O que fazcbet usgChristian Louboutin, o rei do salto alto:cbet usg

O trabalho do estilista é conhecido mundialmente – e os 'Louboutins' se tornaram íconecbet usgstatus

Crédito, Divulgação/Christian Louboutin

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Recriando a estética extrovertida e chamativacbet usgLouboutin, a exposiçãocbet usgParis se chama L'Exhibition[nist]. No entanto, como revela a própria mostra, há muito mais nos seus sapatoscbet usgsola vermelha, salto agulha e tênis cravejados do que brilho e glamour.

Divididacbet usg10 seções, a exposição revela seu vasto conhecimento sobre história da moda e objetoscbet usgarte, paixão que começou durante as visitas na infância ao Palaiscbet usgla Porte Dorée,cbet usgParis, onde a exposição estácbet usgcartaz até julho.

Louboutin morava nas redondezas e era frequentador assíduo do salãocbet usgexposições no início dos anos 1970. Assim como agora, o espaço ostentava um aquário, e Louboutin passava horas hipnotizado por seus peixes cintilantes e luminosos.

Seu sapato Maquereau,cbet usgaparência surreal, feitocbet usgcouro metálico, foi criadocbet usg1987 a partir dessa experiência.

A paixãocbet usgLouboutin pelas cores é retratadacbet usgexposição no Palaiscbet usgla Porte Dorée,cbet usgParis

Crédito, Jean Vincent Simonet

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Nos anos 1970, o prédio abrigava o Museu Nacional das Artes Africanas e Oceânicas; hoje é ocupado pelo Museu da História da Imigração.

"Era intrigante, cheiocbet usgmáscaras e joias", diz Louboutin à BBC Designed.

“A maioria dos principais museuscbet usgParis fica no oeste da cidade. Esta é uma joia escondida no leste. Meus pais proletários eram da Bretanha. Eu tive uma ótima infância, mas gostavacbet usgfugir da rotina. Muitas vezes eu matava aula na escola e fui expulso. ”

Seus pais não eram rigorosos, e deram muita liberdade a ele. Louboutin começou a desenhar sapatos com 10 anos. Como a primeira parte da exposição revela,cbet usgobsessão por sapatos surgiu ao ver um aviso no museu proibindo os visitantescbet usgusar salto alto no pisocbet usgparquet.

O cartaz mostrava o desenhocbet usgum sapato alto típico dos anos 1950 com um Xcbet usgcima.

“Mais do que me sentir atraído por coisas proibidas, fui atraído pelo cartaz por motivos estéticos”, relembra.

"Me ocorreu que a maioria dos objetos começa a vida como um desenho."

Essa memória inspirou a criação do seu best-seller, o sapato Pigalle com sola vermelho escarlate e salto agulha, que conferem a ele uma conotação fetichista.

Louboutin teve a ideiacbet usgpintar a solacbet usgvermelho,cbet usgmarca registrada, ao ver um protótipo sem brilho do sapato. Num pensamento rápido, ele pegou o esmaltecbet usgunha da assistente e pintou a parte inferiorcbet usgvermelho para dar vida à criação.

A relação pessoal do artista com o Palaiscbet usgla Porte Dorée confere à exposição mais autenticidade. O edifício foi projetado por Albert Laprade, Léon Jaussely e Léon Bazin para a Exposição Colonial Internacionalcbet usg1931.

O escultor Alfred Janniot esculpiucbet usgfachada ornamentada e exóticacbet usgbaixo-relevo, imaginando navios, oceanos, antílopes e cobras. Eugène Printz e Jacques-Émile Ruhlmann supervisionaram o interior do prédio, cujos murais foram pintados por Pierre-Henri Ducoscbet usgla Haille, entre outros artistas.

“Há cercacbet usgseis anos, levei meu CEO Bruno Chambelland para lá. Estava vazio há 10 anos, empoeirado, precisandocbet usgrestauração”, conta.

O sapato Maquereaucbet usgcouro metálico foi inspirado nas visitascbet usgLouboutin ao aquário do palácio nos anos 1970

Crédito, Divulgação/Christian Louboutin

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“Entreicbet usgcontato com a [diretora-executiva] Hélène Orain. Como eu me lembravacbet usgcomo era o museu naquela época e a equipe não, eles brincaram que eu era o melhor embaixador [do museu] e perguntaram se eu consideraria restaurar partes dele."

“Ajudei a restaurar a fachada e os móveis. E, gradualmente, concebemos a ideia desta exposição, que também apresenta várias das minhas colaborações com outros designers”, explica.

cbet usg Influências

Quando criança, Louboutin também frequentava os cinemas da região.

"Fiquei fascinado pelos filmes egípcios ecbet usgBollywood que passavam."

