Por que os seres humanos não hibernam?:aposta minima galera bet
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'Palpites'
Por isso, muitos animais se empanturram no verão para viver apenasaposta minima galera betreservas gordurosas no corpo durante a hibernação.
Não é muita surpresa que casosaposta minima galera bethibernação sejam muito mais frequentemente encontrados no hemisfério Norte. A maior parte da terra firme no hemisfério Sul fica próxima à linha do Equador, onde os invernos são menos rigorosos. Mas espécies vivendoaposta minima galera betclimas mais quentes também hibernam, como um tipoaposta minima galera betlêmure que viveaposta minima galera betMadagascar e o porco-espinho sul-africano, que tem habitataposta minima galera betAngola e Zimbábue, por exemplo.
E mais: nem sempre a hibernação é confinada aos meses frios. No ano passado, um estudo feito com arganazes (um tipoaposta minima galera betroedor) descobriu que eles continuavam hibernando mesmo depoisaposta minima galera beto frio passar. Alguns passaram nada menos que maisaposta minima galera bet11 meses debaixo da terra, o mais longo período já observado na vida selvagem.
“Trata-seaposta minima galera betuma ausência notável”, diz Claudia Biber, veterinária da Universidadeaposta minima galera betViena. Na área analisada pelo estudo, fez frio por apenasaposta minima galera betquatro a cinco meses. “Obviamente, então, há outras razões para uma hibernação tão longa”.
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Um motivo crucial parece ser o comportamento das espécies europeiasaposta minima galera betfaias. Essas árvores por vezes têm anosaposta minima galera betque produzem mais sementes que o normal. Os roedores se alimentam delas e, segundo o estudo, conseguem prever se haverá ou não mais comida. E ficam quietinhos se é um anoaposta minima galera betescassez.
Embora contem com outras fontesaposta minima galera betalimentação, os arganazes têm nas sementesaposta minima galera betfaia um alimento fundamental. “Eles podem comer frutas, como maçãs, para sobreviver. Mas não para se reproduzir ou para os filhotes ganharem gordura”, diz Bieber.
Outra razão para os bichos ficarem escondidos é bem mais óbvia: predadores.
Ao ficar escondido, o arganaz evita a atenção indesejadaaposta minima galera betavesaposta minima galera betrapina e corujas. “O arganaz dormindo debaixo da terra sequer emite odores, então fica muito difícil localizá-lo”, completa a pesquisadora.
Espéciesaposta minima galera betborboleta do sul da Espanha fazem algo semelhante. Suas pupas entramaposta minima galera bettorpor por três meses no verão,aposta minima galera betum processo conhecido como estivação. Um estudoaposta minima galera bet2014 descobriu que o expediente as ajudava a evitar que vespas atacassem suas massasaposta minima galera betovos.
“Até bem recentemente, as pessoas acreditavam que a hibernação era apenas uma medidaaposta minima galera beteconomiaaposta minima galera betenergia e uma defesa contra o clima frio e a escassezaposta minima galera betalimentos. Agora acreditamos que isso tem muito a ver também com evitar predadores”, diz Thomas Ruf, também veterinário da Universidadeaposta minima galera betViena.
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“Sabemos que a taxaaposta minima galera betsobrevivênciaaposta minima galera bethibernações é próximaaposta minima galera bet100%”.
Independentementeaposta minima galera betqual razão é a mais importante, a hibernação parece transformar a maneira como os animais vivem. Alguns dos arganazes estudados por Bieber e Ruf chegaram aos 12 anosaposta minima galera betidade, algo extraordinário para uma espécieaposta minima galera betroedor que costuma viver apenas três.
“Graças à hibernação, os roedores evitaram predadores e com isso puderam investir na manutençãoaposta minima galera betsua saúde, até no reparoaposta minima galera betcélulas”, diz Ruf.
De fato,aposta minima galera betpesquisas realizadasaposta minima galera bet2011, a equipeaposta minima galera betViena descobriu que hibernantes vivem mais devagar, investem maisaposta minima galera betsobrevivência e, como consequência, vivem mais tempo. “Todos os hibernantes reduzemaposta minima galera bettaxaaposta minima galera betreprodução e aumentamaposta minima galera betlongevidade”, completa Bieber.
