Os animais que fazem arte - e podem ter vantagens evolutivas com isso:aposta online betboo

Na época, os acadêmicos ficaram surpresos com o fatoaposta online betboohumanos primitivos serem capazesaposta online betbooexpressão artística — mas as origens da arte remontam há muito mais tempo do que isso.

Na verdade, a arte antecede a existência do Homo sapiens.

Há cercaaposta online betboo51 mil anos, um neandertal esculpiu padrõesaposta online betbooum ossoaposta online betbooveadoaposta online betboouma caverna na Alemanha.

A escultura foi feita milhares e milharesaposta online betbooanos antesaposta online betbooo Homo sapiens chegar à Europa.

Há 500 mil anos, o Homo erectus, uma espécie ainda mais primitiva do ser humano, gravou linhas abstratasaposta online betbooziguezagueaposta online betboouma conchaaposta online betbooJava.

Essas descobertas desafiam a crençaaposta online betbooque a arte é proveniente particularmente do Homo sapiens.

Mas talvez não seja tão surpreendente que outras espéciesaposta online betboohumanos tivessem impulsos criativos.

Afinal, sabemos que outros hominídeos fabricavam e usavam ferramentas e até enterravam seus mortos.

No entanto, pode te surpreender saber que existem outros membros do reino animal que também apreciam a beleza e o talento artístico.

Em 2005, uma sérieaposta online betbootrês pinturasaposta online betbooum chimpanzé chamado Congo foi vendidaaposta online betbooleilão por 14.400 libras (cercaaposta online betbooR$ 92 mil na cotação atual).

Congo nasceuaposta online betboo1954 no Zoológicoaposta online betbooLondres e, enquanto esteve lá, chamou a atenção do zoólogo e artista britânico Desmond Morris.

Morris deu ao chimpanzé um lápis e um cartão — e ficou maravilhado quando ele começou a desenhar.

Ao longoaposta online betboosua vida, Congo criou maisaposta online betboo400 obras, algumas com lápis e outras com tinta.

Embora suas criações fossem abstratas — ele nunca pintou imagens identificáveis, ​​como retratos ou paisagens —, ele abordava suas obras com um sensoaposta online betboointenção e, se suas pinturas ou pincéis fossem retirados, ele reclamavaaposta online betboovoz alta até que fossem devolvidos a ele.

Se sentisse que havia finalizado uma obra, se recusava a corrigir o que havia feito.

Além disso, ao longo dos anos, suas linhas rabiscadas e manchasaposta online betbootinta evoluíram para composições mais cuidadosamente consideradas.

Dizem que Picasso supostamente possuía uma pinturaaposta online betbooCongo e a pendurouaposta online betbooseu estúdio.

Mas como podemos dizer que os desenhos feitos por Congo eram realmente arte?

Elefantesaposta online betboocativeiro foram treinados para criar obrasaposta online betbooarte, mas na natureza eles não têm interesseaposta online betboopintar flores ou natureza morta. Será que os chimpanzés encontram significado ou propósito ao colocar o lápis no papel?

Para entender se os animais são realmente capazesaposta online betbooapreciar ou produzir arte, precisamos saber o que é arte. Masaposta online betboodefinição varia imensamente.

O dicionário britânico Oxford define a arte maisaposta online betbootermosaposta online betboohabilidade: "A aplicação da habilidade nas artes da imitação e desenho, pintura, gravura, escultura, arquitetura; e a produção hábil do beloaposta online betbooformas visíveis."

O dicionário britânico Collins, por outro lado, enfatiza o propósito por trásaposta online betboosua criação: "Pinturas, esculturas e outras imagens ou objetos que são criados para as pessoas olharem e admirarem ou pensarem profundamente sobre."

Há muitos animais que fazem estruturas elaboradas, mas quase toda esta produção serve a um propósito prático,aposta online betboovezaposta online betbooestético.

As aranhas tecem teias intrincadas que parecem lindas ao olho humano, mas para as aranhas, elas servemaposta online betbooarmadilhas para moscas.

Os arquitetos que buscam um design inovador ousado não precisam ir tão longe, basta olhar a simetria perfeita do favoaposta online betboomel — mas as abelhas o usam para abrigar suas larvas e estoquesaposta online betboomel e pólen.

Há algumas criaturas, no entanto, que criam objetosaposta online betboobeleza sem nenhum propósito aparentemente prático.

Em 1995, mergulhadores na costa do Japão notaram uma sérieaposta online betboopadrões geométricos estranhos gravados no fundo do mar.

Estes "círculos nas plantações subaquáticos", como ficaram conhecidos, se estendiam por até 2maposta online betboocomprimento e permaneceram um mistério por quase duas décadas.

Em 2011, os cientistas encontraram a criatura responsável — uma nova espécieaposta online betboobaiacu Torquigener.

