O pragmatismo da geração Z sobre amor e sexo:bwin nigeria
"No meu imaginário cultural, a aversão [da geração millennial] a compromissosbwin nigerialongo prazo significa que as pessoas estão tendo mais relacionamentos", afirma ela.
Em outras palavras, Lee acredita que os millennials (nascidos entre 1980 e 1995) levaram mais tempo para casar-se porque estavam ocupados aproveitando a vidabwin nigeriasolteiro.
Para a geração Z (nascida entre 1995 e 2010), ela imagina que "as pessoas têm aversão [a relacionamentosbwin nigerialongo prazo] porque elas são mais... introspectivas sobre os tiposbwin nigeriarelacionamentos que desejam ter".
Cada vez mais pesquisas confirmam a opiniãobwin nigeriaLee: a geração Z parece ter uma visão muito pragmática dos relacionamentosbwin nigeriacomparação com as gerações anteriores e estão fazendo menos sexo.
"Eles compreendem que poderão ter parceiros diferentesbwin nigeriadiferentes épocas da vida [que] podem atender a necessidades diversas", segundo Julie Arbit, vice-presidente globalbwin nigeriaconhecimentos do grupobwin nigeriacomunicação Vice.
Sua pesquisa envolveu 500 participantes do Reino Unido e dos EUA (embwin nigeriamaioria, da geração Z e millennials, com alguns participantes da geração X incluídos "para comparação") e concluiu que apenas umbwin nigeriacada 10 integrantes da geração Z afirma ter "decidido firmar compromisso".
Outros pesquisadores chegaram a conclusões similares. Segundo um estudo sobre a geração Z na Índia, por exemplo, 66% dos participantes aceitam que "nem todos os relacionamentos serão permanentes", enquanto 70% rejeitam uma "relação romântica limitadora".
Os pesquisadores e os membros da geração Z atribuem essa questão a dois fatores.
Primeiramente, essa geração está entrando na idade adultabwin nigeriauma época particularmente delicada, marcada pela pandemia da covid-19, mudanças climáticas cada vez mais sérias e instabilidade financeira. Muitos acreditam que precisam atingir a estabilidade sozinhos antes que outra pessoa entrebwin nigeriacena.
E existe também o maior acesso a informações online sobre relacionamentos, que fornecem à geração Z a linguagembwin nigeriaque eles precisam para definir quem são e o que querembwin nigeriaum relacionamento que não comprometabwin nigeriaidentidade e suas necessidades.
"Eles são extremamente focadosbwin nigeriasi próprios", afirma Arbit, "e não porque estão sendo egoístas. Eles sabem que são responsáveis pelo seu próprio sucesso e felicidade e que precisam ser capazesbwin nigeriacuidarbwin nigeriasi próprios antesbwin nigeriacuidar dos demais."
A busca da estabilidade
"Nos anos 1960 e 1970, um homem comumbwin nigeria25 anosbwin nigeriaidade conseguia sustentar uma família com abwin nigeriarenda, sem esperar quebwin nigeriaesposa trabalhasse", afirma Stephanie Coontz, diretorabwin nigeriapesquisa e educação pública do Conselho sobre Famílias Contemporâneas, com sede nos Estados Unidos.
Para muitas pessoas da geração Z, a ideiabwin nigeriaque uma pessoa com 25 anosbwin nigeriaidade possa sustentar toda uma família e que o homem espera que a esposa fiquebwin nigeriacasa não se adapta mais às circunstâncias atuais — e, para alguns, parece até motivobwin nigeriarisadas.
A geração Z prioriza uma base financeira sólida individual, o que está alongando o caminho até o casamento, segundo Arielle Kuperberg, professorabwin nigeriasociologia da Universidade da Carolina do Nortebwin nigeriaGreensboro, nos Estados Unidos. Para ela, "as pessoas estão levando cada vez mais tempo para constituir família porque estão demorando cada vez mais para atingir a estabilidade financeira".
Kyung Mi Lee e seus amigos concordam. Ela conta que se sente na "geração mais instável financeiramente da história", o que aumenta o seu desejobwin nigeriaatingir "independência financeira" antesbwin nigeriaestabelecer-sebwin nigeriaum relacionamentobwin nigerialongo prazo.