Porém, isso significa que a hibernação pode afetar ecossistemas inteiros, alterando as taxas reprodutivasaposta minima galera betanimais e forçando predadores a buscar presas alternativas. Se temos alguma ideias sobre como e por que a hibernação evoluiu, ainda não há menor noçãoaposta minima galera betquando isso começou a acontecer.
“Não temos qualquer prova vindaaposta minima galera betfósseis, apenas especulação”, diz Ruf.
Alguns especialistas já argumentaram que dinossauros vivendo próximo ao Polo Norte podem ter hibernado para sobreviver aos longos invernos. Porém, a hibernação regular normalmente deixa traços nas microestruturasaposta minima galera betossosaposta minima galera betanimais, e um estudoaposta minima galera bet2011 sobre fósseisaposta minima galera betdinossauros polares não encontrou qualquer evidência disso.
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Ainda assim, Biber estima que a hibernação e o torpor são claramente práticasaposta minima galera betmilhõesaposta minima galera betanos. Por exemplo, todos os três principais gruposaposta minima galera betmamíferos desenvolveram essas técnicas – e esses grupos surgiram há dezenasaposta minima galera betmilhõesaposta minima galera betanos. Isso sugere que pelo menos alguns animais dos quais o homem descende eram capazesaposta minima galera bethibernar.
No entanto, nós perdemos habilidades fundamentais nesse quesito. Nossos corações, por exemplo, não funcionam se ficarem muito frios. Eles contraemaposta minima galera betresposta à presençaaposta minima galera betcálcio e se há muitoaposta minima galera betvolta, temos um ataque cardíaco. Abaixoaposta minima galera betuma certa temperatura, o coração não consegue remover o excessoaposta minima galera betcálcio.
Espaço
“Um coração humano vai parar se esfriar para menosaposta minima galera bet28 graus”, afirma Ruf.
Em comparação, os coraçõesaposta minima galera bethibernantes ainda podem bater a uma temperatura corporalaposta minima galera bet1 grau Celsius. Os órgãos desses animais, segundo Ruf, têm bombas especiais para remover o cálcio. Mas por que os corações humanos carecem delas? Nosso estiloaposta minima galera betvida pode ser um fator-chave.
Humanos evoluíram na África Equatorial,aposta minima galera betplenos trópicos, onde há um fluxo constanteaposta minima galera betalimento. Isso significa, pelo menos na teoria, que desde cedo não precisamos hibernar para escapar condições inóspitas. O problema é que os cientistas vêm descobrindo mais e mais espécies tropicais que caemaposta minima galera bettorpor. Ruf, por exemplo, que uma espécieaposta minima galera betprimata africano, o lóris-pigmeu, pode hibernar por períodosaposta minima galera betaté 63 horas entre dezembro e fevereiro.
Esse animal é da mesma famíliaaposta minima galera betmacacos e homens. Até bem pouco tempo sabia-se que apenas três primatas hibernavam, todas elas espéciesaposta minima galera betlêmures vivendoaposta minima galera betMadagascar. O lóris-pigmeu vive na Ásia, então a descobertaaposta minima galera betsua hibernação indicam que o hábito era mais disseminado do que se esperava.
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Isso significa que nossa origem tropical provavelmente reduziu as chancesaposta minima galera betque pudéssemos desenvolver a habilidade para hibernar, mas não as teria impossibilitado. O mais determinante talvez tenha sido o fatoaposta minima galera betnós humanos sermos predadores capazesaposta minima galera betatacar animais muito maiores. Provavelmente nunca tivemos a necessidadeaposta minima galera betescapar da ameaçaaposta minima galera betpredadores.
Isso sem falar que a hibernação oferece desvantagens teóricas para humanos: animais que hibernam sofrem reduçõesaposta minima galera betimunidade, o que aumenta o riscoaposta minima galera betinfecções. O processo também afeta a memória. Em 2001, Eva Millesi, outra pesquisadora da Universidadeaposta minima galera betViena, treinou gruposaposta minima galera betesquilos para andar por um labirinto. Os animais que tinham hibernado simplesmente esqueceram o caminho.
