'É triste me ver estereotipadaentrar 365 betfantasiaentrar 365 betcarnaval', diz ativista negra :entrar 365 bet

Crédito: Angela Batista

Crédito, Angela Batista

Legenda da foto, Professora sul-matogrossense Angela Batista critica usoentrar 365 betblackface e blackpower

Angela, que é professoraentrar 365 betportuguês e literatura, ganhou visibilidade nas redes sociais após escrever um artigoentrar 365 betque critica o usoentrar 365 betadereços ou fantasias durante o Carnaval que, ementrar 365 betopinião, desmerecem a luta do movimento negro. E ela não abre espaço para concessões.

"Não adianta dizer que se trataentrar 365 betuma homenagem. Quem faz blackface ou põe um black power está debochandoentrar 365 bettodo um povo. Se a escolha foi consciente ou não, não importa. Na dúvida, não me desrespeite".

A polêmica também ganhou força recentemente após uma foto circular nas redes sociaisentrar 365 betum casalentrar 365 betjovens brancos aparecer fantasiadoentrar 365 betAladdin e Jasmine, com o filho negro nos ombros vestidoentrar 365 betAbu, o macacoentrar 365 betestimação e um dos melhores amigos do personagem.

No ano passado, a BBC Brasil publicou reportagem sobre a reação ao bloco 'Domésticasentrar 365 betLuxo',entrar 365 betJuizentrar 365 betFora,entrar 365 betMinas Gerais, formado por homens com rostos pintadosentrar 365 betpreto.

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Deentrar 365 betcasaentrar 365 betCampo Grande, no Mato Grosso do Sul, ela deu o seguinte depoimento à BBC Brasil.

"Desde pequena, assim como milhõesentrar 365 betnegros desse país, sempre fui vítimaentrar 365 betracismo. São tantos episódios que já perdi as contas. Só quem nasceu negro sabe. Na escola, me chamavamentrar 365 bet'preta fedida', 'carvão', 'petróleo'. Certa vez, quando era bem pequena, uma professora perguntouentrar 365 betsalaentrar 365 betaula o que gostaríamosentrar 365 betser quando crescemos. No meu imaginário pueril, respondi: 'Princesa'. Ela rebateu: 'Não existe princesa negra'. Passei a alisar meu cabelo.

Eu chorava escondido. Mas hoje não choro mais. Me assumo do jeito que eu sou. E decidi militar ativamente no movimento negro. Durante as minhas aulas, tento empoderar e politizar meus alunos o máximo possível. E por isso não consigo entender o que passa na cabeçaentrar 365 betalgumas pessoas que teimamentrar 365 betcolocar um 'black power' ou pintar o rostoentrar 365 betpreto (blackface) durante o Carnaval. É depreciativo, é desrespeitoso e é racista. E não se trataentrar 365 betuma homenagem, mas uma ofensa, a mim e a milhõesentrar 365 betnegros que lutam diariamente para combater o preconceito nesse país ainda tão cindido.

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Não sou contra o Carnaval. E entendo que por trásentrar 365 betmuitas fantasias exista uma crítica, política ou social. Mas não cabe aos brancos determinar o limite do que é tolerável ou não. Se eu ou algum negro levantamos esse questionamento, é porque algo ali nos incomoda. E não se trataentrar 365 betautovitimização. Estão sequestrando o nosso protagonismo. Em outras palavras, se sou quem sofre o preconceito, não deveria ter voz sobre o que considero um atoentrar 365 betracismo? Devemos escutar o ofensorentrar 365 betvez do ofendido?

Crédito: Angela Batista
Legenda da foto, Colegaentrar 365 bettrabalhoentrar 365 betAngela perguntou se poderia sair fantasiado como ela no Carnaval

O blackface, por exemplo, era uma prática teatralentrar 365 betque atores pintavam o rostoentrar 365 betpreto para representar os africanosentrar 365 betforma exagerada, reforçando estereótipos. Já o blackpower é para mim um atoentrar 365 betresistência. É a forma como eu assumo as minhas características diante da sociedade. Considero a suposta "brincadeira" nos dois casos comoentrar 365 betextremo mau gosto. É triste se ver estereotipado como uma alegoriaentrar 365 betCarnaval. Isso diminui a nossa luta.

Decidi escrever um desabafo no meu Facebook depoisentrar 365 betum colegaentrar 365 bettrabalho me enviar uma mensagementrar 365 betque me perguntava se eu ficaria incomodada se ele saísse fantasiado 'de Angela' no Carnaval. Em suas palavras: com o rosto pintadoentrar 365 betpreto, black power e tatuagem. Achei estranho e ofensivo. Não quero ser retratadaentrar 365 betforma debochada. Eu sou um ser humano e mereço ser tratada como tal.

Infelizmente, o Brasil é um país ainda muito racista. E a sociedade parece não estar aberta à discussão. É mais fácil querer desqualificar meu argumento, ora me tachandoentrar 365 betvitimista, oraentrar 365 betxiita.

Por isso, eu convido todos à autorreflexão. Todo mundo quer curtir o Carnaval, mas será que não vale a pena pensar um pouco antesentrar 365 betsair com uma fantasia que possa ofender alguém?"

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