Tim Vickery: Com brasileiro não há quem possa? A velha oligarquia que atrasa o futebol:scoreboard futebol

O primeiro diz respeito ao futebol, e também aos perigosscoreboard futebolsucesso. Porque a lógica da decisão foi a seguinte: "a gente já ganhou a Copa cinco vezes, portanto não precisa importar ideias e pessoasscoreboard futebolfora".

Trata-se da grande armadilhascoreboard futeboltriunfo.

Porque sucesso é normalmente a consequênciascoreboard futebolum processo. Só que, depois, fica fácil esquecer esse detalhe fundamental e enxergá-lo como uma coisa natural.

O futebol brasileiro não virou grande por acaso, e nem como o resultadoscoreboard futebolos jogadores entrarem num estadoscoreboard futebolgraça. Cresceu demais com uma basescoreboard futebolcuriosidade mental, examinando e incorporando ideias – sejam sobre táticas ou preparação física.

Desde o início houve uma grande contribuiçãoscoreboard futeboltécnicos estrangeiros – uruguaios e argentinos, húngaros que ajudaram o Brasil a desenvolver a linhascoreboard futebolquatro na defesa.

Poucos lembram, mas o técnico da Copascoreboard futebol1958, a primeira festa brasileira, quase foi um paraguaio. Fleitas Solich comandou o Flamengo para um tricampeonato carioca, e foi o candidatoscoreboard futebolJoão Havelange, presidente da então CBD.

Mas o grande aliadoscoreboard futebolHavelangescoreboard futebolSão Paulo, Paulo Machadoscoreboard futebolCarvalho, conseguiu impor o seu favorito, o folclórico paulistano Vicente Feola. E a partir do momentoscoreboard futebolque Feola voltou com a taça, a história ficou esquecida e desde então "com brasileiro não há quem possa". Começa a autossuficiência, a curiosidade agoniza e, maisscoreboard futebol50 anos depois, a porta fecha na carascoreboard futebolGuardiola.

Aquela rejeição a Pep é também fascinante porque revela como o futebol pode ser didático, um mecanismo para aprender sobre estruturasscoreboard futebolpoder no Brasil.

José Maria Marin entrou para a política pelo partidoscoreboard futebolPlínio Salgado, um dos nomes mais significantes na história da extrema direita no Brasil: fundador do movimento fascista local os Integralistas, nos anos 30, marchando a favor do golpe militar três décadas depois

Depois do golpe, seguiu o seu ídolo e entrou à Arena, o partido que apoiava o governo militar.

Brevemente governadorscoreboard futebolSão Paulo, Marin amargou uma perdascoreboard futebolprestígio político muito grande com a volta da democracia. Então, para onde ele fugiu? Para a política do futebol.

O seu caso está longescoreboard futebolser uma história única. O atual presidente da CBF é o coronel Antonio Carlos Nunes, mais um que subiu dentro do regime durante os anosscoreboard futebolchumbo. Antesscoreboard futebolassumir seu cargo atual, Nunes era presidente da Federação Paraense do Futebol.

Não é nenhuma surpresa, então, que as federações estaduais apareçam como o maior obstáculo ao desenvolvimento do futebol brasileiro. Infestadas por representantes da velha oligarquia, incapazesscoreboard futebolpensar ou agir no interesse coletivo, presas as ultrapassadas crenças nacionalistas, são um retratoscoreboard futebolum tiposcoreboard futebolBrasil que não pode dar certo.

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