Isso, porém, não impede que cientistas estudem formasaposta minima galera bethibernação humana. O motivo? A possibilidadeaposta minima galera betviagens interplanetárias. Ron Henning, da Universidadeaposta minima galera betGroningen, na Holanda, trabalha com a Nasa, a agência especial americana justamenteaposta minima galera betum projeto desse tipo.
Henning argumenta que a hibernação oferece dois benefícios-chave: primeiro, reduziria o volumeaposta minima galera betsuprimentos necessários que a espaçonave precisaria carregar na viagem. Segundo, protegeria a saúde dos astronautas.
“Um dos maiores incômodos para astronautasaposta minima galera betestações espaciais é que eles precisam fazer seis horasaposta minima galera betexercício por dia para evitar que ossos e músculos atrofiem nas condiçõesaposta minima galera betgravidade zero. É algo ainda mais desagradável porque o ar está cheioaposta minima galera betdióxidoaposta minima galera betcarbono e a temperatura éaposta minima galera betpelo menos 30 graus”, explica o holandês.
“Se os astronautas hibernassem, não precisariam dessa rotina. Animais que dormem por seis meses não sofrem nenhuma perda muscular ou osteoporose”, completa.
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Há outra razão: a hibernação poderia proteger os astronautas dos efeitos da radiação. “Há estudos sugerindo que isso é possível”, conta Henning. Em viagens espaciais, astronautas são bombardeados por raios cósmicos. Atualmente, humanos só podem ficar no espaço por mais ou menos um ano, ou o riscoaposta minima galera betcâncer cresce incrivelmente.
“Se conseguíssemos criar uma hibernação, isso poderia aumentar incrivelmente a duraçãoaposta minima galera betmissões”.
Também poderia ajudar as perspectivasaposta minima galera betcolonização espacial. “Na realidade, ainda não é possível procriar no espaço, pois óvulos e espermatozoides seriam danificados e resultariamaposta minima galera betembriões defeituosos”, explica o holandês.
Ele e Ruf, porém, acreditam que o problema será ultrapassado. “Se desvendarmos os mecanismos neurológicos, poderemos algum dia colocar humanosaposta minima galera bethibernação. Sabemos que lêmuresaposta minima galera betMadagascar são hibernantes, então poderemos mapear geneticamente o mecanismoaposta minima galera bethibernação”.
Naturalmente, será preciso resolver problemas como a perdaaposta minima galera betmemória. “Não adianta colocarmos astronautas para dormir para depois eles acordarem sem saber quem são ou onde estão”, explica Ruf.
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Mesmo mimetizar alguns dos processos já poderia seraposta minima galera betgrande valia para seres humanos,aposta minima galera betespecial na áreaaposta minima galera betsaúde. Quando um animal hiberna, seus órgãos parecem doentes. Pulmões parecem asmáticos e cérebros exibem sinais do malaposta minima galera betAlzheimer. Porém, quando os animais acordam, eles revertem essas mudanças e tudo volta ao normal.
Um estudoaposta minima galera bet2008 revelou que ursos polares não perdem massa óssea durante a hibernação – o único mamífero capaz disso até agora. Não sabemos por que, mas o mecanismo pode guardar o segredo do tratamento da osteoporoseaposta minima galera bethumanos.
O laboratório farmacêutico Sulfateq está pesquisando o que classifica como “substâncias químicas baseadas nos efeitos protetores do mecanismoaposta minima galera bethibernação”. Uma dessa substâncias, o SUL-121, já foi testada como possível tratamento para a doença obstrutiva pulmonar crônica (DOPC).
Esses tratamentos ainda estão ou no plano teórico ou nos primeiros estágiosaposta minima galera betdesenvolvimento. Mas sugerem que a hibernação pode trazer benefícios para nós, mesmo que não consigamos desenvolver o processo naturalmente.
- <italic><bold>Leia a <link type="page"><caption> versão original</caption><url href="http://www.bbc.co.uk/earth/story/20151203-here-are-all-the-reasons-you-cant-hibernate-in-winter" platform="highweb"/></link> dessa reportagem (em inglês) no site </bold></italic><link type="page"><caption> BBC Earth</caption><url href="http://www.bbc.co.uk/earth" platform="highweb"/></link>