Redescobrindo a remota aldeia marroquina que tinha desaparecido do mapa:sport club corinthians paulista sub 20
Os jovens - entre eles, o próprio Clarke - viajaramsport club corinthians paulista sub 20um caminhão que fora usado pelo Exército. Eles foram imbuídos da esperançasport club corinthians paulista sub 20estudar a geografia, a vida selvagem e os costumes deste canto longínquo da cadeia montanhosa mais alta do mundo árabe.
Viagemsport club corinthians paulista sub 20território hostil
A jornada ocorreu durante um períodosport club corinthians paulista sub 20agitação civil. O Marrocos era um protetorado francês desde 1912, mas após o exílio do sultão Mohammed Vsport club corinthians paulista sub 201953, a violência explodiu e as autoridades coloniais reprimiram implacavelmente os nacionalistas marroquinos.
Quando os estudantes atravessaram da Inglaterra para San Sebastián, na Espanha, e se prepararam para se aventurarsport club corinthians paulista sub 20Gibraltar ao Marrocos no verãosport club corinthians paulista sub 201955, a ocupação francesa estavasport club corinthians paulista sub 20seus últimos momentos, e o futuro do país era incerto.
Quando os estudantes chegaram ao norte da África, eles buscaram ajuda do líder Thamis el-Glaoui para encontrar uma aldeia remota ideal para a pesquisa e ter proteção durante a viagem. Antessport club corinthians paulista sub 20se tornar o Paxá (governador da província)sport club corinthians paulista sub 20Marrakech,sport club corinthians paulista sub 201912, el-Glaoui foi apelidadosport club corinthians paulista sub 20"O Senhor do Atlas" e governou a rota das caravanas que cortava as montanhas do sulsport club corinthians paulista sub 20Marrocos.
Seu palácio era o lendário Kasbah Telouet, no centro do Marrocos, e na épocasport club corinthians paulista sub 20sua morte,sport club corinthians paulista sub 201956, ele era um dos homens mais ricos do mundo.
Após atravessarsport club corinthians paulista sub 20Oxford ao Alto Atlas, os estudantes passaram a noite no palácio. Era o fim da estrada, então, um xeque local providenciou uma caravanasport club corinthians paulista sub 20mulas para levar a bagagem enquanto os estudantes percorriam cercasport club corinthians paulista sub 2035 quilômetrossport club corinthians paulista sub 20Telouet a Idihr.
Assim como os estudantes, eu tinha vindo ao Marrocos para uma aventura pessoal. Depoissport club corinthians paulista sub 20viver nos EUA por uma década, viajei rumo ao país na esperançasport club corinthians paulista sub 20escrever um romance.
Um dia, enquanto vasculhava uma bibliotecasport club corinthians paulista sub 20Casablanca, descobri uma cópia do Berber Village. Ao lê-lo, fiquei fascinada pelas provações e tribulações que esses cinco jovens aventureiros enfrentaram - entre eles, estavam um intérprete marroquino, alémsport club corinthians paulista sub 20aspirantes a zoólogo, etnólogo, geógrafo e botânico.
Chegada ao 'vilarejo perdido'
Durante a jornadasport club corinthians paulista sub 2017 dias,sport club corinthians paulista sub 20acordo com o livro, os estudantes dormiram na varandasport club corinthians paulista sub 20um oficial britânico, conheceram o lendário explorador Wilfred Thesiger e quase foram mantidossport club corinthians paulista sub 20cativeiro por bandidossport club corinthians paulista sub 20Marrakech.
Depoissport club corinthians paulista sub 20chegar a Idihr, eles acamparam por sete semanas durante suas pesquisas. Seu principal financiamento veio do Clubesport club corinthians paulista sub 20Exploração da Universidadesport club corinthians paulista sub 20Oxford, que lhes permitiu comprar o veículo, e um adiantamentosport club corinthians paulista sub 20£100 da National Geographic para um artigo futuro.
Nas semanas anteriores à partida, os estudantes estocaram uma pilhasport club corinthians paulista sub 20refeições prontas, penicilina e papel higiênico. Clarke despediu-se da proprietária idosa do local onde estava, que lhe deu uma sacola com sanduíches caseiros para a viagem.
Os alunos escolheram Idihr porsport club corinthians paulista sub 20localização remota no alto da cordilheira do Atlas. Eles queriam encontrar algum lugar intocado pela modernidade para estudar as crenças e práticas agrícolassport club corinthians paulista sub 20uma sociedade remota do Magreb. Os alunos armaram suas tendas sob uma grande nogueira na beira do riacho que corria próximo à aldeia.
