Mito ou verdade: grandes torneios nos incentivam a praticar mais esporte?:f12bet wikipedia
Modalidades populares
É claro que a participação variaf12bet wikipediaesporte para esporte. Boa parte das medalhas britânicasf12bet wikipedia2012 veio do ciclismo e do atletismo. Essas modalidadesf12bet wikipediafato tiveram um aumento no númerof12bet wikipediaadeptos. Mas o remo, que também foi bem nos Jogosf12bet wikipediaLondres, perdeu 15%f12bet wikipediaseus praticantes, enquanto a natação também registrou uma queda.
A única diferença significativa parece ter sido entre as pessoas com deficiências, onde houve um aumento entre 2% e 4% no númerof12bet wikipedianovos praticantesf12bet wikipediaesportes.
Hojef12bet wikipediadia, apenas pouco maisf12bet wikipedia30% dos britânicos fazem alguma atividade física pelo menos uma vez por semana, segundo estudos feitos pelo sistemaf12bet wikipediasaúde.
E a Grã-Bretanha não está sozinha. Depois dos Jogos Olímpicosf12bet wikipediaSydney,f12bet wikipedia2000, os australianos se tornaram menos ativos. E pior: os índicesf12bet wikipediaobesidade aumentaram, principalmente entre os jovens.
Logo após a Olimpíadaf12bet wikipediaAtenas,f12bet wikipedia2004, a perspectiva era mais otimista, já que a participaçãof12bet wikipediaesportes aumentou 6% na Grécia. Mas cinco anos depois, o número já havia caído 13%, tornando o país menos ativo do que nunca.
É verdade que qualquer avaliação sobre o impacto desses grandes eventos não conta com um grupof12bet wikipediacontrole. É impossível isolar metade da população durante uma Olimpíada, portanto nunca saberemos o que teria ocorrido com os níveisf12bet wikipediaatividade físicaf12bet wikipediaqualquer um desses países caso eles não tivessem sediado os Jogos.
A única exceção parece ter sido Barcelona, sede da Olimpíadaf12bet wikipedia1992, onde aparentemente o númerof12bet wikipediapessoas aderindo a algum esporte aumentouf12bet wikipedia47%f12bet wikipedia1989 para 51%f12bet wikipedia1995. Alguns pesquisadores refutam a metodologia por trás desses dados.
Relação natural?
Mas mesmo que as estatísticas não sejam exatamente estas, por que o nívelf12bet wikipediaatividade física não aumenta após a maioria dos grandes eventos esportivos?
Talvez seja um erro assumir que existe uma relação natural entre assistir a uma competição e adotar aquele esporte. Afinal, ninguém acredita que metade do públicof12bet wikipediaum musicalf12bet wikipediasucesso vá sair do teatro diretamente para uma aulaf12bet wikipediacanto ou dança.
Ao menosf12bet wikipediatese, há três maneirasf12bet wikipediafazer com que o atof12bet wikipediaassistir a um evento esportivo incentive a prática daquela modalidade, através do chamado "efeito demonstrativo": a primeira é inspirar aqueles que já praticam esportes a fazê-lo com mais frequência; a segunda é encorajar aqueles que aposentaram a atividade física a voltar a praticar; a terceira é incentivar as pessoas a tentarem esportes que nunca fizeram.
Mas quemf12bet wikipedianós acredita que pode passar a fazer salto com varaf12bet wikipediaum dia para o outro? Há quem defenda que atletasf12bet wikipediaelite fazem partef12bet wikipediauma categoria tão distante da das pessoas comuns que seu efeito pode ser justamente o contrário - ao percebermos que, por mais que treinemos, nunca teremos os mesmos resultados, podemos acabar desestimulados.
Melhores políticas públicas
Pesquisasf12bet wikipediapsicólogos sobre o fenômeno da imitação podem ajudar a explicar por que os grandes eventos esportivos nem sempre têm o efeitof12bet wikipediaincentivar a práticaf12bet wikipediaesportes.
O psicólogo Albert Bandura, da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, é um dos principais estudiosos do assunto. Segundo ele, as pessoas costumam copiar comportamentos aos quais estão expostas. Mas para que alguém realmente se inspire no exemplof12bet wikipediaoutro indivíduo, uma condição é essencial: a reprodução. Ou seja: uma pessoa é fisicamente capazf12bet wikipediarepetir aquilo que assiste e acredita que é capaz?
Em grandes eventos esportivos, o nível dos atletas é tão alto que a resposta às perguntas acima muito provavelmente é "não".
É claro que exemplos vindosf12bet wikipediaoutras pessoas são importantes - até mesmo os grandes atletas da história costumam citar outros que lhe serviramf12bet wikipediainspiração. Masf12bet wikipediauma escala populacional, esse tipof12bet wikipediaparâmetro não é suficiente para fazer com que todos passem a ser mais ativos.
Em 2004, antes mesmo dos Jogos Olímpicosf12bet wikipediaLondres, o Instituto para a Pesquisaf12bet wikipediaPolíticas Públicas, uma think tank britânica, estudou os efeitosf12bet wikipediagrandes eventos sobre o público e alertou para a necessidadef12bet wikipediaestratégias específicas para que ocorra a mudançaf12bet wikipediacomportamento desejada.
Segundo os autores do relatório, alémf12bet wikipediaídolos, as pessoas precisamf12bet wikipediaum incentivo constante, mesmo depois que o evento acaba. Elas também precisam ter exemplos mais próximos, como parentes, amigos e colegasf12bet wikipediatrabalho que se exercitam. Por fim, é fundamental ter instalações esportivas e profissionais capazesf12bet wikipediaajudá-las a se exercitarf12bet wikipediaseu nívelf12bet wikipediahabilidade.
Fora isso, é preciso entender por que algumas pessoas não gostavamf12bet wikipediapraticar esportes na infância ou sobre o que mais pode estar impedindo que elas adotem um estilof12bet wikipediavida mais ativo.
Portanto, o problema não é o fatof12bet wikipediaos grandes eventos não conseguirem incentivar a população a praticar esportes, mas sim a expectativaf12bet wikipediaque eles teriam essa capacidade.
- Leia a versão original desta reportagem (em inglês), no site da BBC Future.