Como criminosos simulam doenças para escapar da prisão:bônus de cassino 1win

Isso não é uma novidade. Davi fingiu loucura na Bíblia para escapar da ira do Rei Aquis. Ulisses adotou uma abordagem semelhante para tentar não ser convocado para a guerra, ainda que sem sucesso.

Esta prática é comum no sistema prisional. Em um estudo realizado pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, com 879 participantes,bônus de cassino 1win17,5% dos casosbônus de cassino 1winque o acusado foi considerado incapazbônus de cassino 1winser julgados (e, portanto, enviado para um hospital psiquiátricobônus de cassino 1winvez da prisão), foi depois identificado que os sintomas eram falsos.

Na vida real, James Lindsay, acusadobônus de cassino 1winassassinar Emma Thomson,bônus de cassino 1win15 anos, afirmou ter esquizofrenia paranóica, ao dizer aos médicos que o diabo havia dito a ele para matar uma mulher ruiva.

O tribunal soubebônus de cassino 1winseu fingimento por meiobônus de cassino 1winuma carta enviada a um amigo enquanto ele aguardava julgamento: "Tenho um plano inteligente para ir para o Hospital Carstairs e ser libertado depoisbônus de cassino 1winoito anos. Se eu for para a prisão por assassinato, vou receber a prisão perpétua". Considerado culpado, Lindsay foi sentenciado à prisão perpétua.

Os desafios para identificar sintomas simulados

Ainda que isso possa ser relativamente comum, identificar uma simulação é notoriamente difícil.

Sintomas simulados são freqüentemente os mais difíceisbônus de cassino 1winse avaliar. Não há examebônus de cassino 1winsangue ou exame cerebral para confirmar alucinações causadas por esquizofrenia, por exemplo.

O "Estranguladorbônus de cassino 1winHillside", Kenneth Bianchi, simulou um distúrbiobônus de cassino 1winpersonalidades múltiplas (agora denominado transtorno dissociativobônus de cassino 1winidentidade) para culpar seu alter ego "Steve" pelos assassinatos que cometeu. Sua farsa acabou sendo descoberta, mas não antesbônus de cassino 1win"psiquiatras ingenuamente engolirembônus de cassino 1winhistória", como concluiu o juiz do caso.

A detecção da simulação começa por uma busca por exageros, contradições e inconsistências. Por exemplo, você deve suspeitarbônus de cassino 1winalguém que relata alucinações auditivas debilitantes, mas não diz se sentir perturbado por elas. Cuidado com o ladrãobônus de cassino 1winbancos que descreve a visãobônus de cassino 1win"um gigante vermelho que esmaga as paredes" com notável compostura.

Outro alerta é um suspeito que endossa sintomas improváveis, como responder sim à pergunta: "Você já acreditou que os automóveis são membrosbônus de cassino 1winuma religião organizada?"

Pessoas assim afirmam muitas vezes ter perdido o contato com a realidade. Mas suas alucinações podem parecer muito convenientes, como o homem acusadobônus de cassino 1wintentativabônus de cassino 1winestupro que alegou que uma voz lhe dissera para "cometer um abuso sexual".

Há outras diferenças que os médicos podem identificar entre episódiosbônus de cassino 1winpsicose genuína e os falsos.

Na psicose genuína, as alucinações auditivas são geralmente intermitentes (mesmo que haja uma sensaçãobônus de cassino 1winque elas estão sempre pairando no fundo da mente) e os pacientes podem às vezes resistir aos comandos se não estiverembônus de cassino 1winum estágio agudo da doença.

Em contraste, os simuladores frequentemente relatam alucinações contínuas e dizem que são obrigados a seguir todas as instruções. Pessoas com alucinações genuínas tipicamente relatam que as vozes se repetem e podem identificá-las, são tanto masculinas quanto femininas (em três quartos dos pacientes), falam a mesma língua que eles (em 98% dos casos) e se originambônus de cassino 1winsuas próprias cabeças (em 88%).