Veterana na universidade, Lee afirma que ela e seus amigos estão muito mais dispostos a priorizar suas carreiras do que seus relacionamentos, para atingir uma posição financeiramente mais estável. "É raro ter um amigo que diga 'vou me mudar para este lugar para poder ficar com meu ou minha parceira'", conta ela. Eles estão se concentrando mais no que é melhor para suas carreiras e como eles podem fazer os relacionamentos encaixar-se nelas.
A pesquisabwin nigeriaKuperberg sobre a geração Z confirma esse fato. Ela concluiu que pessoas mais jovensbwin nigeriaviasbwin nigeriaconstruir suas carreiras são menos propensas a ter encontros formais do que os millennials. "Não acho que eles não queiram ter relacionamentosbwin nigerialongo prazo. Acho que eles estão postergando esses relacionamentos", afirma ela.
Kuperberg também concluiu que a atual instabilidade dos jovens adultos levou mais jovens a voltar para a casa dos pais porque não conseguem sustentar-se sozinhos na casa dos 20 anosbwin nigeriaidade. "O aumento dos relacionamentos mais casuais e a queda dos relacionamentos mais sérios... ocorre porque simplesmente é mais difícil formar [estes últimos]."
E, recentemente, a pandemiabwin nigeriacovid-19 também exacerbou a tendência dos jovens adultos não conseguirem viver independentemente.
Kuperberg entrevistou um homem da geração Z no primeiro semestrebwin nigeria2020 que se mudou com seus paisbwin nigeriaWashington para a Carolina do Norte, nos Estados Unidos, pouco depois que a pandemia atingiu o país. Ele contou aos pesquisadores que não iria namorarbwin nigerianovo enquanto não voltasse para a capital.
Busca da alma
Um estudo global sobre o amor depois do lockdown conduzido pelo grupobwin nigeriacomunicações Vicebwin nigeriasetembrobwin nigeria2020, no qual 45% dos participantes eram da geração Z, demonstrou que 75% estavam solteiros e não namoraram durante a pandemia. Muitos relataram que isso ocorreu,bwin nigeriaparte, porque eles queriam usar o tempo sozinhos para conhecer-se melhor antesbwin nigeriabuscar um parceiro.
"Comecei a pensar sobre mim mesmo, o que eu quero e o que não quero fazer... e isso me ensinou muito", disse anonimamente um homem da geração Z da Itália, citado na pesquisa. Uma mulher da geração Z dos Estados Unidos expressou o mesmo sentimento: "estou fisicamente distantebwin nigeriatodos e [agora] posso dar um passo atrás e perguntar 'quem sou eu?'"
É claro que essa atitude pode ser consequência da faltabwin nigeriaescolha durante o lockdown e nãobwin nigeriauma propensão da geração Z à introspecção. Mas membros da geração Zbwin nigeriatodo o mundo têm muito mais recursos para descobrir quem são, incluindo aplicativosbwin nigeriaredes sociais como o TikTok, onde terapeutas comumente discutem estilosbwin nigeriaconexão e dicasbwin nigeriarelacionamentos saudáveis.
Lee, por exemplo, observou que suas irmãs mais jovens (uma no primeiro e outra no segundo ano da faculdade) aprenderam no TikTok linguagem profunda para falar sobre relacionamentos.
"Os adolescentes estão falando sobre seus estilosbwin nigeriaconexão a parceiros românticos e sexuais usando linguagem como 'meu estilobwin nigeriaconexão é ansioso'", afirma ela. Isso indica uma visão muito consciente do que é o namoro, priorizando encontrar alguém que faça sentido para você e não alguém que você simplesmente ache atraente ou interessante.
Embora essas prioridades certamente não sejam exclusivas dessa geração, a geração Z dispõebwin nigeriauma sériebwin nigeriarecursos facilmente disponíveis para encontrar,bwin nigeriaforma mais consciente, um parceiro mais adequado,bwin nigeriamaneiras que as gerações anteriores talvez não conhecessem.
