, uma das minhas irmãs e eu tocamos as músicas que ela amava. Mergulhei um cotonete na limonada e ri quando ela o mordeu com força, como uma criança com um pirulito. Eu narrei histórias sobre seus netos. Sua beleza retornara nesse estado liminar. Seu rosto era suave,hot99 freebetcor rosada. Enquanto isso, o tempohot99 freebetMassachusetts tinha fechado totalmente. Ficamos presos por duas noites e dormimoshot99 freebetcolchões perto da minha mãe, acasulados por uma camadahot99 freebetneve do ladohot99 freebetfora.
Meu pai, um médico, não estava otimistahot99 freebetque ela "acordaria", mas essa doença enigmática estava repletahot99 freebettruques, e não havia como prever o que qualquer dia traria. Isso já tinha acontecido antes nos últimos quatro anos, e eu dizia "adeus" toda vez que a deixava. Minha família me pediu para ir à África para o trabalho que eu amava. Minha justificativa era simples: na verdade, não acreditava que minha mãe morreria.
"Vejo vocêhot99 freebetduas semanas, mãe", sussurrei. "Eu vou encontrar um leopardo para você. Prometo."
Minha mãe tinha a habilidadehot99 freebetencontrar caminhos sem precisarhot99 freebetmapas. Em outra época, ela poderia ter liderado uma expedição pela Amazônia, mas passou décadas como esposa e mãe donahot99 freebetcasa. Mas depois que os filhos saíramhot99 freebetcasa, ela finalmente atendeu, com viagens, ao chamadohot99 freebetsua mente inquieta e curiosa. Sua viagem favorita foi um safári no Quênia com meu pai, onde ela viuhot99 freebettudo, menos um leopardo. Ela amava aqueles lindos gatos, era fascinada pela delicadezahot99 freebetseus movimentos,hot99 freebetforça e calma, como se nos alertassem para não mexer com eles.
E agora, eram negócios inacabados. Eu devia a ela pelo menos isso. Eu estivera ausentehot99 freebetseu leitohot99 freebetmorte e me perguntava se a ferida da minha culpa poderia se curar. Mas eu também estavahot99 freebetBotsuana para trabalhar, e a tristeza começou a pintar cores inesperadas na minha tarefa.
Byron e Odell esperaram eu me recompor. Estava anestesiada. "Minha mãe", repetia.
"O que você gostariahot99 freebetfazer?", perguntou Byron. Entramos no barcohot99 freebetdireção ao emaranhadohot99 freebetágua e deserto. O universo tem maneirashot99 freebetoferecer conforto, e nos oferecia isso a cada passo. Tais sinais são visíveis apenas para os que estão dispostos a vê-los, e a pura vivacidadehot99 freebetBotsuana estava me preparando graciosamente para minha perda.
O delta estava repletohot99 freebetlírios e aves coloridas. Como se meus olhos fossem telescópios, vi as penashot99 freebetcobaltohot99 freebetum martim-pescador-malaquita atravéshot99 freebetum arbustohot99 freebetbambus. Sob uma nuvem corhot99 freebetcarvão, fioshot99 freebetchuva caíam sobre a água distante. Byron abriu uma garrafahot99 freebetchampanhe. "Qual era o nome dahot99 freebetmãe?", ele perguntou.
"Ruth", respondi.
Levantamos nossas taças para a vida, a morte, a luz, a escuridão, o terreno e o eterno. "À Ruth", brindamos.
Naquela noite, fui tomada pela realidade da minha distância, e Byron me emprestou seu telefone via satélite. Eu encontrei sinal no barco sobre um canal cheiohot99 freebetcrocodilos. Na escuridão líquida, vi vários pareshot99 freebetolhos amareloshot99 freebethipopótamo do outro lado da margem.