Por outro lado, uma representação atípica pode incluir: vozes não identificáveis, ​​de apenas um gênero (oubônus de cassino 1winum gênero que muda no meio da frase),bônus de cassino 1winuma criança ou que soa comobônus de cassino 1winum robô ou um animal. Essas características levantam suspeitasbônus de cassino 1winsimulação, mas não confirmam isso.

Relatosbônus de cassino 1winalucinações visuais trazem pistas semelhantes. Na esquizofrenia, geralmente sãobônus de cassino 1wincores ebônus de cassino 1wintamanho natural (sejam figuras religiosas, membros da família, animais), mas os simuladores tendem a relatar detalhes exagerados: "Acabeibônus de cassino 1winver o Grande Pássaro... Ele tinha cem metrosbônus de cassino 1winaltura!".

Pacientesbônus de cassino 1winabstinênciabônus de cassino 1winálcool ou com degeneração macular ou esquizofrenia podem ter alucinações com figuras pequenas (animais ou pessoas), como nesta descrição genuína feita por um alcoólatrabônus de cassino 1win25 anos: "Eles tinham cercabônus de cassino 1win30 centímetrosbônus de cassino 1winaltura, com divertidos vestidos coloridos, rostos estranhos, olhos e bocas grandes. Alguns deles também usavam óculos".

Portanto, mesmo com essas regras gerais, identificar a psicose genuína continua sendo um desafio. Um único elemento fora do padrão não confirma um fingimento, mas cada um aponta, no contexto certo, para essa possibilidade. Também é vital não presumir fingimentos e deixarbônus de cassino 1winidentificar um distúrbio mental autêntico – sem mencionar que ambos podem coexistir.

Exames e testes

Para se ter certeza, o próximo passo é realizar um teste psicológico. Uma premissa básica pode ser surpreendente: alguns testesbônus de cassino 1winmemória e reconhecimento são tão fáceis que, se o examinado se sair mal, pode estar tentando fracassar propositalmente.

Na forma mais utilizada desses testesbônus de cassino 1winvalidadebônus de cassino 1winsintomas, um entrevistado escolhe entre duas respostas possíveis. Um resultado "pior do que a média" (<50%) implica que ele está optando por responder incorretamente (ou, pelo menos, uma faltabônus de cassino 1wincooperação).

Veja o exemplobônus de cassino 1winum teste simples, chamado "moeda na mão", que mede alegaçõesbônus de cassino 1winamnésia profunda, que é relativamente comum - a perdabônus de cassino 1winmemória é alegada por até 45% dos acusadosbônus de cassino 1winhomicídio e cercabônus de cassino 1win8% dos acusadosbônus de cassino 1winoutros crimes violentos.

O teste funciona assim: o examinador segura uma moedabônus de cassino 1winuma mão com ambas as palmas estendidas. O suspeito estábônus de cassino 1winolhos abertos e pode verbônus de cassino 1winqual mão a moeda está. É pedido então que o suspeito feche os olhos e faça uma contagem regressivabônus de cassino 1windez segundos. Em seguida, ele deve abrir os olhos e dizerbônus de cassino 1winqual mão a moeda está. O examinador fechou as mãos, mas não mudou a moedabônus de cassino 1winlugar.

Provavelmente, uma pessoa comum vai se sair bem. Mesmo pacientes com amnésia genuína grave devido a encefalite tiveram excelente desempenho no estudo original - todos responderam corretamentebônus de cassino 1windez tentativas. No entanto, os simuladores dão palpites.

No entanto, há ressalvas quanto aos testesbônus de cassino 1winvalidade dos sintomas, mesmo os mais complexos. Embora eles apontem uma faltabônus de cassino 1wincredibilidade, eles não podem prová-la, nem determinar o motivo disso.

