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As mudanças que convivência com humanos causouapostar online ao vivoanimais:apostar online ao vivo
Seus experimentos também revelaram como a proximidade com os humanos pode ter um efeito dramático no comportamento dos animais.
"Se você entrarapostar online ao vivoum galinheiroapostar online ao vivogalos-banquiva selvagens, eles tentam escapar e vão para a parteapostar online ao vivotrás do galinheiro, batendo as asasapostar online ao vivodesespero", diz Jensen.
"As aves domesticadas que criamos vêm até você e bicam seus sapatos —elas querem interagir com os humanos."
Os galos-banquiva também mudaramapostar online ao vivooutras maneiras.
São mais sociáveis com os companheiros do seu bando e tendem a se interessar maisapostar online ao vivoexplorar os arredores. Também possuem um tamanho maior, as fêmeas botam ovos maiores e têm cérebros menores do que seus primos selvagens — diferenças que também são vistasapostar online ao vivogalinhas.
Os humanos têm uma longa históriaapostar online ao vivodomesticaçãoapostar online ao vivoanimais, um processo que atravessou milharesapostar online ao vivoanos.
Charles Darwin foi o primeiro a notar que animais domesticados, como gatos, cães e coelhosapostar online ao vivoestimação, compartilham certas características além da "mansidão".
Animaisapostar online ao vivoestimação tendem a ter orelhas caídas e rabos mais enrolados do que seus ancestrais selvagens.
Também possuem mandíbulas e dentes menores, manchas brancas no pelo e procriam com mais frequência.
Este fenômeno é conhecido como 'síndrome da domesticação'.
O exemplo mais famosoapostar online ao vivosíndrome da domesticação remonta a um experimentoapostar online ao vivo1959, no qual os biólogos soviéticos Dmitri Belyaev e Lyudmila Trut pegaram algumas dezenasapostar online ao vivoraposas prateadas selvagensapostar online ao vivouma fazendaapostar online ao vivoproduçãoapostar online ao vivopeles na Sibéria e começaram a cruzar seletivamente os animais mais mansos.
Incrivelmente,apostar online ao vivoapenas algumas gerações os cientistas criaram raposas dóceis e amigáveis.
E não foi apenas o comportamento delas que havia mudado; as raposas também pareciam diferentes. Tinham focinhos mais curtos, orelhas caídas, manchas malhadas e rabos enrolados que abanavam.
Embora a razão para isso seja desconhecida, uma teoria popular é que, quando os humanos cruzam animais para domesticar, podem inadvertidamente selecionar indivíduos com glândulas suprarrenais subdesenvolvidas.
Crescimento e reprodução
As glândulas suprarrenais ou adrenais são responsáveis pela respostaapostar online ao vivo"luta ou fuga",apostar online ao vivomodo que os animais com glândulas adrenais menores têm menos medo.
As células-tronco do embrião que vão formar as glândulas suprarrenais também se desenvolvemapostar online ao vivocélulas pigmentares eapostar online ao vivopartes do crânio, mandíbula, dentes e orelhas.
Por isso, a síndrome da domesticação pode, na verdade, ser um efeito colateral acidental do cruzamentoapostar online ao vivoanimais mansos.
No caso dos galos-banquivaapostar online ao vivoJenson, uma das maiores diferenças entre as aves selvagens e domesticadas é o tamanho do tronco cerebral, uma antiga parte do cérebro envolvidaapostar online ao vivoreaçõesapostar online ao vivoestresse.
"O cérebro é um órgão muito dispendioso, consumindoapostar online ao vivo25% a 30% da energia dos mamíferos", diz Jenson.
"Se você selecionar animais que crescem mais rápido e têm uma taxa reprodutiva mais alta, você está impondo demandas na maneira como esses animais usam energia. As galinhas não precisam lidar com muitas questões complexas que os animais selvagens precisam, então podem usar essa energia para aumentar o crescimento e a reprodução. "
A síndrome da domesticação também pode não estar limitada apenas a animais que os humanos cruzaram deliberadamente.
O camundongo provavelmente entrou emapostar online ao vivoprimeira despensa 15 mil anos atrás,apostar online ao vivoacordo com um estudoapostar online ao vivoLior Weissbrod, um zooarqueólogo da Universidadeapostar online ao vivoHaifa,apostar online ao vivoIsrael.
Weissbrod descobriu dentesapostar online ao vivoroedoresapostar online ao vivoassentamentos deixados pela cultura natufianaapostar online ao vivocaçadores-coletores do Mediterrâneo Oriental por volta dessa época.
Desde então, o camundongo viajou para todos os cantos do mundo, fazendoapostar online ao vivocasa onde quer que os humanos vivam.
E há evidênciasapostar online ao vivoque conviver com humanos por tanto tempo mudou o próprio DNA dos camundongos.
A pesquisadora Anja Guenther, do Instituto Max Planck, na Alemanha, reuniu 150 espécimesapostar online ao vivotrês subespécies diferentesapostar online ao vivocamundongos.
Cada uma das subespécies começou a conviver com humanosapostar online ao vivomomentos diferentesapostar online ao vivonossa história evolutiva.
O Mus musculus domesticus começou a viver junto aos humanosapostar online ao vivo12 mil a 15 mil anos atrás, o M. musculus musculus vive conosco há 8 mil anos, e o M. musculus castaneus iniciou um relacionamento com a gente apenas recentemente — cercaapostar online ao vivo3 mil a 5 mil anos atrás.
