'É triste me ver estereotipadacadastro com bonusfantasiacadastro com bonuscarnaval', diz ativista negra :cadastro com bonus
Angela, que é professoracadastro com bonusportuguês e literatura, ganhou visibilidade nas redes sociais após escrever um artigocadastro com bonusque critica o usocadastro com bonusadereços ou fantasias durante o Carnaval que, emcadastro com bonusopinião, desmerecem a luta do movimento negro. E ela não abre espaço para concessões.
"Não adianta dizer que se tratacadastro com bonusuma homenagem. Quem faz blackface ou põe um black power está debochandocadastro com bonustodo um povo. Se a escolha foi consciente ou não, não importa. Na dúvida, não me desrespeite".
A polêmica também ganhou força recentemente após uma foto circular nas redes sociaiscadastro com bonusum casalcadastro com bonusjovens brancos aparecer fantasiadocadastro com bonusAladdin e Jasmine, com o filho negro nos ombros vestidocadastro com bonusAbu, o macacocadastro com bonusestimação e um dos melhores amigos do personagem.
No ano passado, a BBC Brasil publicou reportagem sobre a reação ao bloco 'Domésticascadastro com bonusLuxo',cadastro com bonusJuizcadastro com bonusFora,cadastro com bonusMinas Gerais, formado por homens com rostos pintadoscadastro com bonuspreto.
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Decadastro com bonuscasacadastro com bonusCampo Grande, no Mato Grosso do Sul, ela deu o seguinte depoimento à BBC Brasil.
"Desde pequena, assim como milhõescadastro com bonusnegros desse país, sempre fui vítimacadastro com bonusracismo. São tantos episódios que já perdi as contas. Só quem nasceu negro sabe. Na escola, me chamavamcadastro com bonus'preta fedida', 'carvão', 'petróleo'. Certa vez, quando era bem pequena, uma professora perguntoucadastro com bonussalacadastro com bonusaula o que gostaríamoscadastro com bonusser quando crescemos. No meu imaginário pueril, respondi: 'Princesa'. Ela rebateu: 'Não existe princesa negra'. Passei a alisar meu cabelo.
Eu chorava escondido. Mas hoje não choro mais. Me assumo do jeito que eu sou. E decidi militar ativamente no movimento negro. Durante as minhas aulas, tento empoderar e politizar meus alunos o máximo possível. E por isso não consigo entender o que passa na cabeçacadastro com bonusalgumas pessoas que teimamcadastro com bonuscolocar um 'black power' ou pintar o rostocadastro com bonuspreto (blackface) durante o Carnaval. É depreciativo, é desrespeitoso e é racista. E não se tratacadastro com bonusuma homenagem, mas uma ofensa, a mim e a milhõescadastro com bonusnegros que lutam diariamente para combater o preconceito nesse país ainda tão cindido.
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Não sou contra o Carnaval. E entendo que por tráscadastro com bonusmuitas fantasias exista uma crítica, política ou social. Mas não cabe aos brancos determinar o limite do que é tolerável ou não. Se eu ou algum negro levantamos esse questionamento, é porque algo ali nos incomoda. E não se tratacadastro com bonusautovitimização. Estão sequestrando o nosso protagonismo. Em outras palavras, se sou quem sofre o preconceito, não deveria ter voz sobre o que considero um atocadastro com bonusracismo? Devemos escutar o ofensorcadastro com bonusvez do ofendido?
O blackface, por exemplo, era uma prática teatralcadastro com bonusque atores pintavam o rostocadastro com bonuspreto para representar os africanoscadastro com bonusforma exagerada, reforçando estereótipos. Já o blackpower é para mim um atocadastro com bonusresistência. É a forma como eu assumo as minhas características diante da sociedade. Considero a suposta "brincadeira" nos dois casos comocadastro com bonusextremo mau gosto. É triste se ver estereotipado como uma alegoriacadastro com bonusCarnaval. Isso diminui a nossa luta.
Decidi escrever um desabafo no meu Facebook depoiscadastro com bonusum colegacadastro com bonustrabalho me enviar uma mensagemcadastro com bonusque me perguntava se eu ficaria incomodada se ele saísse fantasiado 'de Angela' no Carnaval. Em suas palavras: com o rosto pintadocadastro com bonuspreto, black power e tatuagem. Achei estranho e ofensivo. Não quero ser retratadacadastro com bonusforma debochada. Eu sou um ser humano e mereço ser tratada como tal.
Infelizmente, o Brasil é um país ainda muito racista. E a sociedade parece não estar aberta à discussão. É mais fácil querer desqualificar meu argumento, ora me tachandocadastro com bonusvitimista, oracadastro com bonusxiita.
Por isso, eu convido todos à autorreflexão. Todo mundo quer curtir o Carnaval, mas será que não vale a pena pensar um pouco antescadastro com bonussair com uma fantasia que possa ofender alguém?"
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