Como a descoberta da radiação mudou o futuro da humanidade:esporte da sorte

Nós todos sabemos como a física nuclear acabou alterando o nosso mundo para sempre. O grama dado a Curieesporte da sortepresente a ajudou com pesquisas posteriores sobre o átomo que, no final, levaram ao desenvolvimentoesporte da sortearmamentos nucleares.

O que é menos sabido, entretanto, é que — décadas antes da bomba — a radioatividade já havia revolucionado nosso mundoesporte da sortemaneiras igualmente profundas, apenas mais sutis.

Eclipsada pela infâmia das armas atômicas, essa é a história quase esquecidaesporte da sortecomo o rádio transformou para sempre as atitudesesporte da sorterelação ao tempo e onde podemos estar na linhaesporte da sortetempo da história — criando a primeira eflorescênciaesporte da sorteum pensamento verdadeiramenteesporte da sortelongo prazo.

Até aquela época, nós sabíamos que a Terra era antiga, mas ainda não tínhamos captado totalmente quantos milhõesesporte da sorteanos a mais — ou bilhões — poderia ainda haver pela frente para a humanidade e o planeta.

Curie voltou dos EUA exausta, mas com a convicçãoesporte da sortehaver "possibilidades ilimitadas para o futuro".

Nosso sentidoesporte da sorteem que ponto estamos dentro da história depende do nosso sentidoesporte da sortequanto mais história futura esperamos que ainda exista pela frente. Na Europa, durante gerações, os cristãos achavam que eles estavam muito mais próximos do fim dos tempos que do início. O Dia do Juízo Final era esperado para breve.

Os primeiros tratamentos científicos sobre o assunto, baseadosesporte da sorteextrapolaçõesesporte da sorteprocessos físicosesporte da sortevezesporte da sorteprofecia das escrituras, emergiram nos anos 1700. Naturalistas começaram a tentar prever por quanto tempo a Terra permaneceria habitável.

As pessoas também começaram a perceber que, comparada ao passado geológico, a humanidade surgira há pouco tempo — a civilização menos ainda. Nesse contexto, passou a ser sensato sugerir que tudo que a humanidade pudesse realizar talvez ainda não tivesse sido realizado. O futuro tornou-se uma telaesporte da sorteesperança. Otimistas sugeriram que nossa espécie poderia continuar pesquisando, inventando e melhorando até que a Terra se tornasse inabitável.

O problema era que, na era vitoriana, o julgamento da ciência sobre quanto futuro ainda há pela frente era relativamente austero. Físicos haviam começado a calcular por quanto tempo o Sol poderia continuar brilhando, mas como eles erroneamente acreditavam que ele gerava calor entrandoesporte da sortecolapso sobre seu próprio peso, suas estimativas eram curtas demais.

Em 1854, foi divulgado pelo matemático escocês Lord Kelvin (William Thomson) que havia pela frente apenas 300 mil anos. Depois disso, declarou ele, a Terra seria esterilizada pelo frio. As estimativas do prazo final variavam entre os físicos, mas nas últimas décadas do século a comunidade convergiuesporte da sortetorno das poucas dezenasesporte da sortemilhõesesporte da sorteanos.

Para muitos pensadores desse período, a relação entre "tempo pela frente" e "tempo gasto" era algo deprimente. Expressando o humor geralesporte da sorte1893, um astrônomo irlandês pronunciou que nosso "Sol já havia gasto quatro quintos da energia que pode ter possuído originalmente". A evolução havia chegado até aqui; não tinha tempo para ir muito mais adiante.

Com o fim dos anos 1800, havia pouco espaço para muito otimismoesporte da sorterelação ao futuro distante da Terra. Então, vieram os anos 1900, e a radioatividade foi descoberta. Isso mudou tudo.

Em marçoesporte da sorte1903, o casal Curie demonstrou que o rádio emitia continuamente uma quantidadeesporte da sortecalor surpreendente. Isso vinhaesporte da sortedentro dos próprios átomos do rádio,esporte da sortevezesporte da sorteuma troca com seu entorno. Os átomos radioativos eram fornalhas.

As medidas da quantidadeesporte da sorteenergia dentro dos átomos eram chocantes. Previamente considerada indestrutível, essa riqueza estava sendo gradualmente despendida conforme o átomo se desintegrava — às vezes por bilhõesesporte da sorteanos. Talvez o mais sugestivo exemplo desse longo alcance atômico para o futuro foi um relógio produzidoesporte da sorte1903, movido a rádio: foi projetado para continuar funcionando por milharesesporte da sorteanos.