O baiacu macho cria meticulosamente os círculos batendo as barbatanas enquanto nada ao longo do fundo do mar.

Ele junta então areia fina para dar à escultura uma aparência e coloração mais vibrantes.

E, finalmente, decora as cristas e vales dentro dos círculos com fragmentosaposta online betbooconchas.

As esculturas levam até nove dias para serem construídas e, depoisaposta online betbooprontas, as fêmeas chegam para inspecioná-las.

Se gostarem do que veem, põem ovos no centro do círculo para os machos fecundarem.

Até agora, não foi encontrado nenhum propósito funcional ou adaptativo para os círculos, sugerindo que as fêmeas poderiam simplesmente ser atraídas pela beleza estética das formas geométricas.

Os baiacus, ao que parece, não são os únicos animais a criar esculturas interessantes.

Em 1872, o explorador Odoardo Beccari se tornou o primeiro europeu a escalar as montanhas Vogelkopaposta online betbooNova Guiné e conhecer membros da tribo Arfak.

Enquanto estava lá, ele observou uma sérieaposta online betboocasinhas lindamente decoradas na floresta que ele presumiu serem obra dos moradores.

Na frenteaposta online betboocada casinha, havia um pequeno jardim decorado com musgo e maisaposta online betboouma centenaaposta online betbooobjetos coloridos, incluindo frutas, flores frescas, cogumelos e esqueletosaposta online betboobesouros.

Notavelmente, elas não foram construídas por humanos, mas sim por uma ave — o pássaro-jardineiro ou caramancheiro (Amblyornis inornata), para sermos mais precisos.

Desde então, maisaposta online betboo20 espécies desta ave foram descobertas na Austrália, Nova Guiné e ilhas próximas.

Em todas elas, os machos da espécie constroem estruturas lindamente decoradas, conhecidas como caramanchões, para atrair as fêmeas.

Os caramanchões consistemaposta online betbooavenidas formadas por estruturas elevadasaposta online betboopalha e galhos entrelaçados com musgo.

As avenidas dão para grandes áreas planas ou pátios que são adornados com conchas, nozes, frutas frescas, flores e, às vezes, até mesmo asasaposta online betbooborboleta.

Os caramanchões localizados pertoaposta online betboovilarejos humanos podem ser adornados com itens como chavesaposta online betboocarro, tampasaposta online betboogarrafas, escovasaposta online betboodentes, óculos e dentaduras.

Algumas espéciesaposta online betboopássaros-jardineiros chegam a pintar seus caramanchões usando frutas esmagadas, carvão e até sabãoaposta online betboopó roubadoaposta online betboohabitats humanos próximos.

As fêmeas inspecionam os caramanchões antesaposta online betbooescolher seu favorito, mas o que exatamente elas estão procurando?

"Um aspecto é a forma e o tamanho da avenida, e também o númeroaposta online betbooornamentos e o contraste visual entre eles", diz John Endler, biólogo evolutivo e professor emérito da Universidade Deakin, na Austrália.

Os padrões geométricos regulares e as avenidas também podem criar uma ilusãoaposta online betbooótica conhecida como perspectiva forçada, que poderia servir para atrair a atenção da fêmea.

"O macho também realiza uma espécieaposta online betbooexibição visual,aposta online betbooque move objetos coloridos rapidamente pelo campo visual da fêmea para que os vejam rapidamente e depois desapareçam", explica Endler.

"Todos estes tiposaposta online betbooefeitos visuais interessantes servem para atrair e prender a atenção da fêmea."

Isto prova então que estes pássaros têm um senso estético?

Certamente é verdade que cada pássaro-jardineiro tem seu próprio gosto e preferências quando se trataaposta online betboomateriais e cores.

Cada item é colocado com bastante cuidado e precisão, e se algum objeto for movido, as aves o devolvem ao seu lugar original.

Os pássaros mais jovens também parecem aprender a construir os caramanchões mais atraentes, seja por tentativa e erro, ou observando pássaros mais experientes.

Os pássaros-jardineiros também gastam muito tempo e esforço construindo seus caramanchões e defendendo-osaposta online betboomachos rivais.

Apreciando a arte

Embora a listaaposta online betboocriaturas que produzem arte seja relativamente pequena, há outros animais que, pode-se dizer, parecem apreciar a beleza.

Em 1995, uma equipeaposta online betboopsicólogos liderada por Shigeru Watanabe, professoraposta online betboopsicologia da Universidade Keio,aposta online betbooTóquio, mostrou que os pombos poderiam ser ensinados a distinguir entre as obrasaposta online betbooarteaposta online betbooClaude Monet e Pablo Picasso.

Pesquisas posteriores descobriram que os peixes koi eram capazesaposta online betboodiferenciar a música do cantoraposta online betbooblues John Lee Hooker daaposta online betbooJohann Sebastian Bach.