Guenther cruzou os camundongos por várias geraçõesapostar online ao vivolaboratório. Ela pegou os descendentes dos roedores originais e fez um experimento com eles usando sete quebra-cabeçasapostar online ao vivocomida diferentes.
Dentroapostar online ao vivocada quebra-cabeça havia uma larva-da-farinha, que o rato só conseguiria pegar empurrando ou puxando uma tampa, extraindo uma bolaapostar online ao vivopapelapostar online ao vivoum tubo ou abrindo a janelaapostar online ao vivouma casaapostar online ao vivoLego.
Incrivelmente, camundongos cujos ancestrais haviam vivido mais tempo ao ladoapostar online ao vivohumanos foram os melhores na resolução dos quebra-cabeças alimentares.
"Deve ser a evoluçãoapostar online ao vivocena porque os animais que usamos foram mantidosapostar online ao vivocondições laboratoriais padrão ao longo das gerações", diz Guenther.
"Os camundongos que testamos nunca tinham vivido com humanos, mas seus ancestrais sim. Viver pertoapostar online ao vivohumanos alterou a composição genética dos camundongos."
Guenther acredita que os camundongos evoluíram para se tornarem melhores na soluçãoapostar online ao vivoproblemas porque os humanos esconderam a comida deles.
Essa batalhaapostar online ao vivomentes tornou os ratos mais astutos com o tempo.
"É como uma corrida armamentista. À medida que começamos a esconder nossa comida deles, eles tiveram que ser mais criativos para encontrá-la."
Embora viver pertoapostar online ao vivohumanos possa ter tornado alguns animais (como o camundongo) mais inteligentes, isso pode ter tido o efeito oposto na mosca-das-frutas, a Drosophila melanogaster.
A D. melanogaster provavelmente viveu pela primeira vez com humanos há pelo menos 12 mil anos, quando, atraída pelo cheiroapostar online ao vivofrutas, voou para as cavernasapostar online ao vivopovos antigos que viviam no sul da África.
As moscas passaram então a seguir a nós e ao nosso lixo ao redor do mundo.
Há maisapostar online ao vivoum século, esses insetos foram escolhidos como modelos genéticos para analisar tantoapostar online ao vivocurta vida quanto facilidadeapostar online ao vivoreprodução.
Desde então, a D. melanogaster se tornou um modeloapostar online ao vivolaboratório indispensável, usado para tratar uma ampla variedadeapostar online ao vivoquestões biológicas.
Entre os geneticistas que trabalham com moscas-das-frutas, é bem sabido que as linhagensapostar online ao vivolaboratório são muito menos ativas do que suas primas selvagens.
Pegar uma mosca fugitiva que foi criadaapostar online ao vivolaboratório exige relativamente pouca habilidadeapostar online ao vivocomparação com a capturaapostar online ao vivouma mosca zumbindoapostar online ao vivovoltaapostar online ao vivouma taçaapostar online ao vivoCabernet Sauvignon.
"Qualquer pessoa que já trabalhou com moscasapostar online ao vivolaboratório sabe que, se alguma escapar do frasco, é muito fácil pegar, basta dar um tapinha na cabeça e ela cai", diz Rob Kulathinal, geneticista evolucionista da Temple University, na Filadélfia, nos EUA.
Para descobrir se havia algo mais acontecendo, Kulathinal comparou os genomasapostar online ao vivodrosófilas selvagens e moscasapostar online ao vivolaboratório.
Ele não só confirmou que as linhagensapostar online ao vivolaboratório são significativamente menos ativas e interativas com outras moscas do que suas primas selvagens, como também encontrou evidênciasapostar online ao vivoque, nos últimos 50-100 anos, as moscas que viviamapostar online ao vivolaboratório passaram por rápidas mudanças evolutivas.
Em vezapostar online ao vivoencontrar mudançasapostar online ao vivoapenas um ou dois genes, Kulathinal se deparou com mudançasapostar online ao vivotodo um complementoapostar online ao vivogenes, particularmente naqueles envolvidos na formaçãoapostar online ao vivonovos neurônios no cérebro.
Essas mudanças podem contribuirapostar online ao vivoalguma forma para explicar o comportamento diferente das moscasapostar online ao vivolaboratório.
Não sabemos por que isso aconteceu, mas Kulathinal tem uma teoria interessante.
"Em laboratóriosapostar online ao vivopesquisa, você tem que transferir suas moscas para um recipiente diferente a cada duas semanas. Quando você vira as moscas, as rápidas escapam, e as burras permanecem. Assim, ao longo das gerações, você acaba selecionando moscas lentas e tapadas,apostar online ao vivovez das rápidas que conseguem escapar."
Então, o que une o cachorro, a galinha, a raposa, o camundongo e a mosca?
Quer tenham escolhido ou não, cada um deles se tornou intimamente ligado a nós.
Ao compartilhar nossas vidas e vasculhar nossos restos, cada uma dessas espécies teve que superar o medo dos humanos para sobreviver.
"Quando você começa a pensar sobre as fases iniciais da domesticação que remontam há milharesapostar online ao vivoanos, o primeiro passo absoluto deve ter sido a redução do medo dos humanos, já que animais com medo não podem prosperar e se reproduzir", explica Per Jenson.
O que nossos ancestrais caçadores-coletores não sabiam é que uma sérieapostar online ao vivooutras mudanças iriam pegar caronaapostar online ao vivograça na jornada da 'domesticação'.
apostar online ao vivo Leia a versão original apostar online ao vivo desta reportagem (em inglês) no site BBC Future apostar online ao vivo .
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