Essas revelações lançaram uma sérieesporte da sorterespostas entusiasmadasesporte da sortecientistas. Em meses, um astrônomo sugeriu que a radioatividade pode "nos dar uma dica sobre a fonteesporte da sorteenergia no Sol". Um outro celebrou a descoberta "inesperada"esporte da sorteCurie dessa "nova fonteesporte da sorteenergia", sugerindo que, se o Sol é movido por meio da "liberaçãoesporte da sorteenergia atômica" —esporte da sortevezesporte da sorteir entrandoesporte da sortecolapso — então nós teríamosesporte da sorteestender a "escalaesporte da sortetempo cósmica" por muitos fatores.

O jornal britânico The Daily Mail rapidamente publicou um artigo reagindo a isso. "O rádio ao nosso socorro", escreveu,esporte da sorteforma ousada. Para o jornal, o futuro habitável da Terra acabaraesporte da sorteser expandidoesporte da sorte"várias centenasesporte da sortemilhõesesporte da sorteanos". Em 1920, especialistas estavam dando "15 bilhõesesporte da sorteanos" restantesesporte da sorteluz solar.

Tendo crescido acreditando que a Terra estava "caindo"esporte da sorte"um inverno final no futuro próximo", cientistas receberam bem a descoberta desses pequenos "fogões atômicos" — dentro do coração da matéria -, o que poderia aparentemente abastecer nosso mundo por ordensesporte da sortemagnitude a maisesporte da sortetempo. Nós não mais podíamos acreditar que "nosso Sol é decadente", com uma "matiz vermelho-amarelada"esporte da sortesenilidade solar, um jornalista exclamou, tendo o rádio vindo "ao socorro", estendendo "indefinidamente a varredura do cronograma cósmico para trás e para frente".

Durante os anos 1920, as estimativas sobre o futuro continuaram a expandir. Um proeminente físico, James Jeans — descrevendo os átomos como "pura energia engarrafada" —, ousou estimar que o nosso Sol contém "garrafas intactas" suficientes para impressionantes 1 trilhãoesporte da sorteanos a maisesporte da sorteluz solar. Enquanto isso provou-se posteriormente excessivo — nos anos 1960esporte da sorteexpectativaesporte da sortevida foi cortada para 5 bilhõesesporte da sorteanos —, isso mostra o quão longe os horizontes do tempo estavam se expandindo.

Comunicando a extensão potencial do futuro para o públicoesporte da sorte1929, Jeans visualizou um selo sobre uma moedaesporte da sorte1 penny, equilibrados sobre um obeliscoesporte da sorte20 metrosesporte da sortealtura. A espessura do selo representava a história registrada. O selo e a moedaesporte da sorte1 penny juntos representavam a existência da nossa espécie. A distância entre o selo e a base do obelisco era a idade da Terra.

Jeans não parou por aí. Ele calculou qual a alturaesporte da sorteuma pilhaesporte da sorteselos, colocados um sobre o outro,esporte da sorteque você precisaria para mostrar mais 1 trilhãoesporte da sorteanosesporte da sortehabitabilidade na Terra. "Uma pilha da altura do Mont Blanc" (maior montanha da Europa, com 4.807 metrosesporte da sortealtitude), concluiu ele.

Jeans nos considerava "criaturas do amanhecer" da Terra, com "oportunidades inimagináveis para realizações" e "potencialidades inexploradas" pela frente.

Outros chegariam a conclusões semelhantes. Geólogos concordaram que "o Homo sapiens ainda é uma espécie jovem". Já radioquímicos celebraram uma "profunda reviravoltaesporte da sorteperspectiva mental":esporte da sorteuma ideiaesporte da sorteque os auges das realizações pertenciam a uma "Eraesporte da sorteOuro" do passado, físicos agora sugeriam que eles poderiam estar no espaçoso futuro.

Em suma, as descobertasesporte da sorteMarie Curie inverteram completamente a relação entre futuro esperado e passado estabelecido. Depoisesporte da sorteter pensado que viviam próximo do final da história, as pessoas agora reconheciam que poderiam estar vivendoesporte da sorteseu começo. O universo da humanidade, não mais decrépito, agora parecia positivamente jovem.

Comparado ao passado "cósmico", parecia que o Homo sapiens emergira apenas no último fragmento do tempo. Tentativas sérias e científicasesporte da sortemelhorar as condições materiais da espécie haviam surgido dentroesporte da sorteum fragmento daquele fragmento.

Considerando tudo isso, geólogos alegaram que, se considerarmos como única a capacidade humanaesporte da sorteresponder à racionalização moral, então - embora essa nossa faculdade seja extremamente falível, ela evidentemente se mantém - a era da ação ética na Terra pode estar apenas nascendo.