Umahot99 freebetminhas irmãs falavahot99 freebetmeio ao ruídohot99 freebetestática. "Você teve um belo adeus na segunda-feira passada", disse e foi firme ao dizer para eu ficar os dias restanteshot99 freebetBotsuana, como planejado. "Você está onde a mamãe gostaria que você estivesse". Eu me retirei para a minha tenda e chorei lágrimas silenciosas, procurando ouvir aquele som semelhante aohot99 freebetum serrote cortando madeira: o chamado do leopardo.
hot99 freebet Morte e renovação
Quando chegamos à parada final do safári, fiquei tocada com um ritohot99 freebetmorte e renovação, tão comum na savana, que parecia mais verde do que quando cheguei. Um bandohot99 freebetcães selvagens arrastou uma carcaçahot99 freebetimpala para uma clareira e se banqueteava com ela. Um pequeno antílope saltou para encontrar seu rebanho. Minha mãe estavahot99 freebettoda parte: nos raioshot99 freebetsol que cortavam a neblina com o nascer do dia, no toquehot99 freebetbrisa que roçou minha bochecha.
Eu a viahot99 freebettodas as macacas, zebras e elefantes que protegiam seus bebêshot99 freebetpredadores, como minha mãe fazia quando eu era uma garotinha e era meu único baluarte contra o mundo.
O último dia foi úmido e decepcionante. Nosso voo partiria às 10h da manhã seguinte, e embora estivesse prevista uma tempestade, eu esperava percorrer uma última vez a mata selvagem antes do embarque. A natureza não dá garantias, mas fui para a cama esperançosa.
Acordei às 4h30, puxada por mãos invisíveis para o mato que me esperava. Eu me vesti e peguei o café. Nosso novo guia, Dave Luck, disse: "Vamos ver o que está por aí".
Horas passadas sob uma paredehot99 freebetaço no céu, e a terra encharcada cheirava a frescor. O sol nasceu e nuvens se levantaram para revelar listras pastéis no horizonte. A sorte guiava o Land Rover pela lama e pelos barrancos encharcados. Havia urgência emhot99 freebetdireção, e isso refletia a percussão do meu coração naufragado. Com a lanterna, iluminou uma trilhahot99 freebetfelino na beirada da estrada. "Leão", disse. Em uma hora, eu estaria no aviãohot99 freebetdireção à minha casa, à minha família, e aos preparativos do funeral e ao vazio que a morte da minha mãe deixara.
Com um barulho constante no rádio transmissor, Luck disparouhot99 freebetuma direção que só ele conhecia.
Olhei para Odell e nós dois erguemos as sobrancelhas.
"Temos que nos apressar", disse Luck.
Fechei meus olhos e punhos. Meus pulmões seguraram uma rajadahot99 freebetar. Quando paramos, exalei, olhei para cima e vi a facehot99 freebetum leopardo a 18 metroshot99 freebetdistância. A fêmea reclinou-se no galho retorcidohot99 freebetuma árvore, com as pernas e a cauda penduradas languidamente. "É Marothodi", disse Luck. "Isso significa 'gotahot99 freebetchuva'". Sua mãe é Pula. Significa "chuva". Todas as sinapses do meu corpo incharamhot99 freebetalegria. Eu temia que ela desaparecesse se eu piscasse. Marothodi reorganizou seus membroshot99 freebetuma curva da árvore, parecendo relaxada e à vontade. Mas eu sabia que seu poder era maior que o meu, do que o nosso.
Meu corpo deu lugar a soluços agradecidos e exaustos e, num instante, vi pedaços do universo como se fossem banhados pela claridade. O contínuo implacável, uma nevasca da Nova Inglaterra e um nascer do sol africano conectados pelo mesmo céu. A precariedade e a impermanência da vida, mas principalmentehot99 freebetespantosa generosidade. Eu vi um leopardo, que, por um momento, fixou seus surpreendentes olhos corhot99 freebetlaranja nos meus, como se me dissessem: "Você está ondehot99 freebetmãe gostaria que você estivesse".
Por fim, o felino desceu pelo tronco, adentrou a grama alta e mais um dia brilhante na Terra.
- hot99 freebet Leia a versão original hot99 freebet desta reportagem (em inglês) no site BBC Travel hot99 freebet .
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