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O que aconteceria se os animais tivessem a inteligência do homem?:espn esportes
"Nós acabaríamos por exterminar uns aos outros", concorda Robin Dunbar, psicólogo evolucionista da Universidadeespn esportesOxford. "O ser humano não é particularmente elogiado pela curiosidade e pela maneira pacíficaespn esportesagir quando se trataespn esportesconhecer novas pessoas."
Josep Call, psicólogo na Universiadeespn esportesSt. Andrews, também é da mesma opinião. "Se olharmos a história humana, sou pessimista até no que se refere a fazer amigos", diz. "Talvez hoje estejamos um pouco melhores do que no passado, mas basta olhar o mundo para ver se isso é mesmo verdade."
Terceira Guerra Mundial
Dado o nosso longo históricoespn esportesexterminar outras espécies alémespn esportesnossos próprios semelhantes, não há por que acreditar que nós ou os animais dotadosespn esportesinteligência agiriamespn esportesforma diferente.
Essencialmente, teríamos uma grande chanceespn esportescomeçar a Terceira Guerra Mundial. "Nós reagimosespn esportesmaneira muito negativa a estranhos e a ameaças", diz Cuthill.
E quem ganharia essa guerra? Muitas espécies, claro, não teriam muitas chances. Os herbívoros, por exemplo, precisam passar a maior parte do tempo se alimentando para conseguir energia. Isso limitaria seus investimentosespn esportescomunicações, fabricaçãoespn esportesferramentas e até mesmoespn esportesuma batalha.
Aqueles que ingerem mais proteínasespn esportesorigem animal teriam uma vantagem. Tubarões, golfinhos e orcas talvez ficassemespn esportesfora do páreo porque estão confinados aos oceanos - apesarespn esportesessas espécies também poderem querer travar uma guerra subaquática.
Da mesma forma, animais que não podem sobreviver foraespn esportesseu habitat - pântanos, copas das árvores ou desertos - também não conseguiriam conquistar o mundo.
Os grandes predadores, como leões, tigres, ursos e lobos, e até alguns gigantes não-predadores, como elefantes e rinocerontes, poderiam tentar dominar o resto dos seres vivos. A curto prazo, eles provavelmente seriam a maior ameaça para nós, humanos. Mas como possuímos armas modernas e somos muito mais numerosos do que qualquer uma dessas espécies, essas criaturas talvez só conseguissem sobreviver por um tempo antesespn esportesdesaparecerem por nossas mãos (o que, aliás, já estamos fazendoespn esportescerta escala).
Primatas seriam ameaça?
Sem os mais formidáveis carnívoros, um novo rival surgiria: os primatas, nossos parentes mais próximos. Cuthill destaca que nossa tecnologia nos permitiu avançar como espécie, e os primatas possuem a mesma fisiologia que nos deixa utilizar essa tecnologia.
Chimpanzés, orangotangos, bonobos e gorilas poderiam acessar nossos computadores e manejar nossas armas, tirando partido ainda do fatoespn esportesserem mais fortes e terem corpos mais ágeis. Eles poderiam rapidamente criar novas ferramentas e novas tecnologias.
Mas a capacidade dos primatasespn esportesfazer tudo isso dependeriaespn esporteseles conseguirem hackear os conhecimentos que nós já temos -espn esportescomo usar tecnologias a como entender seus inimigos. Apoderar-se desse conhecimento seria fundamental para que eles conseguissem nos dominar, mas trata-seespn esportesalgo que provavelmente demoraria para acontecer - e neste interim, poderíamos dar cabo deles também.
"Se eles tivessem os mesmos conhecimentos que nós, teríamos um empate nessa guerra", afirma Call. "Mas sem isso eles não seriam a espécie dominante."
As armas mais poderosas - e seus donos
Entretanto, com tempo suficiente, a capacidadeespn esportesse adaptar rapidamente a novos ambientes e circunstâncias seria a arma mais poderosa na conquista do mundo. Tanto que essa é uma das habilidades que possibilitaram o homem dominar a Terra.
Outro fator importante para ganhar a guerra seria a quantidadeespn esportes"soldados", assim como a capacidadeespn esportesevitar ser detectado.
Em outras palavras, todas as evidências apontam para as bactérias e outros micróbios como os futuros donos do mundo - muito mais do que eles já fazem hoje. "As bactérias estãoespn esportestoda parte, inclusive dentroespn esportesnós. Elas seriam um rival muito, muito poderoso", diz Call.
Dunbar concorda. "Não me surpreenderia se um ser vivo muito menor que nós acabasse dominando o mundo. Somos muito mais vulneráveis a essas formasespn esportesvida primitivas, como bactérias e vírus", afirma.
"O ser humano estariaespn esportessérios apuros se tivesse que lutar contra bactérias inteligentes, principalmente as mais nocivas. O problema é que não poderíamos exterminar todas elas porque muitas são fundamentais para a nossa própria sobrevivência", pondera Call.
O fim do mundo?
Mesmo se a humanidade fosse extinta, os conflitos continuariam acontecendo. Não há por que acreditar que animais com a inteligência do Homo sapiens se comportariamespn esportesmaneira diferenteespn esportesnós,espn esportestermosespn esportesexploraçãoespn esportesrecursos eespn esportesoutras espécies.
Da mesma maneira, conflitos entre indivíduos da mesma espécie também apareceriam. "Os animais não resolvem problemas para o bemespn esportessua própria espécie. Eles competem para que seu grupo ouespn esportesfamília tenham a vantagem", explica Alex Kacelnik, biólogo comportamental da Universidadeespn esportesOxford.
Ou seja, a situação provavelmente acabaria mal para todas as espécies. Com muitas delas exterminadas, os ecossistemas entrariamespn esportescolapso, deixando apenas os sobreviventes mais vigorosos - bactérias, baratas e ratazanas - habitando o planeta.
Ainda assim, o mundo não conseguiria passar a viverespn esportesuma utopia pós-apocalíptica. Como diz Cuthill, qualquer espécie que sobrar "provavalmente estragaria o planeta como já estamos fazendo".
"Não vejo por que outras espécies seriam mais altruístas do que nós", diz. "O equilíbrio que vemos na natureza só existe por causaespn esportesum equilíbrioespn esportesforças."
- espn esportes Leia a versão orginal desta reportagem espn esportes (em inglês) no site da BBC Future espn esportes .
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