A perspectiva generosa para frente "torna-se quase estonteante", escreveu um autoresporte da sorteforma entusiasmadaesporte da sorte1921, "se prestarmos atenção no ritmo moderno do progresso". Nós só podemos "conceber vagamente" o que pode ser realizado nas eras adiante, se o "ritmoesporte da sorteque estamos indo" continuar a ser mantido mesmo que minimamente.

Depois das revelações sobre o rádio, Jeans explicou que a mensagem da física era uma "de responsabilidade, porque nós estamos fazendo os planos e colocando as fundações para um futuro mais longo do que podemos imaginar".

Em setembroesporte da sorte1928, essas novas responsabilidades com o futuro profundo da humanidade foram articuladasesporte da sorteforma presciente pelo geólogo Thomas Chrowder Chamberlin, dois meses antesesporte da sorteele morrer.

Quando um jornalista o entrevistou,esporte da sorteseu estúdioesporte da sorteChicago, Chamberlin lhe deu um sorriso e disse que ele era "um declarado crente na ampla oportunidade" para a humanidade.

Chamberlin apontou para o fatoesporte da sorteque a humanidade apenas havia acabadoesporte da sortedescobrir as "enormes energias" guardadas nos átomos. "Então eu acredito que estejamos apenas no começo das coisas, apenas começando a aprender a como pensar". Nossa espécie é como uma criança, ele acrescentou. "Sob o pontoesporte da sortevista da Terra, eu seu um defensor da ideiaesporte da sorteum grande futuro".

Mais que a maioria, ele já havia considerado as implicações éticasesporte da sorteum futuro expandido. Ao longoesporte da sorteseus 60 anosesporte da sortecarreira, ele havia sido pioneiroesporte da sorteteorias sobre mudanças climáticas: propondo,esporte da sorte1899, que o CO2 provoca o aquecimento global. Ele até mesmo sugeriu que atividades humanas estavam alterando o clima futuro da Terra. Isso exige "um propósito altruísta", regulando "ação" presente, para proteger "gerações que possam viver daqui a dezenasesporte da sortemilharesesporte da sorteanos".

Em junhoesporte da sorte1898 — um mês antesesporte da sorteCurie introduzir o termo radio-atividade — Chamberlin afirmava que nossa ignorância sobre processos subatômicos significa que deveríamos suspeitaresporte da sorteestimativasesporte da sorteKelvin sobre um futuro modesto.

Quando avançosesporte da sortefísica nuclear rapidamente provaram que ele estava certoesporte da sortesuas previsões sobre as perspectivas para a Terra, ele começou a insistir que um futuroesporte da sorteexpansão exige uma responsabilidade mais elevada.

Em 1903, com base nesse princípio, ele dizia que as melhores ações eram aquelas que — combinadas ao longo do tempo — cresciam e viravam "coisas ótimas" nas "longas eras" à nossa frente.

A "longa influência"esporte da sorteações altruístas, tendo efeitos sobre eras futuras como ondas, amplificaesporte da sorte"contribuição" positiva. Mas, da mesma forma, o mesmo se aplica ao impacto "ulterior" (posterior)esporte da sorteações danosas. A prudência, portanto, exige que sejamos conscientes a respeito do uso dos "recursos" finitos da Terra, sugeriu ele, sabiamente.

Enquanto isso, a descoberta do rádio expandia as perspectivas do lugar da humanidade no Universoesporte da sorteoutras maneiras: prometeu novos métodosesporte da sortecatapultar a civilização fora deste mundo.

A física anterior estabelecia um teto baixo para o tempo futuro — e o mesmo se aplicava para o que se imaginava a respeito da energia disponível. Mas aqui, na matéria mundana — a qual todos temosesporte da sorteabundância — foram revelados cofresesporte da sorteenergia "de uma magnitude na qual não temos nenhuma experiência". Assim escreveu Frederick Soddy, co-descobridor da degradação radioativa. "A energia está lá. O conhecimento que pode utilizá-la não está — ainda não."

Embora migrações dentro do nosso Sistema Solar tivessem sido imaginadas antes, é difícil encontrar, antesesporte da sorte1900, pessoas antecipando viagens tripuladas para outras estrelas antesesporte da sorte1900. Porém, ao revelar um espaço generoso no futuro esperado eesporte da sorteenergia ainda intocada, físicos nucleares fizeram com que as viagens interestelaresesporte da sorterepente parecessem possíveis... Pelo menos,esporte da sortealgum momento no futuro.

