A morte é mesmo inevitável?:1xbet free
Suas propriedades1xbet freeregeneração atraíram o interesse dos biólogos que buscavam evidências da imortalidade na natureza. Por que essa espécie parece não morrer1xbet freecausas naturais? Seria a morte mesmo inevitável?
A reprodução e o envelhecimento
O envelhecimento foi descrito1xbet freemeados do século 20 como uma compensação entre a reprodução e a manutenção celular.
Inicialmente, os corpos dos organismos usam seus recursos para crescer e permanecer saudáveis — para a manutenção das suas células. Na infância e na adolescência, a ênfase é fazer o organismo sobreviver e ficar o mais forte e saudável possível.
Depois da maturidade sexual, a prioridade passa a ser a reprodução. Isso porque a maioria dos organismos têm recursos limitados,1xbet freeforma que priorizar a geração1xbet freefilhotes pode ter, como consequência, a queda das condições1xbet freesaúde.
O salmão, por exemplo, nada contra a corrente dos rios para a desova e morre logo1xbet freeseguida. Todos os recursos são gastos para dar ao salmão a melhor chance1xbet freechegar ao campo1xbet freedesova. E, assim que chega, ele aproveita a oportunidade da melhor forma possível.
A possibilidade1xbet freeo salmão nadar1xbet freevolta para o mar e sobreviver por mais um ano, fazendo a mesma viagem para desovar1xbet freenovo, é tão remota que a seleção natural nunca favoreceria esses indivíduos. E,1xbet freequalquer forma, eles já transmitiram seus genes uma vez, com sucesso.
Mas a compreensão atual1xbet freepor que os seres vivos morrem é um pouco mais específica. Quando os organismos atingem a maturidade sexual, a força da seleção natural enfraquece e começa o processo1xbet freeenvelhecimento, que leva, por fim, à morte.
O objetivo desse processo não é abrir caminho para a geração seguinte, o que poderia ser "cativante, do ponto1xbet freevista do altruísmo", segundo Alexei Maklakov, professor1xbet freeBiologia Evolutiva e Biogerontologia da Universidade1xbet freeEast Anglia, no Reino Unido.
Ao longo da vida, nossos genes colecionam mutações. Algumas são completamente aleatórias, enquanto outras são o resultado da nossa alimentação ou1xbet freefatores externos, como a luz ultravioleta. A maioria dessas mutações é inofensiva e muito poucas serão úteis.
Antes da maturidade sexual, "qualquer mutação genética que reduza a probabilidade1xbet freeum organismo se reproduzir ou que chegue a matar o organismo antes da reprodução, será vigorosamente rejeitada pela seleção natural", afirma Gabriella Kountourides, bióloga evolutiva do Departamento1xbet freeAntropologia da Universidade1xbet freeOxford, no Reino Unido.
Mas, depois que o organismo atinge a maturidade sexual, ele é capaz1xbet freetransmitir seus genes para a geração seguinte. Nesse momento, a força da seleção natural é enfraquecida.
Voltando ao exemplo do salmão, ele faz um trabalho muito bom para chegar à idade adulta e reproduzir-se. Seus filhotes provavelmente também terão a chance1xbet freelutar pela desova.
Se ocorresse uma mutação genética no salmão depois da desova que aumentasse aleatoriamente seu período1xbet freevida, significando que ele sobreviveria por mais um ano (mesmo que isso fosse extremamente improvável), esses filhotes não teriam nenhuma vantagem particularmente significativa sobre seus irmãos. O salmão já tem uma geração (sem a mutação) espalhada por aí.
Do ponto1xbet freevista da seleção natural, o benefício1xbet freecontinuar os esforços necessários para permanecer saudável depois da reprodução é pequeno. Por isso, os genes que oferecem essa possibilidade não estão sujeitos às pressões da seleção para que se tornassem mais comuns.