Outro fator é a evolução da postura sobre a sexualidade e os papéisbwin nigeriagênero. Na geração Z, existe uma sensível redução da adesão a um gênero binário e um aumento das "pessoas dispostas a explorar abwin nigeriasexualidade", segundo Kuperberg.
Nabwin nigeriapesquisa, analisada pela BBC, ela inclui uma estatística que demonstra que cerca da 50% das pessoas da geração Z identificam-se como heterossexuais e "muitos afirmam que são heteroflexíveis".
Essa abertura para diferentes tiposbwin nigeriaparceiros sexuais e relacionamentos relembra as observaçõesbwin nigeriaJulie Arbit sobre a geração Z, sobre não necessariamente procurar seu único relacionamento, mas sim buscar diversas pessoas para atender a necessidades diferentes, sejam elas românticas, sexuais ou algo totalmente diferente.
"Nossos pais podem ter procurado alguém da mesma religião ou das mesmas opiniões políticas", afirma Arbit. "Esta geração está procurando honestidade e paixão, alguém que os anime a levantar da camabwin nigeriamanhã...bwin nigeriacomparação com as gerações anteriores, eles estão abertos para namorar com diferentes tiposbwin nigeriapessoas e dar a elas uma chance."
Sinalbwin nigeriamudança
Essa abordagem holística dos relacionamentos é totalmente diferente das adotadas por muitas gerações anteriores.
Stephanie Coontz, do Conselho sobre Famílias Contemporâneas, relembra que, quando ela entrevistava pessoas para seu livro sobre as mulheres e as famílias nos anos 1960 e perguntava às mulheres por que elas decidiram se casar, "elas pareciam surpresas... e diziam 'estava na hora'". "Havia esse sentimentobwin nigeriaque o casamento era algo que você fazia para entrar na vida adulta... agora, é o contrário."
Este é um sinalbwin nigeriamudança para a geração Z. Enquanto o casamento costumava ser um ritobwin nigeriapassagem para a idade adulta, hoje ele é um sinalbwin nigeriaque você já é adulto.
A sociedade vem se movendo nessa direção há algum tempo e cada geração tem ideias mais flexíveis sobre a família tradicional ebwin nigeriaimportância nas suas vidas. É difícil distinguir se a geração Z está moldando a sociedade com essa postura ou se é a sociedade que está moldando a geração Z.
É claro que esses padrões não são válidos para todos. Entre estudantes universitários, Arielle Kuperberg descobriu que raça, classe social, gênero e religião das pessoas da geração Z podem influenciar a forma como eles namoram e procuram relacionamentos.
"As pessoas brancas são mais propensas a ter relacionamentos casuais. Já as pessoas negras costumam formar relacionamentos ou ter mais encontros formais", segundo ela, acrescentando que as pessoasbwin nigeriaambientes socioeconômicos mais favoráveis são mais propensas que outras a ter encontros sexuais casuais e formar relacionamentosbwin nigerialongo prazo — provavelmente porque elas "têm mais recursos" e, consequentemente, mais estabilidade.
Embora muitos sinais indiquem que a geração Z esteja postergando o casamento ou relacionamentos permanentes, como os millennials antes deles, suas razões para isso parecem ser cada vez mais pragmáticas.
É certo que os millennials postergaram o casamento por razões práticas, como o medo do divórcio (muitos deles cresceram como filhosbwin nigeriacasais divorciados) e porque não conseguem sustentar-se.
Mas a geração Z está herdando um mundo considerado ainda mais incerto, à medida que os problemas que afetaram os millennials (como as mudanças climáticas) tornam-se mais sérios e novos problemas surgem (como a pandemia). Isso poderá fazer com que a promoção da estabilidade individual torne-se a prioridade número 1 para a geração Z — ainda mais importante que para seus colegas um pouco mais velhos.
"Nós brincamos sobre quem vai se casar primeiro [no] nosso grupobwin nigeriaamigos", conta Lee, "e achamos engraçado alguém se casar na casa dos 20 anos."
Leia a íntegra desta reportagem no site BBC Worklife.
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