O visionário engenheiro russo Konstantin Tsiolkovsky foi o primeiro a colocar tudo isso junto. Em 1911, ele declarou que, se você pudesse alcançar a energia dentro do rádio, então você poderia impulsionar um foguete para chegar até o sol mais próximo dentroesporte da sorte10 a 40 anos.

O que é importante aqui é que alcançar o êxodo interestelar separaria o tempoesporte da sorteexistência da humanidade do tempoesporte da sorteexistência do nosso Sol, explodindo o teto do tamanho do futuro da humanidade mais uma vez.

"Uma pitadaesporte da sorterádio seria suficiente para um fogueteesporte da sorteuma tonelada cortar os laços com o Sistema Solar", Tsiolkovsky concluiu. A humanidade poderia então migrar "de Sol a Sol", persistindo por vários cronogramas cosmológicos.

Em 1927, o bioquímico J.B.S. Haldane afirmou que, se a civilização passasse a ser capazesporte da sortepularesporte da sortesistema estrelar a sistema estrelar, ela poderia durar o mesmo que toda a expectativaesporte da sorteexistênciaesporte da sortetoda a galáxia. Ele estimou que isso poderia significar 80 trilhõesesporte da sorteanos. "E existem outras galáxias", ele acrescentou.

Surgia um futuro volumoso para a humanidade galáctica. Mas, como Chamberlin reconhecia, possibilidade e "oportunidade" não "garantem uma realizaçãoesporte da sortefato". Jeans, da mesma maneira, alertou que "um acidente pode substituir nosso Mont Blancesporte da sorteselos por uma coluna truncadaesporte da sorteapenas uma fração...".

Como perguntou um jornalista na época: nós podemos "pintar quadros otimistas do futuro num horizonte nebulosoesporte da sorte1 milhãoesporte da sorteanos à frente", mas e os potenciais percalços que podem extinguir a humanidade, cancelando nossas "sedutoras esperançasesporte da sorteprogresso" e o "quadro mundialesporte da sortegrandiosidade"? Pode haver, realmente, "possibilidades quase infinitasesporte da sortemelhoras", escreveu ele, mas isso apenas aprofunda a tragédiaesporte da sortepotencial perdido caso a humanidade,esporte da sortealguma forma, seja extinta prematuramente "nos próximos mil anos, no século que se aproxima ou mesmo no dia seguinte".

Cientistas estavam confiantesesporte da sorteque os riscos vindos da natureza eram confortavelmente baixos. O mesmo, infelizmente, não poderia ser garantido para os perigos apresentados pela própria inventividade humana. Desde 1903, tem sempre havido medos recorrentes — tanto na imprensa como na literatura científica —esporte da sorteque destampar um átomo poderia detonar a Terra "como um barrilesporte da sortepólvora". Alguns sugeriram que, se a Terra é repletaesporte da sorteminérios radioativos, então nós vivemos sobre "um armazém cheioesporte da sorteexplosivos"; mexer com átomos poderia detonar uma reaçãoesporte da sortecascata, imolando nosso planeta.

Em 1924, um engenheiro melodramático da Universidadeesporte da sorteSheffield (Reino Unido), causou pânico ao se gabaresporte da sorteque estava prestes a quebrar um átomo com sucesso. De forma sensacionalista, jornais disseram que isso poderia detonar o planeta. Ele recebeu cartas assustadasesporte da sortecidadãos britânicos, implorando para que ele não concluísse seu experimento.

Nenhum "cosmocataclismo" aconteceu, claro. Mexer com átomos não causou a ignição da Terra nem transformou nosso planetaesporte da sorteuma nova estrela. Mas discussões sérias foram travadas, pela primeira vez, sobre se a humanidade poderiaesporte da sortebreve representar um risco para si mesma - por meioesporte da sorteum poderia tecnológico acumulado - maior que as ameaças vindas da natureza. Foram sugestões que desde então se tornaram sombriamente verdadeiras. Depoisesporte da sortedesenvolver armamentos termonucleares na décadaesporte da sorte1950, a humanidade começou a emular os processos subatômicos dentro dos sóis com sucesso, o suficiente para destruir a si mesma e seu futuro estendido.

A ironia é que as descobertas nucleares - iniciadas por Curie - que mais tarde colocaram esse futuroesporte da sorteperigo foram exatamente as mesmas que inicialmente nos deram a visãoesporte da sorteum futuro espaçoso, com amplo potencial.

Ideias para hoje

Há importantes lições aqui para aqueles procurando adotar uma visãoesporte da sortelongo prazo nos dias atuais. Primeiro, seja cuidadoso ao dizer "nunca" quando trataresporte da sortedescobertas tecnológicas, particularmente quando as consequênciasesporte da sorteuma invenção puderem mudar o curso da civilização para sempre.