Por coincidência, seis anos atrás, umacbet usgsuas irmãs revelou que ele era filhocbet usgum homem egípcio com quemcbet usgmãe teve um caso.

"É engraçado porque eu fantasiava na infância que tinha sido adotado, já que minha pele era mais escura do que a das minhas três irmãs loiras. Então foi uma surpresa agradável”, diz.”

Os designscbet usgLouboutin também levamcbet usgconta a diversidade. Em 2006, ele criou uma coleçãocbet usgsapatos nudes (cor da pele), que dão a impressãocbet usgalongar as pernas, inspiradocbet usgumacbet usgsuas pinturas favoritas, Retratocbet usgJeancbet usgBeauvau, do século 16. Na obra, atribuída a François Quesnel, Beauvau aparece usando um sapato da mesma corcbet usgsuas pernas.

Christian Louboutin, aos 14 anos,cbet usgParis – ele já tinha começado com designcbet usgsapatos aos 10 anos

Crédito, Cortesia

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Mas quando um colega negrocbet usgLouboutin observou a imprecisãocbet usgchamar os sapatoscbet usgtons claroscbet usg"cor da pele", ele decidiu ampliar a coleção para incluir tons mais escuros.

Estes sapatos estão expostoscbet usgoutra seção, junto com esculturascbet usgsapatos forradoscbet usgcourocbet usgautoria da dupla britânicacbet usgartistas Whitaker e Malem.

Suas primeiras idas ao cinema podem ter despertado a paixão por cores fortes e saturadas. Ele se lembra com carinho do filme a cores Duas Garotas Românticas (1967),cbet usgJacques Demy, estrelado por Catherine Deneuve ecbet usgirmã Françoise Dorléac.

E é fãcbet usglonga datacbet usgartistas da Pop Art, como Andy Warhol e Allen Jones, e da dupla francesa Pierre et Gilles (conhecidos pelas cores vivascbet usgsuas imagens, que referenciam a iconografia religiosa e o kitsch), alémcbet usgJames Bidgood, que dirigiu o filme cult The Pink Narcissus (1970), repletocbet usgcores.

Mas o quanto a liberdade que recebeu na infância influencioucbet usgmarca?

O muralcbet usgPalaiscbet usgla Porte Dorée, que Louboutin visitava quando criança

Crédito, Cortesia

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"É por isso que minha empresa é independente", diz ele.

“Foi construída com os mesmos princípioscbet usgconfiança e liberdade. As inspirações da minha juventude são perenes.”

No final da décadacbet usg1970, Louboutin estava imerso nas subculturas punk e gaycbet usgParis. Ele estrelou o documentário cult Race d'Ep (1979), que argumentava que a libertação gay tinha suas raízescbet usgmeados do século 19.

Ele também frequentava a lendária boatecbet usgParis Le Palace, a resposta da cidade ao Studio 54 – uma casa noturna radicalmente inclusiva que recebia gentecbet usgtodas as idades, cores e credos. Entre seus habitués, estavam o filósofo Roland Barthes, então na casa dos 60, e Jean-Paul Gaultier.

Esses saltoscbet usgLouboutin foram inspirados no punk

Crédito, Cortesia

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A listacbet usgamigoscbet usgLouboutin incluía íconescbet usgestilo, como Paquita Paquin, e a modelo argelina Farida Khelfa.

"Achávamos que nossa ‘gangue’ era a melhor", diz Louboutin.

"Olhando para trás, o punk francês era ultraglamouroso, nem um pouco sombrio – usávamos pulseiras enormescbet usgalfinete, nunca fizemos piercings."

Naquela época, Louboutin trabalhava nos camarins da casacbet usgespetáculos Folies Bergère, depois aprendeu seu ofício com os estilistascbet usgsapato Charles Jourdan e Roger Vivier. Também trabalhou brevemente como arquiteto paisagista.

"Não durou muito: eu sentia falta dos meus sapatos", afirma.

A terceira parte da exposição apresenta seus primeiros esboços, modelos e portfólios, que ele mostrava a potenciais empregadores, assim como painéiscbet usgvidro colorido que reverenciam suas influências,cbet usgAndy Warhol às plumas do Folies Bergère – uma parceria com a Maison du Vitrailcbet usgParis, famosa por suas oficinascbet usgvitrais.

O sapato Pigallecbet usgsola escarlate é um típico ‘Louboutin’

Crédito, Cortesia

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Ele também trabalhou como freelancer para Saint Laurent, Chanel e a estilistacbet usgsapatos Maud Frizon; alguns dos designs que fez para eles estão expostos na terceira parte da mostra.

Louboutin admite, no entanto, que não estava preparado para trabalhar para os outros:

"Achei difícil ser artesão das nove às cinco".