"O indivíduo gostaria1xbet freeficar vivo. Mas, neste ponto, a seleção natural não se dedica tanto, já que não há nada mais para oferecer à geração seguinte", explica Kountourides.
É claro que nem todos os organismos são tão radicais quanto o salmão, que desova uma vez na vida. Alguns sobrevivem um pouco mais, para ter mais filhotes.
Acúmulo1xbet freemutações
A maioria das mutações do DNA terá consequências negativas ou não terá nenhum efeito. Os nossos corpos são capazes1xbet freereparar parte dessas lesões do DNA, mas nossa capacidade1xbet freereparação deteriora-se com a idade, devido à escassa força da seleção natural.
Por isso, o envelhecimento e a morte acontecem1xbet freeduas formas: o acúmulo1xbet freemutações negativas devido à fraca seleção natural e as mutações que podem ter sido vantajosas para a reprodução, mas que se tornam negativas à medida que a idade avança.
A mutação genética do câncer1xbet freemama (BRCA) pode ser um exemplo. Sabemos que ela aumenta significativamente o risco1xbet freecâncer1xbet freemama e do ovário, mas ela também foi relacionada ao aumento da fertilidade das mulheres que possuem as mutações.
Por isso, talvez a mutação genética BRCA ofereça uma vantagem reprodutiva no início da vida, seguida por maiores riscos à saúde posteriormente. Mas, como a seleção natural enfraquece após a maturidade sexual, a vantagem reprodutiva supera a desvantagem.
"O que quer que aconteça no início da vida supera o que acontecer após a idade reprodutiva, pois o potencial reprodutivo é o que realmente interessa", segundo Kaitlin McHugh, bióloga da Universidade do Estado1xbet freeOregon, nos Estados Unidos.
A senescência celular, quando as células param1xbet freedividir-se, pode ser outro exemplo1xbet freeuma vantagem no início da vida que traz uma desvantagem com mais idade. A senescência nos protege contra o câncer porque pode evitar a multiplicação1xbet freecélulas com lesões do DNA. Mas, ao longo dos anos, as células senescentes podem acumular-se nos tecidos, causando lesões e inflamações, e são precursoras1xbet freedoenças relativas à idade avançada.
Embora a maior parte das espécies realmente envelheça, existem exceções. Muitas plantas, por exemplo, exibem "senescência desprezível", e sabe-se que algumas espécies vivem por milhares1xbet freeanos.
Um exemplo particularmente curioso é a árvore chamada Pando, na Floresta Nacional Fishlake,1xbet freeUtah, nos Estados Unidos.
Pando é, na verdade, uma colônia1xbet freeálamos-trêmulos machos, geneticamente idênticos, unidos por um único sistema1xbet freeraízes. Ela cobre uma área1xbet freemais1xbet free400 mil m2, e estima-se que pese mais1xbet free6 mil toneladas. Estimativas indicam que ela pode ter mais1xbet free10 mil anos1xbet freeidade.
Já um parente da hidra — a imortal água-viva — tem uma forma criativa1xbet freegarantir a longevidade. Ela é capaz1xbet freevoltar do seu estágio adulto para o estado1xbet freepólipo1xbet freecaso1xbet freeferimento, doença ou estresse.
"Mas você precisa se perguntar se [ainda] é o mesmo indivíduo ou algo diferente?", questiona McHugh.
Existe também a indicação1xbet freeque algumas espécies ficam mais bem sucedidas com a idade — o que é conhecido como "senescência negativa". Mas suas evidências são vagas, segundo Maklakov.
"Se a ecologia da espécie for tal que a reprodução, por alguma razão, é geralmente baixa ou se o indivíduo não puder se reproduzir no início da vida, isso altera a forma1xbet freeoperação da seleção", afirma.
Exemplos podem ser encontrados1xbet freeanimais que se acasalam1xbet freeharéns, como as morsas e os cervos.