Com o passar das semanas, escreve Clarke, uma amizade foi se formando entre os dois grupos. Os estudantes convidaram aldeões para tomar chásport club corinthians paulista sub 20suas barracas, e os aldeões os receberamsport club corinthians paulista sub 20suas simples casassport club corinthians paulista sub 20alvenaria. Os aldeões logo revelaram uma crençasport club corinthians paulista sub 20animismo e gênios, e começaram a ver os estudantes, que compartilhavamsport club corinthians paulista sub 20penicilina, como curandeiros mágicos.
Quanto mais eu lia o relatosport club corinthians paulista sub 20Clarke, mais curiosa ficava para descobrir o que havia acontecido com Idihr. Ainda existia? Eu a busquei no Google Maps e perguntei a habitantessport club corinthians paulista sub 20Marrakechsport club corinthians paulista sub 20árabe, mas ninguém conseguiu encontrar nenhum traço da vila. Eu contatei até a viúvasport club corinthians paulista sub 20Clarke e perguntei se alguém do grupo voltara depois ao lugar. Clarke não tinha e ela não tinha certeza sobre os outros, se eles ainda estavam vivos.
O pequeno pontosport club corinthians paulista sub 20uma aldeia parecia ter desaparecido dos mapas modernos, e a única evidênciasport club corinthians paulista sub 20sua localização era um esboço desenhado a mão no livrosport club corinthians paulista sub 20Clarke, que ficava a 16 quilômetros da cidadesport club corinthians paulista sub 20Zerkten e entre as aldeiassport club corinthians paulista sub 20Taddert e Telouet, na provínciasport club corinthians paulista sub 20Al Haouz. Eu não tinha certeza se ela havia mudadosport club corinthians paulista sub 20nome ou desaparecido por completo, mas estava determinada a descobrir se ainda existia.
Taddert parecia ser a aldeia mais próxima nos mapas modernos, então, eu dirigi três horas ao vilarejosport club corinthians paulista sub 20Marrakech com um motorista que serviu como intérprete.
Um gruposport club corinthians paulista sub 20homens se reuniusport club corinthians paulista sub 20tornosport club corinthians paulista sub 20nós e olhou para o livrosport club corinthians paulista sub 20Clarke, enquanto meu motorista e eu repetíamos o nome da aldeia. Eles analisaram o mapa desenhado à mão e, finalmente, alguém apontou para as montanhas ao longe. Então, um mecânicosport club corinthians paulista sub 20bom coração, Karim, que estava por perto, veio me socorrer. Idihr existia e ele me levaria lá.
A nova expedição
Espereisport club corinthians paulista sub 20um café à beira da estradasport club corinthians paulista sub 20Taddert com o livrosport club corinthians paulista sub 20Clarke aberto na mesa, enquanto Karim ligava para um amigo. Nossa expedição improvisada consistiasport club corinthians paulista sub 20mim, meu motorista, Karim e seu amigo, que tinham o maior carro das redondezas: um 4x4 capazsport club corinthians paulista sub 20subir as montanhas.
Mas após uma hora subindo cada vez mais alto e as rodas do carro cada vez mais próximas do penhasco, eu não aguentei mais. Com muito medo para continuar, implorei ao motorista que parasse, fechei a porta e comecei a caminharsport club corinthians paulista sub 20volta pela montanhasport club corinthians paulista sub 20uma trilha empoeirada antes que o carro se virasse para me pegar.
Fiquei decepcionada comigo mesma, mas descobri que Idihr existia. Agora, eu só precisava encontrar uma maneira diferentesport club corinthians paulista sub 20chegar lá. Karim, meu motorista e eu voltamossport club corinthians paulista sub 20Taddert para Marrakech naquela noite. Karim me garantiu que tentaria encontrar uma rota menos perigosa para a aldeia e insistiu que eu não lhe devia nadasport club corinthians paulista sub 20troca.
Alguns dias depois, recebi uma ligação dele. Ele tinha decidido que iríamos no 4x4 por uma estrada diferente. Por mais que eu tivesse gostadosport club corinthians paulista sub 20refazer a rotasport club corinthians paulista sub 2035 quilômetros dos alunossport club corinthians paulista sub 20Telouet, ela era muito perigosa. Fiquei nas mãossport club corinthians paulista sub 20Karim para encontrar outro caminho até lá.
Nós partimos sete dias depois. Enquanto Karim, eu e nosso motorista deixávamos Marrakech para trás e viajávamos por estradas montanhosas, a velha rotasport club corinthians paulista sub 20caravanas abria caminho até as montanhas cobertassport club corinthians paulista sub 20neve. As mulheres lavavam as roupassport club corinthians paulista sub 20valas, os tapetes sopravam ao vento nas barracas da beira da estrada e burros trotavam livremente por casas pela metade.