Alguns são melhoresbônus de cassino 1winexcluir a simulação do que identificá-la. E um estudo realizado pela Universidade Nova Southeastern, nos Estados Unidos,bônus de cassino 1winprocessos judiciais envolvendo lesões cerebrais revelou que 19% dos advogados mostram aos clientes como os testes psicológicos são usados ​​para detectar fingimentos; embora muitos desses testes sejam relativamente à provabônus de cassino 1winpessoas treinadas para executá-los, isso pode ter um efeito.

Esses desafios levaram a uma busca pela detecçãobônus de cassino 1winfingimentos usando varreduras do cérebro e medições da atividade elétrica cerebral.

Recentemente, pesquisadores italianos testaram se era possível identificar uma depressão simulada ao analisar como os pacientes moviam um mousebônus de cassino 1wincomputador: "Indivíduos que sofriambônus de cassino 1windepressão levavam mais tempo para realizar tarefas baseadas no mousebônus de cassino 1wincomparação com simuladores e mentirosos", relataram os cientistas, e "sistemas baseadosbônus de cassino 1wininteligência artificial alcançaram uma precisãobônus de cassino 1winaté 96% na detecçãobônus de cassino 1winmentirosos".

Os autores do estudo reconheceram, no entanto, que os dados não são conclusivos.

Abordagens modernas, seja por meiobônus de cassino 1winexames cerebrais ou análisesbônus de cassino 1winondas cerebrais, até agora se mostraram pouco confiáveis ​​e são inadmissíveis no tribunal.

Preocupações éticas

Eles também levantam questões sobre possíveis violaçõesbônus de cassino 1windireitos constitucionais e humanos por potencialmente constituírem uma forma buscabônus de cassino 1winpistas ilegal ou violar o direito "a privacidade,bônus de cassino 1winpermanecerbônus de cassino 1winsilêncio,bônus de cassino 1winliberdadebônus de cassino 1winpensamento e a um julgamento justo".

Essas preocupações éticas se estendem aos médicos: eles deveriam estar realmente atuando como caçadoresbônus de cassino 1winmentiras profissionais? Estes profissionais não são treinados ou têm a competência necessária para determinar se um paciente tem consciênciabônus de cassino 1winquaisquer inconsistências ou uma intenção conscientebônus de cassino 1winenganar alguém.

Em última análise, o tribunal deve decidir sobre os motivos e a credibilidade do réu, embora as opiniões médicas especializadas sejam cruciais para essa decisão. Como a Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu sobre a admissibilidade da provabônus de cassino 1winpolígrafobônus de cassino 1win1998, "uma premissa fundamentalbônus de cassino 1winnosso sistema criminal é que o júri é o detectorbônus de cassino 1winmentiras".

Gigante foi condenadobônus de cassino 1win1997 a 12 anos por extorsão e conspiração para assassinato. Em 2003, ele admitiu que estava fingindo psicose quando informantesbônus de cassino 1winvárias organizações mafiosas lançaram dúvidas sobrebônus de cassino 1wincondição e promotores apresentaram evidênciasbônus de cassino 1winque ele falava lucidamente com seus visitantes na prisão e administrava dali os negócios da máfia "de forma coerente, cuidadosa e inteligente".

Os diasbônus de cassino 1winsimulaçãobônus de cassino 1winGigante acabaram. Mas ele enganou uma sériebônus de cassino 1winmédicos ao longo dos anos, sendo internado 28 vezesbônus de cassino 1winhospitais psiquiátricos, com diagnósticosbônus de cassino 1winesquizofrenia e até mesmo "demência derivadabônus de cassino 1windanos cerebrais".

O juiz concluiu: "[Gigante] é uma sombra do seu antigo eu, um homem idoso que finalmente foi derrotadobônus de cassino 1winseus anos finais após décadasbônus de cassino 1wincruel tirania criminosa".

Gigante morreubônus de cassino 1win2005, aos 77 anos. Ele dificilmente foi o último criminoso a tentar escapar da prisão desta forma. Mas talvez poucos, no entanto, consigam evitar a Justiça por tanto tempo quanto "O Estranho Chefão".

Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Future.

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