Um século atrás, físicosesporte da sortedestaque diziam que liberar átomos era definitivamente impossível. Um deles,esporte da sorte1930, descartou o "duende" da energia nuclear como um "mito". Ele aconselhou todos a "dormiresporte da sortepaz", sabendo que Deus colocou cadeadosesporte da sorteseu "trabalho manual",esporte da sorteforma que a humanidade não pudesse perturbar o universo. Oito anos depois, a fissão nuclear foi destravada por Lise Meitner.

Segundo, prever cronogramasesporte da sortedescobertas desse tipo é difícil. Ao escreveresporte da sorte1927 sobre o futuro da humanidade no longo prazo, Haldane (um entre os mais habilidosos especialistasesporte da sortesua geração) achou razoável prever que viagensesporte da sorteida e volta para a Lua teriamesporte da sorteesperar até o ano 8 milhões. O feito foi conseguido pela nave Apolo 11 apenas 42 anos depois.

Soddy, escrevendoesporte da sorte1919, alertou que, uma vez que as pessoas descobrissem como transformar isótoposesporte da sortearmamentos, um potencial destrutivo sem precedentes seria liberado. Todo o que ele podia fazer era ter esperançasesporte da sorteque "essa descoberta não seja feita" até que a humanidade tenha a prudência para não usá-laesporte da sorteforma errada.

A previsãoesporte da sorteHaldane e a esperançaesporte da sorteSoddy mostraram-se equivocadas. O ponto aqui é que nós, exatamente um século depois, estamos numa posição idêntica no que se refere a várias novas tecnologias emergentes, da inteligência artificial à biologia sintética, que poderiam colocar todo nosso futuroesporte da sorteperigo. Por exemplo, parece plausível que criar patógenos mortais vai apenas se tornar mais fácil e mais barato, mas não sabemos quanto tempo levará até que se torne fácil o suficiente para representar uma ameaça grave para todos.

Precisamosesporte da sortemais do que "esperança"esporte da sorteque nós possamos lidar com os desafios prometidos por novas tecnologias antes que elas sejam destravadas e liberadas. Da mesma forma que aconteceu com o poder atômico, tecnologias que mudem o mundo podem ser desenvolvidas mais cedo do que especialistas esperam, então é melhor ficar preparado do que ser complacente.

Equipado com uma melhor compreensão sobre como o Sol envelhecerá e quão sensível o clima da Terra será a seu envelhecimento, as previsões atuais sobre a habitabilidade futura foram reduzidas, desde a previsãoesporte da sorte1 trilhãoesporte da sorteanos feita por Jeans. Muitos cientistas agora preveem pouco menosesporte da sorte1 bilhãoesporte da sorteanosesporte da sortevida complexa na Terra. Entretanto, equilibrando isso, nada foi ainda encontrado - nos céus ou na Terra - que implique que a humanidade não possa realizaresporte da sortediáspora interestelar nesse período. As estimativas sobre por quanto tempo o Universo mais amplo pode continuar capazesporte da sortemanter vida complexa são realmenteesporte da sortecair o queixo.

O futuro da humanidade pode ser astronomicamente grande, como os cientistas no início do século 20 perceberam. Poderia ser confortável o suficiente fazer alguma reparação por todas as oportunidades frustradas, roubadas e desperdiçadas da história até hoje. As açõesesporte da sortemaior impacto e ressonância, então, devem ser aquelas que visem a proteção dessa perspectivaesporte da sortelongo prazo. Entretanto, neste momento, a humanidade continua como um adolescente: irresponsável, embora despertando pela primeira vez para o fatoesporte da sorteque suas ações podem ter consequências irreversíveis.

Provavelmente o primeiro "longo-prazista", Thomas Chamberlin colocou a questão da melhor formaesporte da sorte1910: "A mais alta concepçãoesporte da sortealtruísmo que eu consigo formular é construída no pensamentoesporte da sortefazer coisas que sejam suficientemente firmes parar durar e fazer o bem tempos depoisesporte da sorteterem perdido o nome e o registro daqueles que as lançaram".

*Thomas Moynihan é o autoresporte da sorteX-Risk: How Humanity Discovered Its Own Extinction (O Risco-X: Como a Humanidade Descobriu Sua Própria Extinção) e pesquisador na Forethought Foundation do St Benet's College, Universidadeesporte da sorteOxford. Ele publica no Twitter como @nemocentric e pode ser encontradoesporte da sortewww.thomasmoynihan.xyz.

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