Da lenda amazônica a Vanessa Esplendorosa: a história do açaí no Brasil:cadastro na betano

Crédito, Alamy

Legenda da foto, O Brasil é responsável por 85% da produção mundialcadastro na betanoaçaí, maiscadastro na betano1,25 milhãocadastro na betanotoneladas por ano

Crédito, Pulsar Imagens/Alamy

Legenda da foto, O açaí é reconhecido por suas propriedades rejuvenescedoras e energizantes

"Toda vez que eu via um cliente, começava a cantar para ele, criando algo para animar o momento, fazendo a pessoa brilhar como uma estrela e se sentindo feliz", diz Vanessa. "Eu sempre trago energia boa para meus clientes, foi o que me ajudou a saircadastro na betanoum mundo muito sombriocadastro na betanodepressão e tristeza. E eu não podia mais ficar triste, eu estava sempre conectada ao açaí e ao clima da praia, no sol, no mar e nas boas energias que isso traz."

Mitologia indígena

Curiosamente, a históriacadastro na betanocomo o açaí ajudou Vanessa a recomeçarcadastro na betanovida reverbera uma lenda amazônica sobre a origem da fruta. Seu nome vemcadastro na betanouma palavra do tupi que significa "fruta que chora". Pessoas com pouca imaginação dizem que é por causa do suco que a fruta produz, mas a lenda diz que é porque, muito antescadastro na betanoo açaí aparecercadastro na betanomaiscadastro na betano3 milhõescadastro na betanohashtags no Instagram, a fruta nasceucadastro na betanolágrimas.

Crédito, Ian Walker

Legenda da foto, Após viralizar na internet, produtores musicais ofereceram a Vanessa a oportunidadecadastro na betanogravar uma música, o Funk do Açaí

Segundo a lenda, antescadastro na betanoos navios portugueses chegarem ao Brasil, um numeroso grupo Tupi vivia na região onde hoje fica a cidadecadastro na betanoBelém, no Estado do Pará. Mas, conforme a população aumentava, havia cada vez menos comida à disposição.

Ao ver seu povo passar fome, Itaki, o chefe do grupo, ordenou que toda criança recém-nascida fosse sacrificada para manter a população sob controle até que uma fonte mais abundantecadastro na betanocomida fosse encontrada. Ele não abriu qualquer exceção a essa ordem, mesmo quandocadastro na betanoprópria filha Iaçã ficou grávida e deu à luz uma menina.

A jovem mãe chorou por dias após perder a filha e rezou para que o deus Tupã mostrasse outro caminho para salvar o grupo da fome e do sofrimento. Certa noite, Iaçã ouviu o chorocadastro na betanouma criança e, ao entrar no mato, viucadastro na betanofilha sentada ao pécadastro na betanouma palmeira. Ela estendeu os braços e correucadastro na betanodireção à criança, mas o bebê instantaneamente desapareceu no abraço. Inconsolável, Iaçã caiu sobre a palmeira chorandocadastro na betanocoração partido.

No nascer do sol, seu corpo foi encontrado abraçado ao tronco da palmeira, mas seu rosto agora parecia sereno. Os olhos negroscadastro na betanoIaçã estavam voltados para o topo da árvore, onde foram vistos frutos pequenos e escuros. Os homens da comunidade colheram as frutas, liberando seu suco grosso e nutritivo entre os dedos. Itaki percebeu que foi uma bençãocadastro na betanoTupã e batizou a frutacadastro na betanohomenagem acadastro na betanofilha (só que com as letras ao contrário). A ordemcadastro na betanosacrificar bebês foi encerrada, e o grupo nunca mais passou fome.

Apesarcadastro na betanoestarem separadas por centenascadastro na betanoanos e quilômetros, Iaçã da Amazônia e Vanessa do Rio personificam o motivo pelo qual o mundo se apaixonou pelo açaí: rejuvenescimento. Cheiocadastro na betanovitaminas, proteínas, fibras, aminoácidos, gorduras saudáveis e com 30 vezes mais antioxidantes que o vinho tinto, é atribuído ao açaí o podercadastro na betanoaumentar a energia, fortalecer o sistema imunológico, ajudar o crescimento dos músculos e combater os efeitos da idade. Com um currículo desses, é imensamente popular entre todos no Brasil, do rico ao pobre.