Um macho pode controlar todo um grupo1xbet freefêmeas. O tamanho do grupo e, portanto, o número1xbet freefilhotes podem aumentar com o tamanho e a idade. Com isso, seu potencial reprodutivo continua aumentando.
Embora seja verdade que algumas espécies podem manter1xbet freedestreza reprodutiva com a idade, elas não são exemplos reais1xbet freesenescência negativa. Os estudos que afirmaram o contrário provavelmente estão errados, segundo Maklakov. E, por fim, uma morsa não conseguirá manter o controle do harém indefinidamente.
Quantidade1xbet freefilhos x tempo1xbet freevida
O sexo pode desempenhar um papel curioso na forma como envelhecemos.
Mulheres que têm sexo regularmente começam a menopausa mais tarde, segundo um estudo1xbet freeMegan Arnot e Ruth Mace, do University College1xbet freeLondres. Elas sugerem que este é um exemplo1xbet freecompensação — a energia gasta na ovulação pode ser mais bem usada pelo resto do corpo se não houver chance1xbet freegravidez.
Mas, no restante do mundo animal, ser mais fértil parece acelerar o envelhecimento. Morcegos que têm mais filhotes vivem por menos tempo que aqueles com ninhadas menores, por exemplo. Pode ocorrer que eles invistam tudo o que têm quando têm a oportunidade1xbet freereproduzir-se.
"Existe essa compensação1xbet freetempo,1xbet freeque os organismos que se reproduzem muito cedo na vida não têm o mesmo desempenho na idade avançada", explica McHugh.
Mais uma vez, a hidra é uma exceção a esta regra. Suas taxas1xbet freefertilidade aparentemente não diminuem ao longo da vida.
E existem também as espécies com grandes diferenças1xbet freetempo1xbet freevida entre os sexos. Tipicamente, formigas, abelhas e cupins têm um rei ou rainha que pode ser altamente fértil e ter vida longa,1xbet freecomparação com seus trabalhadores estéreis.
Neste caso, por que o custo da reprodução não reduz seu tempo1xbet freevida? A resposta pode estar no fato1xbet freeque o rei ou rainha é protegido1xbet freemuitas das ameaças enfrentadas pelos trabalhadores. A diferença1xbet freeestilo1xbet freevida entre eles é tão grande que as teorias1xbet freeenvelhecimento não se aplicam da mesma forma.
A importância das avós humanas
Se a reprodução tem tanta influência sobre o nosso tempo1xbet freevida, por que os seres humanos vivem por tanto tempo depois que muitos1xbet freenós paramos1xbet freeter filhos?
A hipótese da avó sugere que é importante que os parentes mais idosos permaneçam vivos, porque a reprodução é uma atividade cara e perigosa.
Uma avó pode garantir a sobrevivência1xbet freealguns dos seus próprios genes investindo nos seus netos. Por isso,1xbet freevida mais longa pode trazer vantagens do ponto1xbet freevista da seleção natural.
"Famílias que têm as avós à1xbet freevolta têm aptidão reprodutiva muito mais alta, talvez porque a mãe pode concentrar-se1xbet freeter mais filhos enquanto as avós ajudam a criar os que já nasceram", afirma Kountourides.
Mas, como os netos recebem apenas 25% dos genes1xbet freecada avó, elas têm com os netos o mesmo parentesco que têm com seus sobrinhos.
"Pode simplesmente ser que, no passado, não houvesse mulheres suficientes que sobrevivessem até poder reproduzir-se com 50 anos1xbet freeidade. Por isso, a seleção do que acontece com a reprodução humana aos 50 anos foi muito, muito lenta", segundo Maklakov — retornando ao princípio central do envelhecimento,1xbet freeque a seleção natural enfraquece após a reprodução.
Muito do que acontece conosco1xbet freeidade avançada pode não ser agradável, mas não existe uma força intensa na evolução para ajudar a nos proteger.
Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Future.
Este texto (em português )foi originalmente publicado1xbet freehttp://vesser.net/vert-fut-62562118
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