A mesma parte da mostra também exibe os principais designs criados logo depois que ele abriucbet usgprimeira loja, incluindo o sapato Pensée,cbet usg1992, inspirado nas série Flowers (Flores),de Andy Warhol, nos anos 1960.

Nesta seção, você pode conferir ainda as botas Bottinos, com salto plataforma,cbet usg1996, feitascbet usgcouro lavrado, que revelam quão meticulosos são seus designs.

"Uma tela do século 17 que compreicbet usgum leilão me deu a ideia para fazer isso", diz ele.

As botas 1996 Bottinos foram criadas com técnicas antigas para se fazer couro

Crédito, Cortesia

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O couro lavrado é resultadocbet usguma antiga técnicacbet usgtrabalhocbet usgcouro, conhecida como “repoussé”, que combina couro e gravuracbet usgmadeira. Você começa com um desenho usado para fazer xilogravuras. E coloca sobre o couro, que é martelado até ficarcbet usgbaixo relevo. Em seguida, há um processocbet usgenceramento que deixa o couro brilhante.

“Viajei por toda a Europa para encontrar um artesão capazcbet usgfazer isso, até que encontrei um na Avenue Daumesnil, a apenas alguns passoscbet usgonde eu cresci. As botas são adornadas com uma estampacbet usgpétalascbet usghortênsia”, conta.

“Para criá-las, encontrei uma pessoacbet usgChilly-Mazarin, no subúrbiocbet usgParis, especializadacbet usgresinas. Os saltos esculpidos foram inspirados na designer francesacbet usgjoias do século 20 Line Vautrin.”

“Acabei pedindo à filha dela, Marie-Laure Bonnaud-Vautrin, que desenhava joias com a mãe, para ajudar a criar os saltos, um processo complexo que combinava mica, vidro, alumínio e resina epoxi.”

O sapato 1992 Pensée é uma homenagem singela às pinturascbet usgflorescbet usgWarhol

Crédito, Cortesia

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Muitos dos primeiros designscbet usgLouboutin apresentam essa estética barroca e bem trabalhada. Outro exemplo é o sapato Marie-Antoinette,cbet usg2008, uma cocriação com a bordadeira francesa Jean-Francois Lesage.

“Eu estava com o filme da Sofia Coppola, Maria Antonieta (2006), na cabeça, com suas cores fortes e vibrantes. Essa criação envolveu várias técnicas e materiais, incluindo um tipocbet usgbordado chamado “cannetille”, que usa um fio metálico fino, tecidocbet usgmusseline e pérolas”, explica.

Outra criaçãocbet usgem exposição é a botacbet usgsalto alto Corset d'Amour,cbet usg2019, feitacbet usgrenda preta, cetim e couro, inspirada na figuracbet usgmulherescbet usgespartilho nos anos 1890.

Esta seção também inclui um sapato criado por Louboutin usado na último desfilecbet usgYves Saint Laurentcbet usg2002.

Uma outra parte da mostra dá uma ideiacbet usgquão trabalhosa é a artecbet usgfabricar calçados. Há ferramentas e materiais expostos, alémcbet usgfilmes explicando as diversas técnicas envolvidas.

A atriz Zendaya e a modelo Bella Hadid estão entre as celebridades que ostentam Louboutins

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, A atriz Zendaya e a modelo Bella Hadid estão entre as celebridades que ostentam Louboutins

A penúltima seção foca no status dos “Louboutins” – como os sapatos do estilista são conhecidos. Em 2009, a cantora Jennifer Lopez escreveu a música Louboutins em homenagem a eles, e celebridades mais jovens, incluindo a modelo Bella Hadid e a atriz Zendaya, se declaram fãscbet usgcarteirinha – o que evidencia o apelo da marca entre diferentes gerações.

A exposição termina com Louboutin revisitandocbet usgparceira com o cineasta David Lynch,cbet usg2007, que fez uma leitura do potencial fetichismo dos sapatos por meiocbet usgfotografiascbet usgcalçados impossíveiscbet usgserem usados, como alguns saltos exageradamente altos.

Mas Louboutin é reticentecbet usgafirmar que suas coleções sejamcbet usgfato fetichistas.

"Compreendo que alguma pessoas os percebam dessa maneira", admite.

"Mas as pessoas projetam suas próprias ideias no trabalhocbet usgum designer, e às vezes não é a mesma concepção do designer. Os espinhos metálicos nos meus sapatos não têm a ver com fetichismo, são uma referência ao estilo punk. "

Dito isto, ele parece colocar mais ênfase atualmente na sensualidade.

“Meus primeiros desenhos eram mais arrumados, enfeitados. Agora, tendo a optar pela simplicidade, por designs mais descobertos, que enfatizem o formato das pernas. Passei do bem vestido ao despido."

cbet usg Leia a versão original cbet usg desta reportagem (em inglês) no site BBC Culture cbet usg .