"Sem dúvidas, o açaí foi e é um alimento que podemos descrever como democrático no sentidocadastro na betanoque sempre está na mesa e certamente na alimentação dos povos tradicionais, dos colonizadores, do rico, do pobre, do civil, do militar, religioso ou não, alfabetizado ou não", diz Leila Mourão Miranda, professora da Universidade do Pará, que escreveu uma tese sobre o açaí.

Crédito, Dmitri Maruta/Alamy

Legenda da foto, O nome do açaí vem do Tupi: significa "fruta que chora" e está ligado a uma lenda local sobre a origem da fruta

No Rio, casascadastro na betanosucocadastro na betanodiversas esquinas vendem o açaí com outras frutas e uma gamacadastro na betanoopçõescadastro na betanodoces. Mas poucos fãscadastro na betanoaçaí fora do Brasil sabem que a tigelacadastro na betanoaçaí é tão tradicional para o país quanto uma pizzacadastro na betanoabacaxi e presunto é para a Itália.

No Pará, maior produtor da fruta, o açaí é matéria-prima da cozinha e ingerido como acompanhamentocadastro na betanopeixe frito ou camarão, sendo que os locais o derramam como um molho ou mergulham o peixe no açaí.

Os paraenses também comem açaí como um lanche mais natural, com só um poucocadastro na betanoaçúcar para adoçar e sem cobertura, exceto farinhacadastro na betanotapioca oucadastro na betanomandioca. Para eles, acrescentar frutas, granola ou qualquer outro item significa desvirtuar o verdadeiro gosto do açaí.

Eu descobri issocadastro na betanoum boteco chamado Tacacá do Norte no bairro do Flamengo, no Rio. É um dos poucos lugares no Rio onde você pode comprar açaí no estilo paraense, considerado o melhor da cidade entre os entendidos.

Nos anos 1990, surfistas bronzeados e ratoscadastro na betanoacademia no Rio ouviram falar pela primeira vez dos benefícios do açaí para a saúde, e então adicionaram xaropecadastro na betanoguaraná - feito com as sementescadastro na betanooutra planta amazônica com altos níveiscadastro na betanocafeína - para ajudar a preservar o sabor do suco do açaí ecadastro na betanopolpa após o congelamento. Isso o tornou um lanche energizante, e foi assim que começou a febre do açaí.

Crédito, Oksana Bratanova/Alamy

Legenda da foto, Ao adicionar xaropecadastro na betanoguaraná à polpa, o açaí virou um lanche energizante

Mas minha amiga Beatriz Daibes, uma paraense que se mudoucadastro na betanoBelém para o Rio no ano passado para estudar, afirma que não entrou na moda. "Eu prefiro o tradicional, sem xaropecadastro na betanoguaraná, acho que a textura é melhor, mais cremosa", diz ela. "Eu acho que o estilo do Rio é mais um mousse, um sorvetecadastro na betanoaçaí do que o próprio açaí. E no Norte não usamos xarope, mas açúcar".

E quanto à combinação com peixe frito e camarão?, perguntei. "É uma delícia!", disse ela. "Há restaurantes que servem açaí como sobremesa e também para comer como acompanhamentocadastro na betanopeixe e camarão. E é muito bom, uma misturacadastro na betanodoce e salgado".

Crédito, Ian Walker

Legenda da foto, No Pará, muitos costumam comer açaí com farinhacadastro na betanotapioca

Tanto no Rio, comcadastro na betanoversãocadastro na betanosorvete cheiacadastro na betanoguaraná, ou com o estilo "menos é mais" tradicional do Pará, os brasileiros têm muita opção quando se tratacadastro na betanoaçaí. Para o resto do mundo, só é possível comprar a polpa congelada oucadastro na betanopó, já que o açaí estraga muito fácil. No Brasil, é possível degustá-la na beira da praia com música e boas energias, o que torna o gosto ainda melhor.

cadastro na betano Leia a versão original desta matéria (em inglês) cadastro na betano no site da BBC Travel

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