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A partirernildo pixbetuma peçaernildo pixbetroupa, ela despertou uma discussão sobre assédio sexual no Caribe:ernildo pixbet
'Sequer percebem que é assédio'
"Mulheres caribenhas são vistas mais como propriedade (masculina) do que como seres autônomos, e os homens sequer percebem que se trataernildo pixbetassédio. É algo invasivo a pontoernildo pixbetse tornar assustador", explica King à BBC Brasilernildo pixbetSão Paulo, onde a barbadiana participou do Colóquioernildo pixbetDireitos Humanos da ONG Conectas.
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Finalernildo pixbetTwitter post
"Quis criar uma plataforma onde as mulheres pudessem falarernildo pixbetsuas experiências e mostrar que não se trataernildo pixbetcasos isolados."
O nome, Life in Leggings, foi escolhido por se tratarernildo pixbet"uma peçaernildo pixbetroupa usada por todos os tiposernildo pixbetmulheres,ernildo pixbetcrianças a mulheres mais velhas - todos os espectros que são vítimasernildo pixbetabuso".
Além disso, essas calças são populares no Caribe. Só que, por serem justas, são comumente vistas como "sedutoras".
"Queríamos desmistificar a ideiaernildo pixbetque a roupa é parte do motivo pelo qual uma mulher é assediada ou estuprada", explica King.
"Às vezes mudamos nossas rotas para evitar os homens, e não funciona. Às vezes trocamosernildo pixbetroupa, e não funciona. O assédio continua. Às vezes eu sorria e declinava educadamente (os convitesernildo pixbetassediadores), mas o efeito era reverso, porque eles se sentiam encorajados. Chega a um pontoernildo pixbetque as mulheres simplesmente se frustram com isso. Quando a sociedade normaliza o assédio e culpa as mulheres por ele por conta da roupa que ela usa, esse assédio escalona."
Debate amplificado
A iniciativa caribenha se assemelha à promovida no Brasilernildo pixbet2015, quando centenasernildo pixbetmulheres compartilharam online histórias com a hashtag #meuprimeiroassédio. O tema volta à tonaernildo pixbetum momentoernildo pixbetque ocorrem no país diversos casosernildo pixbetassédio e abuso sexual no transporte coletivo brasileiro.
E, assim como no Brasil, o compartilhamentoernildo pixbethistórias online rapidamente viralizou no Caribe, com milharesernildo pixbetparticipações via Facebook, Twitter e Tumblr.
Segundo King, no primeiro diaernildo pixbetuso da hashtag, abriu-se uma discussão nacional sobre o temaernildo pixbetBarbados. No dia seguinte, a discussão chegou a Trinidad e Tobago. No terceiro dia, à Jamaica e a outras ilhas caribenhas.
Todos são países com altas taxasernildo pixbetviolência contra a mulher.
Segundo dados da ONU, Bahamas, Jamaica e Barbados estão entre os dez países do mundo com mais registrosernildo pixbetestupro.
Uma pesquisa realizadaernildo pixbetBarbados para a Unicefernildo pixbet2014 identificou que, para 76% das pessoas entrevistadas, a violência doméstica era "um grande problema", e 36% delas disseram conhecer alguém próximo "que vivenciou violência doméstica por parteernildo pixbetum parceiro".
De volta ao Life in Leggings, um dos passos seguintes foi organizar, jáernildo pixbet2017, manifestações pelos direitos femininos nas ruasernildo pixbetsete ilhas caribenhas.
King conta que um dos aspectos mais interessantes das manifestações online e presenciais foi a participação masculina.
"A grande maioria deles reagiu dizendo que não percebia que era essa a realidade das mulheres, entenderam o nívelernildo pixbetmedo a que as mulheres são submetidas e pensaram nas mulheresernildo pixbetsua vida eernildo pixbetseu papel para erradicar essa cultura e na forma como podem estar perpetrando ela", comemora.
Para a ativista, isso é crucial para provocar mudanças reais: "até então, o foco do debate não eram os abusadores, mas sim (o comportamento das) mulheres".
Legislação
O movimento se converteuernildo pixbetorganização - Life in Leggins Aliança Caribenha Contra a Violênciaernildo pixbetGênero - e King tem voltado seus esforços para mudanças legislativasernildo pixbetBarbados: ela defende uma emenda na leiernildo pixbetinformática do país para definir e punir o assédio virtual e a "pornografiaernildo pixbetvigança", além da revisãoernildo pixbetuma lei contra o assédio sexual no ambienteernildo pixbettrabalho. Essa última é esperada para o fim deste ano.
Atualmente, segundo King, o assédio é tratado como um pequeno delito e, portanto, "não é levado a sério".
"É uma lei pendente há 15 anos. Já ouvimos antes essa promessa (de endurecimento da lei), mas agora estamos mais esperançosas", diz King.
King diz que nunca recebeu ameaças por causaernildo pixbetseu ativismo, mas já ouviu críticas masculinas "de que eu e todas as mulheres que compartilhamos nossas histórias estávamos mentindo e atrásernildo pixbetatenção. Mas a maioria das pessoas os ignoraram, porque as estatísticas (de abuso) não mentem".
A experiência do compartilhamento, segundo ela, fez as mulheres perceberem "que não estavam sozinhas e que o problema não estava nelas".
"Criou-se um sentimentoernildo pixbetsolidariedade. Foi algo poderoso, porque no Caribe não se costuma falarernildo pixbetestupro. Costumamos esconder sob o tapete, porque são países tão pequenos que (falar a respeito) é visto como algo que causa vergonha às famílias."
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