Peixinhos dourados (Carassius auratus) também podem ser ensinado a distinguir entre Bach e Igor Stravinsky.

Mas isso simplesmente mostra que os animais podem ser treinados para diferenciar as obrasaposta online betbooarte. Não prova que eles apreciam ou obtêm prazer a partir delas.

Um estudo separado realizado por Watanabe pareceu sugerir, no entanto, que os pássaros podem sentir prazer com a arte.

Ele descobriu que, quando têm a opçãoaposta online betbooescolher, os pardais-de-Java preferem passar o tempo empoleirados pertoaposta online betboopinturas específicas.

Cincoaposta online betboosete pardais demonstraram preferência por pinturas cubistas,aposta online betboovezaposta online betbooobrasaposta online betbooarte impressionistas, enquanto três também pareciam preferir pinturas japonesas do que obras impressionistas.

"Como não podemos perguntar aos animais se eles gostam ou encontram prazer na arte, na psicologia experimental procuramos uma propriedade chamada reforço", diz Watanabe. "Se um animal faz algo para ver arte ou ouvir música, então esta arte e esta música devem ter propriedadesaposta online betbooreforço."

"Muitas espéciesaposta online betbooaves, mamíferos e até peixes são capazesaposta online betboodiscriminar entre diferentes pinturas ou obrasaposta online betboomúsica, mas poucas as consideram reforço".

Os macacos podem ser um destes grupos. Os humanos geralmente preferem padrões simétricos a aleatórios, e acontece que certas espéciesaposta online betboomacacos também.

Em 1957, o biólogo alemão Bernhard Rensch mostrou a macacos-prego pequenos quadradosaposta online betboopapelão que apresentavam padrões simétricos — como linhas paralelas e quadrados concêntricos — ou "padrões irregularesaposta online betbooconteúdo preto e branco semelhante".

Ao longoaposta online betboocentenasaposta online betbootentativas, o macaco-prego mostrou um viés significativo para escolher as cartas padronizadas.

Rensch acreditava que isso acontecia porque os macacos possuíam "certos sentimentos estéticos básicos".

Outra espécie que parece apreciar a beleza e a estética é o pavão.

A cauda do pavão é inútil para o voo. É tão grande que é um fardo físico carregá-la por aí. Também é mais provável que atraia a atenção dos predadores.

No entanto, para que um macho tenha alguma esperançaaposta online betbooatrair uma parceira, ele deve investir na cara plumagemaposta online betboocores vivas. Por quê? Porque as fêmeas acham sexy.

A preferência é tão forte que é uma grande força motriz da evolução do pavão, levando a penas mais extravagantes na cauda ao longo do tempo.

Mas isso ainda não responde à questãoaposta online betboopor que as fêmeas são atraídas por objetosaposta online betboocores vivas ou desenhos geométricos simétricos.

A que possível benefício evolutivo poderia servir?

Uma ideia é que humanos, macacos e até pardais são atraídos por alguns tiposaposta online betbooarte porque podem lembrá-losaposta online betbooseu habitat natural, ou porque a arte pode fornecer cobertura e assim fazê-los se sentirem mais seguros.

"Nossos pardais preferiram as pinturas impressionistas às cubistas, então podemos dizer que gostamaposta online betboopinturas mais naturais, mas são necessárias mais pesquisas para confirmar isso", diz Watanabe.

Outra teoria é que o esplendor do pavão, ou os caramanchõesaposta online betboocores ornamentadas, podem servir como indicadoresaposta online betbooforça, ou "bons genes" no macho.

Os pássaros-jardineiros machos passam uma enorme quantidadeaposta online betbootempo protegendo seus caramanchõesaposta online betboomachos rivais, enquanto simultaneamente tentam roubar ornamentos e destruir os caramanchõesaposta online betboooutras aves.

Um estudo mostrou queaposta online betboo100 peçasaposta online betboovidro azul colocadas no caramanchãoaposta online betbooum macho subordinado, 76 foram transferidas para o caramanchãoaposta online betbooum macho mais dominante num dia.

Isso sugere que os pássaros-jardineiros mais fortes e mais aptos podem construir os melhores caramanchões.

Mas a história não para por aí.

"A outra hipótese alternativa é que as fêmeasaposta online betbooalgumas espécies têm uma preferência inata por alto contraste visual e cores brilhantes, e assim os machos evoluíram para tirar vantagem disso, construindo caramanchões cada vez mais elaborados ou investindoaposta online betbooplumagem brilhante", diz Endler.

Esta é uma ideia meio revolucionária, porque sugere que não é apenas um casoaposta online betboosobrevivência do mais apto.

E nos deixa com a seguinte questão: a apreciação da arte, beleza e estética dos animais (e particularmente das fêmeas) poderia ser, na verdade, uma força motriz da evolução?

Este texto foi originalmente publicado em http://vesser.net/vert-fut-62119779

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