Depoissport club corinthians paulista sub 20três horas, nós saímos da rota da caravana e nos aproximamos Taddert, do lado oposto das montanhas por onde fizemos nossa primeira tentativa. Embora Idihr estivesse a menossport club corinthians paulista sub 2020 quilômetrossport club corinthians paulista sub 20distância, o trajeto levou várias horas, já que subimossport club corinthians paulista sub 20curvas e atravessamos rios a passosport club corinthians paulista sub 20caracol.
Nós estávamos sozinhossport club corinthians paulista sub 20uma estradasport club corinthians paulista sub 20terra enquanto os picos do Alto Atlas subiam e desciam ao nosso redor. Finalmente, a pequena aldeia apareceu: um aglomeradosport club corinthians paulista sub 20casas simplessport club corinthians paulista sub 20tijolos amontoadas na margemsport club corinthians paulista sub 20um rio alimentado pela montanha.
Karim cumprimentou os locaissport club corinthians paulista sub 20árabe e no dialetosport club corinthians paulista sub 20Amazigh (também conhecido como Berber). Homens saíamsport club corinthians paulista sub 20suas casas, e mulheressport club corinthians paulista sub 20saias brilhantes e lenços na cabeça se escondiamsport club corinthians paulista sub 20mim. Parecia que eles não estavam acostumados com visitantes estrangeiros.
Eu passei por jardins e cabras. Um gruposport club corinthians paulista sub 20crianças me seguiu até o riacho abaixo da aldeia onde encontrei a nogueira descrita por Clarke. A aldeia era compostasport club corinthians paulista sub 20casas baixas, corsport club corinthians paulista sub 20areia, dispostassport club corinthians paulista sub 20tornosport club corinthians paulista sub 20uma praça. Outra fileirasport club corinthians paulista sub 20casas percorria a beirasport club corinthians paulista sub 20cima do córrego e era idêntica às imagens dos alunos do livro.
Os aldeões tiraram fotografiassport club corinthians paulista sub 20preto e brancosport club corinthians paulista sub 20um estrangeiro que havia parado aqui anos antes. Eu pedi para fotografar as mulheres, e elas ficaram admiradas com as imagens na tela do meu iPad; não havia telefones celulares ou câmeras. Mostrei-lhes uma cópiasport club corinthians paulista sub 20Berber Village e perguntei se alguém se lembrava dos alunos, mas ninguém jamais havia visto o livro. Alguns moradores reconheceram fotossport club corinthians paulista sub 20aldeões falecidos.
Retrato do passado
Nada parecia ter mudadosport club corinthians paulista sub 20Idihr desde o relato do livro, exceto que agora uma van esporadicamente levava os moradores para Taddert. As pessoas trabalhavam na terra, assim como sempre fizeram. Eles ainda se deliciam com carne cozida lentamente e pratossport club corinthians paulista sub 20legumessport club corinthians paulista sub 20potessport club corinthians paulista sub 20tagine. Um deles foi oferecido a mim naquela tarde.
Havia uma TV antiga desligadasport club corinthians paulista sub 20um espaço comunitário. Alémsport club corinthians paulista sub 20um teto sobre suas cabeças e roupassport club corinthians paulista sub 20seus corpos, os aldeões não pareciam ter muito. E,sport club corinthians paulista sub 20acordo com Karim e o motorista, eles ainda compravam mercadoriassport club corinthians paulista sub 20"homens mágicos" ambulantes na esperançasport club corinthians paulista sub 20que lhes trariam boa sorte.
Passei a tarde na aldeia e parti antessport club corinthians paulista sub 20a noite cair. Idihr não estava a caminhosport club corinthians paulista sub 20lugar algum - era tão difícilsport club corinthians paulista sub 20chegar até ela e tão pequena que, a menos que você se perdesse procurando por Kasbah Telouet, agorasport club corinthians paulista sub 20ruínas, você nunca a encontraria. Mas agora que eu conseguira, sonhavasport club corinthians paulista sub 20um dia voltar para acampar na aldeia, assim como os alunos fizeram.
Eu não tinha o financiamentosport club corinthians paulista sub 20uma universidade ou publicação, mas provei que um viajante com uma boa dosesport club corinthians paulista sub 20determinação ainda pode ser um explorador no mundosport club corinthians paulista sub 20hoje. Eu posso não ter sido a primeira a descobrir Idihr, mas graças à bondadesport club corinthians paulista sub 20estranhos, senti como se tivesse redescoberto um pequeno segredo escondido da vista e congelado pela lenta marcha do tempo nas montanhas.
- sport club corinthians paulista sub 20 Leia a versão original desta matéria (em inglês sport club corinthians paulista sub 20 ) no site da BBC Travel sport club corinthians paulista sub 20 .
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