A ciência por trás da intuição - e como ela pode nos ajudar a tomar decisões:
Isso assegura que o cérebro está sempre preparado para lidar com as situações da melhor forma possível. Quando há uma incompatibilidade (algo que não foi previsto), seu cérebro atualiza o modelo cognitivo.
Essa compatibilidade entre os modelos anteriores (com baseexperiências passadas) e experiências atuais acontece automática e subconscientemente. As intuições ocorrem quando seu cérebro estabelece combinações e incompatibilidades (entre o modelo cognitivo e a experiência atual), mas isso ainda não chegou ao não chegou ao nível da consciência.
Por exemplo, você pode estar dirigindo por uma rodovia no escuro ouvindo alguma música, quandorepente você tem a intuiçãodirigir mais perto da faixa que divide a pista. Continuando na direção, você percebe que evitou um enorme buraco que poderia ter causado grande dano ao carro. Você fica feliz por ter confiado no seu instinto mesmo que não saibaonde ele veio. Na realidade, o carro que está longe nafrente fez um desvio parecido (pois nele estavam pessoas locais que conhecem a estrada), e você percebeu o movimento mesmo que não conscientemente.
Quando você tem muita experiênciauma área específica, seu cérebro tem mais informação para combinar as experiências atuais com as do passado. Isso torna a intuição mais confiável. E significa que, assim como a criatividade,intuição pode melhorar com a experiência.
Diferenças entre análise e intuição
Na literatura psicológica, a intuição geralmente é explicada como um ou dois modospensar, junto ao raciocínio analítico. O pensamento intuitivo é descrito como automático, rápido e subconsciente. Por outro lado, o pensamento analítico é lento, lógico, consciente e deliberado.
Muitos explicam a divisão entre o pensamento analítico e o intuitivo como dois tiposprocessamento (ou "estilospensamento") opostos, trabalhando como uma gangorra. Entretanto, uma recente meta-análise - uma pesquisa na qual o impactoum grupoestudos é medido - mostrou que o pensamento analítico e o intuitivo não são correlatos e podem ocorrer ao mesmo tempo.
Assim, embora seja verdade que um estilopensamento provavelmente pareça dominante sobre o outroqualquer situação -particular o pensamento analítico -, a natureza subconsciente do pensamento intuitivo torna difícil determinar exatamente quando ele ocorre, já que muita coisa acontece sob o guarda-chuva da nossa consciência.
De fato, os dois estilospensamento são na realidade complementares e podem funcionar comoum concerto - com frequência empregamos ambos simultaneamente. Até pesquisas pioneiras podem começar como um pensamento intuitivo que leva cientistas a formular ideias e hipóteses inovadoras, e depois elas seriam ou não validadas por rigorosos testes e análises.
Além disso, enquanto a intuição é vista como desleixada e imprecisa, o pensamento analítico pode também ser prejudicial. Estudos mostram que pensar demais sobre algo pode prejudicar seriamente o processotomadadecisão.
Em outros casos, o pensamento analítico pode consistir simplesmentejustificativas tomadas após um evento ou racionalizaçõesdecisões baseadas no pensamento intuitivo. Isso ocorre por exemplo quando temos que explicar nossas decisões sobre dilemas morais. Esse efeito levou algumas pessoas a se referirem ao pensamento analítico como um "secretárioimprensa" ou "advogado interior" da intuição. Muitas vezes, não sabemos por que tomamos decisões, mas ainda assim queremos ter motivos para essas escolhas.
As falhas da intuição
Então será que deveríamos nos basear apenas na intuição, já que ela ajuda nossa tomadadecisão? É complicado. A intuição se baseiaum processamento evolutivamente mais antigo, automático e rápido, é vítima da desorientação, comotendências cognitivas. Esses são erros sistemáticos do pensamento, que podem ocorrer automaticamente. Apesar disso, familiarizar-se com um viés cognitivo comum pode ajudar a identificá-loocasiões futuras.
Da mesma forma, como o processamento rápido é antigo, ele pode estar um pouco desatualizado. Considere, por exemplo, um pratodonuts. Mesmo que você se sinta compelido a comer todosuma vez, é improvável que precise dessa quantidade enormeaçúcar e gordura. Entretanto, na época dos "caçadores-coletores", estocar energia era um instinto sábio.
Por isso, para cada caso que envolve uma decisão baseada naavaliação, considere seintuição mensurou a situação. Trata-seuma situação evolutiva antiga ou nova? Ela envolve inclinações cognitivas? Você tem experiência ou expertise nesse tiposituação? Se for evolutivamente antiga e envolver tendências cognitivas e se você não tiver experiência nela, então é melhor confiar no pensamento analítico. Do contrário, sinta-se livre para usar seu pensamento intuitivo.
Está na horaparar a caça às bruxas da intuição e enxergá-la pelo que ela é: um estiloprocessamento rápido, automático e subconsciente que pode nos dar informações muito úteis que a deliberação analítica não pode. Precisamos aceitar que o pensamento analítico e o intuitivo deveriam ocorrer concomitantemente e ser pesados um contra o outrodecisões difíceis.